Campo Grande (MS) – Parlamentares do PSDB e outros partidos vão entrar nessa quarta-feira (6) no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para que seja instalada na Câmara dos Deputados a CPI da UNE. A decisão foi tomada em reunião do líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), na terça-feira (5). O presidente do PSDB Nacional senador Aécio Neves; o governador de MS Reinaldo Azambuja; o deputado federal Elizeu Dionízio; e o Secretário Nacional de Mobilização da Juventude, Ian Leal, participaram do encontro.
“É um momento muito importante, histórico, em que cobramos um movimento estudantil transparente. Queremos que a UNE explique onde foram parar os milhões de reais que o governo federal, sob o comando do PT, destinou a ela nos últimos 10 anos, sem que fosse apresentada qualquer prestação de contas. O PSDB entende que é preciso uma ação incisiva para investigar o que está acontecendo com esse dinheiro. Hoje os estudantes não se sentem representados por essa entidade e nós queremos que a UNE volte a se tornar uma entidade representativa com seriedade”, frisou Ian Leal.
O deputado Imbassahy foi incisivo durante a reunião e afirmou que ‘não podemos assistir passivamente as procrastinações que têm sido feitas pelo presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão’. Isso porque o requerimento foi protocolado em abril na Câmara e até agora não há resposta.
Os indicados pelo PSDB para a CPI que vai investigar o uso de verba pública pela UNE são os deputados Elizeu Dionízio (MS), Bruno Covas (SP) e Daniel Coelho (PE). Como suplentes foram indicados os deputados Izalci Lucas (DF), Paulo Martins (PR) e Major Rocha (AC). (Com informações do PSDB Nacional).
Investigação
Assim que instalada, a CPI da UNE vai apurar se houve a devida aplicação de R$ 44,6 milhões recebidos a título de indenização da União Federal pelos danos sofridos na ditadura militar; a associação da UNE com uma investidora suíço-brasileira para a construção de um edifício comercial de 12 pavimentos na Praia do Flamengo, cidade do Rio de Janeiro/RJ, em terreno de sua propriedade, bem como a participação da UNE no lucro do empreendimento e por quanto tempo a CBRE, empresa multinacional, explorará o aluguel das salas do prédio.
Também a CPI quer esclarecimentos do quanto foi arrecadado e como foi gasto o dinheiro da confecção das carteiras de estudante nos últimos cinco anos; se foram respeitados convênios da União com a UNE, no valor total de R4 12 milhões, no período 2006 a 2010, envolvendo vários ministérios; e também outros convênios do Governo federal com a UNE, referente ao período de 2011 a 2016.