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Bahia

“Há uma concentração crescente e perversa de receitas nas mãos da União”, alerta Aécio

aecio-neves-comandatuba-8-300x199Una (BA) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou de debates durante o fórum em Comandatuba (BA). A seguir, os principais trechos do debate.

Reforma tributária 

Não encontraremos consenso maior na sociedade brasileira do que a necessidade de termos uma reforma tributária que simplifique o sistema e que possa abrir espaço para diminuição gradual da própria carga. Eu, com a minha razoável experiência no Congresso Nacional, volto a um tema que me referia quando aqui fazia uma exposição inicial: se nós conseguirmos avançar em determinados aspectos da reforma política, imediatamente após a posse do próximo Congresso Nacional, nós criaremos um espaço mais fértil para a discussão e aprovação não apenas da reforma tributária, mas de todas as reformas.

Nós tivemos, ao longo desses últimos dez anos do governo do PT, um processo de aumento contínuo da carga tributária, e a carga tributária da União aumentou nesse período em torno de 5%, estados 1.8%, município 0.5%, o que mostra o que eu me referi agora há pouco, uma concentração crescente e perversa de receitas nas mãos da União.

É claro que essa discussão vai estar presente em debates e ela é necessária. A simplificação: a ideia é que nós possamos, muito rapidamente, se for em menos de seis meses, se for em um ou dois meses, tanto melhor, mas a prioridade é a simplificação do sistema com foco principalmente nos impostos indiretos. Eu acho que essa simplificação vai abrir espaço para que nós possamos não apenas garantir a atual carga tributária, mas o objetivo tem que ser, gradualmente, a sua redução. Há espaço para isso? Há. Desde que você, na outra ponta, cuide do crescimento vegetativo dos gastos, especialmente dos gastos correntes.

Enquanto nós tivermos os gastos do governo crescendo mais do que cresce a economia – e a própria Receita, nesse primeiro trimestre, os gastos do governo cresceram 15% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, enquanto as receitas cresceram 7%. Então, encaixar o crescimento da estrutura, do custeio, dos gastos correntes do Estado no crescimento da economia, é um passo absolutamente necessário para que haja um espaço fiscal para o crescimento.

Meio Ambiente

Sempre tive uma compreensão clara, e em Minas nós buscamos demonstrar isso, que a questão ambiental deve ser exercida de forma transversal em qualquer administração. A preocupação com a questão ambiental deve estar presente em cada ação, de qualquer área do governo. Seja na área de desenvolvimento, na área da saúde, na educação. Portanto, tendo essa compreensão de que é responsabilidade de todos nós garantir o crescimento sustentável, está na base do programa de governo que possa se chamar respeitável.

Eu estive na última semana numa reunião, inclusive com um antigo companheiro de partido, que está nos ajudando a construir propostas para serem apresentadas na campanha nessa área, o Fábio Feldmann, que aceitou integrar o time para discutirmos inclusive com outras candidaturas, mas sobretudo com segmentos da sociedade representativos da questão ambiental. O que eu posso garantir é que é possível, sim, garantirmos o desenvolvimento e a geração de empregos e renda, obviamente com a preocupação ambiental permanente.

No que diz respeito especialmente à geração de energia: falamos aqui rapidamente da questão do etanol, mas poderíamos falar do baixo investimento nos parques eólicos. A falta de planejamento que fez com que muitos deles estivessem prontos, mas sem as linhas de transmissão, que garanta a conexão àquela energia com a rede. Portanto, a minha visão é muito explícita e clara nessa questão: o desenvolvimento, o crescimento do país e a questão ambiental são parceiras. Até porque não existe nada mais antiecológico, mais antiambiental para qualquer sociedade do que a miséria, a pobreza.

Gestão Pública

Vale um registro e o testemunho, que não é apenas meu, que é de muitos administradores públicos em relação ao empenho, ao idealismo e à utopia de Jorge Gerdau na busca de instrumentos mais eficientes de gestão pública. O Jorge Gerdau falou que há 12 anos começou um trabalho de apoio a administrações públicas que queiram ser apoiadas. Uma nova visão de gestão. Eu acredito que posso dizer, dr. Jorge, que fui pioneiro: a primeira experiência de trazer para o setor público instrumentos já conhecidos e praticados na iniciativa privada talvez tenha sido em Minas Gerais.

Nós, administradores do nosso tempo, temos que ter como absoluta prioridade os resultados. E em absolutamente todas as áreas a ousadia. Ousadia sim, para enfrentar corporativismos sindicais, como nós enfrentamos ao longo de todo o nosso governo, para criar as metas de avaliação, coragem para fazer  a redução de tributos como fizemos em Minas sobre cerca de 230 produtos da cesta básica, de material de construção, de higiene pessoal, sem que isso impactasse na receita do Estado, porque nós ativamos nossa economia.

Administrar é, sobretudo, ousar. Ter coragem de não fazer o mesmo. Eu tenho muita confiança de que nós vamos poder, num futuro muito próximo, apresentar ao Brasil um novo modelo de governança. Tanto para o setor público federal que, infelizmente, enquanto estados de vários partidos avançaram sob o ponto de vista de gestão, o governo federal não avançou praticamente nada.

Novo pacto político

Acho que o Brasil está sobretudo maduro para uma nova governança política. Ninguém aguenta mais essa mercantilização dos apoios, da vida pública que se estabeleceu em Brasília. Vota-se hoje porque se liberam emendas para esse ou aquele grupo político. Não votam porque esse grupo político faz um boicote em relação ao governo. Essa armadilha foi ampliada nesse governo e quem vencer as eleições terá, não tenho a menor dúvida, apoio, solidariedade da sociedade brasileira, para estabelecer um novo nível na relação com o Congresso Nacional.

Eu me lembro, quando fui presidente da Câmara dos Deputados, que era praticamente impossível acabar com a imunidade parlamentar. Diziam: “você vai entrar nesse vespeiro? Vai aprovar um projeto contra os parlamentares?”. Eu dizia: não é contra os parlamentares. É contra o mau parlamentar, que nem devia estar aqui. A negociação se ampliou e até aquele momento, para se processar um parlamentar, se precisava de autorização do Supremo Tribunal Federal. Avançamos numa negociação difícil e, no final, 95% do Parlamento votou a favor daquela tese, que era correta.

Desde que você busque o apoio da sociedade, e a sociedade está cada vez mais atenta, eu tenho confiança que nós vamos estabelecer na administração pública e na política uma nova governança muito mais virtuosa do que essa que, infelizmente, nos avilta e nos traz indignação a cada dia.

Os brasileiros

O Brasil está próximo de uma mudança. Vai depender de cada um de nós e da capacidade de, não só propormos, mas realizarmos essa mudança. E isso não é tarefa para um partido político, para um grupo de aliados. É tarefa para uma sociedade.

Eu não considero menor a responsabilidade dos que estão aqui na nossa frente, ou de outros que estão pelo Brasil nos ouvindo, para a grande travessia que nós precisamos fazer. Política tem que ter generosidade. Política não pode ser a busca da vitória a qualquer preço, utilizando-se quaisquer instrumentos.

O Brasil aguarda e aguarda de forma ansiosa um novo pacto. Um pacto em busca de solução para os nossos velhos problemas, mas um pacto que resgate aquilo que é essencial para que se faça a boa política no Brasil: que a ética, que o compromisso com valores, com princípios, e sobretudo com respeito ao dinheiro público.

Caminhada

Eu não tenho dúvida de que vamos nos encontrar nessa caminhada, nessa travessia. Aqui estão lideranças políticas de vários partidos, aqui estão empresários, aqui estão educadores, aqui estão artistas, aqui estão brasileiros que querem a mesma coisa: um Brasil mais solidário, um Brasil mais justo. Mas para isso é preciso coragem. E o que eu posso afirmar é que da nossa parte não faltará coragem, determinação para romper com essa estrutura arcaica e carcomida que hoje nos governa e iniciar um novo tempo na vida brasileira, onde a ética e eficiência possam caminhar juntas.

Eu não trouxe aqui um poema bonito, igual o meu amigo governador Eduardo Campos, mas encerro lembrando um antigo conterrâneo mineiro, Guimarães Rosa, que, como poucos, soube interpretar a alma, o sentimento do homem comum. Guimarães Rosa  dizia que na vida, e isso também serve para a política, o importante não é a largada, tampouco a chegada. O importante é a caminhada. E eu me orgulho muito de estar fazendo essa caminhada ao lado de todos vocês.

Tucanos elogiam desempenho de Aécio no fórum

aecio-neves-comandatuba-13-300x199Una (BA) – Representantes do PSDB que participaram nesta sexta-feira (2) do Fórum de Comandatuba, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), elogiaram o desempenho do presidente do partido, senador Aécio Neves, que foi convidado para debater como pré-candidato à Presidência. Na avaliação dos tucanos, Aécio conseguiu adiantar pontos importantes do projeto que o PSDB deverá apresentar ao país este ano.

“Aécio foi muito preciso. Abordou questões que vão fundo nas demandas de todos os eleitores, sejam eles grandes empresários ou trabalhadores dos mais humildes”, avaliou o senador Cássio Cunha Lima (PB), um dos vice-presidentes do PSDB.

O deputado federal Bruno Araújo (PE), outro vice-presidente do partido, também ressaltou o o bom desempenho de Aécio. “Ele foi cirúrgico e técnico ao abordar os problemas do Brasil e também suas soluções. Passou a clareza e a convicção de que, sob o comando do PSDB, teremos um país novamente nos trilhos”, salientou.

Aécio iniciou sua participação no Fórum de Comandatuba com uma palestra de cerca de 30 minutos. Em seguida, foi convidado a responder perguntas elaboradas pelo público presente.

Confiança

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), destacou que a desenvoltura de Aécio no debate, do qual participou também o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, ajudou a aumentar a confiança do partido na disputa presidencial deste ano. E ressaltou o fato de Aécio ter sido aplaudido diversas vezes durante sua palestra e o debate.

“Aécio respondeu a todas as perguntas com objetividade. Sua capacitação e confiança estão crescendo de modo visível. Ele representa a novidade na política, e a plateia percebeu a mensagem”, observou Imbassahy.

Para o presidente do PSDB-SP, deputado federal Duarte Nogueira, Aécio agradou ao público por reunir “objetividade, sinceridade, conteúdo, oportunidade e uma boa forma de abordagem”. E acrescentou: “Aécio fala com propriedade porque fez em seu estado e tem condições de fazer pelo Brasil. A sociedade clama por mais sinceridade na política, e Aécio atende a essas expectativas”.

Participaram ainda do encontro outros representantes tucanos, como o governador de Goiás, Marconi Perillo, o líder do partido no Senado, Aloysio Nunes (SP), os deputados federais Otavio Leite (RJ) e Bruna Furlan (RJ), e o senador Paulo Bauer (SC).

O evento, que está em sua 13ª edição. Um público de cerca de 400 empresários esteve nas atividades desta sexta-feira.

PSDB e DEM lançam pré-candidaturas na Bahia com apoio do PMDB

aecio-neves-orlando-brito-5-300x200Salvador – Lideranças nacionais e regionais do PSDB, DEM e PMDB selaram nesta segunda-feira (14), em Salvador, uma aliança para a disputa ao governo estadual e ao Senado. É a primeira aliança estadual da oposição com o PMDB, principal aliado nacional da presidente Dilma Rousseff.

Os três partidos lançaram como pré-candidatos Paulo Souto (DEM) ao governo estadual, Joaci Goés (PSDB) como vice-governador, e Geddel Vieira Lima (PMDB) como postulante ao Senado.

O evento reuniu cerca de 1.500 pessoas em um hotel na capital baiana e contou com a presença do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves e do prefeito de Salvador, ACM Neto. “Venho celebrar aqui uma belíssima construção política, sobre o comando do prefeito ACM Neto, uma aliança a favor da Bahia e a favor do Brasil. É até agora a mais bem sucedida construção política feita para essas eleições, porque incorporam não apenas os partidos de oposição, como agrega também setores que hoje assistem a falência de um governo”, ressaltou Aécio Neves na chegada ao evento.

Em seu discurso, o prefeito ACM Neto agradeceu publicamente ao PSDB pela confiança e destacou que os adversários duvidaram da união da oposição com o PMDB na Bahia.”Estamos fazendo uma aliança que ninguém imaginou que fosse possível. Essa é mais forte aliança já montada pela oposição na história da Bahia”, destacou o prefeito de Salvador.

Durante os discursos, as lideranças não pouparam críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff pela crise na economia e pela omissão federal na saúde, educação e na segurança pública dos estados.

Para o ex-governador Paulo Souto, há um esgotamento do PT na Bahia e no Brasil. “Estamos atendendo a um sentimento de grande parte da população da Bahia”, destacou o pré-candidato ao governo da Bahia.

Pré-candidato a vice-governador na chapa da oposição, o empresário e advogado Joaci Goés elogiou a união dos três partidos em torno de um projeto de alternância de poder. “A Bahia está de joelhos. Precisamos colocá-la novamente de pé”, afirmou Goés.

Hora de ousar
O ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, pré-candidato ao Senado pelo PMDB da Bahia, fez questão de deixar claro sua oposição ao petismo.

“É hora de virar a página e olhar para frente. É hora de ousar. Essa gente que está aí já deu!”, disse.