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América Latina

Tucanos criticam silêncio do Planalto sobre Venezuela

venezuela-300x225Brasília (DF) – Deputados tucanos criticaram o silêncio da presidente Dilma Rousseff em relação ao endurecimento do regime da Venezuela contra a oposição. Os parlamentares cobraram uma reação da presidente Dilma Rousseff sobre o caos que se transformou a Venezuela em decorrência dos protestos dos contrários ao governo e os simpatizantes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Nesta terça-feira (18), manifestantes tomaram ruas de Caracas, a capital venezuelana. Forças de segurança prenderam o líder da oposição Leopoldo López, acusado pelos chavistas de fomentar a agitação contra o governo de Nicolás Maduro e a violência que já matou pelo menos quatro pessoas. Enquanto o país vizinho vive dias de tensão, o Palácio do Planalto trata o tema com discrição.

Para o deputado federal Otavio Leite (RJ), a política externa da presidente Dilma Rousseff é um fiasco, com uma lamentável aproximação com regimes ditatoriais. Segundo ele, um populista faz a Venezuela viver um verdadeiro caos. “O PT adota uma postura próxima a governos autoritários. Isso revela uma identidade. Nessas horas a gente percebe que os compromissos com a democracia não são os principais no governo Dilma”, afirmou Leite.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a situação política da Venezuela desperta preocupações e demanda atenção por parte “dos democratas da América Latina”. O tucano destacou as denúncias de uma possível censura no país, que estaria afetando inclusive as redes sociais. “Os democratas precisam denunciar os verdadeiros ‘apagões de informação’ nas redes sociais e censura imposta à imprensa venezuelana, que visam impedir que o mundo acompanhe o que acontece nas ruas de Caracas”, afirmou.

Reações

Nos protestos em Caracas, manifestantes vestidos de branco tentavam bloquear o tráfego nas ruas, enquanto um veículo de segurança transportava Leopoldo López, depois que ele se rendeu às forças de segurança durante uma manifestação da oposição. A prisão do economista de 42 anos poderá inflamar a oposição e estimular mais manifestações de rua contra o presidente Nicolás Maduro.

Ao prestar solidariedade ao movimento da oposição venezuelana, o deputado Vaz de Lima (SP) mostrou inquietação com a situação do Brasil. Segundo ele, o PT procura uma forma de silenciar a democracia por meio do famigerado controle social da mídia, assunto que recorrentemente aparece nas rodas de discussão dos petistas.

“No momento que querem fazer controle da imprensa, controle da internet e atrapalhar a oposição de cumprir o seu papel, quando instrumentaliza sindicato e organizações não governamentais, isso mostra que não estamos num bom caminho da democracia”, avaliou. Vaz de Lima

O deputado Vanderlei Macris (SP) afirmou que o silêncio da presidente Dilma, além de representar uma omissão, é a constatação de apoio ao regime.

As manifestações lideradas se multiplicaram, no maior desafio para Maduro desde sua eleição no ano passado, após a morte de Hugo Chávez. A lista de reclamações é extensa: inflação de mais de 50%, crise de desabastecimento, criminalidade, corrupção e escassez de produtos. Os deputados acrescentam que os problemas econômicos conduzem a Venezuela para um grave abismo social.

Mortes

De acordo com a imprensa, quatro pessoas morreram nos protestos violentos de Caracas.

Os países-membros do Mercosul, entre os quais o Brasil, emitiram comunicado repudiando a violência dos últimos dias na Venezuela e condenaram as ameaças de quebra da ordem democrática feitas por oposicionistas. Desde o começo dos confrontos entre defensores do governo e membros da oposição.

Com informações do Portal do PSDB na Câmara

“Pernas quebradas, política manca”, análise do ITV

Mantega-Foto-ABR-300x200O diagnóstico do governo petista sobre a situação da nossa economia continua equivocado. Poderia ser mero erro de avaliação, mas tende a ser má-fé mesmo. O país não caminha hoje apenas com “duas pernas mancas”, como disse ontem Guido Mantega. Está é com suas pernas quebradas. Os argumentos do ministro é que são mancos.

Segundo o ministro da Fazenda, e astrólogo frustrado, os problemas do Brasil são a crise internacional e o escasso financiamento ao consumo, com respectivo aumento da inadimplência. Mantega repete a ladainha governista de transferir para além-mar a culpa das mazelas que nos são próprias. O inferno não são os outros; somos nós mesmos.

A crise financeira global já completou cinco anos. Teve períodos muito severos, mas ninguém haverá de discordar que o pior já ficou para trás. A maior parte das economias do mundo já está decolando, recuperando terreno, reativando negócios e atividades. Isso só não tem acontecido no Brasil e em alguns poucos lugares.

Ontem, a Cepal divulgou a revisão de seus prognósticos para a economia da América Latina e Caribe para este ano e o próximo. Pouca coisa mudou desde a versão anterior, de meados do ano: o Brasil continua entre os de pior desempenho no continente, com expansão projetada de 2,4% em 2013 e 2,6% em 2014. (Os números da Cepal parecem otimistas demais.)

Neste ano, entre os latino-americanos El Salvador e Venezuela continuam tendo crescimento menor que o do Brasil – 1,7% e 1,2%, respectivamente. Mas o México também passou a figurar na rabeira, com previsão de 1,3%, menos da metade do previsto cinco meses atrás. De toda forma, além destes três países, o desempenho brasileiro ficará também abaixo da média do continente.

Para 2014, o cenário se repete: crescimento de 2,6% projetado para o Brasil, de novo maior somente que os de El Salvador e Venezuela e tão ruim quanto o da Argentina – de acordo com a Cepal, no ano que vem o México já deverá voltar a se descolar do grupo do fundão, quase triplicando sua média de expansão prevista para 2013.

Se não somos páreos nem em relação a nossos vizinhos do continente, imagine em relação a mercados emergentes, cuja média de crescimento prevista pelo FMI é de 5% em 2013 e 5,4% no ano que vem… Vale lembrar que, no terceiro trimestre deste ano, o Brasil já foi o país de pior desempenho entre todas as economias do mundo, com retração de 0,5% no PIB.

Os dados da Cepal servem apenas para rechaçar um dos argumentos mancos empregados por Mantega para tentar justificar o fiasco da política econômica avalizada por Dilma. Não adianta acusar o mordomo quando o culpado é o dono da casa. A questão é que na equação do pessoal da equipe econômica não entra o elemento governo, maior responsável pelo mau andamento do país.

Se o crédito – a segunda “perna manca” de Mantega – está caro é porque a economia está em desequilíbrio. Juro alto, como o que o governo brasileiro pratica, resulta em maior inadimplência, sim. Mas isso não é culpa apenas dos endividados. Juro alto é consequência da inflação alta – esta mesma que Dilma Rousseff insiste em dizer que está dentro da meta, quando há anos não passa nem perto do alvo…

Temos desequilíbrios relevantes no lado da oferta, agravados pela incúria do governo em investir, ao mesmo tempo em que a máquina pública acelera seus gastos. Até outubro, enquanto as despesas correntes aumentaram R$ 92 bilhões, os investimentos não cresceram nem R$ 3 bilhões. Assim não tem risco de dar certo.

Um bom diagnóstico é o primeiro passo para a superação de qualquer problema. Mas, para nossa infelicidade, Guido Mantega e a presidente Dilma Rousseff não costumam encontrar o melhor ponto de partida, dificultando encontrar o melhor caminho a seguir. Pode ser que tenham só dificuldade de compreensão, mas o mais correto é dizer que o governo deles pratica uma política manca mesmo.