Brasília – O desconto na conta de luz anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 2012 deverá custar R$ 17 bilhões aos brasileiros. O dado está em reportagem publicada nesta sexta-feira (17) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
As despesas serão necessárias para compensar companhias do setor e cobrir custos que não foram inicialmente estimados pelo governo. O valor de R$ 17 bilhões foi previsto pela consultoria PSR, que fez os cálculos com base na estrutura brasileira e na realidade energética do país.
O montante será retirado do Tesouro Nacional. Em janeiro, o valor planejado pelo governo para fazer valer o desconto prometido era de R$ 8,5 bilhões.
O secretário-geral do PSDB, deputado federal Mendes Thame (SP), declarou que a situação anula os benefícios que o governo divulgou quando anunciou a intenção de reduzir o preço da eletricidade paga pelos brasileiros.
“Essa alta despesa deixa claro que não houve desconto algum. O que o governo simplesmente fez foi mudar a despesa de lugar. Agora, todos os brasileiros pagarão a conta, já que o dinheiro sairá do Tesouro”, afirmou Thame.
A reportagem do Estadão mostrou que um dos fatores que elevou o custo a ser pago pelo governo é o aumento do preço da energia no chamado mercado à vista – no qual as compras são feitas no curto prazo e o preço oscila de acordo com demanda e oferta. O preço do kilowatt-hora nesse mercado, segundo a matéria, chegou a R$ 414, um dos mais altos desde 2001.
Mendes Thame apontou que a circunstância revela que o Brasil pouco evoluiu, nos últimos 10 anos, em termos de infraestrutura.
“O Brasil cresce, mas os governos de Lula e Dilma não se programaram para produzir a estrutura necessária. Nada foi feito para que se ampliasse o fornecimento de energia. Ainda nos beneficiamos de uma série de realizações elaborada durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. O governo federal, quando se preocupou em executar algo, fez errado”, declarou o secretário-geral do PSDB.