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Bolívia

Aécio Neves: governo federal foi omisso em caso de senador boliviano

Aecio-Neves-plenario-Senado-Federal-27-08-2013-Foto-George-Gianni-300x199Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) defendeu, nesta terça-feira (28/08), a atuação do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, em razão da omissão do governo federal no episódio envolvendo o senador boliviano Roger Molina. O diplomata coordenou operação para retirar Molina da Bolívia e trazê-lo em segurança ao Brasil, após sua detenção durante 15 meses na Embaixada Brasileira em La Paz, em condições precárias.

“A questão central é o que o governo brasileiro nesses cerca de 450 dias não se empenhou para que houvesse por parte do governo boliviano aquilo que dele se esperava: o salvo-conduto. Em não havendo, o diplomata tomou a decisão correta, que foi de preservar a vida do senador, trazendo-o para o Brasil. E aqui ele deve receber o asilo formal e, obviamente, ter as garantias de vida dadas pelo governo do Brasil”, disse Aécio Neves em entrevista coletiva.

Na tarde desta terça-feira, o senador Aécio Neves divulgou nota oficial lamentando a punição determinada pela presidente Dilma Rousseff a Eduardo Saboia. No texto, Aécio manifestou o apoio do PSDB ao diplomata e lembrou a postura histórica do Itamaraty reconhecida pela defesa à liberdade e aos direitos humanos.

“Historicamente, a prática do Itamaraty sempre se pautou no respeito aos direitos humanos, na defesa intransigente da liberdade, na obediência estrita ao estado democrático de direito. O PSDB manifesta seu irrestrito apoio à defesa da dignidade humana, ao respeito a valores universais do estado democrático e ao direito irrevogável de ir e vir reservado aos cidadãos de bem”, observou Aécio Neves.

Na entrevista, Aécio Neves rebateu as críticas de que Saboia desobedeceu procedimentos do Ministério das Relações Exteriores ao realizar a viagem de carro por 1.600 quilômetros até a fronteira com o Brasil. O senador lembrou o episódio em que a senhora Aracy Guimarães Rosa e o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas, na Alemanha nazista, descumpriram ordens superiores ao auxiliar judeus em risco de vida.

“O que foi feito pelo diplomata brasileiro sediado na Bolívia foi um gesto humanitário, que me faz lembrar gestos de outros diplomatas brasileiros que, no tempo de Hitler, contrariaram ordens superiores do próprio Itamaraty para que inúmeros refugiados do nazismo viessem para o Brasil. Hoje, são reconhecidos como heróis, até pelo governo do PT. Uma decisão extremamente equivocada mostra o governo brasileiro, que tinha uma tradição secular de respeito aos direitos humanos, se curvando a um alinhamento ideológico”, disse.

Para Aloysio, diplomata agiu de acordo com a consciência universal

Aloysio-Nunes-Foto-Waldemir-Barreto-Ag-Senado-300x200Brasília – Senadores do PSDB apoiam ação de resgate do senador boliviano Roger Pinto Molina e defendem que o diplomata brasileiro Eduardo Saboia não deve ser punido. O líder do partido no Senado, Aloysio Nunes, espera que o governo brasileiro ofereça asilo rápido para ele. “Há uma situação insustentável: a violação dos direitos humanos, ameaças. Esse diplomata agiu de acordo com a consciência universal”.

Molina chegou ao Brasil no último sábado. Ele estava asilado há 15 meses na embaixada e não podia sair porque o governo boliviano se recusava em conceder o salvo-conduto. O senador deixou o país com o diplomata e dois fuzileiros na última sexta-feira.

Por causa da ação na Bolivia, Antonio Patriota perdeu o emprego. A saída dele foi anunciada na noite desta segunda-feira (26). Patriota será substituído pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil na ONU (Nações Unidas).

 

Do Portal da Liderança do PSDB no Senado

Alvaro Dias: Sabóia fez o que o governo brasileiro deveria ter feito

Alvaro-Dias-Foto-George-Gianni-PSDB-15--300x200O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu em plenário, nesta segunda-feira (26), a “posição corajosa do diplomata Eduardo Sabóia” que trouxe o senador oposicionista Roger Pinto Molina para o Brasil. Na opinião de Alvaro, Sabóia possibilitou a saída de Molina de La Paz “por razões humanitárias”.

O senador lembrou que, em 21 de maio deste anos, anunciou em plenário que havia protocolado uma petição na Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que a Organização dos Estados Americanos (OEA) oferecesse garantias para que o senador oposicionista da Bolívia, Roger Pinto Molina, pudesse deixar o país. O senador do PSDB denunciou, à época, que Roger Molina estava asilado num cubículo de 20 metros quadrados, sem tomar sol e com problemas de saúde. “O senador Roger Pinto Molina era perseguido por um governo sem apego aos direitos humanos, à democracia, à liberdade. O embaixador Eduardo Sabóia se mostrou desconfortável com a passividade do Itamaraty e fez o que o governo brasileiro deveria ter feito. Assumiu a responsabilidade, já que não há independência nem imparcialidade no sistema judicial boliviano para atores políticos oposicionistas como Roger Pinto”, disse.

Alvaro Dias citou denúncias apresentadas pelo senador boliviano contra o Executivo e o Judiciário, dizendo que ele era o adversário mais voraz de Evo Morales. “Acompanhamos a situação do senador Roger Pinto há bastante tempo e era visível o desconforto do embaixador Sabóia com o asilo. O diplomata cumpriu o seu dever, de forma ousada mas sobretudo humana, libertando o senador Molina, uma espécie de preso político. Por isso, não há qualquer motivo para que o Itamaraty puna o embaixador Eduardo Sabóia por 0conduzir o senador Molina ao Brasil”, finalizou.

Deputados contestam submissão a pressões e criticam inação para resolver situação de senador

evo-morales-e-dilma-foto-Roberto-Stuckert-Filho-Presidencia-da-Republica-300x199Brasília – Deputados do PSDB afirmaram nesta terça-feira (27) que a queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi um gesto de submissão do governo brasileiro à pressão da Bolívia. Na opinião dos tucanos Eduardo Azeredo (MG) e Antonio Carlos Mendes Thame (SP), integrantes da Comissão de Relações Exteriores, também faltou uma resposta à altura da diplomacia brasileira para resolver a situação do senador boliviano Roger Pinto, que estava há 452 dias na Embaixada do Brasil em La Paz em condições nada confortáveis.

Desgastado com a operação de transferência de Roger, que provocou uma crise diplomática com a Bolívia, o chanceler perdeu seu cargo nessa segunda-feira (26). Incomodado com a inação do Planalto e com a piora no estado psicológico e de saúde do senador, que já teria falado em suicídio, o diplomata Eduardo Saboia liderou o processo de retirada dele do país vizinho, em uma saga que envolveu uma viagem de 1.600 km em estradas que cortavam áreas dominadas pelo tráfico de drogas.

Saboia esteve no Brasil por duas vezes para cobrar providências mais firmes da gestão Dilma, mas nada foi feito. A rápida resposta da petista para o que foi considerado pelo Planalto um “gravíssimo episódio” visou mostrar ao presidente da Bolívia, Evo Morales, sua indignação com o ocorrido. Em visita ao Congresso nesta terça, Dilma atacou duramente a operação.

Os tucanos avaliam que a participação do diplomata brasileiro na fuga do senador foi a gota d´agua para a derrubada de Patriota. Roger estava há mais de um ano asilado na embaixada brasileira em condições que mais se assemelham a uma prisão, com restrições ao banho de sol e a visitas. Segundo diplomatas ouvidos pelo jornalista Cláudio Humberto, “a estratégia de Patriota, para bajular o regime de Evo Morales, era vencer Molina pelo cansaço e fazê-lo se entregar.” “Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele”, declarou Saboia a jornalistas brasileiros,

“Há mais de um ano o governo não tomou a atitude concreta de fazer valer o ato da presidente de dar asilo ao senador, que estava sendo perseguido por motivos políticos. Houve então uma decisão do embaixador em exercício, Eduardo Saboia, de trazer o senador ao Brasil em uma solução solidária”, disse Azeredo, que presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado na legislatura passada.

Para o tucano, houve submissão. “A Bolívia pressiona a presidente, a petista cede a esse país e, ao mesmo tempo, o Brasil faz convite para que a Bolívia entre no Mercosul. É uma série de incoerências. O fato é que a presidente cedeu à pressão do presidente Evo Morales”, ressaltou. Na sua visão, Dilma está mostrando uma postura ideológica visando agradar o presidente boliviano.

Thame, por sua vez, criticou a falta de resposta do governo brasileiro ao assunto. Para ele, o que se viu foi a busca de alguma resposta a um episódio que, mais uma vez, mostra a falta de rumo do governo Dilma.

“O governo deveria agradecer ao Eduardo Saboia, que tirou da pauta um problema que só iria aumentar. Faltou ousadia para dar uma resposta à altura da diplomacia brasileira, que confunde vizinhos pobres com países que não precisam respeitar o direito internacional, que é o caso da Bolívia. O Brasil foi se ajoelhando e aceitando tudo. A primeira vez que houve uma resposta foi a promovida pelo Saboia. Portanto, toda nação brasileira deve agradecer a esse diplomata”, apontou.

Do Portal do PSDB na Câmara