Brasília (DF) – Sem previsão de chuva, nos próximos dois meses, em parte do país, especialistas advertem para o risco de racionamento de energia e até mesmo de apagão, segundo o Bom Dia Brasil, da TV Globo, desta terça-feira (11). O nível dos reservatórios ainda é crítico e o consumo de energia e água está em alta, mostrou a reportagem. Engenheiro eletricista, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), atribui a ameaça à incompetência, à arrogância e à demagogia do governo da presidente Dilma Rousseff.
“A presidente Dilma deveria ter humildade e reconhecer o fracasso do setor e recomendar que os brasileiros poupem energia. Ela não deveria ficar, como ela está, com o ufanismo demagógico que conduz o país ao racionamento”, ressaltou o líder. “Falo isso com a convicção de engenheiro que tenho.”
Na reportagem na TV, a matéria informa que o problema é que o consumo de energia vem aumentando nos últimos anos, elevando em mais de 55% desde 2001, ano em que houve o racionamento. A Usina Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, por exemplo, como quase todas as outras das regiões Sudeste e Centro-Oeste, está com o reservatório baixo – menos de 30% da capacidade.
Consumidor
“Ao final, quem vai pagar a conta é o consumidor brasileiro. O consumidor pagará pela baixa qualidade dos serviços e também pelo aumento das tarifas. Isso inexorável”, reagiu Imbassahy.
De acordo com o Bom Dia Brasil, o Instituto Acende Brasil fez uma comparação entre a situação atual e a de 2001, a época do racionamento. Pelo estudo, os níveis atuais são preocupantes. Em 2001, os principais reservatórios estavam com 33% da capacidade e a energia armazenada era suficiente para cobrir dois meses do consumo de energia do país.
Em fevereiro deste ano, com os reservatórios em níveis semelhantes, segundo o Instituto Acende Brasil, essa energia só dá para pouco mais de um mês e meio. Na ocasião, o consumo de energia no país que era de 45 mil megawatts subiu para 70 mil este ano.
Em baixa
“O que aconteceu de 2001 para cá é que o consumo de energia elétrica cresceu a um ritmo mais acentuado do que cresceu a construção de novos reservatórios”, afirmou o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales.
O estudo só levou em consideração a energia armazenada, não analisou o potencial de produção de energia do país, que aumentou. O Operador Nacional do Sistema informou que todas as usinas que estão em condições de funcionar estão ligadas para poupar os reservatórios, produzindo perto da capacidade máxima – que hoje está em torno de 17 mil megawatts.
Para o especialista em energia Adriano Pires, o acionamento das térmicas é motivo de preocupação: “Ao acionar 99% das térmicas a gente tá cada vez mais perto do racionamento. Então, se o consumo de energia elétrica crescer mais do que o governo imagina, você não vai ter energia suficiente para atender o mercado. Ou então você vai ter apagão”, afirma o especialista.