PSDB – MS

Inflação

“Juros e inflação nas alturas”, análise do Instituto Teotônio Vilela

abr081013dsc_5868-300x200No início de seu mandato, Dilma Rousseff prometeu aos brasileiros um período repleto de maravilhas. Iríamos crescer em velocidade de cruzeiro, o juro iria ficar baixinho, a inflação não incomodaria e a gerentona iria botar para quebrar realizando as obras que acelerariam o país. Uma a uma, suas promessas foram ficando pelo caminho.

Em relação ao crescimento econômico, nossa rotina de ocupar a rabeira dos rankings, inclusive regionais, já fala por si. Quanto aos investimentos, basta rodar o país para constatar que o que o governo da presidente conseguiu foi criar um cemitério de obras inacabadas espalhadas pelo Brasil afora.

Se a inflação já se tornou nosso drama de todo dia, ressuscitada pelo PT, os juros são a mais recente frustração deste rol de promessas de Dilma. Ontem, o Banco Central determinou a quinta alta seguida na taxa básica, elevando a Selic a 9,5% anuais. A alta já chega a 2,25 pontos percentuais desde abril.

O céu é o limite e a escalada não deve parar por aí, com a taxa chegando a 10% até o fim do ano, segundo previsões de mercado baseadas no comunicado emitido pelo Copom após a reunião de ontem. Em termos nominais, em todo o mundo apenas Venezuela e Argentina praticam juros básicos mais altos que o Brasil.

Mas, com a nova alta, o Brasil já bate qualquer país e volta a ostentar mais um título inglório: o de campeão mundial de juros reais. Segundo levantamento da consultoria Moneyou, ultrapassamos Chile e China e agora praticamos média de 3,5% ao ano. Se uma nova alta se confirmar na reunião do Copom de novembro, encerraremos o ano beirando 4% de juro real.

É exatamente o dobro do que Dilma prometeu no início de seu mandato. A presidente dizia que o Brasil teria juro real de 2%, patamar de país civilizado. Na base do voluntarismo, tungou a poupança e marretou a Selic até que a taxa fosse atingida. Mas o artificialismo da medida encontrou uma inflação renitente pela frente e o juro básico não tardou a voltar a subir, e muito.

O BC resolveu assacar sua arma mais potente porque se deu conta de que não dá para brincar com a escalada dos preços. Ontem, também foi divulgado o IPCA de setembro, que ficou em 0,35%, com alta em relação a agosto. Estima-se que, em outubro, o índice volte a subir, desta vez para 0,60%. O acumulado em 12 meses, porém, caiu um pouco, para 5,86%.

Ocorre que a inflação só não explode de vez no país porque o governo está garroteando os preços de serviços públicos como tarifas de energia, transportes públicos e combustíveis. Os chamados preços administrados sobem apenas 1,12% nos últimos 12 meses, o que equivale a cerca de um quarto de sua média histórica.

Isso significa que a inflação vem sendo contida – ainda que num nível que pode ser considerado altíssimo para uma economia que se pretende em desenvolvimento – à base de tranquilizantes.

Nos últimos 12 meses, os preços que não são controlados pelo governo subiram 7,39% e os serviços, 8,73%. Esse é, por baixo, o peso da carestia que os brasileiros sentem no bolso – no atacado, os preços aumentaram 1,36% em setembro, de acordo com o IGP-DI, e logo devem bater nas prateleiras do varejo.

Haverá mais pressões pela frente, com possíveis repasses de custos decorrentes do aumento do dólar e provavelmente um novo reajuste no preço da gasolina. O próprio Banco Central não crê que a inflação brasileira fique em menos de 5,8% neste ano e de 5,7% em 2014. Ou seja, Dilma passará seus quatro anos de mandato sem cumprir uma vez sequer a meta de 4,5%.

Se não tem como cumprir o que promete, a presidente da República poderia pelo menos zelar para que esta importante conquista da sociedade brasileira não se esvaia. Os juros altos são o remédio amargo que a gestão petista está tendo de administrar para não pôr a perder a estabilidade tão arduamente alcançada.

Indicadores de inflação e de produção industrial contradizem governo

Indústria segue estagnada e alta de preço atinge até 19%; presidente do PSDB-MS comenta

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Foto: Giuliano Lopes/ALMS

Dois indicadores divulgados num intervalo de três dias contradizem a versão do governo federal quanto à produção da indústria e à inflação. Conforme divulgado na Folha de S. Paulo desta quarta-feira, 2, em agosto, a indústria registrou recuo de 1,2% no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Em relação ao mês anterior, houve estabilidade, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quanto à inflação, o jornal divulgou anteontem que a alta de preços pode chegar a 19% nos supermercados, conforme pesquisa da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

“Ambos os indicadores mostram que o controle da estabilidade econômica não corresponde ao divulgado pelo governo federal”, disse o presidente do PSDB-MS, deputado estadual Marcio Monteiro.

Para o parlamentar, faltam atitudes mais enérgicas na condução dos gastos públicos, que estaria na base de problema como a inflação.

A Folha informa que, segundo projeções de analistas, neste ano a indústria deverá registrar um crescimento tímido. De janeiro a agosto, a produção industrial acumula alta de 1,6%, porém, nos doze meses precedentes o índice acumulado é de apenas 0,7%.

Inflação alta muda hábitos dos consumidores brasileiros na hora de ir ao supermercado

Inflacao-Agencia-Brasil-300x185Brasília – Em tempos de inflação alta, os brasileiros estão mudando hábitos de consumo para tentar economizar na hora de ir ao supermercado.

É o que mostra uma pesquisa da consultoria CVA Solutions com 6.985 consumidores de todo o país, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no domingo  (23).

O estudo mostra que os brasileiros voltaram a fazer compras do mês para alguns itens, como produtos de higiene e limpeza, e dividir a compra de alimentos, como comida pronta, petiscos e frios, em mais de um supermercado.

A pesquisa também revela que o consumidor passou a dar menos importância para itens como atendimento e qualidade de produtos e a valorizar mais preço, promoções e parcelamento.

O estudo foi realizado em agosto, quando a inflação acumulada em 12 meses pelo IPCA foi 6,07%. Na ocasião, os consumidores avaliaram 65 redes varejistas de todas as regiões do país.

Leia aqui a reportagem na Folha de S.Paulo.

Reinaldo cobra “intransigência” no combate à inflação

reinaldo_azambuja_foto_alexssandro_loyola“Temos que ser intransigentes com a inflação. É um mal que afeta principalmente a população de baixa renda”, avaliou o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), comentando alta do índice de inflação, conforme noticiado nesta sexta-feira (6/9) pela Folha de São Paulo.

Conforme dados do IBGE divulgados hoje, o IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor) registrou alta de 0,24% em agosto. O índice baliza a meta do governo, que em 2013 é de 4,5%.

Com os dados divulgados nesta sexta, o acumulado do ano é de 3,43%. Entretanto, conforme a Folha, especialistas afirmam que a câmbio traz risco de pressões inflacionárias e projeções apontam para a alta do IPCA próxima a 6% neste ano.

“A inflação não é neutra”, análise do Instituto Teotônio Vilela

Inflacao-foto-Divulgacao-300x200Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) é um dos assuntos mais chatos que existe. Mas, diante do giro de 180 graus que o Banco Central exprimiu no documento divulgado ontem, comentá-la torna-se imperativo. Até porque a montanha de jargões usados pelos técnicos trata de um aspecto crucial para a vida de cada brasileiro: a inflação.

Nos últimos meses, o BC vem desempenhando importante papel na guerra contra o descontrole dos preços. A autoridade monetária deixou de lado uma postura dúbia e vacilante e passou a tratar a necessidade de domar inflação com a dose de severidade que a situação exige.
Neste processo, promoveu quatro altas seguidas na taxa básica de juros, fazendo a Selic saltar de 7,25% em março para 9% em agosto. E sinaliza que o processo ainda deve continuar até lamber o patamar próximo a 10% ao ano.

Ao mesmo tempo em que o BC afiou suas garras de falcão, num outro ponto de Brasília o Ministério da Fazenda deu asas à pomba dos gastos. Ao esforço de um correspondeu a leniência do outro, na forma de esforços fiscais cada vez mais frouxos, despesas correntes cada vez mais altas e investimentos públicos cada vez mais minguados.
Apenas para se ter uma ideia: de janeiro a julho últimos, o aumento da despesa primária do governo federal foi de R$ 57,8 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto nestes mesmos sete meses o investimento cresceu apenas R$ 26 milhões.

As mais recentes atas do Copom denunciavam discrepâncias como estas. Apontavam o caráter “expansionista” da política fiscal e seu efeito deletério sobre a inflação. Foi um momento de integridade do BC, que, pelo que se revelou na ata divulgada ontem, luziu mais rápido do que raio em dia de céu claro.
Agora, o pessoal do BC acha que a máquina de torrar dinheiro que funciona no Ministério da Fazenda e arredores não colide com o controle da inflação. No dizer dos técnicos, a política fiscal petista é condizente para que “o balanço do setor público em posição expansionista se desloque para a zona de neutralidade”. Ninguém entendeu tão radical guinada.

Entre julho e agosto, as condições fiscais do país não apresentaram melhora alguma que justificasse a mudança do BC. O superávit feito para pagar juros neste ano já será menor que o maquiado resultado de 2012. E, pior, o de 2013 será ainda mais rasteiro, descendo ao patamar mais baixo em 12 anos, conforme proposta de Orçamento enviada ao Congresso na semana passada.

Segundo Claudia Safatle, analista privilegiada do Valor Econômico, uma “leitura possível” da guinada das avaliações do BC “é que o superávit primário já caiu o que o governo acha que podia cair”.

Do segundo semestre de 2012 até julho, o superávit primário caiu praticamente à metade, de quase 3% do PIB para cerca de 1,5% do PIB. Assim, poderíamos chamar o documento divulgado ontem pela autoridade monetária de “Ata Tiririca”: pior do que está não fica. Será?
O mais importante são os efeitos que esta política zonza pode ter sobre o controle da inflação, já que o BC é, institucionalmente, o guardião da nossa moeda. Hoje de manhã saiu o IPCA de agosto, com alta de 0,24%. Embora tenha vindo em linha com o estimado pelos analistas, o índice representa elevação considerável em relação ao 0,03% registrado em julho.

No acumulado em 12 meses, o índice oficial de inflação passou de 6,27% para 6,09%, segundo o IBGE. Caiu, mas ainda é muito, muito alto para um país que cresce quase nada e tem preços relevantes – como os da gasolina e da energia – crassamente manipulados pelo governo. A inflação brasileira está bem acima dos padrões aceitáveis no mundo, e muitíssimo distante da meta de 4,5%, que o BC disse ontem que só será atingida daqui a dois anos…

Há um temor de que a nova visão expressa pelo Banco Central indique que a espinha da autoridade monetária se dobrou diante de outras conveniências, forçando a política monetária (juros) a dizer amém à política eleitoral. O risco, com isso, é deixar de atacar com o ímpeto necessário o mal maior: a inflação que a todos penaliza. Neste jogo, não há neutralidade possível.

João Rocha: “Estabilização da moeda está indo para o ralo na atual administração”

Inflação e alta do dólar devem implicar produtos natalinos 20% mais caros neste ano

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Foto: Kelly Venturini

Ainda estamos em agosto, mas já dá para traçar um prognóstico que aponta alta de 20% nos produtos natalinos e de ano-novo, conforme noticiou O Globo. Para o vereador de Campo Grande (MS), João Rocha (PSDB), “a estabilização da moeda, conseguida na gestão de FHC, está indo para o ralo na atual administração federal”.

O tucano analisou desse modo visto que dois fatores deverão impulsionar a elevação dos preços dos produtos típicos de fim de ano: a inflação e a alta do dólar.

Conforme a notícia do jornal carioca, os varejistas não deverão absorver a valorização do câmbio, embora haja margem para negociação com fornecedores.

Ainda conforme o parlamentar, a alta do dólar e a inflação no caminho do descontrole são reflexos claros da má gestão da economia pelo atual governo. “Devemos estar preocupados, pois estamos vendo o resultado das duas gestões petistas, a do Lula e a atual, da Dilma”, avaliou João Rocha.

Para Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, economia está em um patamar medíocre

gustavo-loyola-ex-presidente-do-banco-central-foto-ABr-300x214Brasília – O atual pessimismo na economia brasileira é o resultado de um elevado nível de frustração com o fraco crescimento, apesar dos esforços do governo.

É o que avaliou o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, do governo Fernando Henrique (1995/1997), em entrevista veiculada nesta segunda-feira (19) no jornal O Estado de S. Paulo.

“A economia está se acomodando num patamar medíocre de crescimento. A questão é como ultrapassar esse marasmo”, disse.

Para ele, a queda na confiança de consumidores e investidores não pode ser revertida pelo governo apenas na base do discurso.

“Obviamente, ninguém quer ver o governo muito pessimista porque estaria dando sinais ruins. Por outro lado, não adianta o governo viver no lado da fantasia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizia há uns meses que o Brasil cresceria 4%. Isso não aconteceu e apenas serviu para prejudicar a credibilidade dele como ministro”, lembrou.

O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), titular da comissão de Finanças e Tributação da Câmara, acredita que a questão cambial pode ser um agravante para a já combalida economia brasileira.

“De fato, a gente não tem como não concordar com ele [Loyola] nessa posição. O que a gente percebe com toda essa pirotecnia é que o governo está completamente perdido, sem direções, não sabe o que fazer. Estamos entrando em um cenário complicado e perigoso, sem nenhuma perspectiva de grandes mudanças”, afirmou.

“A alta do dólar é um fator complicador que ameaça colocar mais lenha na fogueira da inflação. Como a taxa Selic parece ser o único instrumento que o governo tem para controlar esses índices, o dólar alto, a inflação e o ridículo crescimento observado nos últimos meses são uma combinação perigosa”.

Na entrevista, o ex-presidente do Banco Central avalia que uma boa saída para a atual estagnação econômica seria o empenho do governo no programa de concessões, com o objetivo de destravar o nó da infraestrutura, além da necessidade de investir em um reequilíbrio da política fiscal, de forma que fique mais transparente.

“Não adianta fazer discurso bonito, inaugurar maquete de obra. Um erro muito cometido no Brasil é o presidente governar baseado em assessoramento de marqueteiro. Política econômica não se faz com marqueteiro”, completa Loyola.

Pibinho, inflação e endividamento afastam classe média dos aeroportos

Aeroporto-JK-Elza-Fiuza-060212-300x199Brasília – O baixo crescimento da economia, a alta da inflação e o aumento do endividamento das famílias atingiram o mercado de aviação civil. Após anos consecutivos de crescimento, o setor registrou uma queda no número de passageiros e já espera uma expansão modesta para 2013. De acordo com reportagem do O Estado de São Paulo desta segunda-feira (5), o número de pessoas que viajaram de avião caiu 0,20% nos três primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

A queda entre as pessoas que viajam de avião ocorre no mesmo momento em que cresce o número de passageiros de ônibus de longa distância: alta de 2,6% nos três primeiros meses do ano.

Para o deputado federal Izalci (PSDB-DF), a queda no número de passageiros evidencia dois componentes negativos da gestão do PT no governo federal: o comando equivocado da economia e a ausência de projetos consistentes para a infraestrutura.

“A economia como um todo vai mal. Vemos que a inflação dos alimentos, que mede os artigos mais importantes para as famílias, cresce cada vez mais. As famílias, em especial as mais pobres, sentem muito o impacto disso. Com isso, não é estranho que a aviação pare de evoluir”, disse o parlamentar.

Izalci ressaltou que os dados do mercado aéreo revelam também que o fraco crescimento do PIB, somado à inflação, causa efeitos que já não são mais restritos a setores específicos, sendo sentidos por toda a população.

Em relação à infraestrutura, o deputado apontou que os aumentos dos preços das passagens aéreas são também resultado dos altos custos que as companhias do setor têm para operar em território brasileiro. “Não existe nenhum plano consistente para que nossa rede aeroportuária tenha condições adequadas. Com isso, o preço sobe”, destacou.

O parlamentar lembrou ainda que a diminuição das viagens aéreas por parte da classe média contradiz um discurso muito utilizado pelos petistas, especialmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o de que, sob o governo do PT, os pobres passaram a conseguir andar de avião. “É mais uma demagogia do PT que se desmonta diante da realidade”, declarou.

“Validade”, artigo de Aécio Neves na Folha de S. Paulo

Aecio-Neves-Foto-George-Gianni-PSDB-3-300x199Durou menos de 24 horas a validade das declarações da presidente da República na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, assegurando que a inflação não é motivo de preocupação e que as contas públicas estão sob controle.

O cenário descrito na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia seguinte, é outro –a inflação continua elevada e resistente, exigindo máxima atenção.

A ata também contradiz a presidente em relação às contas públicas. Enquanto a primeira mandatária garante que a “política fiscal é robusta”, o Copom vê o “balanço do setor público em posição expansionista”, com crescente elevação dos gastos públicos, o que acaba elevando a pressão inflacionária.

O documento cumpre ainda a missão de mostrar algumas verdades importantes.

A presidente verá que se engana atribuindo as críticas ao seu governo ao pessimismo generalizado da oposição, dos empresários e da imprensa. A preocupação de inúmeros setores decorre, na verdade, de reiterados erros da política econômica. Nos últimos dois anos, a inflação do setor de serviços manteve-se acima de 7,5% ao ano. A inflação dos alimentos, aquela que atinge e penaliza as famílias mais carentes, chegou, em junho deste ano, a quase 13% –muito acima da inflação média.

Se a prévia de julho felizmente veio menor, a explicação está na sazonalidade dos preços dos alimentos e no congelamento das tarifas de transporte, resultante dos movimentos de protesto em junho, e não na política econômica.

No que tange às contas públicas, o investimento federal, nos dois primeiros anos do governo ficou estacionado como percentual do PIB. De janeiro a maio deste ano, o gasto público do governo federal cresceu R$ 40 bilhões, uma expansão de 13%, o mesmo ritmo de crescimento dos primeiros cinco meses de 2012. No mesmo período, o crescimento do investimento público, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Tesouro Nacional, foi de só R$ 604 milhões.

Vale dizer: apesar do crescimento exponencial do gasto federal, o investimento ficou praticamente estagnado. A expansão concentrou-se nas despesas de custeio, que pressionam a inflação, apontando uma menor economia fiscal no futuro.

O principal mal causado ao país por essa sucessão de equívocos está sinalizada no parágrafo 21 da ata do Copom com todas as letras: o documento aponta como fator de restrição à retomada do crescimento a desconfiança das famílias e das empresas no governo e em sua política econômica.

Sem confiança, as famílias não consomem, os empresários não investem e a economia não anda. Sem o diagnóstico correto, a terapia pode acabar agravando a doença.

Declarações da presidente Dilma têm propósito eleitoral, diz prefeito

junior-vasconcelosAs contradições entre a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que mantém o índice de inflação em 5,81% para este ano, e as declarações da presidente Dilma, para quem a inflação ficaria dentro da meta de 4,5% têm o propósito meramente eleitoral. Essa é a opinião do prefeito de Fátima do Sul (MS), Júnior Vasconcelos (PSDB).

“2014 é ano eleitoral, a intenção da presidente é ‘atenuar’ os fatos para não respingar nas eleições do ano que vem. Ela tem preocupação eleitoral”, reiterou Júnior.

Tais contradições foram abordadas pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em artigo na Folha de S. Paulo desta segunda-feira (22/7). “A ata também contradiz a presidente em relação às contas públicas. Enquanto a primeira mandatária garante que a ‘política fiscal é robusta’, o Copom vê o ‘balanço do setor público em posição expansionista’, com crescente elevação dos gastos públicos, o que acaba elevando a pressão inflacionária”, diz Aécio.

O prefeito Júnior lembra ainda que contra os números não há o que a presidente argumentar. O tucano diz ainda que tanto o problema é real que o governo recentemente aumentou a taxa de juros como forma de conter a inflação.

“Em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos 12 meses persistam no horizonte”, informa a ata do Copom.

No artigo, Aécio alerta ainda que enquanto os gastos federais têm crescido exponencialmente, os investimentos estão estagnados.