PSDB – MS

Tancredo Neves

“O dia seguinte e os próximos quatro anos”, por Marcus Pestana

Artigo do presidente do PSDB-MG, deputado federal Marcus Pestana, publicado na edição de segunda-feira (10) do jornal O Tempo

Marcus-Pestana-Foto-George-Gianni-PSDB--300x300Fechadas as urnas, retomo hoje meus artigos semanais neste espaço.

Passamos pela sétima sucessão presidencial após a histórica campanha das Diretas, em 1984, e a transição democrática liderada por Tancredo Neves, em 1985. Temos o que comemorar. Nunca na história tivemos tamanha liberdade, e a democracia brasileira revelou toda a sua solidez.

Apesar do clima de ampla liberdade, a campanha de 2014 ficará marcada como uma das mais agressivas, na qual calúnias e agressões inaceitáveis foram manipuladas sem pudor. Dentro da lógica de que os fins justificam os meios, a campanha do PT, no desespero da manutenção do poder a qualquer preço, utilizou as redes sociais, SMSs e telefonemas, espalhando mentiras para ameaçar cidadãos e desconstruir adversários. Não bastasse isso, ataques injustificáveis agrediram a vida pessoal e familiar de candidatos.

A ética na política tem que ser revalorizada. Não é legítimo “fazer o diabo” para ganhar eleições. Os meios devem ser coerentes com os fins. A prática na campanha é o cartão de visitas de um futuro governo.

Aécio Neves, carregando os melhores valores de Minas, na trilha de JK, Tancredo e Itamar, foi um guerreiro. Fez uma campanha belíssima de que todos podemos nos orgulhar. Firme, sereno e sólido em suas propostas, escreveu uma bela página política. Saiu muito maior que entrou. Perdeu, ganhando. E já se firma como protagonista central do novo ciclo histórico.

Para nós, do PSDB, a campanha de Aécio foi revigorante. Superamos a timidez que nos marcou nos últimos anos. Aécio defendeu com coragem e determinação uma visão alternativa ao status quo e plantou sementes da mudança desejada por mais de 51 milhões de brasileiros. FHC foi resgatado em seu papel histórico essencial para o Brasil contemporâneo. E nos reencontramos com as ruas. Milhares de pessoas abraçaram Aécio nas grandes cidades e capitais. A herança da campanha é o melhor adubo para persistimos.

Dilma terá agora que enfrentar a sua própria herança maldita. As bombas de efeito retardado plantadas por seu governo cobrarão a fatura. É o efeito bumerangue, consequência da péssima gestão na economia e do maior escândalo da história republicana envolvendo a Petrobras.

As duas primeiras semanas já sinalizaram muito bem o quadro de dificuldades em que se encontra o país e a fragilidade do discurso do PT na campanha. Aumentos dos juros, na energia elétrica, da gasolina. Informações que foram escondidas durante a campanha explodiram nas páginas dos jornais: o maior déficit fiscal da história e o aumento da pobreza extrema foram revelados pelo Tesouro e pelo Ipea. Antes mesmo de seu início, o segundo governo Dilma já nasce envelhecido e sem direito à tradicional lua de mel.

Da nossa parte, ofereceremos, em nome dos 51 milhões de brasileiros, uma oposição firme, qualificada, intensa, em defesa da liberdade, da estabilidade econômica e dos avanços sociais. E exigiremos, dia após dia, o total esclarecimento do escândalo da Petrobras e a punição dos culpados. A mudança só começou!

Aécio Neves pede mobilização e lembra trajetória de Tancredo em visita ao Espírito Santo nesta quinta-feira (10)

aecio-espirito-santo-5-300x200Vila Velha (ES) – O candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, senador Aécio Neves, participou nesta quinta-feira (10) de um encontro político em Vila Velha, no Espírito Santo.  Aécio lembrou que há 30 anos, no Espírito Santo, o avô Tancredo Neves lançou as bases de sua campanha para as eleições presidenciais de 1985.

“Quando o Brasil estava perplexo pela derrota da emenda Dante de Oliveira (que permitiria a realização de eleições diretas), Tancredo escolheu as terras capixabas para anunciar um pacto pelo país. Passaram-se 30 anos e o destino nos permite estar aqui, juntos, para dizer a cada um dos brasileiros, na primeira semana da campanha eleitoral, que vamos resgatar o sonho de Tancredo e de milhões de brasileiros, de resgatar a capacidade de fazer o Brasil crescer”, afirmou Aécio.

Participaram do encontro o candidato ao governo do estado, Paulo Hartung (PMDB), seu candidato a vice, o deputado federal César Colnago (PSDB), o coordenador da campanha da coligação Muda Brasil, senador José Agripino Maia (DEM-RN), os ex-prefeitos de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), e de Vila Velha, Max Filho (PSDB), e o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), além de representantes de partidos aliados.

Federação

Aécio Neves destacou a preocupação com a defesa dos princípios da federação. Ele criticou a centralização do PT no governo federal e lembrou que o Espírito Santo é um dos estados mais prejudicados pelo modelo petista.

“O governo do PT leva o Brasil a se transformar em um estado unitário. Apenas ao governo federal é possível definir prioridades, definir aquilo que é ou não relevante ao nosso futuro. A primeira das visões que deve orientar o novo governo é a visão clara da federação”, disse Aécio.

O senador afirmou que os avanços sociais e econômicos que o Espírito Santo obteve, nos últimos anos, vieram como resultado dos esforços dos próprios capixabas, e não de uma política de parcerias com o governo federal.

aecio-espirito-santo-3-300x200O candidato Paulo Hartung, que governou o Espírito Santo entre 2003 e 2010, foi definido por Aécio com “um dos mais completos homens públicos da nossa geração”.

O senador destacou ainda que o projeto apresentado por ele não deve ser interpretado como uma proposta única do PSDB, e sim como uma construção entre todos os brasileiros que se preocupam em mudar o modelo administrativo que o PT impôs ao país.

Parcerias

Aécio lembrou que Minas Gerais e o Espírito Santo têm uma ligação das mais intensas, que é motivada tanto pela proximidade geográfica quanto por fatores como a produção industrial  dos dois estados.

“Estou em casa no Espírito Santo”, disse Aécio. “Não poderia ser em outro estado o início dessa caminhada. Venho de Minas Gerais para o Espírito Santo para fazer de mineiros e capixabas um só corpo, para dizer à nação: vamos vencer as eleições e vamos honrar a cada um de vocês”, acrescentou.

O candidato da Muda Brasil à Presidência pediu ainda o empenho dos militantes locais para a eleição de Paulo Hartung e destacou: “que Hartung seja o novo governador do Espírito Santo para selarmos em definitivo uma parceria com toda essa gente em favor de um Brasil novo”.

A coligação que tem Paulo Hartung candidato a governador e César Colnago a vice é composta por sete partidos: PSDB, PMDB, DEM, Solidariedade, PEN, PRP e Pros. A deputada federal Rose de Freitas (PMDB) é a candidata ao Senado pela chapa.

Em Vila Velha, foram entregues os primeiros materiais de campanha da Muda Brasil: adesivos que trazem o nome da coligação e de Aécio Neves.

Governador do Piauí, do PMDB, declara apoio a Aécio Neves

zefilho-300x200Rio de Janeiro (RJ) – O governador do Piauí, Zé Filho (PMDB-PI), declarou nesta sexta-feira (20) apoio a candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República. Candidato à reeleição ao governo do estado tendo como vice o tucano Sílvio Mendes, Zé Filho se reuniu com Aécio no Rio de Janeiro e ressaltou que tomou a decisão porque acredita no projeto de mudança proposto pelo candidato do PSDB.

“Conheço a forma como Aécio revolucionou o estado de Minas Gerais. Acredito no seu plano de governo e na maneira como ele deverá implementá-lo, principalmente no Nordeste. Estamos apostando na mudança”, disse Zé Filho ao declarar apoio à candidatura tucana.

Ao comentar a aliança, Aécio adiantou que irá ao estado para a convenção que oficializará a chapa entre o PMDB e o PSDB, no próximo dia 27.

“É mais uma aliança que nós estamos selando no Brasil com o PMDB, aliança que me alegra muito como projeto para o Piauí e para o Nordeste e que será muito importante na construção desse programa. Vamos construir juntos um projeto para o Piauí e para o Brasil”, destacou Aécio.

Discriminação

O governador Zé Filho também afirmou que a decisão de romper com a presidente Dilma foi tomada em razão do tratamento que o estado vem recebendo do governo petista. Segundo o governador, o Piauí sofre discriminação e foi “descartado” dos programas federais.

“Estou fazendo isso pelo povo do Piauí, que não aceita mais esse tipo de tratamento. Temos sido totalmente descartados de todos os programas do governo federal, caso da Eletrobras e dos carros-pipas. Estamos como se fossemos um estado inexistente para o governo federal. Isso nós não aceitamos mais”, criticou o governador Zé Filho.

Tancredo Neves

Zé Filho também lembrou que o Piauí foi o primeiro estado do Nordeste a aderir a campanha de Tancredo Neves para presidente no processo de redemocratização do país, na década de 1980. “O Piauí, a exemplo do que fez lá atrás quando Tancredo foi candidato, repete este ato agora com a candidatura do Aécio.”

“Despedida”, por Aécio Neves na sua última coluna na Folha

militantes-do-psdb-igo-estrela-25-300x200Em respeito aos critérios anteriormente fixados pela Folha em função do período eleitoral, escrevo hoje a minha última coluna, em uma manhã de sábado em São Paulo. E me despeço manifestando, mais uma vez, o meu respeito pela atividade política.

Sei que corro o risco de ser mal interpretado, em um país em que, lamentavelmente, sobram motivos para o descrédito da ação política, mas a cada dia me convenço mais do acerto da decisão que tomei há 30 anos, quando entrei na vida pública. Poucas escolhas na vida nos permitem reunir ao mesmo tempo as razões do coração e da razão. Dizem que as pessoas que conseguem encontrar o dever e o prazer no mesmo lugar têm uma chance especial de encontrar a felicidade. E, apesar de todas as dificuldades, poder imprimir à vida um sentido no qual se acredita não deixa de ser uma oportunidade a ser celebrada.

Nunca tive dúvidas sobre a escolha que fiz, nem nas horas de dificuldades. Nunca as tive nos momentos de frustração quando fui confrontado com a impossibilidade de realizar tudo o que gostaria, nem nos momentos em que sou atacado de forma covarde por calúnias e difamações.

Vejo nisso apenas mais razões para continuar a minha caminhada e colaborar para a construção de um tempo em que a política tenha mais a ver com a verdade e com a realidade, e menos com a manipulação e com a hipocrisia. Acredito na política como instrumento de transformação da sociedade. Onde falta política sobra autoritarismo.

Fiz desta coluna um testemunho de meu compromisso com a política voltada ao bem comum e do meu compromisso com os brasileiros. Busquei refletir sobre o Brasil, consciente de que escrever para um jornal como a Folha é sonhar em voz alta. É falar para o Brasil. Nunca me omiti diante das grandes questões. Me expus ao crivo da opinião pública e saio fortalecido da experiência. E ainda mais convencido de que a arena pública deve estar sempre permeável ao debate.

Olho para o Brasil e vejo um país banhado por uma energia positiva que parece adormecida, mas que é essencialmente nossa. Alegria, esperança e confiança são um patrimônio coletivo da nossa nação. Não podemos perdê-lo.

“A nação renasce porque está renascendo nos olhos dos moços”, escreveu meu avô Tancredo no discurso preparado para o dia de sua posse na Presidência e que o destino não permitiu que ele lesse. Ele falava daquela energia única, do “calor sagrado que torna as pátrias imperecíveis”. Esta é a energia que me move.

Encerro a minha coluna surpreso com a velocidade com que o tempo tem passado. Foram três anos. Meu agradecimento à Folha pelo convite. A você, meu agradecimento pela companhia, meu abraço e desejo de que o tempo seja generoso com cada um dos nossos sonhos.

*Aécio Neves é senador (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB e candidato do partido à disputa pela Presidência da República

**Coluna publicada na Folha de S. Paulo – 16-06-2014

População acompanha visita de Aécio Neves a São João del Rei (MG)

aeciosjoao1-300x200São João del Rei (MG) – Dezenas de pessoas saíram às ruas nesta sexta-feira (13), Dia de Santo Antônio, para acompanhar a visita do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, à São João del Rei (MG). O ato é parte de uma tradição iniciada por seu avô, Tancredo Neves, que sempre visitava a cidade às vésperas de uma decisão importante, e marca o começo de sua caminhada até a Convenção Nacional do PSDB, que será realizada neste sábado (14), em São Paulo.

Na ocasião, Aécio será oficializado pelo partido como candidato à Presidência da República.

Da janela de sua casa, a aposentada Isabel Lima Rezende, de 70 anos, testemunhou a passagem de Aécio pela cidade.

“Ele veio até aqui, me cumprimentou. É importantíssimo ele vir aqui, na terra dele. O povo quer carinho, quer toque né? Acho que isso mostra que ele é humilde, que ele está com o povo e quer o povo ao seu lado”, disse.
Outro apoiador do presidente nacional do PSDB, o arquiteto aposentado Osvaldo Lafaiete, de 64 anos, defendeu que o ciclo de governo petista chegou ao fim.

“Sou a favor do Aécio, a favor da renovação. Chega de Dilma. O PT já teve o momento dele. É hora do novo”, considerou. “Ele é um homem que conhece o interior. Governar na cidade é fácil, o importante é trazer isso para cá. Por isso que esse contato com as pessoas é importante. É calor humano”, acrescentou.
Já para a bibliotecária Denise Lafaiete, 64 anos, a visita de Aécio chama a atenção do Brasil para a necessidade de conservar o patrimônio de São João del Rei. “Precisamos cuidar das nossas ruas, das nossas casas, tombadas como patrimônio histórico. O governo federal não investe o suficiente nessa conservação”, criticou.

Carta

Em frente ao Solar dos Neves, residência onde viveu Tancredo, se concentrou parte da população. Da sacada, Aécio agradeceu a presença de amigos, familiares, lideranças políticas e militantes. Ao seu lado, a filha do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, Maria Estela Kubitschek, leu uma carta de apoio e estímulo ao tucano.

“Hoje, Aécio, depositamos em suas mãos limpas nossa confiança e nossa esperança, de que finalmente poderemos realizar o Brasil que tantas vezes foi sonhado pelos nossos e que ainda permanece intocado. Segue em frente, senador. Com os compromissos e princípios que um dia orientaram os passos de Tancredo, com a ousadia, a coragem e o inconformismo de meu pai, Juscelino. Vamos fazer cumprir o destino”, diz trecho do documento.

Após a homenagem, Aécio percorreu as ruas do centro histórico de São João del Rei, cumprimentado moradores, e visitou a capela de Santo Antônio, construção erguida por volta de 1774. O presidente nacional do PSDB foi ainda ao Teatro Municipal e ao cemitério, onde visitou o túmulo de seu avô.

“Homens que fazem falta”, por Ruben Figueiró

*Ruben Figueiró

Plenário do SenadoUm dos personagens civis que mais influenciaram os rumos da história brasileira entre 1945 e 1968 completaria 100 anos, se vivo estivesse. Carlos Lacerda nasceu em 30 de abril de 1914 no Rio de Janeiro. Faleceu em 1977. Hoje, passados tantos anos e com visão mais ampliada dos fatos históricos, percebo com clareza, concordando com o cientista político Melchiades Cunha Júnior que Lacerda “se inscreveria, ainda que não sem controvérsia (como tudo nele) no panteão dos brasileiros, que sendo os mais capacitados de sua época, não chegaram a presidente: Rui Barbosa, Oswaldo Aranha, San Tiago Dantas, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães”. Resta-nos cultuar suas memórias. Ficaram seus exemplos. Para mim, determinados homens estão fazendo falta nesse país.

Era impossível ser indiferente a Carlos Lacerda. Era de uma inteligência que se exprimia como um raio. Empolgava a todos e fez uma legião de fãs que admiravam suas atitudes tempestuosas marcadas pelo verbo impiedoso com que fustigava os adversários. Ele despertou o ódio e a admiração de milhões de brasileiros entre as décadas de 40 e 70 do século passado. Os adversários chamavam-no de direitista, fascista. Ele foi inicialmente comunista, depois anticomunista e virou líder da direita. Mas não se pode classificá-lo de fascista ou reacionário.

Na Câmara, Carlos Lacerda se destacava por ser um parlamentar brilhante, culto, cáustico nas críticas aos adversários. Carbonário quando se tratava de mal feitos do governo. Considerado um dos maiores tribunos do Parlamento. Eu ia sempre assistir as sessões e, jovem ainda, me empolgava com as orações de Lacerda.

Fui seu admirador. Algumas vezes, ainda na mocidade, dele divergi, já encanecido nas lutas, cheguei a condenar suas atitudes. Lacerda demonstrou no curso do tempo ser um “demolidor de presidentes”. Abjurando o comunismo, com teses que poderiam ser entendidas como golpista de direita, tanto contra Getúlio, em 1945 e 50; contra JK, em 55; Jânio, em 61; Jango, em 64. Mas Carlos Lacerda também provou armas diferentes. O que ele desejava realmente era o estabelecimento de uma ordem democrática estável. Foi quando, surpreendentemente, procurou JK na Europa, e Jango no Uruguai, para organizarem a Frente Ampla, movimento para restabelecer a democracia no Brasil e que teve vida efêmera, por ação discricionária do regime militar.

Conheci Carlos Lacerda em 1953. Eu, estudante no Rio de Janeiro, ele, jornalista fogoso e diretor da Tribuna da Imprensa – excitando a oposição a Getúlio Vargas, então presidente da República. Eu tive com outros universitários a oportunidade de manter rápidos encontros com Carlos Lacerda, que estimulava-nos a participar da vida pública.

Carlos Lacerda procurou o poder, não serviu-se dele, lutou sim, a seu modo destemido pela sua coragem pessoal e verbo vulcânico, injusto com alguns, mas jamais sabujo de muitos que tinham o poder. Como afirmara: “O poder não é um cargo de sacrifício. Ao contrário, é uma fonte maravilhosa de alegria”.

Saudar a memória de Carlos Frederico Werneck de Lacerda é saudar a memória de todos aqueles que tombaram no campo democrático para que hoje se pudesse dizer ufano: o Brasil é um país voltado para o futuro, com expectativas de ser exemplo para o mundo.

 

*Ruben Figueiró é senador pelo PSDB-MS

“Ontem e hoje”, por Aécio Neves

19-03-14-aecio-neves-plenario16-300x199 (1)Há 50 anos, o golpe militar impôs a longa noite de duas décadas de ditadura no Brasil.

Inúmeros relatos revisitaram, nos últimos dias, aquele trecho sombrio da nossa história. Convergimos para as perdas irreparáveis, lembrando as várias faces da violência e do autoritarismo.

Entre tudo o que pode e deve ser lembrado, há uma triste página escrita pelo Congresso brasileiro.

Ouvi o relato da tensão daqueles dias, várias vezes, pela voz de uma testemunha muito especial, o então líder do governo João Goulart na Câmara dos Deputados, Tancredo Neves. Mas é valioso relembrá-lo através de outras narrativas. Para tanto, peço emprestadas as palavras de Augusto Nunes:

“Num artigo publicado em fevereiro de 1985, na Folha de S.Paulo, Almino Affonso recordou a indignação manifestada por Tancredo, naquele dia, quando soldados do Exército tentaram impedi-lo de alcançar o avião, estacionado na pista ao aeroporto em que Jango aguardava o momento da decolagem. Antes disso, Almino testemunhara a reação indignada de Tancredo na sessão realizada pelo Congresso na tarde de 1° de abril, quando o presidente do Senado, o pessedista Auro de Moura Andrade, declarou vago o cargo de presidente da República” (embora tivesse oficialmente informado de que Goulart se encontrava a caminho de Porto Alegre, em território nacional e, portanto, na plenitude de seus poderes constitucionais).

“Até hoje me recordo com espanto”, diz Almino, “do deputado Tancredo Neves em protestos de uma violência verbal inacreditável para quantos, acostumados à sua elegância de trato, o vissem encarnando a revolta que sacudia a consciência democrática do país. Não deixava de ser chocante ver a altivez da indignação de Tancredo e o silêncio conivente de muitas lideranças do PSD.”

Foi pensando nos desafios atuais do Congresso que lembrei-me dessa passagem.

O que teria acontecido se, 50 anos atrás, a instituição tivesse cumprido seu dever democrático? O que poderá acontecer hoje se a instituição não se render às pressões e às conveniências do momento e optar por ser leal aos interesses dos brasileiros?

Nos acostumamos a contabilizar as perdas do país em cifras e bilhões, mas há algo mais valioso do que isso. O que custa a uma nação o tempo perdido?

Quando olhamos para trás, podemos imaginar que país o Brasil seria se não nos tivessem tirado duas décadas de democracia. E hoje, que alto preço o país terá que pagar por tanto tempo desperdiçado em decisões adiadas ou equivocadas? O que tem custado aos brasileiros a falta de coragem das autoridades em fazer o que precisa ser feito?

Custa mais do que gigantescos prejuízos econômicos. Custam esperanças, oportunidades e sonhos. Custa o futuro.

*Aécio Neves é senador e presidente nacional do PSDB

**Artigo publicado na Folha de S. Paulo – 31-03-2014

Aécio defende resgate de João Goulart e lembra Tancredo em sessão do Congresso

aecio-neves-joao-vicente-goulart-plenario-senado-ggianni-300x199Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu, na noite dessa terça-feira (19) no plenário do Senado, a aprovação do projeto de resolução que anula a sessão de 1º de abril de 1964 que decretou vaga a Presidência da República, destituindo o presidente João Goulart e dando início à ditadura militar.

Em seu discurso, Aécio Neves lembrou o veemente protesto feito à época pelo deputado Tancredo Neves, líder do governo na Câmara, contra a manobra feita pelo então presidente da Casa, senador Auro de Moura Andrade, utilizando-se da saída de Goulart de Brasília para o Rio Grande do Sul.

“A história me permitiu, de alguma forma, estar próximo daquele momento histórico por que passou o Brasil. Aquela fatídica sessão foi ilegal porque João Goulart se encontrava em território brasileiro, quando o presidente Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República. Nas gravações daquela sessão, quem puder ouvi-las, vai escutar, no exato momento em que o senador Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso Nacional, declara vaga a Presidência da República, uma voz ao fundo dizia: ‘Canalha! Canalha!’. A voz era de Tancredo Neves, que havia sido primeiro ministro do presidente João Goulart, e foi talvez uma das únicas, senão a única, pelo menos uma das únicas lideranças políticas nacionais que esteve em São Borja, quando do sepultamento do presidente João Goulart. A anulação daquela sessão é uma resposta que esta Casa dá aos brasileiros de hoje e, sobretudo, àqueles que virão depois de nós, porque, um ato simbólico, como esse, permitirá que os brasileiros conheçam melhor o seu passado e não cometam os mesmos erros no futuro”, disse Aécio Neves, que encontrou-se hoje no plenário com o filho do ex-presidente, João Vicente Goulart .

PSDB reúne governadores e lideranças para comemorar 30 anos da “Declaração de Poços de Caldas”

post_federacao-300x199Brasília – Os governadores eleitos pelo PSDB em oito estados, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e principais lideranças políticas tucanas no país se reunirão em Poços de Caldas (MG) na próxima segunda-feira, dia 18 de novembro, para defender a autonomia e o fortalecimento dos estados e municípios brasileiros.

O encontro Federação Já, Poços de Caldas + 30 comemorará os trinta anos de lançamento da “Declaração de Poços de Caldas” – primeiro documento público do Movimento das Diretas Já, divulgado em 19 de novembro de 1983 pelos governadores Tancredo Neves (MG) e Franco Montoro (SP) – e marcará o compromisso do PSDB com os princípios da soberania, cidadania, dignidade e pluralismo da Federação brasileira.

Estarão presentes os governadores Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA), José de Anchieta Jr. (RR), Siqueira Campos (TO) e Teotônio Vilela (AL), o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, os presidentes dos Diretórios de SP, deputado Duarte Nogueira, e de Minas, deputado Marcus Pestana, prefeitos, parlamentares e lideranças.

Leia aqui a Declaração de Poços de Caldas – 1983

Federação Já, Poços de Caldas + 30
Data: 18-11-13 (segunda-feira)
Horário: 11h30
Local: Palace Hotel Poços de Caldas. Praça Dr. Pedro Sanches, s/nº – Centro