PSDB – MS

Aécio Neves

PSDB deve recorrer ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral contra Dilma Rousseff

liderancas-tucanas-apoiam-aecio-300x168São Paulo (SP) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira (1º), durante entrevista à Rádio Jovem Pan, de São Paulo, que o partido prepara representações contra a presidente Dilma Rousseff.  A ideia, segundo ele, é recorrer ao Ministério Público por improbidade administrativa e também à Justiça Eleitoral por propaganda eleitoral antecipada.

Aécio Neves se refere  ao pronunciamento da presidente, em cadeia de rádio e televisão, na última quarta-feira (30), em que anunciou o reajuste da tabela do Imposto de Renda e a concessão de aumento de 10% dos benefícios do programa Bolsa Família.

Em nota, o PSDB criticou duramente as medidas anunciadas por Dilma Rousseff.

Críticas

“A presidente da República  agrediu o Estado de Direito ao transformar, mais uma vez, um instrumento legítimo de governança, no caso as redes oficiais de rádio e TV, em canais de difusão de propaganda político-partidária”, diz a nota.

Em seguida, o texto acrescenta que: “Ao uso indevido da rede oficial soma-se o descompromisso com a verdade e, por consequência, o desrespeito aos brasileiros”.

Para o PSDB, a correção adequada da tabela de Imposto de Renda e a compensação da defasagem em relação à inflação acumulada, nos três primeiros anos de seu governo, teria de ser pelo menos duas vezes maior que o anunciado.

“Em uma coisa, porém, a presidente Dilma Rousseff tem razão: de fato, ‘os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência’”, ressalta a nota do PSDB.

Aécio Neves concede entrevista coletiva nesta quarta-feira (30) em Ribeirão Preto

aecioagrishow9-300x199Entrevista do presidente do PSDB, senador Aécio Neves

 

Data: 30-04-14

Local: Ribeirão Preto – SP

 

Sobre visita à feira Agrishow, em Ribeirão Preto.

Essa feira é o retrato do Brasil que dá certo. Do Brasil que empreende, que arrisca e que sustenta outros setores extremamente deficientes da economia brasileira. Se o Brasil é hoje um Brasil que ainda cresce, mesmo que a indicadores extremamente baixos, cresce em razão do vigor do agronegócio. Costumo dizer e quero repetir aqui na Agrishow, a mais importante feita do setor que acontece no Brasil, que da porteira para dentro não existe ninguém mais preparado, mais qualificado e mais produtivo que o brasileiro. Nossos problemas começam da porteira para fora. Na ausência de logística, de rodovias, de ferrovias, de hidrovias, de portos competitivos. Eles se agravam na questão tributária, passa pela questão do financiamento e também do seguro. Essa feira nos permite, de um lado, constatar os avanços que o setor vem tendo, mas também ouvindo figuras da expressão das lideranças que aqui estão, a começar pelo presidente da feira, Maurílio Biagi, acompanhado do Veloso, nosso presidente da Abimaq, do ex-ministro Roberto Rodrigues, do João Sampaio, e de tantas lideranças que têm a responsabilidade hoje de nos ajudar a construir um projeto para o Brasil que nos dê segurança, que dê estabilidade a quem empreende no campo.

Sobre etanol 

A grande verdade é que temos um setor extraordinário, que foi construído ao longo das últimas décadas com o esforço de inúmeros brasileiros, onde inúmeros brasileiros investiram e que, hoje, foi abandonado pelo governo. O setor sucroalcooleiro precisa ser recuperado no Brasil. Foram cerca de 40 usinas que fecharam. Tivemos, e temos ainda, mais de uma dezena com enormes dificuldades. Precisamos recuperar esse setor porque é um setor amplamente gerador de empregos, e 100 mil já se foram, com políticas de estabilidade, com políticas de preços, com políticas de financiamento. Essa minha visita, hoje, à Agrishow tem como objetivo também não apenas falar daquilo que pretendemos fazer, mas ouvir. Ouvir das principais lideranças do setor, ouvir daqueles que têm empreendido em uma indústria que também passa por dificuldades, mas talvez a única que, hoje, ajuda efetivamente o Brasil a crescer. É uma oportunidade de falar, mas, sobretudo, de ouvir. E quero construir um programa para o setor, que seja discutido ao longo da campanha, mas que poderá ser iniciado a partir das conversas que vamos ter hoje aqui.

Sobre ausência da presidente Dilma à Agrishow (SP) e ida à Expozebu (MG).

Não sei as razões pelas quais ela não veio aqui. A feira é muito importante e acho que a presidente deve estar. Quero dizer que, eventualmente, se for eu o presidente, estarei aqui todos os anos da Agrishow, até como símbolo para demonstrar a importância desse segmento para o Brasil. Ela indo a Minas Gerais, você está me dizendo agora da confirmação, desde que ela se apresenta como pré-candidata ela voltou a ir a Minas, e ela será sempre muito bem recebida com a hospitalidade tradicional que Brasil reconhece, a hospitalidade de que os mineiros recebem todos aqueles que nos visitam. Será muito bem recebida na nossa terra.

Pesquisa: ascensão de Aécio mostra expectativa da população, diz Marcio Monteiro

marcio_monteiro_foto_marycleide_vasquesPara o presidente do PSDB-MS, deputado estadual Marcio Monteiro, a ascensão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na pesquisa de intenções de voto CNT/MDA, e a queda da presidente Dilma Rousseff (PT) na mesma sondagem mostra “a tendência e a expectativa da população brasileira em ter uma alternativa nova, uma mudança no cenário do governo”.

Conforme divulgado nessa terça (29), Aécio já tem 21,6% das intenções de voto para a Presidência da República. O pré-candidato tinha 17% na pesquisa estimulada anterior. O tucano foi o pré-candidato que apresentou o maior crescimento, enquanto a petista perdeu seis pontos percentuais.

O levantamento revelou ainda que aumentou também a rejeição ao nome de Dilma Rousseff – o número de entrevistados que “não votaria de jeito nenhum” na petista foi de 37,1% a 43,1%. É a maior rejeição entre os três pré-candidatos incluídos no levantamento.

“É o sentimento que a gente tem da população, que busca uma mudança positiva, com expectativa de que nós vamos ter mais segurança, que vamos ter políticas públicas econômicas que deem segurança ao cidadão com relação à estabilidade da economia, o que hoje o governo que aí está não transmite”, disse Marcio Monteiro.

O presidente do PSDB-MS declarou ainda que o governo atual, ao contrário, “demonstra que o país está sendo conduzido de uma forma leviana. O que a gente precisa é de um governo que seja forte, que inspire, transmita credibilidade nas suas ações”.

O senador Aécio recebeu os dados do levantamento com serenidade e otimismo. “É claro que você crescendo em uma pesquisa deve receber isso como algo positivo, mas não é o que modifica a nossa estratégia. Cada vez mais nós vamos dizer o que pretendemos fazer para encerramos esse ciclo e iniciarmos outro ciclo de maior eficiência, de maior crescimento do Brasil”, afirmou Aécio.

O presidenciável cresceu não somente na pesquisa estimulada – em que são apresentados os nomes dos pré-candidatos – como também no levantamento espontâneo – quando não há lista de nomes. Nesse caso, Aécio Neves subiu de 5,6% para 9,3%.

Entrevista do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, em São Paulo

Trechos de entrevista do presidente do PSDB, senador Aécio Neves

Data: 29-04-14
Local: São Paulo – SP
Assunto: pesquisa CNT/MDA

Sobre pesquisa CNT/MDA divulgada hoje.
Sempre recebo o resultado de pesquisa com a absoluta serenidade. É aquilo que todo mundo diz – todas elas representam uma radiografia de momento. A percepção que para mim é mais clara e mais relevante é de que há um cansaço em relação a tudo isso que está aí e o sentimento crescente de mudança. É natural que ao longo do tempo, a partir do momento em que os candidatos de oposição vierem a ser mais conhecidos, há uma tendência natural de uma migração de votos que estavam próximos ao governo para esses candidatos. Não acredito que isso acontecerá numa enorme velocidade antes do início da propaganda eleitoral. Acho que a partir do momento em que o debate é estabelecido, confronto de ideias [passa a] existir, é que vai haver. Aí os números vão se acomodar patamares que eu acho que representam efetivamente o sentimento do conjunto do eleitorado.

É claro que você, crescendo em uma pesquisa, deve receber isso como algo positivo, mas não é o que modifica a nossa estratégia. Cada vez mais vamos dizer o que pretendemos fazer, como estamos dizendo aqui hoje nesse evento, com as nossas propostas para encerramos esse ciclo e iniciarmos outro ciclo de maior eficiência, de maior crescimento do Brasil. Estou extremamente confiante, como estava antes, de que estamos no caminho certo e que ao longo do tempo vamos ter a oportunidade de dizer ao maior número de brasileiros que é melhor encerrar o que está aí e começar uma nova fase.

Sobre o crescimento apresentado na pesquisa.
Acho que é um conjunto de ações. As pessoas estão buscando alternativas, e o PSDB é seguramente a mudança corajosa, a mudança verdadeira que o Brasil procura. Acho que ao longo do tempo isso vai ficar cada vez mais claro.

Sobre 91% dos entrevistados que têm acompanhado denúncias envolvendo a Petrobras serem favoráveis à instalação de CPI para investigar a estatal.
Me identifico muito com esses pesquisados, porque também quero muito. Inclusive, estou retornando para Brasília agora para darmos alguns passos para a sua instalação. Isso é a demonstração clara de que, ao contrário que os governistas têm dito e buscado propagar, a CPI da Petrobras não é uma demanda das oposições. É uma demanda da sociedade brasileira, que quer saber como a maior empresa, patrimônio de todos os brasileiros, vem sendo gerida ao longo do tempo. As denúncias são extremamente graves e se sucedem em várias áreas, não se trata de um caso eventual. Tenho muita confiança de que teremos, se possível ainda essa semana, o cumprimento da determinação do Supremo Tribunal Federal, que a meu ver seria até desnecessário, com o presidente do Senado oficiando aos líderes partidários, esse é o próximo passo que nós vamos cobrar hoje, para que eles possam fazer as indicações e imediatamente a CPI ser instaurada.

Pesquisa CNT/MDA: Aécio sobe para 21,6% e Dilma continua em queda

senador-aecio-neves-21-08-2013-foto-george-gianni--300x200Brasília – A nova pesquisa da CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira, indica que o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, foi o que mais cresceu na estimulada: pulando de 17% das intenções de votos para 21,6% em relação a última consulta de fevereiro. Já a presidente Dilma Rousseff, do PT, continua em queda: perdeu sete pontos percentais.

Na pesquisa espontânea, Aécio também foi o que mais subiu: saiu de 5,6% para 9,3%. O tucano aparece na frente inclusive do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apareceu na espontânea com apenas 6,5%.

O levantamento revelou ainda que aumentou também a rejeição ao nome de Dilma Rousseff – o número de entrevistados que “não votaria de jeito nenhum” na petista foi de 37,1% a 43,1%. É a maior rejeição entre os três pré-candidatos incluídos no levantamento.

Reprovação
Assim como Dilma, seu governo também viu sua aprovação cair novamente. A avaliação negativa sobre o governo petista – somatória entre os percentuais de quem considera a gestão Dilma péssima ou ruim – é de 30,6%, o maior número identificado desde o início do mandato da presidente.

Pelo menos 79,5% dos entrevistados confirmaram ter sentido o aumento do custo de vida nos últimos seis meses. A maioria – 68,7% – quer mudanças no modo de administrar o país.

A pesquisa confirma ainda que a oposição, liderada por Aécio, está no caminho certo ao defender a instalação da CPI da Petrobras: 91% dos brasileiros conhecem as denúncias e apoiam as investigações. Pelo menos 66% consideram que Dilma é responsável pelo prejuízo registrado pela Petrobras na operação de compra da Refinaria de Pasadena nos Estados Unidos.

Declaração de Lula sobre julgamento do mensalão desrespeita o Judiciário, afirma Aécio Neves

aecio-acsp-6-300x200São Paulo – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, criticou nesta segunda-feira (28) as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o julgamento do mensalão dadas a uma emissora de TV de Portugal no último fim de semana. Para Lula, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou integrantes de seu governo por corrupção e outros crimes, foi mais política do que técnica.

“É lamentável vermos um ex-presidente da República com afirmações que depõem contra o Poder Judiciário brasileiro. Não podemos respeitar o Poder Judiciário quando ele toma decisões que são favoráveis e desrespeitá-lo quando ele toma decisões que não nos são favoráveis. Até porque pela importância do cargo que ocupou deveria ser ele o primeiro a zelar pelo respeito às nossas instituições. Quando se combate o Judiciário, quando se combate a imprensa, porque é crítica a ações do nosso grupo político, ou apenas por isso, não se faz um bem à democracia”, disse Aécio em entrevista coletiva em São Paulo.

De acordo com reportagens da imprensa brasileira, Lula disse que a decisão do STF foi 20% técnica e 80% política e que o mensalão não existiu. “Não compreendo as razões que levaram ele a esta contabilidade. Apenas lamento que um ex-presidente da República, sobretudo fora do país, dê uma declaração de desrespeito ao Poder Judiciário, grande parte desse Poder Judiciário, preenchido por indicações suas. Foi um momento de infelicidade do ex-presidente”, completou o presidente do PSDB.

Aécio Neves cumpre agenda em São Paulo nesta segunda-feira (28). Pela manhã, fez uma palestra sobre os desafios do Brasil para cerca de 150 empresários na Associação Comercial e, à tarde, se reúne com vereadores da capital.

Durante a entrevista coletiva, o presidente do PSDB fez uma avaliação sobre o desempenho da presidente Dilma Rousseff nas últimas pesquisas eleitorais. Para Aécio, o PT terá dificuldade para fazer frente aos adversários. “Ela hoje, novamente por estar à frente nas pesquisas, tem que acalentar a perspectiva de ir ao segundo turno, mas, vou repetir, talvez aqui de forma mais clara, o que disse ali: ninguém tem lugar assegurado no segundo turno, nem o PT. Da mesma forma que nós, ela vai ter que trabalhar muito para estar no segundo turno”, afirmou Aécio.

Clique AQUI para ler os principais trechos da entrevista do senador.

Aécio defende corte de ministérios e simplificação tributária em palestra em São Paulo

aecio-acsp-2-300x200Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta segunda-feira (28) a redução da máquina pública federal e a simplificação da carga tributária. Ao falar com empresários em palestra na Associação Comercial de São Paulo, Aécio disse que o Brasil precisa cortar pela metade o atual número de 39 ministérios e que a sociedade brasileira não suporta mais pagar uma carga tão pesada de impostos.

“Se o PSDB vencer as eleições, nós acabaremos com metade desses ministérios e criaremos uma secretaria extraordinária para, em seis meses, apresentar uma proposta de simplificação do sistema tributário”, disse Aécio aos empresários.

Durante uma hora e meia, Aécio elencou uma série de problemas enfrentados pela economia brasileira e responsabilizou o governo federal pela perda de credibilidade do país no cenário internacional.

Para o tucano, Dilma falha no combate à inflação e retoma uma agenda que já havia sido superada pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Infelizmente, em vez de discutir competitividade e produtividade, voltamos a falar sobre controle de inflação e garantia de contratos. Retrocedemos a uma agenda de dez anos atrás. Ou reorganizamos o Estado do ponto de vista da gestão e fiscal, ou certamente o custo para essa e as futuras gerações será muito maior”, disse Aécio.

A palestra foi acompanhada por 150 empresários, além de líderes do PSDB, como o governador de Goiás, Marconi Perillo, o secretário-geral do PSDB, deputado federal Mendes Thame, o vice-presidente do partido, ex-governador Alberto Goldman, o presidente do Instituto Teotônio Vilela em Minas Gerais, o ex-ministro Pimenta da Veiga, e o vereador paulistano Floriano Pesaro.

Aécio Neves também disse que o governo petista deixará como legado um cenário perverso para o país, com inflação alta e crescimento pífio do PIB. “Um país com as dimensões e o potencial do Brasil não pode se contentar com esse cenário impróprio e desconectado com as nossas realidades”, afirmou.

O presidente nacional do PSDB voltou a defender a atuação eficiente e transparente do poder público. “O atual governo perdeu a percepção de que o Estado pode e deve ser eficiente. Recuperar isso é fundamental. Não há medida de maior alcance social do que a correta aplicação dos recursos públicos, com ética e transparência”, ressaltou.

Aécio também criticou o PT pelo isolamento do Brasil em acordos internacionais de livre comércio. Para o tucano, os petistas fecharam o país para o resto do mundo e buscaram alinhamento ideológico com países com pouco apreço pela democracia. “Precisamos reconectar o Brasil ao resto do mundo desenvolvido, sem deixar de expressar a nossa solidariedade com vizinhos e países africanos”, defendeu o presidente do PSDB.

“Etanol: até quando?”, por Aécio Neves

aeciocoletiva-300x199Pare para pensar: quantas vezes, nos últimos tempos, você passou num posto de combustíveis e abasteceu seu carro flex com etanol? Se você considera apenas o bolso, e é natural que seja assim, é provável que pouquíssimas vezes não tenha enchido o tanque com gasolina. Não é um contrassenso num país como o Brasil?

A mais verde e amarela das tecnologias alternativas, muito menos poluente e danosa ao ambiente e à saúde das pessoas, e uma das mais eficazes opções à queima do combustível fóssil, vive crise sem precedentes no país.

Tenho andado muito pelo interior do Brasil e visto de perto o vigor da nossa agropecuária e a dedicação dos nossos produtores. Por tudo isso, é contraditória a gravidade da crise por que passa a nossa produção de álcool.

Nos últimos anos, mais de 40 usinas fecharam. Outras estão em processo de recuperação judicial ou enfrentam graves dificuldades. Milhares de pessoas já perderam o emprego.

Trata-se de situação completamente distinta da que se projetava poucos anos atrás. Até então o Brasil estava fadado a ser a maior potência mundial de energia renovável.

Caminhávamos para ser a vanguarda da sustentabilidade, exemplo em um mundo em busca de fontes não fósseis, limpas e mitigadoras do aquecimento global pela redução das emissões de CO2.

Descarrilamos, contudo.

Não foi obra do acaso. Não foi barbeiragem de produtores, nem irresponsabilidade de investidores. Não foi mera consequência da mudança de ventos na economia global.

Foi, isso sim, produto de equívocos cometidos por uma gestão que está matando o etanol brasileiro. É um estrago de grandes proporções, que se espalha por longa cadeia de produção que envolve 2,5 milhões de trabalhadores e centenas de municípios do país.

Sem perspectivas de melhora, as usinas não investem, o mercado não reage e o Brasil chega ao ponto de importar etanol dos EUA -e com desoneração tributária concedida pelo governo federal. Como pode?

Os produtores não precisam de muito, mas têm nos faltado o básico. Basta que o governo não atrapalhe, como tem feito, defina uma política de longo prazo para o setor energético e reestabeleça condições mínimas de competitividade: equilíbrio na formação de preços, tributos adequados e algum amparo na forma de linhas de crédito que realmente funcionem.

Não é algo tão complicado, mas é tudo o que o governo petista não faz.

Há uma crise de confiança instalada no país. As vítimas vão caindo pelo caminho -e são cada vez mais numerosas.

É o futuro do Brasil que está sendo sabotado. No caso do etanol, é toda uma experiência de mais de 40 anos que está sendo jogada no lixo pela vanguarda do atraso.

*Aécio Neves é senador por Minas Gerais e presidente nacional do PSDB

**Coluna publicada na Folha de S. Paulo – 28-04-2014

Entrevista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, nesta quinta-feira (24), sobre a CPI da Petrobras

aeciocoletiva-300x199Assuntos: decisão da ministra Rosa Weber, CPI da Petrobras

 

Em entrevista agora de manhã, o líder do PT disse que essa CPI está fadada a ser como foi a CPI do Cachoeira, pouco efetiva e sem resultado nenhum. O senhor acredita nisso?

Talvez isso seja muito mais uma torcida do que fruto de uma análise isenta dos fatos. A decisão da ministra Rosa Weber faz cumprir a Constituição e garante algo que é sagrado, o direito de as minorias atuarem no Parlamento fiscalizando as ações do governo federal. Nesse instante, a partir da notificação a essa Casa, cabe ao presidente Renan Calheiros ou a quem estiver respondendo pela Presidência do Senado, solicitar aos líderes a indicação dos membros que irão compor a CPI para que ela inicie seus trabalhos imediatamente. Não há mais como procrastinar, não há mais como adiar. A decisão está tomada, o respeito ao direito das minorias foi garantido pelo Supremo Tribunal Federal e agora é hora de fazermos as investigações. A CPI, tenho dito sempre, não pré-julga, não pré-condena absolutamente ninguém. É a oportunidade de todos aqueles envolvidos nessas sucessivas e gravíssimas denúncias que atingem a maior empresa brasileira estarem aqui se defendendo e apresentando as suas razões. Foi uma vitória do Estado de Direito, uma vitória da democracia e, sobretudo, uma vitória do Parlamento brasileiro.

Sobre a possibilidade de o governo tentar atrapalhar as investigações com a indicação da presidência e da relatoria da CPI.

Sem dúvida nenhuma, o governo até agora fez de tudo, a meu ver, de forma equivocada, para impedir essa investigação. O desgaste teria sido muito menor se o governo tivesse aceitado aquilo que era absolutamente razoável. Havido o fato determinante e apontado esse fato e o número adequado de assinaturas, bastava a sua instalação, e dentro da CPI faz-se o embate. É claro que a maioria do governo vai tentar adiar depoimentos, não aprovar requerimentos de oitivas, mas essa é uma disputa democrática, é uma disputa que é natural que ocorra dentro de uma CPI. O que foi grave, e eu sempre alertava para isso, é, para impedir a investigação, extirpar, retirar do Parlamento uma prerrogativa fundamental e que iria valer para casos futuros, não apenas para esse. Está garantido o direito das minorias de investigar o governo. A CPI está pronta para ser instalada e que o governo, dentro da CPI, faça o embate político. Caberá à sociedade julgar se eles querem efetivamente uma investigação ou se querem, na verdade, impedir que a sociedade saiba o que aconteceu com sua maior empresa.

É uma exigência da oposição que quem está no comando da Casa nesse exato momento instale a CPI?

É uma exigência da Constituição, agora respaldada pelo Supremo Tribunal Federal. Cabe a nós  fazermos sim a pressão política para que essas indicações ocorram o mais rapidamente possível e a CPI comece a trabalhar. Não há como procrastinar mais. Não há como empurrar com a barriga um tema tão grave  como esse. O presidente Renan Calheiros tem apenas um caminho: instalar a Comissão de Inquérito.

Sobre CPI Mista.

A nossa avaliação é de que esta decisão serve também para a CPMI. Neste momento, há uma determinação em relação à instalação da CPI do Senado. Estamos prontos para fazer as indicações dos nossos companheiros que comporão a CPI. Se o senador Renan compreender, e a meu ver é uma compreensão adequada, que esta decisão se estende à CPMI, nós estaremos prontos também para instalar a CPMI que, entre uma e outra, é a que consensualmente terá preferência.

Sobre possibilidade de a decisão da ministra Rosa Weber ser alterada pelo plenário do Supremo.

Não há efeito suspensivo na liminar proferida pela ministra Rosa Weber. Enquanto não houver a decisão do Supremo, instala-se a CPI. Em havendo uma decisão do plenário final em outra direção respeita-se esta decisão. Hoje, há um fato determinado claro. A ministra Rosa Weber atende a um pedido das oposições e garante, através de uma liminar, o funcionamento da CPI da Petrobras do Senado Federal. Já estamos com os nossos nomes para serem indicados e cabe ao senador Renan Calheiros simplesmente cumprir a sua obrigação como presidente deste poder e garantir o início dos trabalhos da CPI em benefício da democracia e em benefício da transparência na vida pública.

Sobre os nomes a serem indicados para a CPI.

O líder vai indicá-los no momento em que receber a orientação, receber o ofício do presidente do Senado. Já definimos e já temos os nossos nomes, mas prefiro que este seja um anúncio feito pelo líder Aloysio Nunes.

Sobre a possibilidade de abertura de outras CPIs.

Acho absolutamente legítimo. Se quiserem realmente investigar, que apresentem essa CPI. E se faltarem assinaturas, a minha está à disposição, apesar de o governo ter maioria. Não tememos investigação sobre absolutamente nada. Agora, existem denúncias que se sucedem a cada dia e uma mais grave do que a outra em relação ao desmando na Petrobras, à falta de governança da empresa, apontando para eventuais ilícitos. Isso tem de ser investigado. Ninguém é dono da maior empresa brasileira. O que tem acontecido hoje no Brasil, e não é só lá, na Eletrobras está aí este desastre do sistema elétrico, vimos hoje o que aconteceu na Câmara de Comercialização de Energia, com três dos seus titulares pedindo afastamento. A grande verdade é que a ação do governo do PT está quebrando o Brasil.

“Enfim, a CPI da Petrobras”, análise do ITV

petrobras3-300x200Falhou a tentativa do PT e seus aliados no Congresso de melar o jogo e impedir a apuração dos escândalos na Petrobras. Prevaleceu o direito previsto na Constituição de franquear à minoria a possibilidade de investigar e fiscalizar os atos de governo. A decisão tomada ontem pela ministra Rosa Weber é uma vitória da democracia.

De acordo com a liminar concedida pela ministra do Supremo, a comissão parlamentar de inquérito proposta há um mês pela oposição, sob a liderança do senador Aécio Neves, e referendada por número mínimo de assinaturas necessárias deve ater-se exclusivamente à estatal.

Na busca de impedir qualquer investigação, o governo petista vinha tentando enfiar para dentro da CPI da Petrobras assuntos diversos, que vão de denúncias sobre contratações de obras de metrôs até suspeitas na construção de portos em Pernambuco. São temas que até merecem apuração, mas cada um em sua própria comissão de inquérito.

Desde que os partidos de oposição começaram a batalha pela instalação da CPI da Petrobras, não veio à tona um só fato novo que contraditasse a iniciativa. Pelo contrário. Dia após dia, surgem aos borbotões novos motivos para levar adiante uma investigação séria que passe a
companhia a limpo.

Nos últimos dias, soube-se, por exemplo, que a refinaria de Pasadena consumiu mais dinheiro público do que se dizia inicialmente. Custou US$ 1,25 bilhão, mas recebeu também outros US$ 685 milhões em investimentos. Trocando em miúdos, isso representa rombo de quase R$ 4,5 bilhões num negócio ainda mais ruinoso do que se imaginava até agora.

O valor lançado pela Petrobras em seus balanços como prejuízo pelo mau negócio de Pasadena, inicialmente estimado em US$ 217 milhões, mais que dobrou, para US$ 530 milhões. Tudo isso foi revelado pela atual presidente da empresa, Graça Foster, em depoimento no Senado há dez dias.

Além disso, ex-dirigentes da Petrobras contradisseram a presidente da República ao defender o negócio e minimizarem as falhas na documentação que embasou o processo decisório que levou a estatal a pagar por Pasadena quase 30 vezes mais que o valor pelo qual a refinaria fora
adquirida por sua sócia belga pouco tempo antes.

Ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli foi ainda mais longe e chamou Dilma Rousseff a assumir suas responsabilidades nos negócios ruinosos que a Petrobras cometeu enquanto a hoje presidente da República – então ministra de Minas e Energia e, posteriormente, da Casa Civil – comandava o conselho de administração da empresa.

Mas a série de descalabros envolvendo a Petrobras parece não ter fim. Hoje, O Globo revela que um saque de módicos US$ 10 milhões foi feito no caixa da refinaria de Pasadena sem qualquer autorização ou registro formal. Como quem vai ao caixa eletrônico tirar um trocado para a feira, o dinheiro evaporou.

O montante – que, vale comparar, equivale a cerca de ¼ do que a Astra, a sócia belga da Petrobras, pagara pela planta do Texas – foi retirado da conta da refinaria em fevereiro de 2010 junto a uma corretora que entrou com pedido de falência em 2011. O saque foi autorizado por mera comunicação verbal. Mais que isso, ninguém sabe, ninguém viu: a auditoria interna que investiga o caso não detalha quem fez o saque, qual destino ou finalidade do dinheiro.

Casos assim ilustram como recursos públicos são tratados como troco pelo governo petista. Milhões – de reais, de dólares, de euros, de ienes – dançam para lá e para cá, trocam de mão como se fossem propriedade privada ou direito de algum partido. Fala-se de bilhões como se se falasse em migalhas.

Como a decisão de Rosa Weber foi dada em caráter liminar, ou seja, pode ser alterada pelo plenário do Supremo, ainda é possível que o governo lance mão de medidas protelatórias para tentar evitar o início dos trabalhos da CPI da Petrobras. Mas está próximo o dia em que a triste rotina de escândalos cometidos pelos petistas incrustrados na estatal será passada a limpo.

Assim como se aproxima o dia em que estes descalabros chegarão a um fim.