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Comércio exterior

Comércio exterior registra pior resultado em 13 anos

imbassahy-entrevista-300x199Brasília – O comércio exterior brasileiro fechou o ano de 2013 com o pior resultado já registrado, desde 2000. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, em reportagem publicada nesta sexta-feira (3).

De acordo com o jornal, o país registrou no ano passado um superávit de US$ 2,6 bilhões, número 87% menor do que o de 2012.

O desempenho poderia ser ainda pior, se o governo federal não tivesse incluído na conta plataformas de petróleo que, apesar de oficialmente serem consideradas exportadas, não deixaram o território nacional.

O deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), eleito novo líder do PSDB na Câmara, em 2014, define que a situação traduz a má gestão da economia brasileira por parte da presidente Dilma Rousseff.

“A conduta da presidente, que age mais como candidata, do que governante, está levando o Brasil a uma situação de graves dificuldades, e também de ameaças à desestabilização da economia. Os números comprovam isso”, apontou.

Para o parlamentar, o fraco desempenho também resulta da ausência de reformas estruturais.

“O Produto Interno Bruto (PIB) está baixo, a infraestrutura abandonada, os serviços públicos foram degradados e as promessas de campanha não cumpridas se acumulam. Não haveria, portanto, como o comércio exterior apresentar um resultado distinto”, destacou.

A reportagem da Folha revela ainda que entre os fatores que motivam o frágil comércio exterior brasileiro destaca-se a dependência de combustível importado.

“É um reflexo da deterioração que a gestão petista promoveu da Petrobras”, ressaltou Imbassahy.

“O café também é nosso”, por Rodrigo de Castro

Rodrigo-de-Castro-Foto-George-Gianni-PSDB-2-225x3007A honra de sediar, no mês de setembro, a Semana Internacional do Café e de ter sido palco da celebração do cinquentenário da Organização Internacional do Café (OIC) avivou a consciência dos mineiros de que o setor cafeeiro nacional precisa dar novos saltos e abrir novas frentes, agregando valor para conquistar novos mercados, como a China.O nosso café, como commodity, sofrerá sempre as manipulações de preço a que comumente são submetidos os produtos primários.

Escancara essa realidade a constatação de que o Brasil, maior produtor mundial de café em grãos, registrou, nos primeiros sete meses deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, um incremento de 44% nas importações do produto torrado e moído, confirmando a tendência que se vem verificando nos últimos anos. Por outro lado, vendemos ao exterior pouco mais que 70% do que vendemos em 2012 e pouco mais que 20% do que vendemos em 2008. Em termos de valor monetário, o café industrializado que sai é comercializado, na média, por algo correspondente a apenas 42% do preço do café que entra no país.

O que fica evidente é que o produto in natura que sai do Brasil volta ao país com um valor agregado que o país ainda não conseguiu incorporar e isso significa que, no negócio do café, a economia brasileira exporta água, nutrientes básicos, impostos, juros de financiamento, burocracia e mão de obra sem qualificação e, por outro lado, importa conhecimento, tecnologia e emprego especializado. Fica claro também que, com tímida evolução na industrialização e processamento, o país vem perdendo, de forma galopante, a briga no próprio mercado interno. O brasileiro está cada vez mais bebendo o café que vem de fora, talvez o mesmo saído daqui para ganhar brilho e sofisticação.

Como afirmei em artigo anterior, os novos saltos do setor cafeeiro estão diretamente relacionados com a capacidade de industrialização e processamento do nosso produto, o que depende de investimentos que, por sua vez, dependem do nível de poupança e capitalização dos empresários do setor. Mas não é o que está acontecendo. A capacidade de investimento do cafeicultor foi e está sendo expressivamente afetada pela crise que, há várias safras, atinge o setor. Se não houver pronta intervenção do governo federal, o produtor está na contingência de continuar entregando o seu produto por preço inferior ao custo dos insumos. E isso significa a precarização do setor cafeeiro e, irremediavelmente, o desestímulo do agricultor. Desta forma, fica impossível conquistar a tão desejada agregação de tecnologia e valor.

Um movimento iniciado em Minas Gerais, tendo à frente o Governador Antonio Anastasia e o secretário de estado de agricultura, pecuária e abastecimento, Elmiro Alves do Nascimento, acompanhados pelas entidades representativas, vem buscando o apoio do governo federal para, entre outras medidas, a implementação de um programa de leilões de opões públicas em volume correspondente a pelo menos 30% da safra, bem como a liberação dos recursos, já disponíveis, do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), e a renegociação das dívidas do setor. A situação econômico-financeira de muitos agricultores é tão séria, especialmente nas culturas de montanhas – onde o processo de mecanização não se mostra viável –, que a única alternativa que vislumbram é o abandono das atividades cafeeiras, o que já se vem verificando. E isso é desolador para a economia de Minas e do Brasil, sobretudo no que diz respeito à preocupação da mão de obra em regiões pobres, sem atividades econômicas alternativas.

A precarização da agricultura cafeeira, que deixa o setor sem condições de investir na busca de tecnologia, melhoria de produtividade e diversificação agregadora, deve-se à indiferença e omissão do governo federal, insensível às necessidades e reclamos da categoria que, sem saída, continua laboriosa no campo, defendendo divisas para o país e esperançosa de que o governo federal tenha a mesma atitude de patriotismo. Por que Dilma não aproveita o “Café com a Presidenta” para discutir esse assunto e anunciar as medidas necessárias para o setor? O reconhecimento do valor cultural do café, a ponto de instituí-lo como programa diário, não pode servir apenas a objetivos de marketing. Vamos ao que interessa ao país, presidente!

 

Deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB- MG). Artigo publicado no Jornal O Estado de Minas (19.11)