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Inflação

Pesquisa aponta que brasileiros estão menos otimistas com o país

ManifestaçãoFigueiróINT-300x200Brasília – Os brasileiros estão menos otimistas com o país. É o que apontou a pesquisa do Datafolha, em que leva em consideração fatores como expectativa relacionada à inflação, emprego, poder de compra e outros aspectos econômicos. O estudo agrupou resultados de pesquisas atuais e de 2013. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (14).

O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) alertou que a insatisfação da população é o resultado dos descaminhos do Brasil em relação aos projetos do governo federal, que são sem essência e “param no meio do caminho”.

Para o tucano, a população tem a percepção que o governo só é propaganda. “A administração do PT é marcada por escândalos, má gestão e por falta de infraestrutura. É um governo deteriorado”, alertou.

Pesquisa
O estudo é baseado em uma escala que varia de zero a 200. Nessa escala, o zero representa a total falta de confiança por parte de toda a população. Os 200 só seriam atingidos se todos os entrevistados demonstrassem entusiasmo máximo com todos os fatores avaliados.

Os dados da última pesquisa, realizada nos dias 2 e 3 de abril pelo Datafolha, mostraram que o índice de confiança caiu para 109. Em março de 2013, era 148. Há um recuo de 39 pontos, o que equivale a uma queda de quase 20% no sentimento geral de confiança dos brasileiros no país.

A pesquisa reforça a diminuição da taxa de aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição.

Segundo Macris, só é possível reverter à situação tirando o PT do comando. “Nós, da oposição, estamos prontos para a mudança de um projeto esgotado e a população também está começando a perceber essa necessidade de troca”, disse.

Previsão para 2014: Inflação mais alta e crescimento menor

Dinheiro-Foto-Divulgacao1-300x199Brasília (DF) – O Boletim Focus, relatório divulgado pelo Banco Central com as estimativas das instituições financeiras, informa que a previsão para o PIB (produto Interno Bruto) deste ano ficou menor, enquanto a estimativa de inflação cresceu.

De acordo com o levantamento, baseado em análises de mais de 100 bancos, a previsão para o IPCA (considerado a “inflação oficial” do país) de 2014 passou de 6,3% para 6,35%. Foi a quinta elevação consecutiva deste indicador. Para 2015, a expectativa dos analistas para a inflação avançou de 5,80% para 5,84%.

As informações são do site G1 nesta segunda-feira (7).

Com o novo aumento na previsão para o IPCA deste ano, a estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2014, portanto, se aproxima mais ainda do teto de 6,5% vigente no sistema de metas. Nos últimos quatro anos, a inflação tem oscilado ao redor de 6%. Em 2010, somou 5,91%, passando para 6,50% em 2011, para 5,84% em 2012 e para 5,91% no último ano.

Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC tem que calibrar os juros para atingir metas preestabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2014 e 2015, a inflação tem de ficar em 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

A perspectiva do mercado financeiro é que a alta de juros, realizada na semana passada pelo Banco Central, não seja a última elevação no ano da taxa básica da economia brasileira – que vem avançando desde abril do ano passado para conter pressões inflacionárias. Para o fechamento de 2014, a previsão dos analistas para a taxa de juros permaneceu em 11,25% ao ano e, para o final de 2015, ficou estável em 12% ao ano.

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, a previsão dos economistas recuou de 1,69% para 1,63% na última semana. Foi o segundo recuo seguido deste indicador.

O crescimento previsto para 2014 segue abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5% – e também está menor do que a previsão feita pelo BC no mês passado (2%). Para 2015, a perspectiva de expansão da economia brasileira, feita pelos analistas do mercado financeiro, ficou inalterada em 2% de alta.

“Brasil precisa de uma urgente correção de rumo”, diz Aécio Neves

foto-34-300x200São Paulo (SP) – Diante de uma plateia formada por 518 lideranças empresariais, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta segunda-feira (31), em São Paulo, uma correção urgente nos rumos da política econômica brasileira.  Para ele, o Brasil hoje discute problemas econômicos que já deveriam ter sido superados, como o controle da inflação, os gargalos de infraestrutura e explosão dos gastos públicos.

“Os equívocos na condução da política econômica e na gestão do Estado podem nos levar a um cenário de imensas preocupações. O Brasil precisa de uma urgente correção de rumo. Estamos discutindo uma agenda que já deveria ter sido superada”, disse o senador.

Para Aécio, o governo do PT perdeu a oportunidade de fazer as reformas necessárias para o país ainda no governo Lula, quando o presidente contava com ambiente econômico favorável, ampla base no Congresso e popularidade em alta.

“Se tivesse havido ali vontade política para apresentar ao Congresso pra valer um conjunto de medidas estruturantes, certamente a situação do Brasil seria diferente da que estamos vivendo hoje”, analisou ele.

Líderes

A palestra foi organizada pelo Lide, grupo de líderes empresariais com mais de 1,4 mil empresas filiadas, que, juntas, representam 51% do PIB brasileiro. O evento contou as presenças dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Minas Gerais, Antonio Anastasia. O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) também prestigiou o encontro.

O presidente nacional do PSDB ressaltou que o país precisa simplificar a carga tributária e reduzir a burocracia. Aécio também defendeu a gestão eficiente do Estado como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. “Sou um entusiasta da gestão eficiente no serviço público. A eficiência é inimiga da burocracia”, afirmou ao comentar os resultados positivos alcançados pelo PSDB no governo de Minas Gerais.

Quadro perverso

 Na avaliação do presidente do PSDB, o uso de artifícios para equilibrar as contas federais, como a maquiagem no superávit primário, minou a credibilidade do país. Aécio também disse aos empresários que o atual governo passou anos demonizando as privatizações e agora as fazem de forma envergonhada na tentativa de recuperar o tempo perdido. “Isso causou um atraso enorme para nossa infraestrutura”, lamentou.

Outro ponto abordado pelo senador foi o inchaço da máquina pública federal, hoje com 39 ministérios e mais de 22 mil cargos comissionados. Aécio Neves defendeu a redução pela metade do atual número de pastas na Esplanada e a adoção de critérios técnicos para a indicação de gestores para cargos públicos.

Para Aécio Neves, o governo federal falhou também no combate à inflação, prejudicando principalmente as famílias de baixa renda. “Temos um hoje um quadro extremamente perverso, com inflação alta e crescimento baixo”, disse.

“O Brasil cada vez mais caro”, análise do ITV

consumidorebcEstá cada vez mais caro sobreviver no Brasil. A inflação não dá trégua; a carga de impostos só sobe; os desequilíbrios criados pela intervenção excessiva do governo na economia e pelas soluções artificiais que nada solucionam só pioram a situação. Desse jeito, o país não para em pé.

A inflação está de novo em escalada. Os índices de preços sobem justamente quando o governo dizia que cairiam, como mostra o Valor Econômico. Isso não chega a ser novidade: em geral, nos últimos tempos a economia brasileira tem se comportado sempre de maneira distinta da que os petistas dizem que ela se comportaria. Percebe-se um traço esquizofrênico na nossa política econômica.

Em fevereiro, o IPCA tornou a subir, chegando a 0,69% no mês. Em 12 meses, acumula aumento de 5,68%. Custos com escolas foram o item que mais pesou no mês passado, mas no horizonte altista estão os alimentos, cujos preços salgados o consumidor já está sentindo no bolso. A perspectiva é de que a alta se mantenha neste mês de março.

A seca que drena os reservatórios e põe o país sob risco de racionamento de energia também está afetando diretamente a produção de legumes, hortaliças e frutas, cujos preços estão pela hora da morte. Em média, ficaram 11,4% mais caros em fevereiro, de acordo com o IBGE. Um quilo de tomate, que subiu 67% em fevereiro no principal entreposto de São Paulo, já chega a custar R$ 20.

A inflação deste primeiro trimestre deverá ser mais alta do que a dos três meses iniciais de 2013. Mesmo eliminando comportamentos destoantes, como os causados pela falta de chuvas, os índices de preços estão agora mais elevados do que há um ano. Poderia ser apenas uma preocupação estatística, mas é bem mais que isso.

Ocorre que, neste último ano, a taxa básica de juros do país subiu 3,5 pontos percentuais, justamente para frear os preços. A Selic saiu de 7,25% ao ano em março de 2013 para os atuais 10,75%. Ou seja, aumentou quase 50% em menos de 12 meses, mas a inflação simplesmente não saiu do lugar – em alguns aspectos, até piorou.

Não fosse o garroteamento artificial de preços como o da energia e o da gasolina, a inflação estaria mais alta. Os preços livres exibem alta de algo como 7% ao ano e os serviços sobem ainda mais, por volta 8,2%. Preços que o governo controla aumentam em torno de 1,5%, mas este calmante tem limite e já está com prazo de validade vencido.

Não será possível segurar artificialmente custos em alta por muito mais tempo. Os combustíveis já iniciaram um processo de correção no ano passado, mas ainda continuam bastante defasados em relação ao preço que a Petrobras paga para importá-los do exterior – o que está na raiz do desmonte da nossa maior estatal.

Com a energia, dá-se o mesmo. O governo tentou derrubar os preços na marra, mas fracassou.

Diante de riscos crescentes de racionamento – de “zero” a chance subiu para “baixíssima” e ontem escalou mais um degrau para “baixa” – os custos explodiram. O Tesouro – leia-se os contribuintes – tentou matar a conta no peito, mas ontem também admitiu que a repassará para os consumidores a partir de 2015.

Como se não bastasse este arrazoado de preços em desequilíbrio e em galopada, nossa carga tributária segue alta e em expansão. Registrará aumento em proporção do PIB nos quatro anos da atual gestão e em sete dos oito anos em que Guido Mantega responde pela condução da política econômica do país. É conta que fica mais salgada para ser paga pelo contribuinte.

Não há menor sombra de dúvida de que a chamada nova matriz econômica do governo petista fracassou. Na realidade, ela é a velha diretriz estatista, que a experiência mundial já tinha varrido para debaixo do tapete, mas gente como a presidente Dilma Rousseff insistiu em tentar ressuscitar. Fizeram o país de laboratório e a experiência deu toda errada. Quem paga por isso somos nós.

Pessimismo dos economistas na indústria derruba projeção do PIB em 2014

industriaebc2-300x225Brasília (DF) – O desânimo que assola investidores e especialistas da área econômica conseguiu derrubar, mais uma vez, a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014. De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda (10), feita pelo Banco Central semanalmente com instituições financeiras, a estimativa de crescimento da economia neste ano caiu de 1,7% para 1,68%. As informações são de reportagem desta terça-feira (11) do jornal O Globo.

O pessimismo dos analistas com a economia é associado ao desempenho da indústria. A perspectiva de expansão do setor também sofreu uma queda: de 1,8% para 1,57%. Essa foi a terceira semana seguida de baixa dos índices.“Com muita preocupação estamos vendo esse desequilíbrio da economia, onde uma coisa puxa a outra”, avaliou o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), integrante da comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara.

“Já enfrentamos a questão da queda da balança comercial, uma forte desindustrialização, estamos gerando menos empregos, comprando mais, e agora temos a volta da inflação”.

Inflação

 Na contramão da retração do setor industrial, a expectativa de inflação neste ano voltou a subir, segundo a pesquisa Focus. Passou de 6% para 6,01%, e distanciou-se ainda mais do centro da meta para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – 4,5% neste ano.

Para Tebaldi, a gestão petista carece de bússola e instruções precisas para encontrar o rumo certo: “Vivemos uma situação de grande preocupação. Parece que o governo federal perdeu o controle da economia”, afirmou.

“Por sorte temos o agronegócio, que tem sustentado o país. Mas o que precisamos é de planejamento, metas. Temos um governo de improviso, que não priorizou o investimento, especialmente em infraestrutura, não apoiou o setor industrial, não deu condições logísticas para o país crescer. Infelizmente, o bumerangue está voltando”, acrescentou.

“Inflação represada”, por Celso Ming

precosO governo Dilma parece pouco consciente do potencial desestabilizador da economia produzido pelo forte represamento dos preços administrados – os que dependem de autorização do governo.

Nesse campeonato, o Brasil ainda não virou uma Argentina, mas está no caminho. Na entrevista publicada no Estadão no domingo, o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa advertiu que “a inflação não cede porque há incertezas sobre se e sobre quando os preços de produtos como gasolina e energia serão reajustados”. Ou seja, a economia atua armada porque a qualquer hora podem vir reajustes que puxam todos os preços para cima. Barbosa não é um desses críticos inconsequentes de que a presidente Dilma se queixa. Até junho de 2013, era dos mais taludos da equipe econômica.

Para não ir muito atrás, no ano passado, a inflação dos preços livres saltou para 7,27%. Enquanto isso, a evolução dos preços administrados, correspondentes a 25% da cesta de consumo, não passou de 1,52%. O governo entende que, não fosse esse represamento, a inflação teria transbordado a barragem.

A contenção artificial dos preços administrados produz o efeito cocaína. O governo segura os preços para evitar inflação achando que um pouquinho só não faz mal e, depois, o pouquinho é seguido por outros pouquinhos que, somados, se transformam em poucão e aí a economia já está viciada e exige doses maiores de represamento para não criar nova crise.

A Argentina, por exemplo, está superviciada, o investimento mergulhou porque o empresário não quer mais produzir quase de graça e, se não forem reajustados de acordo com a inflação real passada, assalariados e aposentados mobilizam panelaços. Ou seja, a crise econômica tem potencial para virar crise política e aí é esperar por um salvador ou, simplesmente, pela internação.

Não está claro como o governo federal lidará com este problema neste ano de eleições. O governo do Rio, por exemplo, mesmo correndo o risco de novas manifestações, optou por reajustar as tarifas do transporte público em 9%. O acionamento das termoelétricas a gás, que operam a custos muito mais altos, pode aumentar a conta da energia elétrica em até de R$ 10 bilhões, dependendo do regime das águas.

O Banco Central do Brasil não espera pela normalização. Na última Ata do Copom avisou que, neste ano, trabalha com uma evolução dos preços administrados de 4,5%. O mercado espera 4,06%. São números que aumentam o problema porque não tiram o atraso anterior e não dão cobertura suficiente para o futuro. A inflação esperada é agora de 5,93%, como aparece na Pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.

O represamento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica já produziu distorções. Esmerilhou as finanças da Petrobrás e das concessionárias de energia elétrica, corroeu o setor produtor de açúcar e etanol e, como disse o ex-secretário Nelson Barbosa, antecipa remarcações defensivas do setor privado. Ou seja, uma política montada para reduzir a inflação está produzindo efeito contrário: está criando inflação.

Band-aid contra enfarte. De que adianta o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, prometer recursos para melhora da tecnologia da produção do etanol, como fez nesta segunda, se não contribui para reverter o sucateamento do setor?

Cadê você? Por onde anda o ministro Guido Mantega? Sempre tão falante, de repente emudeceu. Vai que está mergulhado na meta de produção de um superávit crível das contas públicas…

*Celso Ming é colunista

*Coluna publicada no jornal O Estado de S.Paulo – 18-02-14

“Governo gastador”, análise do ITV

planalto2-300x200Governo que gasta muito é como casa desarrumada. Governo que investe pouco é como família que não constrói seu futuro. O que na economia doméstica podem ser meros pecadilhos, na gestão de um país é falha grave. Mas assim tem sido na administração das
contas públicas brasileiras pela gestão Dilma.

Ontem, o Tesouro Nacional divulgou os números finais da contabilidade oficial de 2013. Em linhas gerais, o governo federal gastou como nunca, investiu uma ninharia e produziu o menor saldo fiscal desde 2009, ano de crise econômica brava. Mesmo com tudo isso, porém, a equipe econômica petista se deu por satisfeita.

O superávit do governo central fechou em R$ 77 bilhões, levemente acima dos R$ 73 bilhões acordados – recorde-se que, no início do processo, quando da proposição da lei orçamentária de 2013, a meta fiscal havia sido definida em R$ 83 bilhões, valor depois substancialmente reduzido.

Parece incrível que, a despeito de toda a desconfiança, o governo Dilma tenha conseguido entregar o que, a duras penas, prometeu. E é incrível mesmo. Dos R$ 77 bilhões do superávit, a economia efetiva de despesas representou apenas 21% do resultado, conforme calculou O Estado de S.Paulo. Ou seja, o esforço fiscal real da gestão petista não passou de R$ 16 bilhões no ano.

Tudo o mais (equivalente a R$ 61 bilhões) veio de receitas extraordinárias e pagamentos de estatais: R$ 22 bilhões vieram de concessões (principalmente os bônus do campo de Libra), R$ 21,8 bilhões de débitos de empresas renegociados com o fisco e R$ 17 bilhões de dividendos pagos por estatais e, notadamente, pelo BNDES. Assim fica fácil…

O superávit de 2013 equivale a 1,6% do PIB. Foi o menor em quatro anos e quase 13% inferior ao de 2012. Não custa lembrar que, em 2011, primeiro ano da atual gestão, o saldo fiscal havia sido de 3,1% do PIB. Ou seja, economizamos cada vez menos, sem ver este dinheiro
ser empregado em prol do desenvolvimento do país e da melhoria das condições de vida da população.

A coisa fica mais feia quando se decompõe o resultado. O governo torrou dinheiro como nunca no ano passado: o equivalente a 19% do PIB, patamar de gastança nunca antes atingido. No mesmo período, as despesas com investimento representaram mero 1,3% do PIB, mesmo assim anabolizadas pelos subsídios ao Minha Casa, Minha Vida.

No ano passado, as despesas do governo aumentaram R$ 109 bilhões, caminhando para atingir a casa do trilhão. Isso significa alta nominal de 13,6% na comparação com o resultado de 2012, enquanto as receitas aumentaram 11,2%. A pergunta que fica é: onde foi parar toda esta dinheirama, resultante dos tributos que pagamos todos os dias?

A maior parte serviu para bancar o aumento de despesas sociais, das quais o governo tem dificuldade de se desvencilhar. Mas uma parcela robusta – R$ 31,7 bilhões – foi torrada em despesas correntes. Mas, e os investimentos? Os investimentos ficaram com módicos R$ 3,8
bilhões deste bolo, com alta de magro 0,5% sobre 2012, descontada a inflação.

O governo petista, porém, não parece considerar que seu desempenho no manejo do dinheiro pago pelos contribuintes tem sido uma lástima completa. Só agora “parece convencido de que o rigor fiscal é um sinal importante para readquirir credibilidade junto aos agentes
econômicos, melhorar as expectativas e desafogar a política monetária”, conforme escreve hoje Claudia Safatle no Valor Econômico, depois de entrevistar Guido Mantega.

A gestão das finanças é um dos melhores indicadores da boa governança de um país. Tratar com zelo o dinheiro que é arrecadado dos contribuintes e dar-lhe a melhor aplicação é obrigação do administrador comprometido com o bem-estar da população. Quando isso não
acontece, é sinal de que o governo de turno preocupa-se apenas com seus pantagruélicos interesses e desdenha dos cidadãos.

“Oportunidade perdida”, análise do ITV

image_galhomeb-300x169Dilma Rousseff criou enorme expectativa em torno do discurso que faria em Davos na última sexta-feira. Mas frustrou quem esperava que ela fizesse o que realmente importa para o Brasil e para os brasileiros: emitir sinais críveis e inequívocos que permitam iniciar a recuperação da confiança – lá fora e aqui – no futuro do país.

A presidente da República falhou no exercício do papel que, diante das principais lideranças econômicas mundiais, dela se esperava e desperdiçou uma das últimas oportunidades que tinha para reverter a onda de descrédito e de baixa credibilidade que acompanha as medidas tomadas pela sua gestão. Foi decepcionante.

Dilma reiterou compromissos que sua prática de governo simplesmente não confirma. Para quem acompanha amiúde os passos da presidente e de seus principais auxiliares, sua fala na Suíça soou falsa. Quem há de hipotecar novo voto de confiança a diagnósticos e discursos que não admitem equívocos flagrantes e prometem o que não entregam?

A carta de intenções que Dilma leu em Davos não difere muito do que ela dissera em setembro, em Nova York, durante seminário organizado pelo banco Goldman Sachs. E o que mudou de lá para cá? Quase nada. “Prometer é uma coisa. Entregar é outra”, sintetizou um analista do mercado financeiro ouvido pelo Valor Econômico.

O momento exigia de Dilma um passo ousado, um discurso em que fizesse leitura fidedigna da situação do país, em que se comprometesse com mudanças necessárias e sinalizasse a correção de rumos indevidamente trilhados pela sua mal sucedida política econômica. Mas ela enveredou pela ficção. Quem chegasse da lua a Davos e ouvisse a presidente brasileira imaginaria que ela falava de algum paraíso na Terra.

Ao dizer que seu governo “busca o centro da meta de inflação” e tem “as contas públicas sob controle”, Dilma parecia estar discorrendo sobre outro país, não o Brasil, infelizmente. Afinal, nos últimos anos o custo de vida tem sempre rodado perto do teto da meta e, em muitos casos, muito acima dela – a cesta básica subiu mais de 10% na maior parte das capitais em 2012.

Aqui também, as despesas públicas crescem em ritmo muito mais acelerado do que as receitas do governo, mas quase nada é empregado em investimento público. Neste mesmo país, as contas externas estão em acentuado ritmo de piora, como mostrou o Banco Central na sexta-feira: nosso rombo nas transações com o exterior cresceu 50% e se aproximou de 3,7% do PIB, no pior resultado em 12 anos.

Um dos trechos que suscitou mais indignação nos brasileiros foi aquele em que ela disse que o Brasil está pronto para fazer “a Copa das Copas” – mais um ufanismo boboca que, de tão distante da realidade, irrita até o mais comum dos mortais. Basta dizer que uma de cada quatro obras previstas simplesmente não vai ficar pronta a tempo do Mundial, conforme o G1.

Também não dá para levar a sério quando a presidente da República fala em “qualidade institucional” quando é flagrante a ocupação fisiológica da máquina pública e o desmonte dos órgãos regulatórios. Menos ainda quando afiança que seu governo preza o “respeito a contratos”, tendo presente as intervenções truculentas no setor de energia e a manipulação dos preços dos combustíveis observadas nos últimos anos.

Uma das únicas coisas realmente corretas que a presidente disse é que “nosso sucesso nos próximos anos estará associado à parceria com os investidores do Brasil e de todo o mundo”. Pena que ela esteja fazendo muito pouco em prol deste êxito. Na verdade, sua prática de governo foi sempre na direção contrária a isso – mesmo com as correções pontuais executadas mais recentemente – numa relação permanentemente tensa com o setor privado.

No fim das contas, Dilma Rousseff fez um discurso para suíço ver, com compromissos pouco críveis com a austeridade e a preservação da solidez do país. Foi pouco mais que um rolezinho aos pés da montanha mágica que inspirou Thomas Mann – ao qual a nossa exausta presidente engatou um rolezão em Lisboa em hotel com diária de R$ 26 mil e 30 quartos ocupados por sua comitiva… Tempo e dinheiro do contribuinte desperdiçados.

Imbassahy diz que se empenhará pela aprovação do fator previdenciário

antonio-imbassahy-foto-gabriela-korossy-agencia-camara-300x196O futuro líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA,) reiterou nesta sexta-feira (24), o Dia Nacional do Aposentado, o compromisso de ampliar os esforços para que o projeto que trata do fator previdenciário seja levado à votação final no plenário da Câmara.

Segundo Imbassahy, a determinação é encontrar alternativas que permitam a recomposição salarial e, consequentemente a recuperação do poder de compra dos aposentados, que vem sendo corroído ao longo do tempo e agora agravada pela retomada da inflação.

“Não é justo que aqueles que já deram a sua contribuição pelo engrandecimento do país sejam penalizados por problemas econômicos de uma administração pública ineficiente”, afirmou o parlamentar, parabenizando os aposentados pela data.

Contribuição

O fator previdenciário é um coeficiente aplicado obrigatoriamente no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição dos trabalhadores da iniciativa privada, ou seja, aqueles cujos benefícios são vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) . O valor é calculado de acordo com o tempo de contribuição, idade e expectativa de sobrevida do segurado na data do requerimento do benefício.

O objetivo do fator é promover o ajuste entre as contribuições efetuadas pelo segurado da Previdência Social e o montante estimado que lhe será pago de aposentadoria. No entanto, como representa, na maior parte dos casos, redução no valor do benefício, tem recebido diversas críticas da sociedade e dos membros do Congresso Nacional.

Com informações da assessoria do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA)

“Governo Dilma perdeu o controle da inflação”, afirma Aécio Neves

aecio-neves-coletiva-600x400-300x200Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em entrevista à rádio da legenda ressaltou que o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu o controle da inflação.O senador reiterou sua preocupação com a má condução da economia e a ausência de transparência pública. Para o fortalecimento do Estado, o tucano ressaltou a necessidade de um “pacto federativo”.

Aécio lamentou ainda que as expectativas para a Copa de 2014 não atenderão às demandas dos brasileiros. Ele analisou as questões relativas ao desemprego e à violência, além da presença, pela primeira vez, da presidente no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

 

A seguir, a íntegra da entrevista:

Inflação
A grande verdade é que o governo da presidente Dilma perdeu, sim, o controle sobre a inflação e, infelizmente, a herança para o próximo governo será um crescimento extremamente baixo. Na América do Sul, cresceremos apenas mais do que a Venezuela, e uma inflação que já perturba atormenta a vida dos brasileiros.

Nós fizemos, agora, uma pesquisa nacional e vimos que a cesta básica, em 18 capitais pesquisadas, cresceu entre 10% e 17%, como aconteceu, por exemplo, em Salvador. Isso é extremamente grave. O controle da inflação foi a maior conquista do governo do PSDB, e a má condução da economia, a pouca transparência dos dados fiscais, a perda de credibilidade do Brasil junto a investidores, tudo isso vem contribuindo para que a inflação esteja fora de controle. Hoje, a inflação de alimentos já ultrapassou os dois dígitos. Portanto, é preciso que o governo tome medidas rapidamente, pois eu não acredito que esse governo tenha mais condições de fazer com que a inflação volte ao controle.

Desemprego
A questão do emprego já vinha sendo vista pelos jornalistas com enorme preocupação. Em primeiro lugar, o Brasil vem se tornando o país do pleno emprego de apenas dois salários mínimos. Se nós analisarmos os empregos de maior remuneração, empregos mais qualificados, apenas no período da presidente Dilma, foram fechados mais de um milhão de postos de trabalho, em razão do sucateamento do nosso parque industrial.

O Brasil vem perdendo competitividade na sua indústria e na exportação de manufaturados. Portanto, é preciso que, cada vez mais, nós possamos investir em qualificação. A qualificação de mão-de-obra é essencial para gerarmos empregos de melhor qualidade e também, obviamente, para garantirmos um crescimento mais robusto da nossa economia.

Hoje, o Brasil, infelizmente, na nossa opinião, na opinião do PSDB, vem se contentando com muito pouco. Vamos sempre comemorar a geração de empregos, mas nós queremos para o Brasil empregos de melhor qualidade.

Violência
Há muito tempo, eu tenho denunciado a irresponsável omissão do governo federal na questão de segurança pública. Todos nós, do Brasil, sabemos que é o governo federal que detém a maior parcela da arrecadação. Cerca de 60% de tudo que se arrecada no Brasil fica nas mãos do governo federal e ele participa com apenas 13% do conjunto dos investimentos em segurança pública. 87% estão nas mãos dos estados e municípios, que são aqueles que menos têm.

O governo federal, constitucionalmente, é o responsável pelo controle das nossas fronteiras, pelo tráfico de drogas e pelo tráfico de armas.

Portanto, a falta de parceria do governo federal com os estados, e eu denunciava isso desde os tempos em que era governador do estado de Minas Gerais, é uma das razões do agravamento, da insegurança, e, portanto, da criminalidade do Brasil. Por outro lado, o Fundo Penitenciário, que é um fundo existente hoje, aprovado no orçamento da União para apoiar os estados na construção de presídios.

O governo federal, ao longo dos últimos anos, executou apenas 10,5% do orçamento desse Fundo, mostrando que há realmente um despreparo do governo no enfrentamento dessa questão.
Repito: De tudo o que foi aprovado no orçamento, apenas cerca de 10% foram efetivamente implementados, o que mostra que o governo não trata com a seriedade e com a prioridade necessária na questão da segurança pública.

Eu apresentei um projeto no Senado Federal, que eu espero que agora possa ser aprovado, que garante que todos os recursos aprovados no Fundo Penitenciário e no Fundo Nacional de Segurança seriam transferidos, mensalmente, para os estados federais para que eles possam fazer o planejamento no enfrentamento da segurança pública. E, por outro lado, nós estamos fazendo um trabalho no Congresso Nacional de mudança, de alterações profundas no Código Penal para que nós possamos ter penas mais duras, mais rígidas, sobretudo para os delinquentes que são reincidentes.

Copa do Mundo
A grande verdade é que, se nós formos avaliar os números prometidos pelo governo e aqueles entregues até agora, nós vamos perceber que 75% de todas as obras de mobilidade urbana relacionadas à Copa do Mundo estão atrasadas e uma em cada quatro obras, simplesmente, não vai ficar pronta. 25% das obras não estarão prontas até a Copa do Mundo. Mais uma vez, a incapacidade gerencial do governo prevalecendo.

Portanto, aquilo que se esperava que pudesse ser o grande legado para as gerações futuras pós-Copa do Mundo infelizmente não acontecerá na dimensão que nós esperamos. Temos a expectativa de que o Brasil possa ir muito bem dentro de campo, mas o que nós estamos assistindo é que, infelizmente, em todas as regiões do Brasil há um conjunto enorme de atrasos em razão da inoperância do governo federal, da incapacidade que o governo federal tem de tocar essas obras, tanto em relação à Copa do Mundo como em relação a outras áreas.

O Brasil virou hoje um grande cemitério de obras inacabadas. Inacabadas e com sobrepreço, com preços muito além daqueles inicialmente previstos. Está aí a transposição do São Francisco, a Transnordestina, que é uma ferrovia muito importante para a integração também da região Nordeste, obras de infraestrutura no Centro Oeste, que poderiam estar melhorando o custo Brasil, facilitando o escoamento da produção daquela região. Tudo isso continua no papel e no conjunto de boas intenções. A grande verdade é que durante dez anos, o PT demonizou as privatizações e as concessões. Ele considerava isso quase que como um crime de lesa pátria. Depois de dez anos o PT se curva às concessões e faz isso de forma, infelizmente, açodada, despreparada, e o que eu tenho dito e repito, é que o aprendizado do PT no governo tem custado, infelizmente, muito caro ao Brasil.

Pacto federativo
Sem dúvida alguma, um novo repactuamento da Federação é essencial para o Brasil avançar. Eu tenho, desde que cheguei ao Congresso Nacional, debatido esse tema com prioridade. Nós estamos assistindo os municípios, os estados, cada vez mais sucateados, cada vez mais dependentes da União. E no momento em que o governo fez esse conjunto de desonerações, de alguma coisa em torno de R$ 80 bilhões no último ano, R$ 23 bilhões deixaram de ir para os cofres dos estados e dos municípios, que já viviam enormes dificuldades.

Eu apresentei uma proposta que, infelizmente, o governo federal não permitiu que avançasse no Senado, que impedia que essas desonerações pudessem atingir os cofres estaduais e municipais. Na nossa proposta, o governo poderia fazer desonerações, mas apenas nos tributos de sua responsabilidade e não em uma parcela que viesse a ser distribuída. Isso seria muito mais racional e muito mais justo. Infelizmente, nenhum dos temas do pacto federativo, como a renegociação da dívida dos estados, uma participação maior da União no Fundo de Participação dos Estados e Municípios, com um ou dois pontos percentuais a mais, aconteceu.

O governo prefere tutelar os estados e municípios, mantê-los sob o seu garrote, sob a sua influência, e isso tem sido extremamente perverso para com o Brasil e para com os brasileiros. Porque aqui todos nós sabemos: o brasileiro não mora nem na União, nem no estado. Mora no município, e os municípios são os que mais sofrem por essa ação centralizadora do governo central.

Dilma em Davos
Eu acredito que a presidente terá uma dificuldade muito grande de enfrentar a realidade. O sentimento, infelizmente, que se tem em relação ao Brasil hoje é de um país que não cumpre seus compromissos, que não respeita contratos, como aconteceu a partir de uma gravíssima intervenção no setor elétrico, que gere de forma inadequada as suas empresas, e a Petrobras é o mais triste exemplo de uma empresa que perdeu quase 50% do seu valor de mercado nos últimos anos e se transformou na empresa não financeira mais endividada do mundo, exatamente no momento em que ela precisava ter recursos para fazer face aos gigantescos investimentos e desafios que tem pela frente.

A presidente encontrará em Davos analistas do mercado financeiro, analistas em economia do mundo inteiro, que percebem que no Brasil não há confiabilidade em relação aos números, por isso tem havido crescentemente uma diminuição dos investimentos, em uma hora em que eles seriam extremamente necessários para que o Brasil voltasse a crescer de forma mais digna do que vem crescendo até aqui nesses últimos anos. O resultado, no período da presidente Dilma, é que o Brasil crescerá menos da metade da média dos nossos vizinhos somados, nossos vizinhos da América do Sul.

Portanto, infelizmente a presidente Dilma terá uma dificílima tarefa. Seria, a meu ver, muito mais adequado, muito mais produtivo, alguns sinais claros de transparência dos dados fiscais, de combate efetivo à inflação, de fortalecimento das agências reguladoras, sinalizando para o fim desse intervencionismo absurdo que ocorre em várias áreas. Essas ações em território nacional seriam muito mais efetivas, com resultados muito mais positivos para o Brasil do que uma simples visita e um simples discurso em Davos.