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Lula

“Falar é fácil, difícil é fazer”, por Gardênia Castelo

Artigo da deputada estadual Gardênia Castelo (PSDB-MA)

gardenia-castelo-foto-divulgacao-300x261A semana passada foi palco de dois fatos interessantes que motivaram uma declaração petista e uma ação tucana. No primeiro caso o protagonista foi o ex-presidente Lula, que creditou ao PT o mérito exclusivo pela a criação da rede de proteção social que existe hoje no Brasil.

Dias depois, numa rota totalmente diferente, o senador tucano Aécio Neves apresentou um projeto de lei que transforma o programa Bolsa Família em uma política de estado. Pela proposta, o benefício seria incorporado a Loas (Lei Orgânica de Assistência Social) para se tornar permanente, atrelado às políticas públicas de assistência social e erradicação da pobreza no país. Duas vertentes políticas distintas: uma baseada em falatório, outra baseada em ações.

A atual escalada do ex-presidente Lula tem como único alvo as eleições de 2014. Mesmo que desmentido pela história, ele insiste em afirmar que o PT estabilizou a economia do país e que todas as melhorias no Brasil na última década, derivam única e exclusivamente de sua atuação enquanto presidente.

Ora, todos sabem que a história não é essa. Isso do presidente Lula é apenas tautologia, ou seja, vício de linguagem. O Brasil que temos hoje não é mérito apenas de Lula ou do PSDB, mas dos homens e das mulheres que desde sempre trabalham por nossa pátria. Homens como Itamar Franco, por exemplo, que teve força e coragem para iniciar reformas em um dos momentos mais críticos da história recente do país. Reformas que depois foram fortificadas pelo PSDB e que agora são sequestradas pelas artimanhas do Partido dos Trabalhadores.

Lula está em campanha, ou seja, mais cedo ou mais tarde, ele vai começar a dizer que se o senador Aécio Neves for eleito presidente, irá acabar com o Bolsa Família. Por outro lado, o que vemos é um senador ciente de seu papel no Legislativo, e que trabalha para consolidar uma política que na última década teve nada mais que aumento orçamentário. O PT não se preocupou em momento algum em dar segurança ou em garantir ferramentas que aumentassem a qualidade da política social, na luta contra a pobreza.

Já o senador Aécio Neves, membro do mesmo partido que iniciou a rede de proteção social que vigora em nosso país, e que o PT insiste em dizer que é dele, na semana passada deu um passo muito objetivo à frente: caso o Bolsa Família seja incorporado a Loas, se transformará em uma política de estado que não mais dependerá do humor ou das artimanhas de gestores. O programa ficará institucionalmente garantido e o ex-presidente Lula ficará sem discurso. Ou melhor, ficará com tautologia.

E aqui vale lembrar a importância da Loas. Foi depois de sua aprovação que a assistência social ganhou um conjunto de normas que possibilitaria a universalização dos atendimentos no setor. O Sistema Único de Assistência Social (Suas), aprovado em 1988, estabelece que a assistência social será prestada “a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. Mas, foi com a Loas que a assistência social começou a ser implantada de fato em nosso país.

Este mecanismo tão importante que hoje dá sustentação orçamentária a todas as ações do governo federal foi aprovado ainda em 1993 no governo de Itamar Franco. Fruto de políticos mais preocupados em fazer do que falar. De pessoas mais preocupadas em criar do que se apoderar.

Espero que o projeto do senador Aécio Neves seja aprovado para que possamos rumar em direção a uma nova fase do Bolsa Família, uma fase de qualificação do programa. Em relação ao falatório do presidente Lula, vamos esperar. Depois do dia da eleição, independentemente do resultado, ele acaba, porque falar é fácil, difícil é fazer.

STF retoma julgamento do mensalão nesta quarta-feira (13)

plenario-stf-foto-fellipe-sampaio-stf-1-300x200Brasília – Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) retomam, nesta quarta-feira (13), o julgamento do mensalão. Será analisado o segundo lote de recursos apresentados pela defesa dos réus, os embargos declaratórios, que servem para esclarecer pontos obscuros ou contraditórios do caso.

Se os magistrados rejeitarem os pedidos, 13 réus, entre eles o delator do esquema, Roberto Jefferson (PTB-RJ), e os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), poderão começar a cumprir suas penas imediatamente.

A Corte deverá decidir também se acata requerimento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que enviou parecer ao STF pedindo a execução imediata das penas de 23 dos 25 réus do processo.

Mensalão – Em 2012, o STF condenou 25 réus por envolvimento no escândalo do mensalão, esquema de compra de apoio politico no Congresso orquestrado durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os condenados estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoino, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.

“A violência nossa de todo dia”, análise do ITV

pf-foto-divulgacao-policia-federal-300x199A mais nova fornada de informações sobre a situação da segurança pública brasileira é desalentadora. O Brasil continua sendo um país muito violento, com criminalidade ascendente, participação insatisfatória da União no financiamento do setor e práticas arcaicas de repressão que não contribuem para o combate adequado aos criminosos.

Segundo a edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública que será divulgada hoje, 50.108 pessoas foram assassinadas no país em 2012. É a maior marca desde 2008 e representa alta de 7,6% em relação ao registrado um ano antes. O que já estava muito ruim ficou ainda pior, como, aliás, qualquer cidadão é capaz de perceber andando pelas ruas brasileiras.

A taxa de homicídios subiu de 22,5 por 100 mil habitantes em 2011 para 24,3 no ano passado. Vale lembrar que, desde o governo Lula, o governo federal embalava um ambicioso plano para reduzir este patamar à metade, o Pronasci. Mas, como sói acontecer com as promessas petistas, não logrou qualquer resultado positivo.

A omissão federal é, a propósito, uma das evidências reforçadas pelas estatísticas apresentadas no anuário, feito em conjunto pelo Ministério da Justiça e as secretarias de Segurança das 27 unidades da federação. No ano passado, dos R$ 61,1 bilhões investidos em segurança pública no país, somente R$ 7,8 bilhões foram gastos pela União, o que corresponde a 12,7% do total.

Para se ter ideia da subparticipação federal no financiamento das ações de segurança no país, o estado de São Paulo investe praticamente o dobro do que gasta a União (R$ 14,4 bilhões) e o estado de Minas Gerais dispende praticamente o mesmo que o governo federal (R$ 7,5 bilhões).

Infelizmente o anuário traz outros dados lamentáveis. O número de estupros, por exemplo, é assustador e chega a superar o de homicídios dolosos. Foram 50,6 mil e 47,1 mil, respectivamente. A taxa por 100 mil habitantes subiu 18%, para 26. Estima-se que uma das explicações é o aumento das notificações, incentivadas pelas delegacias especializadas no atendimento às mulheres.

O Nordeste continua sendo a região de maior criminalidade no país, de acordo com a mais recente edição do anuário. Alagoas ainda é o estado mais violento, com 61,8 assassinatos por 100 mil habitantes, mesmo com expressiva redução (-14%) em relação a 2011. Em seguida, estão Pará (com 44 por 100 mil), Ceará (42,5), Bahia (40,7) e Sergipe (40).

Além da violência nossa de cada dia, os grandes centros urbanos têm sido palco de manifestações abusivas e ações espasmódicas de vândalos que se somam num caldo de insegurança e intranquilidade. Há, claramente, uma perda do referencial histórico do que vem a ser autoridade contaminando todo o tecido social.

Em resposta, nota-se, na sociedade, um clamor por mais ordem, por mais respeito à lei, sempre garantidos os direitos individuais à livre expressão e à liberdade de manifestação. Os cidadãos de bem querem tranquilidade para trabalhar, criar seus filhos e prosperar na vida. Mas a falta de segurança mina-lhes as perspectivas de um futuro melhor.

O governo federal demorou muito a se envolver diretamente no enfrentamento da criminalidade, atribuição constitucional dos estados. Mas começou a fazê-lo na semana passada, quando percebeu que se avoluma um clamor, ainda silencioso, mas claramente crescente, por maior respeito à lei e à ordem.

Num ambiente de insegurança, a maior ameaçada é sempre a democracia, os direitos individuais, a liberdade de ir e vir. Enfrentar com firmeza a bandidagem deve estar na agenda de qualquer governante que queira construir um Brasil melhor. Se ainda havia dúvidas, o triste retrato revelado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública é um alerta gritante de que a hora chegou.

Aécio: “Lula precisa parar de brigar com a história”

aecio-no-psdb-df-1-300x200Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou, nesta quinta-feira (31) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz sombra à presidenta Dilma Rousseff, na campanha dela pela reeleição presidencial.

E ressaltou:  “Mesmo sem querer, vai criando uma sombra sobre ela. O que eu vejo é o PT hoje muito ansioso, aflito, duvidando das condições da presidente da República, que eu acho que não são boas para alguém que disputa a reeleição e deveria estar em uma condição muito melhor do que ela está.”

As declarações foram dadas no encontro do PSDB-DF, que reuniu em Brasília, lideranças tucanas e pré-candidatos do DF e região do Entorno.

Insatisfação – Aécio lembrou que o percentual de pessoas insatisfeitas com o atual governo é elevado.

“Hoje mais de 60% dos eleitores brasileiros dizem não querer votar em uma candidatura do PT. Isso gera inseguranças internas. Mas são questões que eles terão que resolver internamente. Se alguém tem hoje um conflito interno, é o PT”, destacou.

O senador reagiu também às críticas feitas por Lula ontem (30) sobre a política econômica do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“O presidente Lula tem que parar de brigar com a história.  Se não houvesse governo do presidente FHC com a estabilidade econômica, não teria sequer havido o governo do presidente Lula”, disse.

Aécio reiterou que Lula teve oportunidades valiosas ao assumir o governo, sucedendo FHC. “Teve duas importantes virtudes no seu governo, quando dá sequência e ampliação de programas sociais do governo do presidente FHC, que deixou 6,9 mil famílias já cadastradas, recebendo algum benefício”, declarou.

A segunda situação, segundo o senador tucano, foi a estrutura macroeconômica montada durante o governo FHC.

“Quando, contrariando todos os discursos de sua campanha, mantém a política macroeconômica do governo anterior. É uma bobagem ele esquecer o que veio antes dele. É uma demonstração de fragilidade, grande incoerência, querer criar adversários virtuais”, disse.

“Máquina de reescrever a História”, análise do ITV

Lula-acusa-imprensa-300x202Luiz Inácio Lula da Silva não é apenas uma metamorfose ambulante, como ele vira e mexe diz. O ex-presidente também se dedica, operosa e sistematicamente, a tentar reescrever a história. Trata-se de método cuidadosamente planejado, nunca caso fortuito. Ele e o PT não se contentam em administrar o presente. Querem também reinventar o passado.

O que interessa aos petistas é dar a sua versão particular dos acontecimentos e, acionando sua gigantesca máquina de guerra e propaganda, transformá-los em fatos. Assim, ações de outros governos são apropriadas, biografias são revisitadas e revisadas, interpretações do presente são enviesadas. Pelo poder, vale tudo.

Ontem, durante comemoração do Congresso pelos 25 anos de promulgação da Constituição Federal, Lula exercitou sua verve de historiador. Comparou a importância de Ulysses Guimarães – o principal protagonista, junto com Tancredo Neves, do movimento pela reconquista da democracia brasileira e, depois, pela realização da Constituinte – à de José Sarney, que assumiu a presidência da República com a morte de Tancredo.

“Quero colocar a sua presença na Presidência no período da Constituinte em igualdade de condições com Ulysses Guimarães”, discursou Lula no Senado. A comparação é descabida,como a História, com H maiúsculo, devidamente registra.

Ulysses teve uma vida inteira dedicada à luta pela democracia, aos direitos constitucionais e à defesa dos cidadãos. Enquanto isso, Sarney governava com os militares. Sua conversão à causa democrática foi tardia. Só a triste fatalidade da morte de Tancredo às vésperas da posse o fez agente direto do processo de redemocratização do país.

Mas a capacidade de Lula de metamorfosear-se e distorcer os fatos não para aí. Ainda ontem, numa outra solenidade em Brasília, o ex-presidente disse que os manifestantes que foram as ruas em junho – e depois foram sendo paulatinamente afastados pela ação destrutiva de vândalos – queriam “mais Estado”. Provavelmente a verdade está no oposto disso.

Os manifestantes foram às ruas, isso sim, para cobrar do Estado que lhe devolva em forma de serviços prestados com qualidade o muito que a sociedade deposita diariamente nos cofres públicos em forma de tributos. Foram cobrar que o Estado lhes atenda com mais eficiência e proveja saúde, educação, transportes e segurança com a qualidade que cidadãos de bem merecem.

Talvez o mais adequado seja dizer que elas pedem um Estado melhor e não maior, como apregoa e pratica o PT. Vá perguntar à população – e aos manifestantes, em particular – se concordam com o inchaço da máquina pública empreendido pelos governos Lula e Dilma nos últimos 11 anos, sintetizada na criação de 4 mil cargos de confiança desde 2003. A resposta, certamente, será não.

A máquina de reescrever a história do PT deverá ser mais uma vez acionada hoje, em sua potência máxima, na comemoração dos dez anos de criação do Bolsa Família, promovida pelo governo em Brasília. Como nenhum outro, este é um assunto que os petistas manipulam com imenso prazer – e, sobretudo, método.

É quase certo que o PT passará longe de reconhecer que as origens da rede de proteção social que desembocou no Bolsa Família datam do governo Fernando Henrique. Também jamais admitirá que a correta unificação de programas como Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio-Gás num único benefício, feita na gestão Lula, só foi possível graças ao cadastro único dos programas sociais criado em 2001, portanto no governo tucano.

Os antecedentes do Bolsa Família foram, aliás, reconhecidos, com coragem e honestidade, pela própria professora Ana Fonseca, formuladora da unificação do Bolsa Família em 2003, em recente artigo publicado na Folha de S.Paulo. O programa, escreveu ela, é “fruto de um processo histórico”. “Pessoas e instituições que se arvoram como protagonistas de uma construção que foi coletiva estão equivocadas.”

Mas Lula não ficou ontem apenas no papel de pseudo-historiador. Como se fosse senhor absoluto dos destinos do país, também se arvorou dono do nosso futuro. Em tom de ameaça, disse que pode voltar à presidência da República em 2018 se lhe “encherem muito o saco”. Quem sabe até lá os atos e fatos de seu período de governo não tenham sido adequadamente contados e ele não consiga mais se eleger nem síndico de condomínio, muito menos ser o operador-mor de uma máquina de distorcer a História.

Pestana questiona homenagem a Lula pelos 25 anos da Constituição

marcus-pestana-foto-george-gianni-psdb-7-300x199O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) questionou, em plenário, nesta terça-feira (29),  a entrega de medalha ao ex-presidente Lula pela participação na elaboração da Constituição Federal, que completou 25 anos neste mês.

Como lembrou o tucano, Lula e o PT se posicionaram ostensivamente contra o texto que marcou época e deu início a um novo ciclo no país.

“Como podemos homenagear nos 25 anos da Constituição cidadã alguém que votou contra o texto que abriu as portas do Brasil para a democracia e a cidadania?”, indagou o deputado.

Segundo o parlamentar, o PT se colocou contra grandes avanços como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para Pestana, o PT deve fazer uma autocrítica e rever os equívocos do passado.

 

Do Portal do PSDb na Câmara

“A Pnad implode mitos e lendas petistas”, análise do ITV

lula-e-dilma-foto-ebc-300x190A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) é um manancial de ricos indicadores capazes de ilustrar como, efetivamente, evolui a vida dos brasileiros. Vistos em retrospectiva, também permitem constatar como e quanto o país avançou nos diversos aspectos do cotidiano ao longo dos anos. O melhor é que seus números e estatísticas são preciosos para jogar por terra mitos e lendas boladas em escritórios de marketing e gabinetes oficiais.

É o que se pode constatar a partir do excelente trabalho feito por O Globo e publicado neste domingo. A partir de análise criteriosa e isenta de informações contidas na mais recente edição da Pnad, divulgada no fim de setembro, o jornal conclui, sobre a evolução dos indicadores nos últimos 20 anos: “Os tucanos foram os responsáveis por avanços mais sólidos na educação, na expansão de serviços públicos e na ampliação dos bens de consumo básicos”.

Com base na evolução de 130 indicadores acompanhados pela Pnad, o jornal mostra que entre 1992 e 2002, período que coincide com os governos dos presidentes Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o Brasil avançou sensivelmente mais no acesso à educação, na oferta de serviços públicos básicos e de bens de consumo do que na década que cobre as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Na educação, no primeiro decênio o índice de brasileiros de 7 a 14 anos na escola passou de 86,6% para 96,9%, alta de 11,9%. Nos dez anos seguintes, herdando o ensino fundamental já praticamente universalizado pelos tucanos, os governos do PT ampliaram o acesso de crianças e jovens à escola em apenas 1,7%: de 96,9% para 98,5%.

Separando-se as faixas etárias, a diferença pró-governos Itamar e FHC é ainda maior. A inclusão de crianças de 5 a 6 anos na escola avançou 43,2% entre 1992 e 2002, ante menos da metade disso (19,2%) de 2002 a 2012. Na faixa entre 15 e 17 anos, a expansão na década tucana alcança 36,6% e na petista, somente 3,4%.

Mais um ponto favorável às gestões de Itamar e Fernando Henrique na área da educação: o analfabetismo caiu 33,7% até 2002 e outros 28% desde então. O bom desempenho também se repete em relação à elevação do percentual de pessoas com mais de oito anos de estudo, de acordo com O Globo.

A expansão dos serviços públicos na era tucana é “sensivelmente maior”, conforme analisa o jornal. O acesso da população à luz elétrica subiu 8,8% na primeira década avaliada e 3,2% na seguinte, contrariando o oba-oba do governo petista em torno do Luz para Todos, programa que é, sabidamente, mero sucedâneo de ação já existente na gestão tucana e que foi tão somente rebatizado pelos marqueteiros de Lula.

Comparar o que aconteceu no governo Fernando Henrique no acesso a serviços de telefonia com a década seguinte é até covardia. O número de domicílios com telefone cresceu 224% entre 1992 e 2002, passando de 19% para 61,6% do total. Na era petista, a evolução foi bem mais singela: 49%, de 61,6% para os atuais 91,8%. Tudo graças à privatização do Sistema Telebrás, tão duramente combatida pelo PT e seus aliados (mesmo os que deixaram de sê-lo)…

Outras políticas e ações de matiz tucano ajudam a explicar a expressiva evolução nos indicadores de condição de vida experimentada pelos brasileiros na última década do século passado: em especial, a estabilização da moeda, alcançada com o Plano Real e ora ameaçada pela recidiva inflacionária do governo petista, e a abertura da economia, ora revertida na gestão Dilma.

São a estabilidade monetária e a liberalização comercial que explicam por que, durante os governos Itamar e FHC, eletrodomésticos básicos como geladeira, fogão e televisão chegaram mais intensamente a domicílios mais pobres. A expansão desses itens é aproximadamente duas vezes maior nos governos tucanos em relação aos governos petistas, mostra O Globo.

A análise do jornal também registra que “os petistas tiveram resultados sensivelmente melhores nos indicadores relacionados ao trabalho, à renda e à redução da desigualdade social”. “No governo Fernando Henrique, o aumento da renda se deu basicamente pela estabilidade de preços, e no governo Lula por crescimento econômico, aumento do salário mínimo, queda do desemprego e pela formalização (do emprego)”, comenta Carlos Alberto Ramos, professor da Universidade de Brasília ouvido por O Globo.

Mas é lícito perguntar: se a gestão do PSDB não tivesse promovido tão relevantes avanços estruturais no país no período antecedente, o PT teria conseguido avançar nestas áreas? Provavelmente não, como até Lula admitiu outro dia ao dizer que o arcabouço constitucional que seu partido defendia na época da Constituinte deixaria o Brasil “ingovernável”. É sempre muito bom quando dados objetivos e, melhor ainda, oficiais vêm deitar por terra mistificações como as que se tornaram tão comuns no país nos últimos anos.

“O partido do vale-tudo”, análise do ITV

dilma-foto-marcelo-camargo-abr-600x400-300x200Deve estar indo tudo muito bem no país para que a presidente da República dedique cinco horas de seu expediente de trabalho para discutir política. Para o partido do vale-tudo, porém, nada é mais natural do que usar todas as armas ao alcance – as lícitas e, sobretudo, as ilícitas – para dizimar críticos e adversários.

Os jornais informam hoje que Dilma Rousseff passou a tarde inteira desta quinta-feira no Palácio da Alvorada discutindo com seu padrinho, o ex-presidente Lula, e uma penca de conselheiros como se reposicionar para conseguir seu segundo mandato nas eleições de daqui a um ano. Do que se soube, pode-se concluir que o PT está disposto a qualquer coisa para não largar o osso.

Uma das orientações advindas de Lula – que continua dando todas as cartas, não apenas no partido dele, quanto no governo dela – é sufocar alianças com partidários da união PSB-Rede, até anteontem tratados com alguma candura pelo petismo. Até aí, jogo jogado, porque é mais que sabido que, para o PT, quem não está com eles, inimigo é e precisa ser aniquilado, nada menos que isso.

O partido do vale-tudo já deixou claro que “fará o diabo” para não perder o poder que conquistou há 11 anos e que pretende conservar a qualquer preço, como disse a própria Dilma alguns meses atrás. Não se deve duvidar das palavras da candidata-presidente, pois os fatos corroboram a disposição para a guerra que subjaz no PT.

Há duas semanas, Lula voltou a ocupar espaços como “candidato dublê”, pronto para se metamorfosear e fazer as vezes da candidata à reeleição pelo país afora. Até QG para tanto ele já tem, com especial atenção à guerrilha suja que o PT trava na internet, como mostrou a Folha de S.Paulo há duas semanas.

Não satisfeito, o tutor da presidente da República também retomou as articulações em torno das candidaturas regionais, esgrimidas na base do “quem conosco não está, está contra nós”. A filosofia é a mesma com a qual o partido governa o Brasil, numa variação da máxima cara aos militares nos anos 70: algo mais ou menos na linha do “ame-nos (ao PT) ou deixe-o (o país e/ou o governo)”.

Vendo-se acuado por uma oposição que cresce e se fortalece, o governo petista também não se constrange de “fidelizar” partidos da base aliada usando a mais abjeta forma de fazer política: o toma-lá-dá-cá. Segundo publica a Folha hoje, a reforma ministerial prevista para dezembro será a arma para amarrar siglas “sob risco de ataque especulativo”, como PP, PR, PSD e PDT.

Mas tem mais. Também se soube recentemente das artimanhas que o partido no poder usa para instrumentalizar programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida – só recebe casa quem tem carteirinha com estrelinha vermelha, como mostrou O Estado de S.Paulo na semana passada –, e de cabos eleitorais “voluntários” pagos com dinheiro de caixa dois. Para o PT, o partido dos mensaleiros, tudo isso deve ser muito natural.

Tudo isso é muito condenável e muito deplorável, mas de todas as medidas deletérias que o PT assaca em seu desesperado tropel para manter-se no poder a pior delas talvez seja a desabalada renegociação das dívidas de estados e municípios que o Ministério da Fazenda anunciou nesta semana. Um dos pilares da estabilidade conquistada nas últimas décadas pode estar simplesmente ruindo.

A mudança de indexadores deverá retroagir à data de assinatura dos contratos, firmados em fins dos anos 90. Resumidamente, a União verá sua dívida aumentar ainda mais, estados e municípios ganharão espaço fiscal para contrair dívidas novas e uma porta para o endividamento dos entes subnacionais será escancarada. Trata-se de mais um golpe na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Neste processo, a principal contemplada será a prefeitura de São Paulo. Por anos, o município tentou rever as bases do contrato de refinanciamento de sua dívida, e por anos fracassou. Agora que a cidade é governada por um petista o pedido foi atendido. Para que não restem dúvidas quanto a quem será o maior beneficiado pela renegociação: a dívida da prefeitura paulistana será reduzida em R$ 24 bilhões e a dos estados em geral, em cerca de R$ 1 bilhão, informa o Valor Econômico.

“Se o passado é uma lição para o futuro, esse é um processo de endividamento que pode recolocar os entes da federação na situação falimentar que estavam nos anos 90, quando a União teve que assumir suas dívidas, renegociá-las por 30 anos e vedar novos empréstimos”, escreve Claudia Safatle.

Como se percebe, o partido do vale-tudo não está para brincadeira. Na sua guerra insana para se manter no poder, está disposto a não deixar pedra sobre pedra – seja sufocando adversários, seja manipulando instituições de Estado, seja torrando o que ainda resta de solidez nas finanças públicas. Será dura a vida de quem herdar o país depois da devastação patrocinada pelo Partido dos Trabalhadores.

Lula ataca imprensa e desqualifica investigações da PF sobre Bolsa Família

lula-foto-fabio-pozzebom-agencia-brasil-300x202Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar a imprensa. Ao participar de um evento em Brasília na quinta-feira (10), o petista condenou reportagens que denunciaram fraudes no Bolsa Família e disse que as críticas ao projeto são motivadas por preconceitos.

Em setembro, a Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que manipulava pagamentos do Bolsa Família e do seguro-desemprego. A organização modificava dados do cadastro do Ministério do Trabalho e assim conseguia acessos a benefícios irregulares.

O líder da Minoria na Câmara, deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), afirmou que a reação de Lula às reportagens demonstra uma tentativa do ex-presidente de desviar o foco das críticas e reverter o rumo da discussão.

“Lula é um grande animador de picadeiro. Ele gosta de transformar em brincadeiras de mau gosto assuntos que são sérios e que mereceriam uma maior reflexão”, disse o parlamentar.

Segundo Leitão, Lula “age como se fosse o dono do Brasil”.

“Ele tem uma grande popularidade e usa isso para o mal. Manipula as pessoas, ao invés de agir de forma sensível e lutar pelo que a população realmente precisa”, disse.

O deputado acrescentou ainda que os ataques à imprensa são característicos de lideranças do PT: “quando é para benefício do PT, a imprensa é boa. Caso contrário, recebe críticas e contestações”.

Mensalão: Maior escândalo de corrupção da história recente da política veio à tona em 2005

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José Dirceu foi o chefe do esquema, segundo PGR

Brasília – De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o PT montou um esquema de pagamento de propina para deputados na Câmara em troca de apoio aos projetos de interesse dos petistas no Congresso. Ainda de acordo com a Procuradoria-Geral da República, o mensalão foi arquitetado entre as paredes do Palácio do Planalto.

O mensalão do PT colocou no banco dos réus 38 pessoas, entre elas José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil no governo Lula, apontado como chefe da quadrilha, José Genoíno, ex-presidente do PT, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido.

Sete anos após a denúncia, em agosto de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou o julgamento, que acabou se tornando o mais longo na história da corte.

Os acusados foram julgados por crimes de corrupção ativa e passiva, evasão de divisas, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e peculato.

Após quatro meses e meio de julgamento, foram condenados 25 dos 38 réus.

O STF entendeu que houve um esquema de compra de votos de parlamentares no Congresso durante os primeiros anos do governo Lula, financiado por meio de desvio de dinheiro público e contratos que envolviam a Câmara, o Banco do Brasil, o Banco Rural e empresas de propaganda.

Entre os condenados: José Dirceu, braço-direito de Lula, José Genoino, ex-presidente do PT, João Paulo Cunha, deputado federal do PT e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT.

Mesmo condenados pelo STF, os réus ainda não foram presos.

Alguns deles, como os petistas José Genoino e João Paulo Cunha, continuam ocupando cargos de deputado federal na Câmara.

O julgamento entrou na fase de análise dos recursos. A expectativa é que essa nova etapa dure, pelo menos, 30 dias.