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“O desemprego de Dilma”, análise do ITV

carteira_de_trabalho_0-300x225Está ruindo o último pilar sobre o qual o governo Dilma vem sustentando sua fantasia de que a economia do país vai bem, obrigado. O paradeiro na atividade produtiva está afetando seriamente o mercado de trabalho. Será que agora a presidente irá se convencer de que precisa mudar?

O sinal vermelho – porque o amarelo já havia acendido há bastante tempo – veio com os resultados de contratações e demissões em outubro. O mês registra, tradicionalmente, geração de vagas, mas desta vez foram fechados 30,3 mil postos de trabalho.

Nem os mais pessimistas previam isso. Foi a primeira vez desde 1999 que o saldo foi negativo no mês, ou seja, em 15 anos. Para ter ideia mais precisa da derrocada, um ano atrás, ou seja, em outubro de 2013 haviam sido criados 95 mil empregos no país.

Exceto o comércio e os serviços, estes com a pior marca até agora no ano, todos os setores demitiram. A indústria continua atrofiando, com 162 mil empregos ceifados nos últimos 12 meses – dos quais 12 mil só em outubro.

Neste ano, foram criados ao todo 912 mil empregos no país. Como novembro tende a ser negativo e em dezembro tradicionalmente ocorre forte corte de vagas, o resultado do ano será apenas uma fração dos 1,4 milhão de empregos que o governo previa.

Mais: caminha para ser o pior deste século até agora – a queda em relação a 2013 já está em 38%. Em todos os anos do governo Dilma, a geração de emprego caiu em relação ao ano anterior.

Outro fato notável é o perfil salarial das poucas vagas que ainda têm sido geradas. Desde 2008 não há abertura líquida de empregos que paguem salários acima de dois mínimos. Cerca de 35% das oportunidades criadas pagam no máximo o piso salarial, mostrou o Valor Econômico há uma semana.

Enquanto o emprego mingua, o fundo destinado a amparar o trabalhador em caso de demissões sangra. O TCU constatou que o FAT, cujos recursos têm sido usados para engordar a “bolsa empresário” concedida pelo BNDES, demandará aporte de R$ 80 bilhões até 2017 apenas para tapar rombos. Os desequilíbrios estão por toda parte…

A tendência doravante é as taxas de desemprego começarem a subir. Na realidade, elas só se mantêm comportadas porque boa parte dos que estão sem trabalho sequer se animam a ir atrás de uma ocupação. Se fossem, os índices já estariam bem mais altos.

Tem gente no governo que acha que a situação brasileira é “exemplar”. Enquanto Dilma Rousseff e seus principais conselheiros continuarem a olhar a realidade com lentes distorcidas, a chance de vencer as dificuldades é nula. A presidente, infelizmente, garantiu o emprego dela por mais quatro anos, mas tem um monte de trabalhadores que já estão procurando vagas nos anúncios de classificados.

“Lula exagera na análise e mistifica a realidade”, diz Figueiró

Plenário do SenadoO senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) afirmou que o ex-presidente Lula está querendo mistificar a realidade ao fazer uma análise exagerada da conjuntura econômica brasileira. O parlamentar tucano reagiu ao comentário de Lula durante almoço promovido pela Eurocâmara e pela Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo, na capital paulista, nesta terça-feira. Lula teria dito que há muita gente agindo de “má-fé” contra o Brasil.

Para Figueiró, Lula faz uma previsão otimista. “A realidade é que existe desemprego, a inflação está oscilando e não se conhece aumento de salário para qualquer trabalhador do sistema produtivo”, afirmou o senador sul-mato-grossense.

Figueiró destacou pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados que detectou queda de 18% no número de trabalhadores com carteira assinada de maio do ano passada em comparação com o mesmo mês de 2014. A indústria de transformação fechou 28,5 mil postos. “A desaceleração da economia e a postura intervencionista do governo têm afugentado os investidores. Nem a Copa do Mundo refletiu na geração esperada de empregos”, ressaltou o senador.

O ex-presidente Lula havia afirmado que “controlar a inflação, manter a estabilidade fiscal e controlar os gastos com desemprego é fácil, mas você manter a inflação dentro da meta, com seriedade fiscal, gerando emprego e aumentando de salário, é precedente pouco usual em qualquer país do mundo”.

 

 

(Da assessoria de imprensa do senador)

“Empregos a perigo”, análise do ITV

imagesO governo Dilma sempre se recusou a discutir a sério os problemas da economia. Escuda-se na alegação de que o mercado de trabalho vai bem e que, sendo assim, não há que se falar em fraquezas. O que dirão agora que a geração de empregos despencou no país?

Porta-vozes oficiais têm adotado o mantra de que “PIB não enche barriga” no intuito de criar uma narrativa que – com o fracasso de Dilma Rousseff na promoção do crescimento – desdenha a importância da expansão econômica para o bem-estar da população. Mas, se PIB não enche barriga, é o emprego que põe comida na mesa. Ou não?

Neste sentido, são muito ruins os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo governo. Em maio, foram criadas apenas 58,8 mil novas vagas de trabalho em todo o país.

Parece bom? Uma frase ajuda a qualificar o dado: foi o pior resultado para meses de maio desde 1992, tempo em que Fernando Collor ainda era presidente da República. Lá se vão 22 anos. Nem em tempos de crise brava, como foi 2009, fomos tão mal assim.

Nos cinco primeiros meses deste ano, foram criadas 543 mil novas vagas de trabalho, com queda de 28% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação com os cinco meses iniciais do primeiro ano da gestão Dilma, a queda é bem mais significativa: 55% quando comparadas as médias mensais.

O segmento mais penalizado pelos cortes é a indústria da transformação: em maio, 28,5 mil postos de trabalho foram eliminados. É o segundo mês seguido com quedas no setor – em abril, o saldo fora negativo em 3,4 mil e, no acumulado no ano, a redução no emprego industrial já é de 2% em relação a 2013.

No ano, até maio, a indústria criou apenas 3,6 mil novas vagas de trabalho e caminha para fechar 2014 praticamente no zero a zero, na melhor das hipóteses. O pior é que, em geral, os ciclos de demissões na economia começam pelo setor industrial, o que permite acender luz amarela para o mercado de trabalho em geral nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, a atividade industrial deve ter queda no ano (-0,14%), conforme as previsões mais recentes colhidas pelo Boletim Focus do Banco Central. Frise-se que são os empregos industriais justamente os mais bem remunerados e qualificados. O trabalhador brasileiro, portanto, empobrece.

São todos resultados muito ruins para um país em véspera de Copa do Mundo, como era o Brasil em maio passado. Se, dentro de campo, o Mundial de futebol está sendo um espetáculo, fora dele os sinais são frustrantes, como ilustra o mercado de trabalho. Deveríamos estar bombando, mas não.

O governo prefere culpar empresários e seu “pessimismo”, como se humores e não dados da realidade fossem o motor dos investimentos produtivos. Gente como Lula consegue ser ainda mais irrealista, ao dizer que Dilma está “mantendo a inflação na meta com manutenção de salário e emprego”. Só se for em Marte…

A meta de criação de 1,4 milhão de vagas neste ano não deve se confirmar e deve ser oficialmente revista pelo governo já no próximo mês. O governo Dilma diz que criou 5,1 milhões de empregos. Não é verdade. Segundo o Caged, foram apenas 3,6 milhões. É bom, mas é quase 30% menos do que a propaganda oficial apregoa.

A crise na criação de empregos no país é mais um efeito da duvidosa política econômica da presidente Dilma Rousseff. Se já tínhamos a mais perversa das combinações, com inflação alta e crescimento baixo, agora adicionamos uma pitada a mais de pimenta, com a forte perda de dinamismo do mercado de trabalho. O caldo entornou.

“O Brasil em desalento”, análise do ITV

abr260613vac_7453Os brasileiros têm motivos de sobra para voltar às ruas. Têm motivos para estarem insatisfeitos com o país. Têm motivos para protestar contra um governo que não mostrou a que veio e aproxima-se de um fim de feira melancólico. Tornamo-nos um país de desalento.

É este o clima reinante hoje no Brasil, e justamente às vésperas do que a propaganda oficial vendeu como a maior festa de todos os tempos. A “Copa das Copas” só não é um fiasco completo porque os jogadores da seleção de futebol se esforçam para manter acesa a chama da esperança. Na vida cotidiana, está tudo uma dureza só.

Pesquisa do Datafolha divulgada hoje confirma o clima de desânimo. Otimista inveterado, o brasileiro caiu na real e tornou-se um pessimista empedernido. São maioria (36%) os que acreditam que a situação do país na economia vai piorar. Parte relevante dos que antes achavam que tudo continuaria como está agora enxerga o futuro com viés negativo.

Teme-se a inflação, que voltou a subir no acumulado em 12 meses – agora para 6,37%, conforme divulgou o IBGE nesta manhã. Segundo o Datafolha, a expectativa de alta nos preços voltou a seu patamar mais alto: 64% dos entrevistados apostam nisso. Nesta semana, o Pew Research também listou a inflação como maior preocupação atual dos brasileiros.

Teme-se também o desemprego. Para 48% dos entrevistados pelo Datafolha, a falta de trabalho vai aumentar no país. O patamar só é menor que o registrado em março de 2009, no auge da crise econômica que se seguiu à quebra do banco americano Lehman Brothers. Sintetiza a Folha de S.Paulo: o pessimismo “bate recorde”.

Decerto não é “canalhice”, como acusa o falastrão Luiz Inácio Lula da Silva, a amarga constatação. Decerto a sensação expressa nas pesquisas e vocalizada por formadores de opinião e empresários é a mesma que acomete quem toma ônibus lotado, quem não obtém atendimento decente em hospital e não consegue comprar na feira o mesmo que comprava no mês anterior.

Nossa gente parece ter se cansado do blábláblá das autoridades. Chega de diagnóstico, chega de promessas. Até porque ninguém mais que eles conhece tão bem o que os diagnósticos expressam. Sabe tão bem o que as promessas não cumpridas acarretam em forma de uma vida cada vez mais dificultosa.

Há esperança, porém. O mesmo Datafolha mostra que as intenções de voto em Dilma Rousseff continuam mergulhando, o que permite antever riscos concretos de derrota do projeto de reeleição que ela encarna. Em quatro meses, dez pontos percentuais foram para o buraco, levando junto a candidata-presidente.

O Datafolha constata que a insatisfação com o governo petista ainda não se reverteu em votos para os candidatos da oposição. De fato. Mas é de se ressaltar a enorme distância entre os meios à mão do governo e os disponíveis àqueles que tentam apear Dilma do poder. É abissal e ainda está longe de ser transposta.

A exposição das opções, a partir de julho, na campanha eleitoral, tende a fazer o quadro se alterar. É o que quase sempre ocorre, com foi em 2010, neste caso a favor da hoje presidente. Os brasileiros estão convictos de que é hora de mudar. Só precisam de um pouco mais de informação e tempo para saber qual o rumo tomar. A mudança chegará.

No Nordeste o desemprego atinge 10% enquanto no Sul é de 4,3%

gente-300x199Brasília – Pesquisa da área de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, enquanto a taxa média de desemprego no país é de 7,4%, no Nordeste há o pior percentual nacional: 10%. Em oposição ao Nordeste, no Sul, a taxa é de  4,3%. Os dados foram publicados em reportagem de O Globo.

“Esses números mostram a falta de política de desenvolvimento para o Nordeste”, afirmou o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). “O governo deveria investir mais em infraestrutura e atração de empresas para a região. Mas, não, o governo federal acredita que o programa Bolsa Família é suficiente.”

De acordo com a pesquisa, o desemprego chega a 7,2% no Sudeste, 8,3% no Norte e 6% no Centro-Oeste.  Os especialistas afirmam que os números mostram como a realidade do Brasil é diferente em cada região.

No segundo trimestre de 2013, o percentual de pessoas em idade de trabalhar sem nenhuma instrução era de 9,4% . Por regiões, no mesmo período, a taxa era de 16,7% no Nordeste, quase o triplo dos 5,8% de Sudeste e Sul. No Norte, o percentual era de 11,1%.

Disparidades

Na reportagem de O Globo, especialistas afirmam que o desemprego no Nordeste é provocado por um costume na região que é de buscar por mais tempo uma vaga de trabalho. Porém, o senador tucano é mais categórico: o governo federal deveria aplicar recursos no desenvolvimento de áreas que o Nordeste tem habilidades.

“O governo federal poderia investir mais no turismo no Nordeste, no desenvolvimento de portos e nas indústrias na região. Com isso haveria uma política de geração de emprego eficiente”, disse Lucena. “O Bolsa Família não pode ser um fim, tem de ser apoio.”

Também no Nordeste aparece o menor grau de formalização com apenas 61,5% dos trabalhadores com carteira, seguido pelo Norte, com taxa de 65,3%. A maior taxa pertencia ao Sul, de 84%, à frente dos 80,8% do Sudeste. No Centro-Oeste, o percentual era de 77,4%.

Na média nacional, o nível de ocupação de homens era de 68,7% e de mulheres, de 46,2%. No Nordeste, as taxas eram de 63,2% e 39%, respectivamente. No Sul, os percentuais eram de 71,9% e 52,1%, respectivamente.

“Governo Dilma perdeu o controle da inflação”, afirma Aécio Neves

aecio-neves-coletiva-600x400-300x200Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em entrevista à rádio da legenda ressaltou que o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu o controle da inflação.O senador reiterou sua preocupação com a má condução da economia e a ausência de transparência pública. Para o fortalecimento do Estado, o tucano ressaltou a necessidade de um “pacto federativo”.

Aécio lamentou ainda que as expectativas para a Copa de 2014 não atenderão às demandas dos brasileiros. Ele analisou as questões relativas ao desemprego e à violência, além da presença, pela primeira vez, da presidente no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

 

A seguir, a íntegra da entrevista:

Inflação
A grande verdade é que o governo da presidente Dilma perdeu, sim, o controle sobre a inflação e, infelizmente, a herança para o próximo governo será um crescimento extremamente baixo. Na América do Sul, cresceremos apenas mais do que a Venezuela, e uma inflação que já perturba atormenta a vida dos brasileiros.

Nós fizemos, agora, uma pesquisa nacional e vimos que a cesta básica, em 18 capitais pesquisadas, cresceu entre 10% e 17%, como aconteceu, por exemplo, em Salvador. Isso é extremamente grave. O controle da inflação foi a maior conquista do governo do PSDB, e a má condução da economia, a pouca transparência dos dados fiscais, a perda de credibilidade do Brasil junto a investidores, tudo isso vem contribuindo para que a inflação esteja fora de controle. Hoje, a inflação de alimentos já ultrapassou os dois dígitos. Portanto, é preciso que o governo tome medidas rapidamente, pois eu não acredito que esse governo tenha mais condições de fazer com que a inflação volte ao controle.

Desemprego
A questão do emprego já vinha sendo vista pelos jornalistas com enorme preocupação. Em primeiro lugar, o Brasil vem se tornando o país do pleno emprego de apenas dois salários mínimos. Se nós analisarmos os empregos de maior remuneração, empregos mais qualificados, apenas no período da presidente Dilma, foram fechados mais de um milhão de postos de trabalho, em razão do sucateamento do nosso parque industrial.

O Brasil vem perdendo competitividade na sua indústria e na exportação de manufaturados. Portanto, é preciso que, cada vez mais, nós possamos investir em qualificação. A qualificação de mão-de-obra é essencial para gerarmos empregos de melhor qualidade e também, obviamente, para garantirmos um crescimento mais robusto da nossa economia.

Hoje, o Brasil, infelizmente, na nossa opinião, na opinião do PSDB, vem se contentando com muito pouco. Vamos sempre comemorar a geração de empregos, mas nós queremos para o Brasil empregos de melhor qualidade.

Violência
Há muito tempo, eu tenho denunciado a irresponsável omissão do governo federal na questão de segurança pública. Todos nós, do Brasil, sabemos que é o governo federal que detém a maior parcela da arrecadação. Cerca de 60% de tudo que se arrecada no Brasil fica nas mãos do governo federal e ele participa com apenas 13% do conjunto dos investimentos em segurança pública. 87% estão nas mãos dos estados e municípios, que são aqueles que menos têm.

O governo federal, constitucionalmente, é o responsável pelo controle das nossas fronteiras, pelo tráfico de drogas e pelo tráfico de armas.

Portanto, a falta de parceria do governo federal com os estados, e eu denunciava isso desde os tempos em que era governador do estado de Minas Gerais, é uma das razões do agravamento, da insegurança, e, portanto, da criminalidade do Brasil. Por outro lado, o Fundo Penitenciário, que é um fundo existente hoje, aprovado no orçamento da União para apoiar os estados na construção de presídios.

O governo federal, ao longo dos últimos anos, executou apenas 10,5% do orçamento desse Fundo, mostrando que há realmente um despreparo do governo no enfrentamento dessa questão.
Repito: De tudo o que foi aprovado no orçamento, apenas cerca de 10% foram efetivamente implementados, o que mostra que o governo não trata com a seriedade e com a prioridade necessária na questão da segurança pública.

Eu apresentei um projeto no Senado Federal, que eu espero que agora possa ser aprovado, que garante que todos os recursos aprovados no Fundo Penitenciário e no Fundo Nacional de Segurança seriam transferidos, mensalmente, para os estados federais para que eles possam fazer o planejamento no enfrentamento da segurança pública. E, por outro lado, nós estamos fazendo um trabalho no Congresso Nacional de mudança, de alterações profundas no Código Penal para que nós possamos ter penas mais duras, mais rígidas, sobretudo para os delinquentes que são reincidentes.

Copa do Mundo
A grande verdade é que, se nós formos avaliar os números prometidos pelo governo e aqueles entregues até agora, nós vamos perceber que 75% de todas as obras de mobilidade urbana relacionadas à Copa do Mundo estão atrasadas e uma em cada quatro obras, simplesmente, não vai ficar pronta. 25% das obras não estarão prontas até a Copa do Mundo. Mais uma vez, a incapacidade gerencial do governo prevalecendo.

Portanto, aquilo que se esperava que pudesse ser o grande legado para as gerações futuras pós-Copa do Mundo infelizmente não acontecerá na dimensão que nós esperamos. Temos a expectativa de que o Brasil possa ir muito bem dentro de campo, mas o que nós estamos assistindo é que, infelizmente, em todas as regiões do Brasil há um conjunto enorme de atrasos em razão da inoperância do governo federal, da incapacidade que o governo federal tem de tocar essas obras, tanto em relação à Copa do Mundo como em relação a outras áreas.

O Brasil virou hoje um grande cemitério de obras inacabadas. Inacabadas e com sobrepreço, com preços muito além daqueles inicialmente previstos. Está aí a transposição do São Francisco, a Transnordestina, que é uma ferrovia muito importante para a integração também da região Nordeste, obras de infraestrutura no Centro Oeste, que poderiam estar melhorando o custo Brasil, facilitando o escoamento da produção daquela região. Tudo isso continua no papel e no conjunto de boas intenções. A grande verdade é que durante dez anos, o PT demonizou as privatizações e as concessões. Ele considerava isso quase que como um crime de lesa pátria. Depois de dez anos o PT se curva às concessões e faz isso de forma, infelizmente, açodada, despreparada, e o que eu tenho dito e repito, é que o aprendizado do PT no governo tem custado, infelizmente, muito caro ao Brasil.

Pacto federativo
Sem dúvida alguma, um novo repactuamento da Federação é essencial para o Brasil avançar. Eu tenho, desde que cheguei ao Congresso Nacional, debatido esse tema com prioridade. Nós estamos assistindo os municípios, os estados, cada vez mais sucateados, cada vez mais dependentes da União. E no momento em que o governo fez esse conjunto de desonerações, de alguma coisa em torno de R$ 80 bilhões no último ano, R$ 23 bilhões deixaram de ir para os cofres dos estados e dos municípios, que já viviam enormes dificuldades.

Eu apresentei uma proposta que, infelizmente, o governo federal não permitiu que avançasse no Senado, que impedia que essas desonerações pudessem atingir os cofres estaduais e municipais. Na nossa proposta, o governo poderia fazer desonerações, mas apenas nos tributos de sua responsabilidade e não em uma parcela que viesse a ser distribuída. Isso seria muito mais racional e muito mais justo. Infelizmente, nenhum dos temas do pacto federativo, como a renegociação da dívida dos estados, uma participação maior da União no Fundo de Participação dos Estados e Municípios, com um ou dois pontos percentuais a mais, aconteceu.

O governo prefere tutelar os estados e municípios, mantê-los sob o seu garrote, sob a sua influência, e isso tem sido extremamente perverso para com o Brasil e para com os brasileiros. Porque aqui todos nós sabemos: o brasileiro não mora nem na União, nem no estado. Mora no município, e os municípios são os que mais sofrem por essa ação centralizadora do governo central.

Dilma em Davos
Eu acredito que a presidente terá uma dificuldade muito grande de enfrentar a realidade. O sentimento, infelizmente, que se tem em relação ao Brasil hoje é de um país que não cumpre seus compromissos, que não respeita contratos, como aconteceu a partir de uma gravíssima intervenção no setor elétrico, que gere de forma inadequada as suas empresas, e a Petrobras é o mais triste exemplo de uma empresa que perdeu quase 50% do seu valor de mercado nos últimos anos e se transformou na empresa não financeira mais endividada do mundo, exatamente no momento em que ela precisava ter recursos para fazer face aos gigantescos investimentos e desafios que tem pela frente.

A presidente encontrará em Davos analistas do mercado financeiro, analistas em economia do mundo inteiro, que percebem que no Brasil não há confiabilidade em relação aos números, por isso tem havido crescentemente uma diminuição dos investimentos, em uma hora em que eles seriam extremamente necessários para que o Brasil voltasse a crescer de forma mais digna do que vem crescendo até aqui nesses últimos anos. O resultado, no período da presidente Dilma, é que o Brasil crescerá menos da metade da média dos nossos vizinhos somados, nossos vizinhos da América do Sul.

Portanto, infelizmente a presidente Dilma terá uma dificílima tarefa. Seria, a meu ver, muito mais adequado, muito mais produtivo, alguns sinais claros de transparência dos dados fiscais, de combate efetivo à inflação, de fortalecimento das agências reguladoras, sinalizando para o fim desse intervencionismo absurdo que ocorre em várias áreas. Essas ações em território nacional seriam muito mais efetivas, com resultados muito mais positivos para o Brasil do que uma simples visita e um simples discurso em Davos.

“Fim do pleno emprego”, análise do ITV

* Análise do Instituto Teotônio Vilela

Desemprego-300x194A manutenção da geração de empregos em níveis elevados serviu ao governo federal, por muito tempo, como justificativa para não alterar os rumos de uma cada vez mais fracassada política econômica. Mas, agora, os bons resultados do mercado de trabalho vão ficando para trás. Será suficiente para a gestão Dilma acordar?

Ontem, o Ministério do Trabalho informou que o país teve, no ano passado, a menor nível de geração de empregos dos últimos dez anos. Foram criadas 1,117 milhão de novas vagas, com baixa de 14% na comparação com 2012. O número ainda é robusto, mas veio bem abaixo da previsão oficial para o ano (1,4 milhão) e é bem mais fraco do que era pouco tempo atrás.

No ano passado, o país gerou menos empregos, por exemplo, do que em 2009, ano de crise econômica aguda aqui – naquele exercício, o PIB brasileiro retraiu-se 0,9% – e em todo o mundo. Naquela época, foram criados 1,296 milhão de postos de trabalho, o que representa 16% a mais do que em 2013, ano de condições bem mais amenas.

Na comparação com o superaquecido 2010, ano de recorde na geração de vagas, o recuo do mercado de trabalho foi bem mais dramático. A geração de empregos caiu, no ano passado, a menos da metade do nível de apenas três anos antes, quando haviam sido criadas 2,5 milhões de vagas, de acordo com a série histórica ajustada do Caged.

“Esse comportamento pode ser entendido como sendo o de uma capacidade cada vez menor do setor real da economia em gerar empregos, reflexo direto da baixa atividade econômica que o país tem apresentado nos últimos anos”, analisa O Estado de S.Paulo em sua edição de hoje.

Os dados do Caged vêm se somar aos da nova Pnad Contínua, divulgada na sexta-feira passada pelo IBGE com estatísticas bem mais abrangentes do que as anteriores sobre o mercado de trabalho brasileiro. Agora, ao invés de medir o desemprego em apenas seis regiões metropolitanas, é acompanhado o comportamento em 3,5 mil municípios.

O IBGE mostrou que a taxa de desemprego no país é mais alta do que a revelada até então pela Pesquisa Mensal de Empregos (PME). Com um retrato muito mais panorâmico, que alcança o interior do país e abarca todas as regiões brasileiras, o índice de desocupação alcançou 7,4% no segundo trimestre do ano passado – pela PME eram 5,9%.

Quando os resultados são desagregados, surgem revelações bem mais preocupantes. No Nordeste, como já vem mostrando a PME, o desemprego é bem mais alto, alcançando 10%. Entre jovens, a desocupação chega a 15,4% na média nacional e a 19,8% entre os nordestinos – no mundo como um todo, a média nesta faixa etária é de 13%, segundo a OIT.

A Pnad Contínua permite inferir que existem hoje 29,8 milhões de pessoas em idade ativa – ou seja, de 18 a 60 anos – que estão fora da força de trabalho, isto é, nem trabalham nem procuram uma ocupação. Pela PME, este contingente somava 7,3 milhões de pessoas apenas. Quando se consideram os brasileiros em idade de trabalhar – com mais de 14 anos – são 61 milhões de pessoas nesta condição, mostrou Gustavo Patu na Folha de S.Paulo.

Com alguma polêmica, o governo alardeou durante os últimos anos que o Brasil vive uma era de pleno emprego. Nem sempre houve concordância de especialistas em relação a isso. Até porque a informalidade ainda é muito alta, o número de pessoas fora do mercado é elevadíssimo e as condições de empregabilidade ao redor do país são muito díspares, como deixa clara a nova pesquisa do IBGE.

O Brasil ainda tem uma taxa de desemprego que pode ser considerada baixa pelos nossos padrões históricos, mas que está longe de ser uma das menores do mundo como apregoa o marketing oficial – considerando-se os 7,4% da Pnad Contínua, pelo menos umas três dezenas de países estão melhores que nós.

Melhor do que insistir em falar em pleno emprego, o governo petista fará se agir para que as condições gerais da economia melhorem, os investimentos voltem a acontecer e as oportunidades de trabalho tornem a surgir. Não há mercado de trabalho que resista a crises de confiança como a que hoje acomete o país – e as novas estatísticas de desemprego são apenas mais uma manifestação deste quadro.

Brasil registra o pior resultado na geração de empregos desde 2003

Carteira-de-trabalho-Foto-EBC-300x188O país criou 1,1 milhão de empregos com carteira assinada em 2013, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged) divulgados nesta terça-feira (21) pelo Ministério do Trabalho. A quantidade de novas vagas foi 14,8% inferior em relação ao resultado do ano passado, quando foram criadas 1,3 milhão de vagas. A informação está na edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo.

É o pior resultado desde 2003, muito abaixo da meta do governo, de criar 1,4 milhão de novos postos de trabalho. O total de admissões no ano foi de 22,1 milhões, e o total de desligamentos divulgado pelo ministério foi de 21 milhões.

Todos os oito setores avaliados pelo governo elevaram o nível de emprego. O setor de serviços teve o melhor desempenho, gerando 547 mil novos postos, um crescimento de 3,37%. Leia mais no site da Folha:

http://www.folha.uol.com.br/

Fraca atividade econômica causa queda do consumo e temor de desemprego

Comercio-Foto-ABr--300x186Brasília – Variáveis como a alta dos juros, índices inflacionários e o elevado nível de endividamento do consumidor têm aumentado entre os brasileiros o temor pelo desemprego, o que já afeta as vendas do comércio. Segundo reportagem desta quinta-feira (15) do jornal O Estado de S. Paulo, as projeções mais otimistas do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) são de que as vendas do comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresçam no máximo 2% este ano, em comparação aos 8% de 2012.

Para o deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), titular da comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, a freada no consumo pode indicar uma tendência de fraca atividade econômica.

“Uma série de eventos macroeconômicos contribuem para o baixo crescimento do consumo. Quando você vê a economia em declínio, o governo falando em cortar gastos, os investimentos caindo e o custo Brasil ascendente, a demanda agregada tem perspectiva de baixa”, explica.

O tucano diz que as quedas nos índices do varejo podem também ser preocupantes para o Produto Interno Bruto (PIB), já que o consumo das famílias é um dos componentes da demanda doméstica que vêm sustentando a economia. A alta incerteza e a baixa confiança do consumidor também não ajudam.

Desemprego – Uma pesquisa feita pelo presidente do Ibevar, Cláudio Felisoni, com 500 consumidores na cidade de São Paulo também não traz resultados animadores sobre a situação do emprego. No fim do primeiro semestre, 17,3% dos entrevistados declararam temer perder o trabalho. O índice subiu para 19,6% neste trimestre, podendo passar dos 20% no último trimestre do ano.

Valdivino acredita o temor dos brasileiros frente ao fantasma do desemprego está relacionado à queda do potencial produtivo do país.

“Quando cai a capacidade produtiva, cai a capacidade de geração de emprego, já que os empregadores tendem a investir em inovações tecnológicas, poupadoras de mão de obra. A redução dos investimentos também pode gerar uma menor capacidade e aumento do desemprego. A população percebe isso e, então, está disseminado o temor do desemprego: até quem está empregado procura fazer uma poupança para, em uma eventualidade, não ficar ao relento”, completa.

Desemprego entre jovens sobe para 15,3%, e tucano cobra reação do governo federal

ruy-carneiro-foto-Ag-Camara--300x196Brasília – O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB-PB) acredita que a alta taxa de desemprego entre os jovens brasileiros são um sinal de alerta para a economia. Segundo a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego entre pessoas de 16 a 24 anos subiu de 14,6% para 15,3% em junho, mais do que o dobro dos 6% correspondentes à média de todas as idades. Reportagem do jornal O Globo (25) destaca ainda que o número de jovens desempregados atingiu 579.974 pessoas, o equivalente a sete Maracanãs lotados.

Para o tucano, a população jovem é a principal vítima da demora na retomada da economia e da retração do mercado de trabalho.

“Essa alta generalizada dos índices é fruto da recessão, que já vem acontecendo há tempos e agora se torna clara, acompanhada pela inflação. Tudo isso ocasionou um recuo da economia e, consequentemente, um aumento das taxas de desemprego”, diz.

O estudo também informa que, enquanto a média de desemprego no país subiu pela primeira vez neste ano em junho, quando se trata dos jovens já é o terceiro aumento. O cenário é ainda pior na região Nordeste: em Salvador, a desocupação chegou a 18,5% e em Recife, a 17,6%. Para efeitos de comparação, São Paulo tem uma taxa de 16,6% e o Rio de Janeiro, de 15,4%.

Ruy Carneiro acredita que as altas taxas também podem ser explicadas pela falta de experiência e de qualificação profissional.

“Os índices são lamentáveis e mostram que o governo federal não tem uma política completa e eficiente de auxílio ao jovem no mercado de trabalho. É preciso investir em políticas públicas ligadas à educação e à formação técnica mais qualificada”, avalia.

“Existe uma tendência natural de o empregador querer quem tem mais experiência, assim como existe a impossibilidade do empregado, nessa idade e por conta da falta de apoio governamental, ter essa experiência a oferecer”, aponta.

O deputado defende a criação de mecanismos de incentivo para que as empresas sejam estimuladas a dar oportunidades a esses jovens.

“Com certeza isso influenciaria nos índices de desemprego. Do jeito que estamos, voltamos ao dilema do ovo ou da galinha: as empresas não contratam jovens porque não têm experiência, e eles não têm experiência porque as empresas não os contratam”, completa.