Rompendo barreiras, Mara Caseiro começou sua trajetória política em 1992, como vice-prefeita de Eldorado. Determinada, foi a primeira mulher vereadora, presidente da Câmara municipal e prefeita de seu município. Presidente estadual do PSDB-Mulher,e a frente da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul, Mara, que tem recebido elogios por sua gestão e competência, é a nossa entrevistada da semana.
Mara, nos conte a sua trajetória política.
Eu entrei na política em 1992, como candidata a vice-prefeita de Eldorado e cheia de sonhos para a minha cidade. Infelizmente não obtivemos sucesso naquela eleição. Mas, posteriormente, fui eleita a primeira vereadora da cidade e a primeira presidente da Câmara de Vereadores. Os desejos para Eldorado cresceram e eu consegui me eleger prefeita da cidade, a primeira mulher neste cargo. Fui reeleita quatro anos depois e posso dizer que conseguimos transformar a realidade do município. Depois disso, conquistei o mandato de deputada estadual representando o Conesul e a região Sul Fronteira. Tive um segundo mandato na Assembleia Legislativa onde pude trabalhar por todo o Estado. Hoje, o governador Reinaldo Azambuja me presenteou com o desafio de presidir a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, onde estamos buscando fazer uma gestão plural e democrática.
Como foi o desafio de assumir a Cultura do nosso Estado?
Era um universo completamente novo para mim, que sou dentista de formação e vinha atuando em outras vertentes. Tenho consciência que isso causou receio na classe artística, que não sabia o que esperar da nossa gestão. Aos poucos, com trabalho e dedicação, estamos conseguindo organizar tudo e imprimir o nosso jeito de fazer, e tudo está caminhando bem! É um setor apaixonante, rico, onde estou aprendendo bastante e conseguindo contribuir para o meu Estado, contando sempre com o empenho de uma equipe incrível, que me ajuda muito e tem muito carinho com o que faz.
A Festa Junina na Concha Acústica, o Festival de Inverno de Bonito e outros eventos culturais têm sido elogiados pela população pela qualidade. O que a senhora tem a dizer sobre isso?
Em cinco meses de gestão, conseguimos realizar o Carnaval de Campo Grande e Corumbá e criar esse evento tão gostoso que é o Arraial da Concha. São 36 atrações artísticas, além das comidas típicas e do artesanato regional, tudo isso de graça para a nossa população. Mesmo com toda a crise financeira pela qual passa o Estado e o País, nosso governador não se furtou em realizar o 20º Festival de Inverno de Bonito, com atrações nacionais e regionais na música, dança, artes visuais, circo, teatro e cinema, entre outras áreas, sem contar com o espaço da economia criativa, do artesanato e da gastronomia. Estou muito feliz com esses projetos e quem ganha é a população, que pode desfrutar de atrações com tanta qualidade.
Você também é presidente estadual do PSDB-Mulher e uma das frases que você sempre reforça é a necessidade de termos representatividade feminina. Pra você, qual a importância de termos mais mulheres na política?
A ausência de mulheres nos cargos de poder não propicia um debate adequado em torno de questões fundamentais como saúde, educação e segurança pública. Somente a igualdade representativa trará um pensar mais abrangente em torno de questões que estejam relacionadas às pautas femininas. Representamos 52% do eleitorado brasileiro, e precisamos trabalhar efetivamente para que isso também se reflita nos postos de poder. É urgente que isso comece com a reserva de 30% das vagas para mulheres nas cadeiras legislativa de todo o País. E é nesse sentido que nós, tucanas, seguimos firmes, fortes e unidas empunhando essa e outras tão importantes bandeiras.