Campo Grande (MS) – O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, participou na noite desta quinta-feira (10) da reunião de cúpula do PSDB na sede da Executiva Nacional do partido em Brasília. Estiveram presentes o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, o presidente de Honra, Fernando Henrique Cardoso, todos os governadores tucanos e líderes na Câmara e do Senado.
A discussão principal teve como foco avaliar o agravamento da crise política no país.O alinhamento político da sigla aponta que há um sentimento dominante no partido de que as razões para a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff são consistentes e que o processo ganha força a cada dia.
“O país está em situação falimentar. A população está pagando o preço do desemprego, do não crescimento, que afeta os governos estaduais e municipais. O PSDB definiu uma pauta comum, que já é decisão da bancada: vamos apoiar, com argumentos jurídicos, a questão do impeachment e construir uma pauta para o país se isso vier a acontecer”, declarou Reinaldo.
Durante o encontro, o presidente nacional afirmou que discussão tem que se dar em torno da acusação de que a presidente da República cometeu crime de responsabilidade. Isso porque, Na avaliação de Aécio, ela deve ter todo o direito a defesa, mas há um sentimento convergente dentro do PSDB de que existem razões objetivas para que o impeachment venha a ser aprovado pela Câmara dos Deputados e depois pelo Senado.
“O PSDB está absolutamente coeso, convergente, sabendo da sua responsabilidade. Nossa percepção final é de que a presidente da República vem, dia a dia, perdendo as condições de enfrentar essa crise e tirar os brasileiros das profundezas na qual o governo do PT e ela própria nos colocou. Portanto, é uma reunião para afinar a orquestra, nós estaremos, cada vez mais, conversando e convergindo no sentimento de que cabe à presidente da República dar respostas formais e definitivas às acusações que lhe são feitas, e não continuar a responder à acusações que jamais lhe foram feitas”, explicou Aécio.
Além de Reinaldo, estiveram presentes os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin; do Paraná, Beto Richa; de Mato Grosso, Pedro Taques; do Pará, Simão Jatene; e de Goiás, Marconi Perillo; os líderes do partido na Câmara, Carlos Sampaio, e no Senado, Cássio Cunha Lima, o senador José Serra, e o vice-líder na Câmara, Nilson Leitão.
Impeachment não é golpe
O presidente nacional do PSDB voltou a rebater declarações dadas por Dilma e seus aliados de que o processo de impeachment é uma ameaça à democracia. Aécio foi contundente ao afirmar que o impedimento da presidente da República está previsto na Constituição brasileira no caso de cometimento de crime de responsabilidade, e é justamente essa acusação que pesa contra a petista.
“Não podemos aceitar que um processo como esse, previsto na Constituição, que segue o rito adequado previsto no regimento do Congresso Nacional possa ser acusado de um movimento golpista. Não é. O que nós estamos decidindo no Brasil hoje é se a Lei vale para todos, inclusive para a presidente da República. É essa a resposta que os brasileiros aguardam”, finalizou o senador.