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Dilma Rousseff

Tucanos dizem que demissão de Hage reflete pouca prioridade do PT para combate à corrupção

jorge-hage-foto-ebcBrasília – O pedido de demissão do ministro Jorge Hage, titular da Controladoria-Geral da União (CGU), foi definido por integrantes do PSDB como um reflexo da alta intensidade da corrupção na gestão petista, além de traduzir a pouca prioridade dada pelo governo Dilma Rousseff para a redução do problema.

“Hage jogou a toalha porque viu que combater corrupção em governo petista não é tarefa para controladoria, mas sim caso de polícia”, disse ao jornal Folha de S. Paulo o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

A demissão de Hage foi anunciada pelo próprio ministro na segunda-feira (8). Ele, que estava na CGU havia 12 anos, disse que “precisa descansar” e que já havia dado sua contribuição ao órgão.

Críticas constantes
O ministro fazia críticas frequentes à maneira como o governo federal conduzia a CGU, o principal órgão do Executivo para o combate à corrupção. Em setembro, Hage contestou a redução de R$ 7,3 milhões no orçamento do órgão e afirmou que a decisão deixava a controladoria em situação de “penúria orçamentária”. Outra queixa do ministro era em relação ao número de funcionários da CGU – ele apontava um déficit de 300 auditores.

Para o secretário-geral do PSDB, deputado federal Mendes Thame (SP), as afirmações de Hage desmentem Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dizem que as gestões petistas fortaleceram o combate à corrupção.

“Na verdade, [os governos petistas] cortaram o orçamento dos órgãos de controle, como a CGU e Polícia Federal e desqualificaram o trabalho do Tribunal de Contas da União. Foi a presidente Dilma que declarou, há pouco tempo, que era um absurdo o TCU paralisar obras suspeitas de superfaturamento e desvios de recursos públicos”, destacou Thame, em seu perfil no Facebook.

O secretário-geral do PSDB acrescentou que, ao enfraquecerem os órgãos de controle, “Lula, Dilma e a cúpula do partido podem continuar afirmando que nada sabiam sobre os escândalos da Petrobrás, Caixa Econômica, BNDES, Correios, mensalão, estádios, obras da Copa superfaturadas etc”.

“Campanha Milionária”, análise do ITV

Dilma-Foto-Fabio-Pozzebom-ABr1Até o mais desavisado observador não teve dificuldade de perceber que a campanha de Dilma Rousseff à presidência foi a mais nababesca jamais vista no país. Aos poucos, vai ficando mais claro como foi possível torrar tanto dinheiro para reelegê-la e, desta maneira, manter o projeto de poder petista vivo por mais quatro longos anos.

A campanha milionária custou, oficialmente, R$ 318 milhões. Dava para pagar todas as despesas de todos os candidatos que concorreram com a presidente, e ainda sobrava troco – as principais candidaturas de oposição custaram R$ 216 milhões (Aécio Neves) e R$ 61 milhões (Marina Silva) e as demais atingiram pouco mais de R$ 12 milhões somadas.

Mesmo tão cara, a campanha petista obteve doações suficientes para quitar todas as dívidas contraídas. O que poderia parecer eficiência empresarial está ganhando ares de suspeita. Técnicos do TSE viram problemas relevantes tanto no lado das receitas quanto no das despesas relatadas pela candidatura oficial. Pelo jeito, é o velho padrão petista de lidar com contabilidade: sempre com magia.

Os desvios não são nada desprezíveis. Há “impropriedades” e “irregularidades”, algumas “graves” segundo os analistas da Justiça Eleitoral, em R$ 32 milhões das receitas (ou 9,3% do total) e em R$ 48,5 milhões das despesas (ou 14% do total) declaradas pela campanha dilmista. As contas do comitê financeiro do partido também têm problemas. Mas, para o PT, são apenas aspectos de “natureza formal”. Será?

O parecer do TSE é assinado por 16 técnicos. Nele, apontam notas emitidas com datas posteriores à prestação de contas, gastos sem notas fiscais e inconsistência nos reembolsos pelo uso do avião oficial pela candidata (que já havia sido alvo de contestação pelo PSDB). Algumas empresas também parecem ter doado ao PT além do permitido pela lei – 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição. Em vista disso, a recomendação da área técnica é pela rejeição das contas.

Vale escarafunchar. A Folha de S.Paulo já descobriu que uma empresa que tem um motorista como sócio faturou R$ 24 milhões com a campanha dilmista. Poderia ser só mais uma esquisitice, mas a firma que diz ter recebido a grana para montagem de eventos (a segunda maior despesa da campanha petista deste ano) já foi citada nas investigações do mensalão. Será um padrão que se repete?

As contas de Dilma serão apreciadas pelo TSE até amanhã. A lei que rege as eleições prevê, em seu artigo 30-A, que “comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado”. No mínimo, os partidos da coligação dilmista podem sofrer cortes nos repasses de fundo partidário. A experiência pregressa do mensalão e os acontecimentos recentes no âmbito do ‘petrolão’ exigem do TSE análise rigorosa da criativa contabilidade eleitoral petista.

Povo acordou para desmandos de Dilma Rousseff e do PT na Petrobras, afirmam tucanos

dilma-abrA constatação de que sete em cada dez brasileiros responsabilizam a presidente Dilma Rousseff pelo escândalo da Petrobras, segundo pesquisa Datafolha divulgada no domingo (7), revigorou os ânimos dos deputados do PSDB.  “É muito bom saber que a sociedade, mais do que nunca, está atenta aos desmandos deste governo”, disse o deputado federal Carlos Sampaio (P). Titular do partido na CPI Mista que investiga irregularidades na estatal, o tucano reafirmou ainda que não dará paz aos autores das fraudes cometidas na companhia. “Não vou dar trégua! Vou pra cima desse governo corrupto, de forma incansável, até que os responsáveis pela roubalheira generalizada sejam presos!”

Também por meio do Facebook, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que não cola mais a “lenga-lenga” de Dilma de que não tinha conhecimento sobre os desmandos realizados na empresa. “Os brasileiros, ao contrário do que a presidente pode pensar, não são bobos”, destacou. “Dilma faz parte do governo do PT desde 2003, como ministra de Minas e Energia, depois respondeu pela Casa Civil de 2005 a 2010 e, durante muito tempo, foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Impossível não saber de nada”, completou o parlamentar.

Para o deputado Raimundo Matos (CE), esgotaram-se todas as manobras adotadas pelo PT para ludibriar os cidadãos. “Creio que a população já está bastante consciente de que o Brasil real não é o que o PT vende nacionalmente e no exterior. O Brasil real está com a imagem bastante desgastada”, observou o tucano. “Para a população, Lula e Dilma sabiam e pactuaram dos escândalos.”

Segundo o deputado Marcio Bittar (AC), “a população brasileira está acordando para os descaminhos do PT”. “A desculpa do ‘eu não sabia’ já não convence ninguém”, acrescentou.

Corrupção e desaprovação – A pesquisa Datafolha foi realizada entre 2 e 3 de dezembro com quase 3 mil entrevistados. De acordo com o levantamento, quase 70% acham que Dilma tem alguma responsabilidade no esquema de corrupção montado na estatal para desviar recursos e destinar parte deles aos cofres do PT e de partidos aliados.

O percentual de desaprovação ao governo petista subiu de 20% para 24%. A saúde continua a ser a considerada a principal preocupação dos brasileiros (43%), seguida de violência/segurança, com 18%.

Agenda da CPMI – A CPI Mista da Petrobras se reúne nesta quarta-feira (10), a partir das 14h30, para apresentação do relatório final das investigações feitas sobre quatro eixos: a aquisição da refinaria de Pasadena (EUA), denúncias de pagamento de propina a funcionários da companhia, falta de segurança nas plataformas e superfaturamento na construção de refinarias. Entre elas, Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Instalada no começo de maio, a comissão realizou 23 reuniões e adotou a acareação entre as modalidades de investigação. Ela ocorreu na semana passada e colocou frente a frente os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Nestor Cerveró (Internacional). Costa teria afirmado em depoimentos ao Ministério Público Federal, amparado no regime de delação premiada, e à Justiça que Cerveró foi um dos beneficiários do esquema de desvio de dinheiro público.

“Vitória amarga”, por Fernando Henrique Cardoso

Artigo do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso publicado na edição de domingo (7) do jornal O Estado de S. Paulo

fhc-foto-alessandro-carvalho-agencia-de-noticias-psdb-mg-300x200Raras vezes houve vitória eleitoral tão pouco festejada. Nem mesmo o partido da vencedora, tonitruante e dado a autocelebrações, vibrou o suficiente para despertar o País da letargia. Os mais espertos talvez tenham percebido que seus quadros minguaram, com graves perdas de entusiasmo e adesão na juventude e certo rancor em setores do empresariado mais moderno.

A reeleita possivelmente saboreie o êxito com certo amargor. É indiscutível a legalidade da vitória, mas discutível sua legitimidade. O que foi dito durante a campanha eleitoral não se compaginava com a realidade. Só mesmo seu ministro da Fazenda, que coabita com o novo ministro designado, pôde dizer de cara lavada que a economia saíra da estagnação e os males que a assolam vêm da crise mundial.

Recentemente, fazendo coro a essa euforia de encomenda, diante de dados que mostram um “crescimento” de 0,1% do PIB no trimestre passado, houve a repetição da bobagem: finalmente a economia teria saído da “recessão técnica”, de dois ou mais trimestres seguidos. Palavras, palavras, palavras, que não enganam sequer os que as estão pronunciando.

Na formação do novo Gabinete a presidenta começou a atuar (escrevo antes que a tarefa esteja completa) no sentido de desdizer o que pregara na campanha. Buscou um tripé “de direita” para o comando da economia. Na verdade, o adjetivo é despiciendo: a calamidade das contas públicas levou-a a escolher quem se imagina possa repô-las em ordem, pois sem isso não existe direita nem esquerda, mas o caos. Menos justificável, senão pela angústia dos apoios perdidos, é a composição anunciada do resto do Ministério, de cunho mais conservador/ clientelístico. Esperemos.

A presidenta, com essa reviravolta, deve sentir certa constrangedora falta de legitimidade. Foi a partir da ação dela na Casa Civil, e daí por diante, que se implantou a “nova matriz econômica”: mais gastança governamental e mais crédito público, à custa do Tesouro. Foi isso que não deu certo, e serviu de alavanca para outros equívocos que levaram o governo do PT a perder a confiança de metade do País. Sem falar da quebra moral.

Metade, sim, mas que metade? É só ver os dados eleitorais com maior minúcia, município por município: a oposição ganhou, em geral, nas áreas mais dinâmicas do País, inclusive nas capitais onde há sociedade civil mais ativa, maior escolaridade, capacidade empreendedora mais autônoma e menos amarras aos governos. O lulopetismo, nascido no coração da classe trabalhadora do ABC, recuou para as áreas do País onde a ação do governo supre a ausência de uma sociedade civil ativa e de setores produtivos mais independentes de decisões governamentais.

É falaciosa a afirmação de que houve vitória da oposição em áreas geográficas tomadas isoladamente: Sudeste rico em contraposição ao Nordeste pobre, idem quanto ao Sul ou quanto o Centro-Oeste em relação ao Norte. Ou de ricos contra pobres, à moda lulista. Por certo, como há maior concentração da pobreza nas áreas mais dependentes do assistencialismo governamental, houve, de fato, uma distinção na qual as faixas de renda pesam. Mas os 7 milhões de dianteira que Aécio levou sobre Dilma em São Paulo terão sido “dos ricos”? Absurdo. Nas áreas menos dependentes do governo, ricos e pobres tenderam a votar contra o lulopetismo e nas demais, a favor de Dilma, ou melhor, do governo. A votação na oposição no Acre, em Rondônia, em Roraima ou nas capitais do Norte e Nordeste se explica melhor pelo dinamismo do agronegócio e pelos serviços que ele gera e, no caso das capitais, pela maior autonomia de decisão das pessoas.

Esse o xis da questão. Eleito com apoio dos mais dependentes (não só dos mais pobres, mas também dos dependentes da “máquina pública” e das empresas a ela associadas), o “novo” governo precisa fazer uma política econômica que atenda aos setores mais dinâmicos do País. Vem daí certa tristeza na vitória: a tarefa a ser cumprida seria mais bem realizada com a esperança, o ânimo e o compromisso de campanha dos que não venceram. Cabe agora aos vitoriosos vestir a camisa de seus opositores (como Lula já fez em 2003), continuar nos maldizendo e fazendo mal feito o que nós faríamos de corpo e alma, portanto, melhor. Atenção: a economia não é tudo. Menos ainda um ajuste fiscal. O êxito de uma política econômica depende, como é óbvio, da política. Economia é política. Política exige convicção, capacidade de se comunicar, mensagem e desempenho. No Plano Real coube-me ser o arauto, falar com a sociedade, ir ao Congresso, convencer o próprio governo. O presidente Itamar Franco teve a sabedoria de indicar, para me suceder, o embaixador Ricupero, que fez o mesmo papel. E agora, quem desempenhará a função de governar numa democracia, isto é, obter o apoio, o consentimento, a adesão dos demais atores políticos? Do Congresso, das empresas, dos sindicatos, das igrejas, da mídia, numa palavra, da sociedade.

A presidenta Dilma, mulher sincera, ciosa de suas opiniões, terá condições para se transmutar em andorinha da mensagem execrada por ela e sua grei? A nova equipe econômica terá esse perfil ou se isolará no tecnicismo? O “petrolão” será uma ventania ou um tufão a derrubar as muralhas do governo e da “base aliada”? E a oposição, ela se oporá de verdade ou embarcará no tecnicismo e na boa vontade à espera que o “mercado”, sobretudo o financeiro, se acalme e tudo volte à moda antiga? O mesmo se diga de cada setor da sociedade.

É mais fácil rearranjar a economia do que acertar a política. Que fazer com essa quantidade de partidos e ministérios, interligados mais por interesses, muitos dos quais escusos? Sem liderança, nada a fazer. Com miopia eleitoreira, menos ainda. Tomara não sejam os juízes os únicos a purgar nossos males, como ocorreu na Itália, até porque no exemplo citado o resultado posterior, a eleição de um demagogo como Berlusconi, não foi promissor.

Oposições continuarão resistindo à aprovação de projeto que acaba com superávit

15323653483_f5d91c8bf0_k-300x199As oposições, no Congresso Nacional, vão resistir à aprovação final do projeto do governo (PLN 36/14) que acaba com a meta do superávit primário (poupança para pagamento da dívida pública). O texto-base do PLN foi aprovado na madrugada desta quinta-feira (4), mas ficou faltando votar uma emenda do líder da Minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (MG) para completar a votação. Assim, a proposta volta a ser apreciada pelo Congresso Nacional em sessão marcada para terça-feira (9) a partir das 12 horas.

“Mesmo sabendo que é muito difícil derrotar o rolo compressor do governo, vamos continuar usando todos os recursos regimentais para impedir esse novo calote do governo Dilma aos cofres do país”, assegurou Domingos Sávio.

O líder lembrou que a aprovação da proposta do governo significa, na prática, rasgar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Editada em 04 de maio de 2000, o seu objetivo principal é impor o controle dos gastos de estados e municípios, condicionado suas despesas às receitas auferidas.

Toma lá, dá cá – Domingos Sávio destacou ainda a indignação da sociedade brasileira diante da manobra da presidente Dilma Rousseff que, na última sexta-feira, portanto às vésperas da votação do projeto do governo, assinou o Decreto 8.367 que condiciona a liberação de R$ 447,7 milhões em emendas parlamentares individuais à aprovação do PLN 36/14

“A condenável prática do toma lá dá cá se institucionalizou em definitivo na política brasileira no momento em que a presidente baixou esse decreto”, denunciou o deputado.

Emenda – A emenda de Domingos Sávio que impediu a votação final do projeto do governo que acaba com o superavit primário deste ano tem como objetivo limitar as despesas correntes discricionárias (que o governo pode escolher se executa ou não) ao montante executado no ano anterior.

Ao justificar sua iniciativa, o parlamentar destacou que em um momento de grave crise fiscal, a redução das despesas correntes discricionárias neste exercício poderá auxiliar o governo a atingir melhor resultado primário. “Conforme o relatório do Resultado do Tesouro Nacional de setembro passado, o item “outras despesas e custeios”, já excluídos os gastos com benefícios assistenciais, cresceu 20% no acumulado de nove meses em 2014 comparativamente ao mesmo período do ano passado”, informou o líder.

Finalmente, Domingos Sávio advertiu que após contabilizar um resultado primário negativo em mais de R$ 20 bilhões em setembro, o pior para o mês na série histórica, o que levou a um déficit primário em 2014 de R$ 15,7 bilhões, a redução de gastos do governo se faz cada vez mais necessária. “Se por um lado a receita total do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) cresceu 7,2%, a despesa avançou quase o dobro: 13,2%”, comparou Domingos Sávio.

Da assessoria do deputado/ Foto: Alexssandro Loyola/Portal do PSDB na Câmara

Mudança de previsão do PIB sugere “ano mais doloroso” para a economia, diz Flexa

flexa-ribeiro-foto-george-gianni-psdb-4Brasília – O governo federal passou de 2% para 0,8% sua previsão para o crescimento do PIB brasileiro em 2014. A alteração, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, busca passar mais credibilidade ao mercado e ajustar as receitas públicas. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que a medida sugere um ano de mau desempenho na economia e também mostra as contradições do governo de Dilma Rousseff.

Flexa lembrou que ao longo de 2014 o governo se caracterizou por apresentar projeções para o PIB que não corresponderam à realidade. “O ministro Guido Mantega esteve por diversas vezes na CAE [Comissão de Assuntos Econômicos do Senado] e em um momento disse que teríamos crescimento de 5%, depois de 4,5%, 3,5% e acabamos com somente 0,1%. Se a nova equipe econômica mantiver esse perfil de ir rebaixando suas previsões ao longo do ano, teremos um ano mais doloroso para a economia e um crescimento digno de rabo de cavalo, indo apenas para baixo”, destacou.

O senador criticou também o fato de a alteração da previsão ter sido apresentada pelo governo apenas após o período eleitoral. Flexa lembrou que, ao longo da campanha, Dilma apresentou aos cidadãos um país equilibrado, apto para tirar as pessoas da miséria e também imputou ao adversário, Aécio Neves, decisões como o aumento da taxa de juros – prática feita pela própria petista dias depois da eleição.

“Fez tudo o que disse que o concorrente faria, inclusive nomear um ministro de características ortodoxas [Joaquim Levy, novo titular da Fazenda]”, afirmou.

A matéria da Folha destaca que a nova previsão para o PIB impactará o Orçamento da União para 2015 – a previsão inicial, segundo o jornal, tinha uma perspectiva “muito otimista” para o crescimento. A partir de 2016, a expectativa de 3% deve ser retomada.

PE: O governo Dilma fixou que a eleição não tem preço, diz Bruno Aráujo

bruno-araujo-p-facebook-foto-george-gianni-psdb--300x199Recife (PE) – Mesmo com a ampla base governista no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff enfrenta, há 20 dias, uma forte resistência das oposições na votação do projeto do governo que anistia a presidente de crime de responsabilidade fiscal por ter passado de todos os limites nos gastos públicos.

Para o presidente do PSDB de Pernambuco, deputado federal Bruno Araújo, a força da reação ao PLN-36 comunga com a oposição de 51 milhões de brasileiros que se indignaram com a presidente Dilma nas eleições deste ano. A população percebeu, avalia o tucano, que com esse projeto “o governo tomou deliberadamente a decisão de fixar que a eleição não tem preço”.

“A gente fala de dinheiro público como uma coisa distante, mas nada mais é do que dinheiro tirado do bolso das famílias que deixam de escolher o que querem consumir. Esse projeto nada mais é do que o resultado do fato de a presidente ter deixado de poupar recursos, como faria qualquer cidadão que tem seu empréstimo consignado e deixa de pagar os juros. Ele sabe que terá que tomar mais dinheiro emprestado, a juros mais altos, para poder tocar a vida. Só que para o governo isso é cômodo porque ele tira do bolso do consumidor. Essa conta quem vai pagar é a população. Não tem almoço grátis”, alerta Bruno.

O parlamentar lembra da falta de precedentes no Congresso Nacional dos limites da histórica adesão da base aliada a um governo em votações como essa. O tucano se refere ao decreto da presidente que oficializou o “toma lá, dá cá” na relação Executivo-Legislativo, ao condicionar a liberação das emendas parlamentares à aprovação do PLN-36. “A a gente sabe que o histórico de adesão do parlamento faz parte da cultura brasileira, mas agora ele se excede. Isso é grave”.

Bruno Araújo reagiu, ainda, à proibição de acesso da população ao Congresso Nacional na votação do PLN-36, sanção que deve ser mantida na próxima sessão marcada para a semana que vem. “Não temos precedente no Congresso Nacional, desde a redemocratização, de a população ser impedida de participar de votação no Congresso. Todos lembram dos anos ferozes de oposição do PT, períodos que poderiam ser extremamente tumultuados, e a população sempre participou para expor suas posições. Agora chegamos ao limite com o governo Dilma na votação desse projeto que tanto mal faz à saúde financeira do Brasil e afeta diretamente a vida dos brasileiros com aumento da taxa de juros e da inflação”.

*Da assessoria de imprensa do PSDB-PE

“Governo novo; medidas velhas”, por Cyro Miranda

cyro-miranda-foto-george-gianni-psdb--300x200Os primeiros movimentos do novo governo da presidente Dilma já apontam para uma velha medida: aumento de impostos.

Querem ressuscitar a Contribuição Provisória sobre Manutenção Financeira, a CPMF, e aumentar a Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico, a Cide.

Tornar, sob qualquer pretexto, a carga tributária no Brasil ainda maior, certamente, não vai contribuir para promover a retomada do crescimento do PIB.

Muito pelo contrário, trazer de volta um imposto injusto e anacrônico, como a CPMF, sinaliza que, no lugar de fazer uma reforma do Estado, o governo da presidente Dilma quer continuar com esta gigantesca máquina pública, para abrigar correligionários políticos.

O Senado rejeitou a prorrogação da CPMF, porque atendeu ao clamor da sociedade brasileira, tão pressionada por uma das mais altas cargas tributárias do mundo.

Não é justo colocar sobre os ombros do trabalhador o peso do inchaço da administração. O governo não deve aumentar os impostos, nem com a CPMF, nem com a Cide.

O que é preciso e inadiável é colocar freio no desejo  arrecadador de um governo que parece não querer entender como o Brasil anseia por uma administração pública mais séria e comprometida com o uso adequado do dinheiro público.

Uma gestão de qualidade deve ser caracterizada pelo corte neste injustificável número de ministérios e secretarias. Além disso, é preciso por fim nas infindáveis nomeações políticas.

O Estado precisa estar a serviço da sociedade e não pode ser transformado em verdadeiro balcão de negócios em favor do aparelhamento partidário do Poder Público.

A presidente Dilma encerra mal o primeiro mandato, com pífio resultado da balança comercial e péssimo desempenho do PIB. Com certeza, começará mal o segundo mandato se optar pelo aumento da carga tributária. Isso será um despropósito, um desserviço à Nação.

A presidente deveria aproveitar o atual momento político para propor mudanças estruturantes para o Brasil, como uma inadiável Reforma Tributária.

O Brasil tem de compatibilizar a carga tributária com os níveis adequados ao de nações emergentes. O momento é de ousadia e inovação, de ouvir os setores produtivos e buscar alternativas gerenciais, voltadas à competitividade e à produtividade.

A  CPMF é perversa, porque a CPMF tributa da mesma forma o rico e o pobre, o pequeno e o grande empresário, e injusta, porque quanto mais se contribui, mais se é tributado pela CPMF. O Brasil precisa de caminhos novos, não de velhas medidas.

Senador Cyro Miranda (PSDB-GO). Artigo publicado no jornal O Popular (GO), em 04.12.2014

“As bombas de 2015″, análise do ITV

dilma-foto-george-gianni-psdbRecordar é viver. No dia 6 de maio passado, Dilma Rousseff reuniu um grupo de mulheres jornalistas para um jantar no Palácio da Alvorada. Sua mais eloquentefrase foi esta: “É absurda essa história de o Brasil explodir em 2015. É ridículo. Pelo contrário, o Brasil vai bombar”. O site oficial do PT ainda foi além: disse que esta era uma “garantia” dada pela candidata à reeleição.

Pelo que prevê a Lei de Diretrizes Orçamentárias enviada ontem ao Congresso, parece que nem a Dilma presidente crê na Dilma candidata. As bombas a explodir no ano que começa dentro de 26 dias são de natureza bastante distinta da prometida pela presidente: crescimento menor, inflação ainda bastante alta e dívida pública – tanto a bruta, quanto a líquida – subindo mais.

A previsão oficial de crescimento do PIB baixou agora para 0,8%, o mesmo que preveem, na média, os analistas de mercado que o Banco Central consulta semanalmente. E também em linha com as estimativas da Cepal, anunciadas no início da semana: em todo o continente, assim como neste ano, em 2015 o Brasil só deverá crescer mais que a Argentina e a Venezuela. Que bomba!

A previsão oficial anterior, feita durante o período eleitoral, era de crescimento de 3%. Em novembro, mês que acaba de acabar, o governo reviu a estimativa para 2%, mais que o dobro da ora adotada, segundo dizem, pela dupla Joaquim Levy-Nelson Barbosa. Como se consegue errar tanto em tão pouco tempo?

Os compromissos mais realistas da nova LDO para 2015 seriam os primeiros “atos de austeridade” da nova equipe econômica que ainda não assumiu a caneta. Antes, porém, o hábito de errar não dá trégua. Ontem foi a aprovação do projeto que achincalha a Lei de Responsabilidade Fiscal e anistia Dilma de crime de responsabilidade por não cumprir metas orçamentárias.

Anteontem, a equipe que está de saída passou o rodo e baixou um pacotão de lambanças fiscais. Aportou mais R$ 30 bilhões no BNDES para custear mais empréstimos camaradas pera empresários amigos e autorizou o governo a usar dinheiro que deve servir para momentos de crise para pagar despesas obrigatórias de 2014. Tudo por meio de medida provisória, na calada.

Passados 40 dias da reeleição, Dilma Rousseff até hoje não se dignou a vir a público explicar por que se elegeu dizendo uma coisa e agora se prepara para governar fazendo outra, diametralmente oposta. O máximo que fez foi assinar uma carta, não ao povo brasileiro, como a ocasião exigiria, mas a um banco estrangeiro de investimento. Nela, repete as mesmas profissões de fé no mercado que fez em 2010 e nunca cumpriu. Nada mais representativo da conversão envergonhada da presidente. Nada mais significativo de seu pouco caso pelos cidadãos. Ela até tem certa razão: em 2015, o país vai bombar.

“Siga o Dinheiro”, análise do ITV

petrobras1Começam a surgir evidências bastante robustas de que a prática que parecia ter tido seu ápice no mensalão está mais viva do que nunca no PT. O uso de dinheiro sujo para financiar campanhas e, assim, garantir a permanência do partido no poder agora tem nota fiscal e recibo oficial. O que mudou foi a escala: agora, tudo é na casa dos bilhões.

Novos depoimentos de investigados na Operação Lava Jato indicam que parte da propina decorrente de contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras era paga na forma de doações oficiais ao PT. O valor era definido como percentual dos montantes contratados pela estatal. Tudo na ponta do lápis e das planilhas.

Há pelo menos R$ 3,6 milhões em doações desta natureza de uma das investigadas, a Toyo Setal, registradas entre 2008 e 2011 ao partido. A maior parcela entrou nos cofres do PT às vésperas da eleição em que Dilma Rousseff venceu José Serra e tornou-se presidente. Dos cofres do diretório nacional do PT saíram, por sua vez, R$ 21 milhões para a campanha dilmista de 2010. É onde pode estar o rastro de ilegalidade que chegaria aos dias atuais.

As contas da campanha petista encerrada em outubro último também estão eivadas de suspeitas. Há gastos não declarados, como pagamentos a blogs aliados, e contas maquiadas, como as referentes a remessas de correspondências pelos Correios sem o devido registro.

É espantoso, ainda que não surpreendente, como os cofres do PT vivem aos borbotões desde a ascensão de Lula ao poder. Neste ano, o partido fez a mais cara campanha eleitoral da história e uma das mais custosas de que se tem notícia em todo o mundo: previa gastar R$ 298 milhões, gastou mais ainda (R$ 318 milhões) e mesmo assim sobrou dinheiro.

Recorde-se que o PT já entrou no ano eleitoral com as burras lotadas. Apenas em 2013, ano sem eleições, arrecadou oficialmente R$ 79,8 milhões, dos quais 75% vieram de empreiteiras. É mais que tudo o que a campanha de Eduardo Campos e Marina Silva conseguiu reunir nesta eleição.

Nos estados, novamente as campanhas petistas foram as mais ricas, a começar pela que elegeu Fernando Pimentel governador de Minas. Foram R$ 52,2 milhões, sem falar nas malas de dinheiro que, ainda na campanha, a polícia apreendeu com assessores dele. O preferido das empresas investigadas pela Lava Jato foi o petista Rui Costa, eleito na Bahia.

Até aqui se diz que as falcatruas em torno dos negócios da Petrobras podem ter girado R$ 10 bilhões. Estimativas sugerem que uns R$ 2 bilhões podem ter ido parar nos cofres do PT. São muitos os depoimentos colhidos pela PF até agora apontando na mesma direção.

Resta seguir as pegadas deixadas pelo dinheiro sujo de lama para ver onde ele foi parar. Crescem as chances de a dinheirama roubada do povo brasileiro ter chegado aos mais altos degraus da hierarquia de poder. Que as investigações avancem para que aqueles que devem paguem por isso. Custe isso o que custar, a quem custar.