PSDB – MS

José Serra

Em ato político, em São Paulo, Aécio Neves diz ‘vamos manter viva’ a voz das ruas

foto-6-orlandobritoSão Paulo (SP) – No primeiro ato político, depois das eleições, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e lideranças partidárias conclamaram nesta sexta-feira (14/11), em São Paulo, os brasileiros para que mantenham a garra e a luta em favor de mudanças.

O ato reuniu mais de 700 pessoas e vários integrantes da oposição.  Aécio lembrou que, nesta campanha, uma das marcas foi o apelos das ruas pelo fim da corrupção.

“Os brasileiros foram às ruas para dizer que ‘basta de tanta corrupção’ e de ‘tanto descaso’. O Brasil acordou nessas eleições. Esse é o nosso desafio: de manter viva essa chama. Eu caminho pelas ruas do Brasil inteiro, e o sentimento que eu tenho é de vitória. Pela primeira vez, aqueles que venceram essas eleições, enfrentarão uma oposição conectada com os sentimentos das ruas e dos brasileiros”, afirmou ele.

Aécio e os tucanos ressaltaram que o PSDB fará uma oposição ética, atenta e vigorosa.

“O PT verá uma oposição vigorosa e corajosa para denunciar as irregularidades, mas também patriótica”, afirmou Aécio, acrescentando: “Se alguns poderiam achar que a derrota eleitoral abateria o meu ânimo, eu me sinto hoje mais determinado, com maior disposição, para exercer o papel que nos foi delegada pela sociedade brasileira.”

Aécio relembrou, no entanto, que a campanha presidencial também registrou momentos desagradáveis, como as infâmias produzidas pelos adversários contra ele, caracterizando um verdadeiro terrorismo político. “Foi a campanha da infâmia e das mentiras em benefício de um projeto de governo. A história registrará que utilizaram o terrorismo”, disse.

Participação
Participaram do ato político o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o presidente do PSDB em São Paulo, o deputado federal Duarte Nogueira,  presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), o deputado eleito Bruno Covas (SP), o ex-governador Alberto Goldman, e o deputado José Aníbal, entre outros.

Candidato a vice na chapa de Aécio, Aloysio Nunes destacou que, na campanha eleitoral, houve o grito de liberdade evocado por 51 milhões de brasileiros que votaram em favor da candidatura Muda Brasil.  O lema, reiterou ele, é fazer a oposição: “Nós não daremos trégua em nenhum momento”.

Em viagem ao exterior, o senador eleito José Serra (PSDB-SP) enviou uma mensagem por escrito para os participantes do ato político. “O resultado das eleições em São Paulo [onde Aécio conquistou dos 64% votos] atesta: PT aqui, não”, disse Serra, na mensagem, sendo aplaudido pelos presidentes. “O novo país é possível”, acrescentou.

Duarte Nogueira afirmou ainda que o exemplo do que ocorreu em São Paulo, em que Alc

José Serra afirma que PT transformou a corrupção e o desvio de conduta em “método de governar o país”

Em Dourados, senador eleito por SP reforçou a campanha de Reinaldo Azambuja e participou da maior carreata da história da Grande Dourados

Abertura para a corrupção no governo federal vem desde o Governo Lula, diz Serra

22-10 Dourados/MSO senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB), fez duras declarações contra o PT, nesta quarta-feira (22), durante visita a Dourados, onde participou de uma grande festa em apoio à candidatura de Reinaldo Azambuja (PSDB). Segundo ele, o partido que está no poder central há 12 anos prestou um desserviço ao país ao institucionalizar a corrupção e o desvio de conduta.

“Diferente de outros países, no Brasil, a corrupção, o desvio de dinheiro e de conduta viraram método de governo, uma maneira de governar. Isso é inacreditável e precisa ser mudado. Não basta mudar o presidente, vamos ter que reconstruir o Brasil”, disse Serra, o senador mais votado do país, com mais de 11 milhões de votos (58,49% dos válidos).

Saúde degradada

O tucano citou como exemplo de má gestão os desmandos na área da saúde, que, segundo ele, está “inteiramente degradada”. Quando era ministro da pasta, no governo FHC, Serra determinou que os cargos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) fossem ocupados dentro de critérios técnicos, o que foi desmantelado pelo PT.

“Tínhamos moralizado a administração, não tinha indicação política. Aí veio o Governo Lula revogou o decreto e a Funasa virou o maior centro de corrupção na área da saúde, até na questão da saúde indígena”, disse. E completou: “em meu último ano no Ministério, demorava-se cinco meses para aprovar um genérico [medicamento] e hoje demora 30 [meses]. A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] triplicou de tamanho, totalmente loteada”, completou.

22-10 Dourados/MSMotivo de orgulho

Ao apontar para o futuro, José Serra disse que Mato Grosso do Sul tem bons motivos para ficar otimista, caso Reinaldo e Aécio vençam as eleições. O paulista disse que, se eleito, Reinaldo fará uma boa administração porque é um homem competente, austero, bem preparado e simples.

“Tenho certeza que, com o Reinaldo, Mato Grosso do Sul se abrirá para o futuro, se tivermos um governo federal diferente”, destacou.

Exemplo de gestão

Reinaldo Azambuja agradeceu o companheiro de partido pelo reforço na campanha. Serra participou da maior carreata da história da Grande Dourados, pois contou com cerca de 1.500 carros e motocicletas.

Azambuja lembrou que o paulista “tem um carinho enorme por Mato Grosso do Sul” e que irá contribuir com sua experiência administrativa para ajudar a desenvolver o Estado.

“Serra é uma pessoa que serve para nos orientar em qualquer governo. Tem grande e larga experiência administrativa e tenho certeza que vai dar boas sugestões e orientações para nos ajudar no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul”, concluiu.

22-10 Dourados/MSTime 45

A presença do senador mais votado do país, em Dourados, segundo maior município de Mato Grosso do Sul, fecha o time do número 45 que reforçou a campanha de Azambuja no segundo turno. Na última terça-feira, o candidato a presidente Aécio Neves foi ovacionado por um público de mais de 8 mil pessoas, em Campo Grande.

Semana passada, Naviraí recebeu com braços abertos o governador reeleito do Paraná, Beto Richa. O governador paulista Geraldo Alckmin, outro tucano reeleito no primeiro turno, foi a Três Lagoas para falar de parcerias com Mato Grosso do Sul.

 

 

Fotos: Alexandre C. Mota

Assessoria de Imprensa Reinaldo Azambuja

(67) 9851-2024 / 9854-2022 / 9836-2027

“O Brasil merece uma campanha à altura dos desafios que temos pela frente”, diz Aécio Neves em São Paulo

aeciofestjapones3-300x200São Paulo (SP) – O candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, cumpriu agenda em São Paulo, neste domingo (6/07), onde visitou o 17º Festival do Japão, um dos maiores eventos de cultura japonesa do mundo. Aécio estava companhado do candidato a vice-presidente da chapa, Aloysio Nunes, do governador do estado e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin, e do candidato a senador por São Paulo José Serra.

Em entrevista coletiva, o candidato à Presidência mostrou-se animado com a recepção popular e avaliou que começou sua caminhada com o pé direito. Aécio ressaltou ainda que a campanha do PSDB será norteada por valores como a ética, dignidade e honradez.

“O Brasil, que vem amadurecendo a sua democracia ao longo desses últimos anos, merece uma campanha à altura dos desafios que nós temos pela frente. Estou pronto para o debate, sobre qualquer tema, em qualquer campo, com quem quer que seja. Desde que seja um debate que atenda as expectativas e aos interesses da população brasileira”, disse.
Alto nível

Aécio Neves externou seu desejo de manter a campanha presidencial em alto nível, de forma decente e propositiva.

“A nossa melhor companhia durante essa campanha é a verdade. A verdade e a coragem para fazer o que precisa ser feito”, destacou. “Campanha é uma oportunidade de debatermos propostas, apresentarmos as nossas ideias para que a população brasileira possa fazer, no momento certo, a melhor escolha. Vamos fazer uma campanha olhando para o futuro, não para o passado. Vamos fazer uma campanha em alto astral, não com ataques pessoais e vis a quem quer que seja”, afirmou Aécio.

Brasil na Copa

O candidato à presidência da República comentou a atuação brasileira no jogo contra a Colômbia, na última sexta (4), pela Copa do Mundo. Ele se solidarizou com o jogador Neymar, fora do torneio em decorrência de uma lesão em uma das vértebras.

“Agora é raça. O coração na ponta da chuteira. Todos nós lamentando profundamente a perda do Neymar, e a não punição do atleta que fez aquela entrada quase que criminosa no principal atleta brasileiro. Mas o Brasil é capaz de se superar. Agora, cada jogo é um grande desafio, uma pedreira que cada um de nós teremos pela frente, mas a torcida vai fazer a diferença. Acho que o Brasil vai vencer a Copa do Mundo, e vai vencer em cinco de outubro, iniciando um novo ciclo de desenvolvimento e de decência na vida brasileira”, disse Aécio.

Cultura japonesa

Aécio Neves também parabenizou a organização do 17º Festival do Japão, que reuniu cerca de 190 mil pessoas durante três dias no Centro de Exposições Imigrantes, na Zona Sul de São Paulo, e ressaltou a importância de manifestações culturais e da contribuição japonesa para o desenvolvimento do país.

“São Paulo já é conhecida como a maior cidade japonesa fora do Japão. A cultura japonesa está enraizada na nossa. São seis gerações de japoneses e descendentes, que vem ajudando o Brasil a ser o que é hoje, seja no agronegócio, na indústria e nos seus valores”, salientou.

Acompanhado por membros da Federação das Associações de Provìncias do Japão no Brasil (KENREN), Aécio caminhou pelos estandes do festival, cumprimentou a população, provou da culinária nipônica e participou de uma tradicional Cerimônia do Chá O tucano também foi presenteado com um quimono Happi, traje típico japonês, e um boneco Daruma. De acordo com a tradição, deve-se pintar um olho do boneco e fazer um pedido. Após atendido, pinta-se o outro.

“Genéricos: 15 anos de uma conquista”, análise do ITV

genericosNesta semana, completam-se 15 anos da introdução dos medicamentos genéricos no país.  Trata-se de uma das políticas públicas mais exitosas da nossa história recente, seja pelos significativos efeitos sociais que gera, na forma de ampliação do acesso da população a tratamentos de saúde, seja pelos relevantes impactos econômicos.

Os genéricos ingressaram no país depois de longa batalha, que teve nos laboratórios já estabelecidos seus maiores opositores. A lei (n° 9.787) só foi finalmente aprovada pelos parlamentares em fevereiro de 1999, numa ampla articulação entre governo, sociedade e
Congresso, liderada pelo então ministro da Saúde, José Serra.

O difícil acesso a medicamentos era, até então, um forte entrave para o sucesso dos tratamentos de saúde no país. Barateá-los, preservando a garantia de qualidade, surgia como imperativo para impulsionar a eficácia das políticas de saúde e, também, como medida de largo alcance social.

O Brasil adota as mais avançadas práticas e normas mundiais no que se refere aos genéricos. Nossa regulamentação garante que eles sejam cópias fidelíssimas dos medicamentos originais de marca (ou, tecnicamente falando, “de referência”). Ou seja, o consumidor paga menos por um produto que tem a mesma eficácia e mesmo efeito no organismo.

Por lei, os genéricos têm de custar no mínimo 35% menos que os medicamentos de referência de que são originados. Mas, na prática, acabam sendo ainda mais baratos. Segundo estimativas da PróGenéricos, associação que reúne os fabricantes de genéricos no Brasil, os
preços mais em conta permitiram uma economia de R$ 48 bilhões aos brasileiros ao longo destes 15 anos.

Já é possível tratar a maioria das doenças conhecidas com medicamentos genéricos – são 436 substâncias ativas registradas no país. Hoje os genéricos respondem por 30% do mercado nacional. Mas dá para ir bem mais longe. Em mercados em que a participação destes
medicamentos é mais antiga e consolidada, o percentual é bem maior: nos EUA, por exemplo, o índice chega perto de 80%, segundo a PróGenéricos.

Os genéricos também acabaram se revelando uma exitosa política de incentivo à indústria nacional. Se, 15 anos atrás, o mercado era dominado pelas multinacionais do setor, atualmente metade das dez maiores empresas farmacêuticas que atuam no país são brasileiras. Todas elas produzem genéricos. Há, no total, 115 laboratórios fabricantes no país, segundo a Anvisa.

Instrumento fundamental para a disseminação dos genéricos é a participação do poder público no esclarecimento da população. Passados 15 anos, ainda são muitos os brasileiros que desconhecem a existência de alternativas mais baratas para seus tratamentos de saúde.

E muitos os que ainda desconfiam de sua eficácia. Informá-los é iniciativa de grande alcance social.

Ocorre que, há muitos anos, os genéricos passaram a ser relegados pelo governo federal e perderam prioridade na política de saúde petista. Por que será?

Será apenas por que foram adotados no Brasil à época do governo Fernando Henrique? Será por que os genéricos representaram um duro golpe, na forma de concorrência salutar, no poder de mercado dos grandes laboratórios farmacêuticos?

Fato é que, na era petista, o governo federal escanteou os genéricos. Nestes últimos 11 anos jamais se viu campanha de esclarecimento da população e de incentivo ao consumo de uma alternativa mais barata e igualmente eficaz de tratamento de saúde. Na realidade, o PT faz o
contrário: confunde a população.

No início do ano, a Anvisa anunciou que, agora, os medicamentos similares também poderão substituir os remédios de marca (ou “de referência”). Para tanto, terão de passar pelos mesmos testes que os genéricos e serão particularmente identificados na embalagem com um símbolo – igualzinho se fez com os genéricos.

A pergunta que fica é: por que, ao invés de criar uma nova categoria, o governo simplesmente não incentivou a transformação dos similares em genéricos, cobrando-lhes o mesmo rigor?

Mais: por que, nos últimos anos, o governo federal, por meio da Anvisa, simplesmente dificultou os registros de genéricos, tornando os procedimentos mais morosos e os trâmites mais demorados?

Contudo, à revelia das resistências de uma visão apequenada do que é servir a população, os medicamentos genéricos se impuseram e ajudaram milhões de brasileiros a ter um padrão de saúde mais digno e uma vida melhor. É raro quando se pode comemorar uma conquista tão importante para a população e inconcebível que algo tão positivo seja alvo de sabotagem.

“Apertem os cintos, o governo sumiu!”, por José Serra

jose-serra-foto-george-gianni-psdb-300x200Governos existem para controlar as circunstâncias, não para ser controlados por elas; governos existem para irem adiante, e não atrás dos acontecimentos; governos existem para cercar as margens de erro, antecipando-se aos problemas, não para elaborar desculpas implausíveis; governos existem para informar-se sobre o futuro e as consequências dos seus atos – não com bola de cristal, mas com os dados objetivos fornecidos pela realidade -, não para confundir a embromação com o otimismo.

Isso tudo é querer demais? Pode ser. Mas, digamos, nosso problema principal não é o tamanho do superávit primário, a seca que vai subtrair água e energia, o tapering do Banco Central dos EUA ou as matérias de duvidosa qualidade da The Economist e do Financial Times, mais alarmistas que o devido. A questão essencial no Brasil de hoje é outra: a excessiva distância entre o que o governo deveria ser e o que é. Essa distância, que não para de se ampliar, é o nosso problema número um.

Estamos colhendo, literalmente, o que temos plantado. Quando plantamos direito – caso do agronegócio, que tem livrado o Brasil de um vexame na balança comercial dos últimos anos -, colhemos bons frutos. Quando plantamos o erro, o que se colhe é… uma safra de erros.

O déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, problema n.º 1 da economia brasileira, que a torna tão vulnerável às apostas do mercado financeiro internacional, tem como causa principal o déficit comercial do setor industrial, que no ano passado foi de espantosos US$ 105 bilhões. Essa situação resultou de uma escolha da política econômica lulista, muito especialmente a partir da crise internacional de 2008/2009.

Aqui e ali, multiplicam-se as críticas sobre a perversidade do farto financiamento do BNDES a alguns setores da indústria, algumas fundadas, outras nem tanto – e não vou entrar no mérito neste texto, a merecer outro artigo. Ou, ainda, há quem atribua isso ao “fechamento da economia”, embora ela não pare de se abrir. A questão essencial, porém, é outra. O governo brasileiro assiste inerme a um processo de desindustrialização – a grande marca do governo Lula – que cobra um preço social altíssimo no médio e no longo prazos, já que é o setor que paga os melhores salários e que força com mais velocidade a especialização da mão de obra.

A escolha dos governos do PT foi torrar o dinheiro proveniente tanto dos altos preços das nossas exportações de produtos agrominerais como da abundância de capital externo barato. Como mencionou o professor Edmar Bacha, entre 2004 e 2011, tivemos uma farra econômica no Brasil: nada mais nada menos do que 25% do aumento do gasto doméstico foi financiado por esses dólares. Tudo para consumir e substituir produção doméstica. Pouco ou nada para fortalecer a competitividade da economia, elevando os investimentos públicos e privados e a oferta de bons empregos. Tudo para elevar a carga tributária que sufoca a produção e castiga proporcionalmente mais os setores sociais de menores rendas, via tributação indireta. Pouco ou nada para dar sustentação permanente à elevação do padrão de vida.

Pior ainda. O governo fez o possível para atrapalhar a Petrobrás, atrasar os investimentos em novos campos, travar as concessões de estradas, dentro de sua ideologia mais profunda: transformar facilidades em dificuldades. Isso nos privou de um precioso vetor de crescimento da economia, pelo lado da demanda e da produtividade.

A despeito das fanfarronices sobre a suposta agilidade do Brasil nos negócios externos, a verdade é que, das grandes economias, o Brasil é o único que não celebrou pactos comerciais bilaterais. Foram centenas no mundo nos últimos dez anos. O Brasil firmou só três: com Israel, Palestina e Egito… Ao contrário: continua amarrado ao Mercosul – o maior erro cometido pelo Itamaraty na sua história moderna, reiterado por cinco governos diferentes. E vejam bem: o estorvo essencial do Mercosul não vem dos Kirchners. É fruto da estultice da ideia de fazer dele uma união alfandegária, que suprimiu a soberania comercial no Brasil. Se, por exemplo, fizéssemos um acordo comercial com a Índia, seria preciso que todos os outros parceiros fizessem parte também… O País não se pode dar o luxo de acumular sucessivos, crescentes e escandalosos déficits na indústria sem considerar que está, obviamente, com problema.

Nada é tão deletério para nós, no que concerne ao futuro, como os erros de análise de perspectiva do governo brasileiro no que diz respeito ao cenário internacional. Tome-se o caso do atual estresse envolvendo a fuga de investidores – os de curto prazo – para EUA e Europa em razão da retomada do crescimento dessas economias: mais forte a americana; ainda modesta, na média, na zona do euro. Chega a parecer piada, mas é verdade: não faz tempo se falava por aqui numa verdadeira “guerra cambial” em razão da enxurrada de dólares que os EUA injetaram na sua economia. Foi uma gritaria danada. Agora que começa o movimento contrário e os dólares estão vindo menos, em vez de chegarem mais, ouve-se o mesmo alarido. Nos dois casos, há uma tendência de culpar os países ricos, mas a fragilização da nossa economia, tornando-a mais suscetível aos ataques especulativos no âmbito do sistema financeiro internacional, foi precisamente obra do governo Lula-Dilma.

Poderíamos ter-nos protegido dessa volatilidade? Se o ambiente fosse, por exemplo, mais favorável aos investimentos, em vez de o Brasil estar agora lamentando a retomada da economia americana e a melhora na zona do euro, estaria comemorando. E por dois motivos: porque investimentos realmente produtivos não fogem do País da noite para o dia e porque, tivesse uma indústria mais competitiva, estaria se preparando para disputar mercado. Ocorre que essas coisas não se fazem assim, no improviso, da noite para o dia. No fim das contas, é a incapacidade de planejar, ditada por uma leitura capenga do que vai pelo mundo, que nos leva a esse modelo que vai da mão para a boca.

* José Serra é ministro da Saúde, ex-governador e ex-prefeito, além de ex-senador e ex-deputado federal pelo PSDB-SP

**Artigo publicado no jornal Estado de S. Paulo – 13-03-2014

Lei instaurada por FHC que institui os medicamentos genéricos faz 15 anos

medicamentosBrasília (DF) – Neste dia 10 de fevereiro, segunda-feira, faz 15 anos desde que foi promulgada a lei nº 9787/99, que viabilizou a produção e o comércio dos medicamentos genéricos no Brasil. A iniciativa, do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso e do ministro da Saúde José Serra, foi responsável pela redução dos custos do tratamento de saúde no Brasil.

A coordenadora do Núcleo Social do PSDB, a ex-deputada federal Rita Camata (ES), que acompanhou as negociações em favor da lei, contou que a aprovação do projeto se deu após uma “grande luta” contra indústrias, multinacionais e laboratórios farmacêuticos.

“Participei, como integrante da comissão de Seguridade Social e Família, intensamente da fase dos debates desse projeto, uma conquista que, sem dúvida nenhuma é um ganho imenso para a sociedade brasileira, que pôde ter acesso a medicamentos a um custo muito inferior aos que tínhamos anteriormente”, avaliou a ex-deputada.

Para Rita Camata, a iniciativa tomada pelo “governo Fernando Henrique, com José Serra à frente da pasta, demonstrou sensibilidade, preocupação e comprometimento com a saúde brasileira”.

“Isso é um governo popular. O povo finalmente teve a oportunidade de, ao estar enfrentando um momento difícil, de dor e sofrimento, ter acesso a um tratamento. Isso sim é política de saúde pública: romper com patentes, exclusivas de laboratórios internacionais, não só trazendo medicamentos a um custo menor, mas oferecendo a garantia de tratamento e gerando empregos e divisas para o Brasil”, salientou.

Rita Camata destacou ainda que o dia 10 de fevereiro de 1999 deve ser lembrado e celebrado:  “O governo do PSDB e o Congresso Nacional asseguraram uma conquista que transborda todo o compromisso e planejamento que o PSDB tem com a população brasileira. Fico muito feliz de ter participado e compartilhado de algo que foi, e continua sendo, tão importante para a sociedade”.

Entrevista coletiva do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

aecio_coletiva-300x200Local: Brasília – DF
Assuntos: PSDB, eleições 2014, agenda tucana

Sobre viagens do ex-governador José Serra
Deixa o Serra trabalhar em paz. São absolutamente legítimas as viagens que o Serra faz, é positivo para todos nós que ele possa ser mais uma voz permanente de oposição ao governo. Não há nenhuma tensão entre nós. Temos conversado, Serra e eu, muito mais do que vocês imaginam. E tudo está sendo construído com base naquilo que é melhor para o partido. Não há tensão. Para desalento de todos aqueles que apostaram contra, vamos estar juntos, porque temos um objetivo em comum: encerrar esse ciclo de governo do PT. Porque ambos pensamos da mesma forma.

Os prejuízos que esse governo do PT está trazendo ao Brasil são enormes. Mais um mandato de governo do PT vai ser dramático para o Brasil, seja na condução da economia, seja na credibilidade extremamente comprometida já do Brasil externamente, seja pela incapacidade gerencial que aí está posta, até com essa necessidade permanente do governo de fazer muito mais campanha do que administrar o país. Na verdade, não temos mais uma presidente da República full time, temos uma candidata à presidente da República. Até nos finais de semana, até nos feriados, fazendo campanha eleitoral.

A grande realidade é que estamos construindo de forma muito clara as nossas propostas. Vamos, passo a passo, transmiti-las aos brasileiros, a partir das discussões que estamos tendo. Estou extremamente otimista. Esse problema interno é um problema que não existe.

Sobre possível antecipação de lançamento de pré-candidatura
Não. Tudo o que fizermos vai ser com base no entendimento. Não acho necessária essa antecipação. Ela vai acontecer no tempo certo e não tem uma data pré-fixada. Pode ser em março? Pode. Se todos acharmos que pode, que deva ser antes, será antes. Mas a partir de um grande entendimento entre nós. Não há tensão na relação. Ao contrário. É muito importante que tanto José Serra, quanto outras lideranças do PSDB e do campo oposicionista possam estar aí, se posicionando, até para quebrar um pouco o monólogo do governo hoje. Nos grandes meios de comunicação, na grande imprensa, quem fala é apenas o governo. Então, quanto mais companheiros da oposição puderem mostrar os equívocos que o governo vem cometendo, tanto melhor para as oposições.

Sobre proposta da bancada tucana de antecipação
Tudo deve ser feito de forma convergente. E acho que essa convergência ficará clara, explicitada, cada vez mais. Não há disputa por isso, mais um mês, menos um mês. Isso é irrelevante. O fato concreto é que todos sabemos que nosso instrumento mais vigoroso, nosso combustível mais importante é a nossa unidade. E, no momento certo, vamos estar unidos para vencer as eleições. Tenho plena confiança nisso.

Sobre o encontro com José Serra
Converso muito com Serra. As conversas com Serra são sempre absolutamente amenas e construtivas. Sempre que conversamos falamos de Brasil. E é isso que nos une. Estou muito tranquilo. Minha preocupação hoje é ampliar nossa força nos estados, dar eco maior ao nosso discurso. Por isso, pretendo, repito, até o final do ano, anunciar um decálogo, longe de ser um programa de governo, mas umas ideias mais gerais sobre aqueles temas que consideramos os mais relevantes e urgentes para ocorrerem no Brasil. Nossa estratégia está posta e ela não vai ser alterada.

As conversas com Serra sempre são boas. Serra é um homem público extraordinário e vai estar no campo em que sempre esteve. Serra é um aliado extraordinário. Privilégio do PSDB ter um quadro como José Serra. Vamos deixar o Serra em paz, fazer seu trabalho e, podem apostar, no momento da campanha eleitoral, quando você olhar para um, você vai enxergar o outro.

Se Aécio for o candidato do PSDB, vou trabalhar por ele, diz Serra

jose-serra-george-gianni-psdb-300x200Embora ainda se apresente como pré-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra faz agora uma inflexão no seu discurso. Diz que vai trabalhar a favor da unidade do partido, “com quem for o candidato”, ele ou o senador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais.

“É a minha grande aspiração, que o PSDB esteja unido. Com quem for o candidato. Trabalharei para isso, não tenha dúvida”, afirmou em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL. Mas fará campanha, de maneira incessante, a favor de Aécio Neves? “Farei, farei, trabalharei para que a haja unidade, primeiro. E segundo, havendo unidade, para que a unidade se projete na campanha”.

Leia a íntegra no site da Folha de São Paulo e UOL

Serra: Governo federal fez do leilão de Libra uma aula de graduação com consequências graves

jose-serra-foto-george-gianni-psdb-300x200Brasília – O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), alertou que o governo federal transformou o leilão de Libra em um projeto de graduação com consequências graves para o país.

Serra advertiu que a Petrobras não dispõe de capacidade financeira nem administrativa para participar com o mínimo de 30% no empreendimento. Segundo ele, a experiência demonstrou que o modelo utilizado deve ser alterado.

E criticou: “As grandes questões do país continuam a ser objeto de experimentação, de gente que transforma soluções em problemas, que vai para o governo fazer curso de graduação em administração pública. Isso tem duas consequências: atrasar os investimentos e fazer coisas malfeitas.”

No facebook, o tucano reiterou que com o resultado do leilão o Brasil se tornará dependente da economia chinesa: “A economia brasileira é hoje dependente da chinesa, e a postura do governo brasileiro em relação aos chineses é sempre reverente e concessiva.”

Em seguida, Serra completou: “Não tenham a menor dúvida: em matéria de exploração do nosso petróleo, o Brasil teria muito mais força ao lidar com empresas privadas internacionais do que com as estatais chinesas”.

O ex-governador ressaltou que o PT criou a “situação crítica da história dos 60 anos da Petrobras”. Lembrou que o aporte do Tesouro Nacional de cerca de R$ 150 bilhões não resolveu o problema da estatal, mesmo sendo detentora de grandes reservas de óleo, e de operar preços superiores a US$ 100 o barril.

Para Serra, o regime de partilha dificultou o processo de concessões na área de petróleo e gerou um sistema sádico para a própria Petrobras. “O PT transformou uma facilidade, que era o sistema de concessões na área do petróleo, em uma dificuldade, que é esse regime de partilha”, ressaltou.

Em seguida, acrescentou: “A obrigatoriedade da Petrobras de participar com um mínimo de 30% de cada empreendimento vai muito além da capacidade financeira e administrativa atual da empresa. E, isso se tornou especialmente sádico no contexto das dificuldades que enfrenta”.

Segundo ele, a exigência de que a Petrobras participe com 40% de recursos no projeto, em um momento crítico para a empresa, levará a estatal a tomar empréstimos “provavelmente” dos chineses. “Não tem esse dinheiro. Provavelmente os sócios chineses a financiarão. Por isso mesmo e por outras razões, as estatais da China, que entraram com 20% do projeto, terão uma força maior no comando da exploração”, disse.

“Uma crise em busca de um governo”, por José Serra

Artigo de José Serra, ex-governador de São Paulo, publicado na edição desta quinta-feira (11) do jornal O Estado de S. Paulo

jose-serra-foto-George-Gianni-PSDB-300x200“Estou convencido de que nada é mais necessário para os homens que vivem em comunidade do que ser governados: auto governados se possível, bem governados se tiverem sorte, mas, em qualquer caso, governados” – W. Lippmann

Ninguém está exigindo da presidente da República ou mesmo do PT que façam um grande governo. Só se está pedindo que façam algum governo. Quem está no poder tem o direito de errar. E o eleitor julga. Mas não tem o direito de não governar.

Quando, em 2010, fui candidato à Presidência, sabia bem que por trás da euforia de consumo do fim do governo Lula estava o espectro de grandes dificuldades para seu sucessor, fosse quem fosse. A inusitada bonança externa que cercava a economia brasileira não se prolongaria indefinidamente. Não daria para conciliar por muito mais tempo o crescimento rápido do PIB, puxado pelo consumo, com desindustrialização e investimentos baixos. Tampouco seria possível, para uma economia de crescimento lento, manter a combinação do aumento acelerado das importações com o desempenho modesto das exportações sem que voltasse o fantasma do desequilíbrio externo.

Mesmo assim, essa estratégia foi levada adiante, sob aplausos quase unânimes. Não se enganem: um erro da magnitude do que foi cometido no Brasil não se faz sem o apoio de muita gente. Alguns colunistas, naquele ano, chegaram a lançar a tese do “risco Serra”, segundo o qual eu não poderia vencer a porque representaria uma ameaça – imaginem – à estabilidade da economia…

Ora, eu procurava então advertir para o que aconteceria caso não houvesse uma mudança de rumo na gestão governamental. Não era uma questão de opinião, mas de fato econômico e de lógica. Como poderia crescer de maneira sustentada um país que tinha as menores taxas de investimentos governamentais, o câmbio mais valorizado, os maiores juros do mundo e a maior carga tributária entre os países emergentes. Todos sabem que, para mim, a política consiste em ampliar os limites conhecidos do possível. Já os que insistem, na vida pública, em ampliar os limites comprovados do impossível estão apenas jogando com a sorte alheia.

Não se trata agora de ser engenheiro de obra feita. Algumas das atuais dificuldades estavam mesmo escritas na estrela do PT. Mas o encantamento basbaque com as circunstâncias da economia, que não tinham como perdurar, tomou o novo governo impermeável à realidade. Não vou dizer que ele ficou cego e surdo, porque as pessoas com essas problemas desenvolvem outras faculdades para perceber o que vai à sua volta.

O mal do governo foi mesmo a arrogância e, não sei em que medida, a ignorância, somada a uma excepcional inaptidão executiva. Tudo amenizado pela boa vontade até da oposição. O marketing e a publicidade exacerbados se encarregaram de inflar resultados e expectativas.

Foi assim que o governo navegou sem rumo durante a primeira metade do mandato, sem chegar a lugar nenhum, como é típico de quem não sabe para onde vai. No início da segunda metade veio o estalo criativo: definir um rumo não para o Brasil, mas para o PT, com a antecipação da campanha eleitoral de 2014. Ou seja, não sabiam o que fazer com o Brasil, mas sabiam o que queriam para si: levar o País a se engalfinhar na luta político-partidária e desviar a atenção dos problemas e frustrações, confundindo promessas com realizações.

Mas o ciclo econômico lulopetista chegou a fim: lento crescimento da economia, desaceleração do consumo e da criação de empregos e aumento da inflação. As pessoas vão-se dando conta das ilusões vendidas nestes últimos 11 anos nas áreas de saúde, educação, transportes – e mesmo na moralização da vida pública. Quando as ruas pedem “hospitais e escolas padrão Fifa”, estão, a exigir efetividade nas políticas públicas. Eis que surge, então, a líder insegura, incapaz de lidar com as expectativas das ruas e do empresariado.

Longe de mim reduzir as manifestações apenas a essa reversão do quadro econômico. Mas é fato que elas não ocorrem no vazio. Uma faísca é inócua se produzida ao ar livre; se, no entanto, em meio a barris de pólvora… Os protestos serviram para evidenciar a todos que o governo não governa, que lhe falta a faculdade fundamental de atuar para diminuir o tamanho das crises. Ela e seus maus conselheiros fizeram o contrário.

A Nação assistiu, então, a uma presidente desorientada. Sua primeira reação foi deslocar-se para São Paulo à procura das luzes de Lula, seu criador. Em companhia da chefe da Nação, seu marqueteiro… Seguiram-se duas falas desconexas em redes nacionais, em tom de campanha eleitoral. O País esperava que ela transmitisse segurança, compreensão, disposição e liderança. Em vez disso, promessas vagas e a ideia de transformar os médicos brasileiros na caveira de burro dos problemas da saúde. Contra as evidências, a presidente até negou que o governo injete dinheiro público a fundo perdido na Copa do Mundo.

No auge da alienação, foi proposto instaurar uma Assembleia Constituinte só para a reforma política e, posteriormente, de se fazerem mudanças na legislação político-eleitoral via plebiscitos. Algo espantoso: a presidente e seus assessores mais próximos não tinham lido a Constituição. O Planalto tentava responder à crise que está nas ruas demonizando o Congresso Nacional e propondo saídas inconstitucionais.

Dilma passou dois anos envolta pela “bolha de Brasília”, conferindo-se ares de majestade, impermeável à realidade. Mas essa bolha estourou, como evidenciou o cerco aos três Poderes. E pasmem: não obstante a voz clara das ruas e a voz rouca da economia sob estagflação, o governo ainda encontrou tempo para reiterar o bilionário e inútil trem-bala, o mais alucinado projeto da era petista.e não petista.

Um governo não tem o direito de não governar. E o atual passou a ser governado pelos fatos. A presidente não conduz, mas é conduzida.

O atual passou a ser governado pelos fatos.

A presidente não conduz, é conduzida.