PSDB – MS

alberto goldman

“PT o partido dos pobres? Ou dos ricos?”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdbO PT durante anos trombeteia que é o partido dos pobres. Diz que a elite é contra ele. São os empresários, é a mídia, golpista, é claro, são os banqueiros, as multinacionais contra os interesses do País. Do seu lado a classe operária, os trabalhadores, os desvalidos, os injustiçados, os excluídos.

Pois esse pobre PT arrecadou na última campanha cerca de 319 milhões de reais, 41% a mais que arrecadou em 2010, já ajustado o valor da época pelo IPCA. Os maiores contribuintes foram o JBS ( nascida em Goiânia é hoje uma multinacional), dono do frigorífico Friboi, que deu a bagatela de 69,7 milhões, foi aquinhoado nos governos petistas com enormes financiamentos públicos, e as construtoras Andrade Gutierres e OAS. Mas para mostrar a vontade popular de contribuir com o partido, 0,7% do total recolhido vieram de pessoas físicas. É a contribuição popular, para mostrar como o partido é do povão.

Essa dinheirama foi toda gasta na campanha. Sobrou um troquinho. Partido popular é assim.

Já o partido da elite, o PSDB, arrecadou 201 milhões de reais e gastou 216 milhões. Ficou devendo na praça.

Caso único na História Mundial em que os ricos contribuem mais para os pobres nas disputas políticas.

Até quando essa gente pensa que vai continuar enganando?

Um prêmio para quem evita as investigações

O senador Vital do Rego, do PMDB da Paraíba, vai ser indicado pela Dilma para uma vaga no Tribunal de Contas da União. Ele preside a CPMI da Petrobrás e se notabiliza por proteger os dirigentes da empresa e o próprio governo.

Um prêmio à altura. Imaginem-no fiscalizando o governo federal.

Coerência da Dilma

Intelectuais ditos de “esquerda” e representantes de movimentos ditos “sociais” que apoiaram a reeleição de Dilma cobram coerência entre o discurso de campanha e as práticas de governo, uma forma de protesto contra a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda e Katia Abreu para a Agricultura. Segundo eles as escolhas sinalizam “regressão” da agenda vitoriosa das urnas.

Ora, a única agenda vitoriosa das urnas que houve foram os avisos feitos aos 50 milhões de dependentes do bolsa família além de outros programas assistenciais, humildes brasileiros, que correriam riscos de perda dos benefícios caso Aécio fosse eleito. Essa foi a única mensagem “progressista” que vi durante a campanha, exposta pelo PT.

Agora Dilma, goste ou não goste, gostem ou não gostem os ditos intelectuais, terá de falar a verdade e agir conforme ela.

Chama-se estelionato eleitoral e todos nós, eles também, sabiam que assim seria.

Vejam bem, senhores que protestam, os trabalhadores de todo tipo, vinculados de uma forma ou outra ao processo de produção foram, em sua maioria, eleitores de Aécio. É só ter honestidade intelectual para verificar.

Além do que, cobrar coerência onde nunca houve?

“A Petrobras na berlinda”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdbMais e mais Petrobras

Em pouco mais de 2 meses,  a queda dos papeis da Petrobras é de quase 50% em função dos acontecimentos de conhecimento público. Obras foram paralisadas, o plano de investimentos está comprometido e agora a presidente Graça Foster inventa uma nova diretoria para garantir o cumprimento das leis e dos regulamentos e promover as boas práticas de governança. Vale dizer, uma nova diretoria vai fiscalizar as outras diretorias para que elas façam o que tem que fazer. Tem sentido? Ainda se fosse uma assessoria do Conselho de Administração, vai lá…

E ainda mais

Não é só a Petrobras. A Eletrobras acumula perdas de quase 15 bilhões de reais em dois anos. No terceiro trimestre desse ano, teve um prejuízo de 2,7 bilhões de reais. Esse governo afunda em qualquer área. E vejam, eles não privatizaram as empresas: estão reduzindo-as a pó.

O homem do PT

O ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, era o operador do PT e está preso. Até agora, nos depoimentos, pelo que se tem notícia, não “cantou”. Mas não tem escapatória, o seu braço direito, o gerente da diretoria, Pedro Barusco, já fez a delação premiada e confessou. Inclusive que tem e vai devolver 250 milhões de reais. É isso mesmo, 250 milhões de reais. Isso é só a comissão que levou, só ele. Imaginem o que vem atrás. O mensalão foi “fichinha”. A própria diretoria atual da Petrobrás já está demitindo um sem número de executivos por conta do escândalo. Não tem fim.

CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito)

O quadro para o governo é tão dantesco que ele não conseguiu evitar a quebra do sigilo bancário do tesoureiro do PT, o João Vaccari. Perdeu no voto na CPMI. O presidente da comissão, senador Vital do Rego, que quer ser membro do TCU, imaginem, no limite da subserviência tentou colocar no mesmo rolo os tesoureiros de todos os partidos. Só pra embananar. Não conseguiu. E mais, foi aprovada a convocação do Renato Duque, o tal diretor que fazia a ponte com o PT. Está um Deus nos acuda! A base do governo já era.

A ganância das empreiteiras

Em geral, os diretores das empreiteiras estão alegando que fizeram o pagamento das propinas sob coação, sob pena de represálias ou de não obterem o contrato desejado. Falso, não há nada, nem ninguém, que possa obrigar alguém a realizar ações criminosas. O que as impeliu a isso foi o desejo de não se submeter às licitações necessárias obtendo, com isso, o maior lucro possível. É a ganância que predominou. Elas, gostosamente, se submeteram aos corruptos.

Nisso tudo, piores são os políticos que articularam e intermediaram os negócios para benefício próprio. Eles foram eleitos para melhorar a vida do povo não para saqueá-lo.

E foi, também, contribuição de campanha?

E se parte dessas propinas entrou no caixa dos partidos e candidatos, aparentemente de forma legal, como contribuição de campanha ou ao partido, mas na verdade como uma forma de esquentar o dinheiro dado como retribuição pelos crimes?

Aí, meus caros, os mandatos são passíveis de anulação. Seja presidente, governador, senador ou deputado, pode haver perda de mandato. A PF já investiga.

As empreiteiras já buscam uma saída

Elas estão tentando com a CGU e com o CADE acordos de leniência, ressarcindo sabe-se se lá quanto e como. Pode ser feito, sim, mas não elimina a culpa das pessoas físicas envolvidas. Muito menos dos partidos beneficiários.

“Dilma em campanha na TV foge da abertura da Copa”, por Alberto Goldman

Alberto-Goldman-Foto-George-Gianni-PSDB-5-300x199Dilma acaba de fazer em cadeia nacional de rádio e TV um longo horário eleitoral, sob a justificativa da abertura da Copa do Mundo.  Propaganda eleitoral descarada sem a possibilidade do contraditório, ilegal por que a lei não lhe dá esse direito. Vai ser condenada pelo TSE a pagar, mais uma vez, uma multa que, certamente, o PT lhe cobrirá.  Ilegal ou não faz o que quer, sem quaisquer escrúpulos. Sem coragem de mostrar a cara no estádio, temerosa de ser vaiada, substitui com uma gravação a sua ausência na abertura da copa. Corajosa no estúdio fechado de uma produtora de vídeo.

Nada disso vai adiantar.

Informo que uma pesquisa Ibope, publicada hoje, contratada por uma entidade privada, mostra mais uma queda das intenções de voto na presidente e uma subida dos candidatos da oposição.  Dilma está com 38% de intenções de voto.  Aécio com 22%, Eduardo Campos com 13% e os nanicos 7%, somam 42%.  Segundo turno garantido.  Sua rejeição é, também, 38% ( em São Paulo, 61% dizem que não votarão nela em hipótese nenhuma ).  E a avaliação positiva de seu governo já é inferior à avaliação negativa.

Não há cadeia nacional que cure.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional
**Artigo publicado no Blog do Goldman – 11-06-14

A desagregação começou por São Paulo e se espalha pelo Brasil, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-divulgacao-300x200Como me foi possível intuir e expressar durante evento do Instituto Teotônio Vilela ( ITV ), há um ano e meio, e escrever sobre o fim da era (ou do ciclo) petista há um ano, os sinais da desagregação do PT estão cada vez mais evidentes, em especial a partir do sentimento do povo brasileiro que vive em território paulista.

O desespero petista já vinha se anunciando com as declarações e atitudes dos dirigentes públicos que nos governam, em especial da Dilma e do Lula.  Dilma já se tornou alvo do ridículo ao afirmar a realização de projetos que não se concretizam, ao insistir em apresentar o país por uma visão rósea e irrealista, ao fazer o jogo do contente e, ultimamente, em apontar a oposição ao seu governo como a responsável pelas dificuldades do país, sem nunca reconhecer os seus próprios erros.

Lula, por sua vez, que percebe que a sua casa está caindo, vem no mesmo diapasão e acrescenta entre as oposições as que ele chama de “elites”, dentre elas a mídia, que ele supõe sabotando o medíocre governo que ele implantou com a sua candidata vitoriosa.  Mais irônico é que ele coordena  uma frente, que define como “progressista”, juntando em São Paulo – e repisando o que fez no Brasil –  o PT , o Maluf e o Paulo Skaf.   Tudo a peso de ouro ( e de cargos ). Haja progressismo.  Aliás a Dilma já disse que em São Paulo tem dois candidatos: o Padilha e o Skaf.  Já enterrou o Padilha.

Eles são os progressistas e nós – social democratas e liberais – somos os reacionários.  Piada digna do José Simão.

Os sinais da desagregação são muito fortes.  No plano econômico a inflação, os baixos investimentos, a baixa criação de empregos, o crescimento econômico tangenciando a recessão, o déficit fiscal crescente, a balança de pagamentos cada vez mais desequilibrada.  No campo social os movimentos que expressam o descontentamento da população.  No campo político os deputados e vereadores petistas que são descobertos como aliados do tráfico  ou dos doleiros.  Tudo lhes vai mal.

Os resultados começam a aparecer nas pesquisas nacionais que mostram que estão ladeira abaixo.   Começando fortemente por São Paulo, onde as pesquisas dizem que o governo Dilma tem a aprovação de apenas 23% do eleitorado e que 61% não votariam nele em hipótese alguma.   O índice do governo de ruim e péssimo é 39%.  Por incrível que pareça, em um eventual segundo turno entre ela e Aécio Neves, ela teria 34% e o ainda desconhecido Aécio teria 46%.  Perde até do Eduardo Campos.   E ela está, há 4 meses das eleições, em trajetória descendente!!!

São Paulo já a rejeitou e o Brasil, na sua totalidade, o fará logo mais.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

**Artigo publicado no Blog do Goldman – 10-06-2010

“O Aeroporto de Guarulhos e nossos levianos dirigentes públicos”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdb--300x199Quando eu fui vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, no primeiro ano do governo Serra, visitei o superintendente da Infraero da região de São Paulo e perguntei quais os projetos em andamento para suprir a crescente demanda dos aeroportos do Estado. Ele me informou que naquele ano, 2007, iniciariam a construção do terminal 3 de Guarulhos que seria entregue em 2010. Chamei a sua atenção para o rápido aumento da demanda de passageiros e que mesmo o terceiro terminal já estaria com sua capacidade esgotada em 2010.

A resposta foi rápida:  “Em seguida precisamos ampliar o aeroporto de Viracopos”.  Pensavam em ampliar Viracopos como um terminal para atender também a região metropolitana de São Paulo. Lembrei-o, então, que Viracopos se situava a quase 100 km do centro da. cidade de São Paulo, distância superior àquelas existentes em qualquer parte do mundo entre as regiões metropolitanas e o aeroporto que as serve e que assim não haveria um lapso de tempo razoável e aceitável para o usuário do transporte aéreo ir da capital até Viracopos.

Aí veio a resposta surpreendente: “O acesso ao aeroporto não é problema nosso ( da Infraero ). É problema do governo do Estado.”  Por via rodoviária, o tempo de acesso seria superior a uma hora, vindo da capital.  Trem não havia, nem há.  O sonhado trem bala, tão cantado e decantado por Lula e Dilma não passou de uma ilusão que se procurou vender à população do Rio e São Paulo.  Não aconteceu, conforme eu tinha previsto.

Por aí se vê a situação caótica em que se encontrava esse setor  da infra estrutura do país, nada diferente dos demais.

Enfim, estamos em 2014, e o terminal 3 foi entregue ainda em obras.  O quadro até agora só não foi mais dramático porque a demanda não cresceu tão rapidamente esses últimos anos em razão do baixo crescimento econômico.  De qualquer forma, mesmo com a ampliação de Viracopos, a situação não se resolve para os próximos anos.

Quando houve a tragédia com o avião da TAM, em 2007, em Congonhas, Lula e Dilma se apressaram a comunicar, formalmente, através de todos os meios de comunicação que, em 60 dias haveria a indicação do local de um novo aeroporto internacional na região metropolitana de São Paulo.   Sete anos se passaram, e nada.

Assim são os nossos levianos dirigentes públicos.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

**Artigo publicado no Blog do Goldman – 13-05-2014

“O Aeroporto de Guarulhos e nossos levianos dirigentes públicos”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdb--300x199Quando eu fui vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, no primeiro ano do governo Serra, visitei o superintendente da Infraero da região de São Paulo e perguntei quais os projetos em andamento para suprir a crescente demanda dos aeroportos do Estado. Ele me informou que naquele ano, 2007, iniciariam a construção do terminal 3 de Guarulhos que seria entregue em 2010. Chamei a sua atenção para o rápido aumento da demanda de passageiros e que mesmo o terceiro terminal já estaria com sua capacidade esgotada em 2010.

A resposta foi rápida:  “Em seguida precisamos ampliar o aeroporto de Viracopos”.  Pensavam em ampliar Viracopos como um terminal para atender também a região metropolitana de São Paulo. Lembrei-o, então, que Viracopos se situava a quase 100 km do centro da. cidade de São Paulo, distância superior àquelas existentes em qualquer parte do mundo entre as regiões metropolitanas e o aeroporto que as serve e que assim não haveria um lapso de tempo razoável e aceitável para o usuário do transporte aéreo ir da capital até Viracopos.

Aí veio a resposta surpreendente: “O acesso ao aeroporto não é problema nosso ( da Infraero ). É problema do governo do Estado.”  Por via rodoviária, o tempo de acesso seria superior a uma hora, vindo da capital.  Trem não havia, nem há.  O sonhado trem bala, tão cantado e decantado por Lula e Dilma não passou de uma ilusão que se procurou vender à população do Rio e São Paulo.  Não aconteceu, conforme eu tinha previsto.

Por aí se vê a situação caótica em que se encontrava esse setor  da infra estrutura do país, nada diferente dos demais.

Enfim, estamos em 2014, e o terminal 3 foi entregue ainda em obras.  O quadro até agora só não foi mais dramático porque a demanda não cresceu tão rapidamente esses últimos anos em razão do baixo crescimento econômico.  De qualquer forma, mesmo com a ampliação de Viracopos, a situação não se resolve para os próximos anos.

Quando houve a tragédia com o avião da TAM, em 2007, em Congonhas, Lula e Dilma se apressaram a comunicar, formalmente, através de todos os meios de comunicação que, em 60 dias haveria a indicação do local de um novo aeroporto internacional na região metropolitana de São Paulo.   Sete anos se passaram, e nada.

Assim são os nossos levianos dirigentes públicos.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

**Artigo publicado no Blog do Goldman – 13-05-2014

“Lula, o santo do pau oco. A lição do fim de uma era”, por Alberto Goldman

Alberto-Goldman-Foto-George-Gianni-PSDB-2-300x199O ex-presidente Lula, ao discursar no Encontro Nacional do PT, apesar de se mostrar incapaz de fazer uma auto-crítica e avaliar a sua responsabilidade  na história do país nos últimos 12 anos  em que ele e Dilma presidiram, reconhece ter o seu partido se afastado dos ideais que levaram à sua criação, não ter conseguido “provar que é possível fazer política de forma mais digna” e de ter se transformado em um “partido convencional”, em que “tudo é uma máquina de fazer dinheiro”, nas suas próprias palavras. Mas, busca na mídia, na oposição e em “uma parte da elite brasileira” os culpados pelo quadro de crise por que passa o governo e pelo estado de decomposição por que passa  o partido.

Lula se lamuria dizendo “uma parte da elite brasileira não nos suporta.  Gente mal agradecida que cospe no prato que comeu…”.  Mas não tem o que reclamar.  Ele deu, de fato, a essa elite os privilégios que ela demandou, através de generosos contratos e financiamentos, além do apoio incondicional.  Mas não foi apenas uma parte da elite brasileira que se apropriou dos resultados desses 12 anos de comando petista.  Foram os próprios líderes do partido, seja por dinheiro ou simplesmente por poder político, que apodreceram moralmente.  É dessa forma que ele pretendia cumprir aqueles ideais que foram a razão da criação do PT?

Lula é um santo do pau oco.  Dissimulado como ele só, permitiu e contribuiu para que muitos enriquecessem às custas do povo brasileiro.  Ele próprio é um exemplo da gratidão dessa elite que agora acusa, que lhe enseja andar pelo país e pelo exterior dando palestras muito bem remuneradas.

O desespero bate às portas do PT.  Não faz a auto crítica necessária e, mesmo que a fizesse, já é tarde para reconstruir a imagem arrasada.

É o fim de uma era, infelizmente com a destruição de um partido do qual se esperava uma enorme contribuição para uma nova forma de fazer política.  Que os próximos dirigentes do país aprendam a lição e se preparem para governar não para um ou mais partidos, mas para o conjunto da sociedade.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional.

**Publicado no Blog do Goldman – 04-05-2014

“Lula diz que a verdade aparecer é questão de tempo. Que assim seja!”, por Alberto Goldman

Por Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdb--300x199Não vamos opinar sobre a afirmação de Lula em terras portuguesas de que no processo do mensalão 80% da decisão foi política e 20% foi técnica. O que são 80%, ou 20%, de uma decisão? Como medir uma decisão e estabelecer sobre ela um percentual de acerto ou erro? Uma bobagem incompreensível. Próprio do Lula que nunca se preocupou com coerência.

Mas se há uma coisa que Lula falou que é verdade é o seguinte: “O que eu acho é que não houve mensalão. Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade”.

É isso mesmo. É uma questão de tempo para saber o grau de envolvimento e de conhecimento que ele tinha sobre a compra de votos – e de consciências – para garantir maioria no Congresso Nacional. A meu ver o Lula não ficará isento, não sairá limpo, no julgamento da história. É possível mesmo que essa discussão se acenda durante a campanha eleitoral, principalmente se ele for o candidato do PT, como já se cogita abertamente por aí.

Como sabemos a Dilma já está baleada, ferida, e dificilmente se recupera. Lula, é possível, vem aí. E então poderá contar o que aconteceu na verdade.

“O país vai sofrer”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-divulgacao-300x200O país já está sofrendo as dores do estertor da era petista.  Inflação, descontrole fiscal, baixos investimentos, reduzida criação de empregos, escândalos que se avolumam e descrédito geral são os sintomas desse final de ciclo em que o PT, com Lula e Dilma, presidiram o país.

O episódio da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras – agravado pelo conhecimento que agora se tem da construção das refinarias em Pernambuco e no Rio de Janeiro – é a pá de cal, não só pelo fato em si, mas pela retirada do véu que sempre protegeu a empresa de quaisquer olhares mais atentos e críticos.

A Petrobras é símbolo e orgulho da inteligência e capacidade de trabalho do nosso povo e a exposição de suas entranhas, que todos supúnhamos saudáveis, mostra a que ponto chegou o assalto a que foi submetido o Estado brasileiro nos últimos quase 12 anos.

A partir desse episódio tudo, em qualquer área da administração federal, virá à tona, e o que se pode antever é a emergência de um imenso rol de irregularidades e demonstrações de irresponsabilidade no uso do dinheiro público, o que torna o “mensalão” um episódio menor, um mero aperitivo do banquete que vem alimentando o PT e seus aliados.

O ex-presidente da Petrobras  José Sergio Gabrielli, unha e carne do chefe incontestável – Lula -,  resolveu defender-se.  “Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, já que era presidente do Conselho [ da Petrobras]”, diz ele em entrevista ao Estadão.   Mas, na linha de argumentação da presidente e do  criador dela, reafirma que a oposição faz campanha irresponsável contra a Petrobras e cita como exemplo uma desconhecida ação de interesses financeiros, que ele não identifica, e ameaças – sabe-se lá quais – ao papel histórico da empresa em desenvolver o pré-sal.  Tudo no mundo virtual.

A quem ele pensa que vai enganar?  Esse time de verdadeiros gangsteres que foram introduzidos na diretoria da empresa, um deles atualmente preso por ser articulador do desvio de dinheiro público em licitações, é responsabilidade da oposição?  A destruição do patrimônio da empresa que passou a valer metade do que valia é culpa da oposição? As refinarias cujos orçamentos foram multiplicados várias vezes sem nunca terem chegado ao seu final, também são obra da oposição?

Esse governo está se desmilinguindo.  Desmanchando.  Os meses que ainda faltam até o seu término serão muito duros.  Vamos viver o período eleitoral com o inexorável desgaste do governo à medida que as condições do país continuem a piorar e que novos fatos passem a ser do conhecimento público.

O povo vai sofrer com isso e não será fácil para ninguém, seja quem for o eleito, colocar a casa em ordem.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

**Artigo publicado no Blog do Goldman – 21-04-14

“Petrobras: um mar de lama que atinge o PT, Lula e Dilma”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdb--300x199É de uma gravidade sem paralelo o que vem acontecendo com a gestão petista de Lula e Dilma na Petrobras.  Os episódios recentes, em especial a exposição mais ampla dos negócios que levaram à compra da refinaria em Pasadena (EUA) mostram que, a partir do governo Lula, a Petrobras passou a ser o objeto de desejo de predadores em operações que só agora vêm à tona.  A decisão da companhia, respaldada pelo seu Conselho de Administração que foi presidido por Dilma Rousseff, é apenas a ponta do iceberg que começa a aparecer.

Não se trata aqui de demonizar qualquer membro do Conselho de Administração da empresa.  Sei, por experiência própria, que a maioria dos membros desses Conselhos de Administração das estatais não tem acesso à totalidade dos processos que lhes cabe avaliar e homologar.  Não têm equipe para uma análise completa das matérias, nem estão, via de regra, tecnicamente preparados para decidir.  Mas alguns desses conselheiros são figuras especiais, que fazem parte da administração do dia a dia das empresas, secretarias e ministérios, e têm a obrigação e a responsabilidade de conhecer todos os aspectos do que será decidido e assim orientar os demais conselheiros.

No caso específico da Petrobras, Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração no início do governo Lula pelo fato de ser a ministra de Minas e Energia.  Continuou na função mesmo deixando o ministério para se transformar em Ministra Chefe da Casa Civil.  Ela tinha em suas mãos toda a estrutura de governo para lhe dar assessoria e orientação.  Não tem como tirar o dela da reta.

Era de sua responsabilidade e, mais ainda, do presidente Lula a indicação dos diretores da Petrobras, em especial do seu presidente, Sergio Gabrielli, companheiro de partido e membro do Conselho de Administração.  Os outros diretores também foram indicados da mesma forma, prevalecendo a componente de interesse partidário, seja PMDB ou PT, Sarney, Renan Calheiros ou Delcídio Amaral.  Fiar-se em pareceres apresentados por um diretor – Nestor Cerveró – atualmente em férias muito convenientes, ou por outro – Paulo Roberto Costa – atualmente preso foi, além de imprudência, conivência e incompetência.  Os dois diretores foram produtos do condomínio em que se transformou o governo Lula e mesmo o governo Dilma.

Na realidade Dilma assumiu, por omissão, conivência ou puro oportunismo político, ou tudo isso junto, a responsabilidade de confiar nesses indicados.  Mais incrível ainda é o conhecimento que se tem agora do parecer de Cerveró ( incompleto, técnica e juridicamente falho, segundo Dilma, no qual ela se pautou para dar o seu voto ), que lhe valeu a demissão da empresa na época em que se constatou os problemas da compra da refinaria.  Porém, castigado ou premiado ( ? ) foi transferido para a diretoria financeira da BR Distribuidora que comandou até poucos dias atrás.  A proteção aos membros da quadrilha são auto explicados.

O episódio da compra em 2006 pela Petrobras de 50% da refinaria, que havia sido adquirida por um grupo belga, um ano antes, por 42 milhões de dólares, e que custou para a empresa 360 milhões de dólares e que foi, posteriormente, obrigada a adquirir os restantes 50% por mais 820 milhões de dólares, é um caso gritante de incompetência e malandragem.  Os belgas devem estar rindo, gargalhando, melhor dizer, até agora.  Não vai ser necessário chamar o Mr. Poirot,  o detetive belga, personagem das obras de Agatha Christie, para desvendar o crime.

Agora que o véu foi arrancado, a administração petista ficou nua.  Muito já vai aparecendo e muito mais virá logo adiante.  Pra começar a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que foi programada para ser construída em parceria com a PDVSA, estatal venezuelana, pelo custo de US$ 2,5 bilhões, com 40% de participação da Venezuela.  Lula lançou ao lado de Chávez a pedra fundamental do empreendimento, que já deveria estar funcionando, mas o novo orçamento previsto elevou o custo a US$ 20 bilhões, com a desistência do parceiro em participar do negócio.  Se vai acontecer, e quando, ninguém sabe.

A compra da refinaria de Pasadena foi realizada em 2006, ano posterior ao do estouro do episódio do mensalão que começou com uma denúncia de corrupção de diretores dos Correios e em cuja CPI ninguém acreditava, a não ser alguns poucos da oposição.  Diante da dimensão da Petrobras e dos escândalos que agora começam a ser desvendados,  o episódio do mensalão vai parecer troco, “peanuts” como diriam os americanos.

Vamos deixar claro.  Os grandes responsáveis por tudo isso são o PT e seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva.   Eles transformaram as direções dos órgãos estatais em instrumento de manutenção do poder, através da indicação de pessoas cuja única função é o levantamento de dinheiro, seja para campanhas eleitorais, seja para o enriquecimento deles e de seus padrinhos.

Como eu já havia previsto, mais emoções virão por aí.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

**Artigo publicado no Blog do Goldman –  25-03-2014