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Petrobras

Cúpula petista articula para evitar investigações da CPI da Petrobras

pasadena-300x192Brasília (DF) – As investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), propostas pela oposição, para apurar negócios nebulosos na Petrobras não têm sido vistas com bons olhos pela cúpula do governo petista. Informações, publicadas na imprensa, indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou  um movimento de articulação para impedir a instauração das apurações no Congresso.

O Estado de S. Paulo relata que houve um encontro com a presidente Dilma Rousseff, que durou cerca de três horas, o ex-presidente. Na conversa, eles avaliaram que o governo deve fazer de tudo para evitar a instalação da CPI, considerada uma perigosa “arma” apontada em direção à reeleição da petista.

De acordo com a publicação, no encontro também foi discutida a crise política que se abateu sobre a Petrobras, cujo ápice se deu após virem à tona suspeitas de superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O negócio é investigado pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União.

Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), a cúpula petista mete o pé pelas mãos ao tentar frear as investigações.

“O próprio Lula era presidente da República na época da compra desastrada da refinaria de Pasadena. Ao desencorajar a CPI, ele comete dois contrassensos: o primeiro é que ele foi o rei da CPI enquanto oposição, e o segundo é que ele é ex-presidente da República. Ele querer evitar a investigação em um caso em que houve claro dano para o país é uma atitude antirrepublicana, contra o Brasil”, afirmou.

Democracia

O parlamentar argumentou que a relutância em acatar o pedido da oposição atenta contra a democracia. “Um país e um governo que não quer se deixar investigar tem ares de ditadura. Quem não deve, não teme. Se devem, e estão com medo de que isso seja oficializado, é preciso encontrar os responsáveis e puni-los”, disse.

Em seguida, Leitão acrescentou que: “É uma pena, mas não é uma surpresa o ex-presidente Lula se comportar desse jeito. É a política pela política. A falta de uma investigação chancelada é a demonstração cabal de que o PT mostra as suas vísceras, de um partido que não quer deixar o poder”.

“O Brasil do PT”, por Aécio Neves

aecio-neves-participa-de-encontr-300x168Na última semana, o Brasil viu a Petrobras continuar afundando num poço de lama. E, enquanto o governo mobilizava todas as forças e artifícios para impedir que as irregularidades fossem investigadas, fomos confrontados com mais um dano provocado pelo aparelhamento das nossas instituições. Desta vez, a vítima é o Ipea, importante referência da vida nacional.

Com “criatividade” de mais e ética de menos, o governo faz com que o brasileiro não conheça mais a realidade do país em que vive. Três exemplos:

1) O PAC 1 até hoje não entregou inúmeras obras prometidas. Outras, muito atrasadas, foram incorporadas de forma disfarçada à prestação de contas do PAC 2, que sofre com a ausência de resultados para chamar de seus. A realidade, que geraria constrangimentos em muitos governos, não impede o atual de preparar, novamente, para a véspera das eleições, o lançamento do PAC 3.

A propaganda maciça enterrou de vez a chance da população perceber uma das maiores farsas construídas no país, que vende como novidade e resultado do governo federal o que não é uma coisa nem outra.

No Brasil, tudo o que antes era rotina de governos virou PAC. Investimentos realizados por empresas privadas, por empresas estaduais e até a prestação paga pelas famílias pela casa própria inflam os números anunciados.

2) Há pouco tempo, o governo lançou milionária campanha publicitária: “o fim da miséria é apenas o começo”, dizia a propaganda. Meses depois, no programa partidário do PT, veiculado em outubro de 2013, a presidente, em pessoa, candidamente afirmou: “e como já dissemos antes, o fim da miséria é apenas o começo”.

Como assim? Quem disse antes foi o governo federal, com recursos do contribuinte, e não o PT. Ou seja, o governo federal gasta milhões de recursos públicos para repertoriar um slogan a ser utilizado pelo partido da presidente?

3) O acordo Metas do Milênio da ONU fixou em US$ 1,25 por dia a renda per capita mínima para retirar uma pessoa da extrema pobreza. Foi esse o critério utilizado pelo governo federal para anunciar que o país estava acabando com a pobreza absoluta. Pois bem, por esse mesmo critério, o governo federal deveria estar pagando hoje ao beneficiário do Bolsa Família um mínimo per capita de aproximadamente R$ 85. Quando o governo convocará rede de TV para informar aos brasileiros que, lamentavelmente, 16 milhões de pessoas voltaram para a extrema pobreza?

No país do PT, a Petrobras vai muito bem, o PAC impulsiona o desenvolvimento nacional, o governo respeita os limites entre o interesse público e o partidário. E, o mais importante, acabou com a pobreza absoluta no Brasil.

“Criatividade” tem limite. E desrespeito também.

*Aécio Neves é senador e presidente nacional do PSDB

**Artigo publicado na Folha de S. Paulo – 07/04/2014

“O Brasil como uma ilha”, análise do ITV

porto-comercio-exterior-ebc-ministerio-do-planejamento-300x199Depois de dois déficits gigantescos nos primeiros meses do ano, a balança comercial brasileira teve um tímido, quase invisível, superávit em março. Trata-se de comportamento condizente com uma política de comércio exterior que vem isolando o país do resto do mundo e afetando as perspectivas de desenvolvimento da nossa economia. O Brasil não pode ser uma ilha.

Em março, o saldo comercial foi de US$ 112 milhões. É o menor resultado para o mês desde 2001, quando o superávit foi de US$ 276 milhões. Com este desempenho, o comércio exterior brasileiro acumulou déficit de US$ 6,07 bilhões no trimestre, o pior número de toda a série histórica, iniciada há 20 anos.

“O rombo acumulado neste ano supera em 17% o verificado nos três primeiros meses do ano passado, quando o saldo negativo de US$ 5,2 bilhões já fora recorde”, registra a Folha de S.Paulo. No total, as exportações caíram 4% no ano até agora. Pesaram bastante para o mau resultado a queda nas vendas para a Argentina, que diminuíram 14,4% no trimestre, e para a União Europeia, com recuo de 13,5%.

Algum alento deve vir a partir deste mês, com o início da safra agrícola. Tal janela favorável deve estender-se até julho. E só. Com isso, a balança comercial brasileira pode caminhar para seu primeiro déficit em 14 anos, conforme projeções feitas com base nos fracos resultados deste início de ano. “Estamos claramente com viés de déficit comercial para este ano”, disse José Augusto de Castro, principal especialista do país na área, ao Valor Econômico.

Vale lembrar que em 2013 o país já registrara seu pior resultado comercial desde 2000, com superávit de US$ 2,5 bilhões. O saldo só não foi negativo, contudo, por causa de manobras contábeis envolvendo a exportação fictícia de plataformas de petróleo. Nos 12 meses terminados em março, o superávit baixou mais ainda, para apenas US$ 1,6 bilhão – 86% menor que o apurado no mesmo período em 2013 (US$ 11,8 bilhões).

Produtos básicos, as chamadas commodities, representaram 47% das vendas ao exterior no trimestre. Com a Petrobras adernando, o principal item desta categoria, as exportações de petróleo, continua caindo na comparação com o mesmo mês do ano passado, frustrando as róseas expectativas oficiais. Só em março, a queda, a segunda consecutiva, foi de 20,4%. Com isso, a chamada conta-petróleo acumula déficit de US$ 4,5 bilhões no trimestre.

A atrofia do comércio exterior brasileiro diz muito das escolhas de política econômica deliberadas por Brasília nos últimos anos. Optou-se por fechar o mercado nacional à concorrência externa, diminuir a aproximação do Brasil das nações mais dinâmicas e aproximá-lo de hermanos sul-americanos que hoje estão naufragando. O resultado não poderia ser mais danoso.

Numa lista divulgada no início do ano passado, o Brasil aparece como o país mais fechado entre 179 nações, segundo o Banco Mundial. Somos apenas o 25° maior exportador do mundo. Nossas exportações equivalem a 1,3% do total mundial, muito pouco para a sétima maior economia global. Nossa participação no comércio mundial é cadente.

O Brasil precisa é de mais e não menos comércio internacional. Mas a gestão petista tem se especializado justamente no oposto: em 2013, o Brasil foi, pelo segundo ano consecutivo, o país que mais adotou medidas protecionistas no mundo, de acordo com levantamento da Organização Mundial de Comércio.

O país necessita de políticas que promovam a integração de nossas empresas nas cadeias globais de produção. Isso vai gerar mais possibilidades de negócios, ao mesmo tempo em que abrirá acesso a tecnologias mais avançadas, promovendo a modernização do parque produtivo local, a redução de custos e a recuperação da nossa combalida competitividade.

O que assistimos hoje é o contrário do que o país precisa. As medidas tomadas por Brasília mantêm claro viés antimercado, são refratárias ao lucro e cerceadoras da iniciativa privada. Tome-se o exemplo da medida provisória que aumenta a tributação sobre o lucro de empresas brasileiras no exterior, que está gerando ameaça de transferência das sedes das nossas poucas multinacionais para fora do país, como informa a Folha em sua edição de hoje.

O destino do Brasil não é ser uma nação apequenada, isolada e hostil ao resto do mundo. As opções equivocadas dos últimos anos estão mostrando-se prejudiciais às perspectivas de futuro do país. Não merecemos ser tratados como uma ilha, como muitos petistas sonham que fôssemos – embora até Cuba esteja agora se vendo forçada a se abrir ao exterior para não sucumbir.

Tucanos defendem CPI Mista para investigar irregularidades na estatal

plataforma4-300x225Brasília (DF) – Após reunião de parlamentares da oposição, na manhã desta terça-feira (1º) no Congresso, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defenderam a instalação de uma CPI Mista para investigar irregularidades da Petrobras. O esforço será no sentido de completar as 171 assinaturas necessárias na Câmara. No Senado, a meta de 28 já foi batida na semana passada.

“A CPI do Senado depende agora da leitura do nosso requerimento pelo presidente Renan Calheiros. Ela já está consolidada. Mas, independentemente disso, nós vamos continuar colhendo assinaturas para instalar uma CPI Mista”, afirmou Aloysio. “Os líderes dos partidos que estão apoiando a CPI, inclusive na Câmara, estão muito otimistas em conseguir essas assinaturas”.

Alvaro Dias, por sua vez, ressaltou a importância de unir a oposição em torno da investigação, como forma de evitar que a ampla base governista minimize seus efeitos.

“O governo trabalhará para comandar a CPI, sem compartilhar responsabilidades. Isso é muito ruim, não só porque quebra uma tradição, mas porque diminui a importância da oposição, e do sistema democrático. Teremos que trabalhar como fizemos em outras CPIs, por meio de relatórios paralelos, se o governo tentar impedir que investigações ocorram para valer”, disse o tucano do Paraná.

Casos distintos

 Os parlamentares avaliaram ainda que a tentativa de governistas de fundir as investigações sobre a Petrobras com as questões envolvendo  metrôs em alguns estados é uma manobra clara para confundir a opinião pública.

Para Aloysio, a manobra é inviável ”do ponto de vista legal, regimental e constitucional”, por se tratarem de assuntos distintos. “Uma CPI tem que ter um objetivo claro”, apontou.

“São fatos desconexos. Não se mistura água com óleo, é preciso explicitar bem. Se o governo deseja investigar cartel de metrô, em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Brasília, que proponha uma nova CPI”, acrescentou Alvaro Dias.

Atrasos e sobrepreço afetam maioria das obras da Petrobras no PAC

plataforma24Brasília (DF) – A negligência em importantes negócios e a suspeita sobre contratos não são os únicos problemas enfrentados pela Petrobras, uma das maiores empresas do país. Segundo reportagem desta segunda-feira (31) do jornal Folha de S. Paulo, os atrasos na entrega e excessos na previsão de gastos afetam a maioria dos projetos da Petrobras inclusos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A publicação fez um comparativo entre os atuais prazos e custos estimados de obras e as metas divulgadas anos atrás. Os 14 empreendimentos analisados totalizavam inicialmente R$ 120 bilhões. Após expectativas equivocadas e variação cambial, o custo previsto saltou para R$ 182 bilhões. O valor representa um avanço de 52% – descontada a inflação do período, 31%.Os R$ 62 bilhões de diferença são ainda equivalentes a oito vezes a soma das despesas com a construção e reforma dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014.

Para o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), os atrasos e diferença de preços caracterizam “a mais clara marca da ineficiência, incapacidade de gestão e falta de planejamento da Petrobras, que vem levando à perda de qualidade nas políticas da empresa, sobretudo em casos emblemáticos como Pasadena”.

Patrimônio

 O parlamentar avaliou que os bens da empresa “estão sendo ameaçados pela inépcia” da estatal na gestão de contratos e de importantes obras do PAC, como as refinarias.

Segundo o levantamento da Folha de S. Paulo, a maior parte dos R$ 62 bilhões de diferença entre orçamentos antigos e atuais se deve a dois projetos problemáticos: a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

“Estão enterrando o patrimônio da Petrobras. O prejuízo para a nação brasileira é algo inestimável. Essa sucessão de erros confirma uma gestão temerária, que tem se repetido em várias empresas públicas”, apontou.

Investigação

Em decorrência dos últimos escândalos envolvendo a estatal, Duarte Nogueira defendeu ainda o aprofundamento das investigações, por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

“Existem vários aspectos a ser investigados como, por exemplo, o fato de uma refinaria que valia U$S 42 milhões ser adquirida pela Petrobras por U$S 1,18 bilhões. A postura da Petrobras será a de explicar o inexplicável. A sociedade quer a CPI, e já mostrou isso. Os brasileiros estão vendo a importância de impor perspectivas de mudanças ao governo, e à própria Petrobras”, acrescentou.

“Intervencionismo e ideologia: o estado das coisas”, por Marcus Pestana

Marcus-Pestana-Foto-Ag-Camara--300x200Na última semana, procurei discutir como o governo Dilma representa a cristalização de uma matriz teórica, política e ideológica anacrônica e uma visão equivocada sobre o modelo de intervenção do Estado e o funcionamento da economia de mercado e da sociedade contemporânea. O intervencionismo desorganizador se manifesta em todos os lados. Nos graves gargalos do setor elétrico. Na queda da produção e do valor de mercado com ações despencando e na explosão do endividamento da Petrobras. Nos preços administrados represados na energia, nos combustíveis e no transporte coletivo, intervencionismo superado como estratégia de combate à inflação. Na desorganização do setor de açúcar e álcool.

Nos financiamentos generosos e subsidiados pela sociedade para supostos “campeões globais”, como Eike Batista e frigoríficos quebrados, em lugar da democratização da taxa de juros. Nas desonerações fiscais pontuais em vez de uma equação sistêmica para o sistema fiscal e tributário. E dá-lhe “contabilidade criativa” para maquiar os números do governo e voluntarismo na política monetária, em vez do correto manejo da política econômica. Na rendição tardia e sem convicção às parcerias com o setor privado, após as sucessivas frustrações do PAC para atacar os nós da infraestrutura. Enfim, um modelo intervencionista anacrônico a serviço de resultados pífios.

O saldo começa a aparecer na inflação alta, na baixa taxa de investimento, na desindustrialização, no crescimento econômico medíocre, nos desequilíbrios externos e, principalmente, na crise de confiança na economia brasileira.

Lula era mais pragmático e tinha Palocci e Meirelles para sustentar os pilares econômicos herdados do governo FHC. Dilma não, a presidente tem um elenco de ideias próprias e originais sobre o funcionamento da economia e o papel do Estado. Já no segundo mandato de Lula combateu a ideia de Palocci de criar uma trava legal para que as despesas correntes não crescessem acima do PIB.

O país não resistirá impunemente a mais quatro anos de intervenções atrapalhadas e de ideias fora de lugar em mundo globalizado e dinâmico, que exige um novo paradigma de desenvolvimento e de atuação estatal.

O software enviesado e superado que preside a formulação de Dilma remonta às raízes do PT. Todos sabem que o PT nasceu a partir de três vertentes: o sindicalismo do ABC, parcela das comunidades eclesiais de base da Igreja e a esquerda de origem marxista-leninista-trotskista. Lula cresceu no ambiente do sindicalismo de resultados, negociador, não ideológico, inspirado e treinado pelo sindicalismo norte-americano. Daí seu pragmatismo e travessia pela linha de menor resistência. Dilma veio da esquerda armada de 1968, ortodoxa, dirigista e que nutre a convicção de que é possível moldar a sociedade e o mercado a partir da ação do Estado e conduzir as políticas públicas com voluntarismo e visão totalizante. Daí o estado atual das coisas.

*Marcus Pestana é deputado federal e presidente regional do PSDB de Minas Gerais

**Artigo publicado no jornal O Tempo – 31-03-2014

Genro de Dilma e parentes de ministros ganham convite VIP da Petrobras para Fórmula 1

formulaum1Brasília (DF) – A relação de convidados VIP da Petrobras para assistir ao GP do Brasil de Fórmula 1 (foto), em novembro, inclui o genro da presidente Dilma Rousseff, Rafael Covolo; dois filhos do ministro da Fazenda, Guido Mantega; e a irmã, o cunhado e a sobrinha da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além de parlamentares da base aliada e seus parentes. A revelação está em reportagem publicada nesta sexta-feira (28) no Estado de S. Paulo.

A lista, segundo o jornal, foi mantida em segredo da Petrobras. As cortesias dão direito à vista privilegiada da pista do Autódromo de Interlagos, além de acesso aos boxes das escuderias, hospedagem em hotel cinco estrelas e buffet de bebidas e comidas durante o GP.

O cálculo é que o custo individual de cada convite oferecido pela Petrobras chegue a R$ 12 mil – o ingresso mais caro vendido ao público no ano passado, com benefícios semelhantes, valia R$ 11.200.

Dois filhos de Mantega, que preside o Conselho de Administração da Petrobras, estão na lista VIP da estatal, assim como amigos deles. O pedido de ingressos para Carolina e Leonardo Mantega partiu do próprio ministro.

Miriam Belchior é outra ministra e conselheira da Petrobras cujos parentes foram ao camarote. Irmã da ministra, Virgínia confirmou ter recebido o ingresso, mas desligou o telefone ao ser perguntada sobre como ganhou o convite.

O jornal também identificou na lista nove deputados federais, um distrital e dois senadores, além de suas mulheres, irmãos, namoradas e filhos. Lá estão o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o senador Gim Argello (PTB-DF), dois dos principais articuladores contra a CPI da Petrobras.

“A noite dos mortos-vivos”, por Ademar Traiano

Ademar-Luiz-Traiano-Foto-Divulgacao-ALPR--300x195O governo Dilma Rousseff se parece, cada vez mais, com um filme de terror. Daqueles, tipo “A Noite dos Mortos-Vivos”, cheios de zumbis que andam, com os braços estendidos, desengonçados e assustadores pelas ruas, carregando sua maldição e sua desgraça.

O mais novo morto-vivo petista é a credibilidade internacional do Brasil. A agência de risco Standard & Poors, rebaixou a nota do Brasil de BBB para BBB-. Mais uma queda e o país perde o “grau de investimento” e nossos papéis caem para a categoria “junk” (“lixo”). A Petrobras, a Eletrobras e mais uma penca de bancos e empresas também tiveram suas notas rebaixadas.

A avaliação das agências de risco determina o quanto o Brasil vai pagar de juros para colocar seus papéis no mercado e influencia a decisão de investidores de aplicar seu dinheiro. O Brasil foi rebaixado devido à lambança nas contas públicas, a perspectiva de baixo crescimento, a piora no déficit nas transações com o exterior e, por último, mas nem por isso menos importante, pela decisão de Dilma de esconder esses desastres com ridículas maquiagens contábeis.

O morto-vivo mais vistoso do PT é a Petrobras, nossa maior estatal, que sofre horrores indizíveis submetida a incompetência e a corrupção petista. Entre os escândalos está a compra, por US$ 1,2 bilhão, de uma refinaria em Pasadena, no Texas, que o vendedor havia adquirido por módicos US$ 42,5 milhões.

A Petrobras também levou um “beiço” de US$ 20 bilhões de Hugo Chávez. O falecido caudilho venezuelano convenceu Lula a construir uma refinaria, a Abreu e Lima, em Pernambuco em parceria com a Venezuela. Chávez ficou de bancar metade da obra, mas nunca colocou um centavo de bolívar.

A estatal enfrenta ainda denúncias de propina na compra de plataformas de petróleo e teve diretores presos pela Polícia Federal. Por mais assustadores que sejam os escândalos de Pasadena e da Abreu e Lima eles ainda são modestos perto do conjunto da obra. A Petrobras está hoje muito mais morta do que viva.

Dilma obriga a Petrobras, que virou cabide de emprego dos ‘companheiros’, a vender combustíveis a preços defasados para segurar a inflação e a comprar equipamentos de fornecedores locais mais caros que no exterior.

A Petrobras é forçada ainda a importar gasolina e diesel, porque a autossuficiência nunca passou de uma bravata de Lula. Como vende aqui mais barato do que compra lá fora é uma das poucas petroleiras do planeta que perde dinheiro quando o preço do petróleo sobe.

Em 2009, a empresa estava em 12º lugar entre as maiores do mundo; há um ano, caiu para 48º lugar e, agora, em 2014, ocupa a 120º posição. Em apenas cinco anos a Petrobras perdeu 73% de seu valor de mercado. Vale hoje US$ 76,9 bilhões, menos de um terço dos US$ 286,5 bilhões que valia em 2008. Um terror.

Outro zumbi petista, que perambula por aí, em péssimo estado de conservação, é o conceito gerencial da presidente Dilma Rousseff. Vendida por Lula, o falastrão, como uma gerente insuperável e uma técnica incomparável, ela vai de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo pelo erro.

Dilma era a presidente do Conselho da Petrobras quando aconteceu o desastre de Pasadena. Nada fez para impedir o desastre da Abreu e Lima. Também é responsável pelas catástrofes que afetam nossa economia, pela inflação, pela opção fatal pelo populismo tarifário na energia elétrica, por espantar os investidores com seu mandonismo ridículo.

Outros zumbis que desfilam pelas ruas assustando as pessoas são os que representam o apodrecimento ético do PT. São os zumbis mais antigos de todos. Desde 2005, quando explodiu o mensalão, maior escândalo de corrupção da história da República, que eles andam dando sustos nos incautos. Os maiores símbolos dessa falência ética são os zumbis mensaleiros que cumprem pena na Papuda.

Os zumbis petistas têm dois aliados trapalhões. Um deles é o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, também conhecido como o maquiador-geral da República. Ele tenta fazer que os zumbis pareçam gente vendendo saúde. Até agora, não enganou ninguém.

No Senado, o trabalho de disfarçar o estado de putrefação dos zumbis petistas foi dado à pobre senadora Gleisi Hoffmann que, apesar de seus esforços loucos (brecou a redução da maioridade penal, atacou o ministro Joaquim Barbosa para defender os mensaleiros, disse que a crise da Petrobras não era tão grave assim…), não tem dado conta do recado. A cada intervenção de Gleisi a situação do governo só piora.

No final das contas, o grande zumbi que perambula pelas ruas do Brasil talvez seja o próprio petismo. E um zumbi, como se sabe, é uma criatura que já morreu, mas ainda não se deu conta disso.

*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa.

“Afunda, Dilma”, análise do Instituto Teotonio Vilela (ITV)

planalto-psdb-foto-george-gianniA insatisfação ampla, geral e irrestrita em relação ao desgoverno da presidente Dilma Rousseff vai se espraiando entre os brasileiros, em todas as regiões, em todas as áreas de atuação. É um fracasso de cabo a rabo, percebido no dia a dia de uma gestão desnorteada e que agora começa a se refletir com mais intensidade nas pesquisas de opinião – e olha que elas ainda nem captaram a mais nova onda de escândalos, envolvendo as falcatruas na Petrobras…

A popularidade da presidente caiu sete pontos desde novembro, segundo levantamento patrocinado pela CNI e divulgado ontem pelo Ibope. Passou de 43% para 36%. Falta pouco para a aprovação ao governo Dilma voltar ao tamaninho que chegou a ter no auge das manifestações do ano passado e seu pior momento até agora.

Dos 32 pontos de popularidade que perdeu ao longo do primeiro semestre de 2013 até o auge das manifestações de rua, Dilma chegou a recuperar 12, conforme registrou o Ibope em novembro. Mesmo pouco, o alento durou quase nada. Com o que ela agora tornou a perder, resulta que a presidente reconquistou apenas cinco dos 32 pontos de sua popularidade avariada. Não parece exibir fôlego.

Ao mesmo tempo em que a aprovação cai, o percentual dos que avaliam a gestão da presidente como ruim ou péssima sobe com força. Hoje, este contingente é quatro vezes maior do que era há apenas um ano. Vale dizer: em março de 2013, 7% achavam o governo de Dilma ruim ou péssimo e agora este grupo soma 27%, já se aproximando dos 31% de julho do ano passado, ponto mais crítico da atual gestão.

Consideradas estas duas curvas, a presidente está hoje tão mal avaliada quanto estava logo depois que milhares de brasileiros protestaram nas ruas, no inverno de 2013. Com uma diferença: o saldo positivo era de 15 pontos em setembro último e agora é de apenas nove.

Não há um estouro de boiada de insatisfação, como aconteceu naquela ocasião, mas há um mal-estar cada vez mais disseminado.

Parece haver um duto drenando a popularidade de Dilma e transformando-a diretamente em repulsa. A antiga aprovação (ótimo+bom) está se convertendo em desaprovação (ruim+péssimo) numa viagem sem escala pelo patamar de avaliação regular, como costuma acontecer. Enquanto a aprovação caiu sete pontos, a desaprovação subiu também sete pontos, de 20% para 27% de novembro para cá. Regular apenas oscilou de 35% para 36%.

A insatisfação ainda é meio difusa. Mas ganha contornos claros quando se pergunta aos entrevistados como avaliam o governo em diferentes campos de atuação. E o que ocorre é que, pela primeira vez em 39 meses de governo, a presidente tem sua gestão reprovada em todas as nove áreas aferidas pela pesquisa. “O descontentamento aumentou mais notadamente com relação às políticas econômicas, refletindo a maior preocupação com relação à inflação e ao desemprego”, destacou o Ibope.

Para cada brasileiro que aprova a condução da economia pelo governo Dilma, três desaprovam, segundo O Globo. A proporção é bastante próxima disso no que se refere ao combate à inflação (71% de insatisfação) e maior ainda na política de juros (73%). Nesta seara, a presidente não terá nenhuma chance de refresco pela frente: ontem, o Banco Central sinalizou que conta com inflação maior, crescimento menor e, possivelmente, juros mais altos no horizonte.

A proporção se repete na saúde: 77% de desaprovação e somente 21% de aprovação, numa das insatisfações mais acachapantes entre todas as nove áreas pesquisadas – só não é maior que a relativa aos impostos. Está aí mais uma prova de que os brasileiros não se deixam enganar por coelhos tirados da cartola para ludibriar a população, como o programa Mais Médicos. O mesmo acontece na segurança: 76% a 22%. Na educação, para cada brasileiro que aprova, dois desaprovam.

Até áreas consideradas caras ao PT estão caindo de podre. A desaprovação já é maior também às políticas de combate à pobreza – núcleo estratégico do governo entre os mais pobres e maiores eleitores de Dilma – e de combate ao desemprego, com 57% desaprovando a atuação da presidente em relação ao assunto e 40% demonstrando satisfação – percentuais que eram inversos um ano atrás.

A repulsa à presidente Dilma também começa a se espraiar pelo interior do país, numa indicação de que a erosão na popularidade dela está mais para voçoroca. Em cidades com até 20 mil habitantes, o percentual dos que consideram a gestão atual ótima ou boa caiu de 59% para 44%. Foi a mais intensa queda entre os estratos pesquisados pelo Ibope.

A população brasileira quer mudar, como vêm mostrando todas as pesquisas de opinião de todos os institutos desde fins do ano passado. A novidade, porém, é que a mudança já está sendo associada a nomes. Segundo outra pesquisa do Ibope Inteligência, Aécio Neves é citado por 18% dos entrevistados como quem tem mais condições de fazer as transformações que o país necessita. Outros 13% apontam Marina Silva e 8%, Eduardo Campos. Com Dilma afundando, o caminho está aberto.

“Os lobos ameaçam”, por Ruben Figueiró

*Ruben Figueiró

Senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) comemora crescimento da indústria no Mato Grosso do SulNaturalmente os prezados leitores estão bem atentos às notícias de Brasília que se espalharam como uma gripe virótica em todo país ou como se uma alcateia de lobos estivesse uivando lá no horizonte. Eu me refiro à questão energética cuja gravidade está sendo prevista pelo governo federal por meio de um semáforo de luz amarela.

É inegável que estamos passando por um período crítico, com o nível dos reservatórios aquíferos em baixa e a intensificação do funcionamento de usinas termelétricas, que geram energia mais cara. O fato é que, por questões eleitoreiras, o governo decidiu desembolsar R$ 20 bilhões às distribuidoras para evitar prejuízos imediatos ao consumidor. No entanto, este recurso que está saindo do Tesouro terá de ser reembolsado com aumento de tributos e da própria conta de luz em 2015. Se uma atitude coerente não for tomada agora, provavelmente haverá racionamento. Infelizmente, ações impopulares, mas extremamente necessárias, estão sendo proteladas para depois de outubro – após as eleições!

Outro assunto preocupante foi aquele que estourou como uma bomba decorrente do mal negócio da compra da Petrobras da refinaria obsoleta de Pasadena ao lado da cidade de Huston, nos Estados Unidos. Apenas por curiosidade, certa vez passei ao largo dela. Pequena em relação a outras de porte grandioso situadas na mesma região. Nunca me passou pela ideia que um dia ela se constituiria num butim clamoroso a abalar a estrutura do Poder e a imagem de uma presidente.

O estranho disso tudo, são os números que não fecham. O lamentável foi a presidente Dilma Rousseff ter afirmado em nota que foi induzida ao erro quando, em 2006, quando presidia o Conselho Administrativo da estatal, assinou a aprovação da compra da refinaria, sem conhecer a totalidade das cláusulas contratuais que iriam transformar o negócio de Pasadena num problema para a Petrobrás, hoje com suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas investigadas pelo TCU, Ministério Público e Polícia Federal.

Já foi um escândalo a compra pela Petrobras por R$ 360 milhões da metade de uma empresa pela qual a empresa belga Astra Oil havia pagado R$ 42,5 milhões. Afinal, só nessa operação, sem que refinasse um único barril de petróleo, os belgas garantiram um lucro de 1.590% em menos de um ano.

O processo que analisa a compra da refinaria de Pasadena tramita na área técnica do TCU, no Rio de Janeiro. O ministro José Jorge, relator da ação, diz esperar que até abril o relatório já esteja em seu gabinete, para que ele possa redigir seu voto. Como o procedimento ainda está em aberto, o TCU não descarta ouvir os integrantes do Conselho de Administração e da Diretoria da Petrobras à época, incluindo a presidente Dilma Rousseff.

Trata-se de um assunto que merece investigação profunda. O brasileiro não vai engolir a tentativa de esvaziar o assunto para banaliza-lo transformando-o em tema “oportunista” de campanha eleitoral, quando, na verdade, trata-se de questão que tem a ver com o direito de cada cidadão de saber o que está sendo feito com os recursos públicos deste País.

 

*Ruben Figueiró é senador pelo PSDB-MS