PSDB – MS

Thelma de Oliveira

“Duas presidentes, políticas opostas para as mulheres”, por Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB-2-300x199A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou no dia 26 de novembro, que as empresas líderes de seu país passarão a adotar a cota de 30% de mulheres em seus conselhos diretores, a partir de 2016.

O que a nós, brasileiras, parece um avanço enorme, para as europeias nada mais é do que ajuste tardio. As alemãs, atualmente ocupam apenas 22% dos cargos não executivos nos conselhos dessas empresas, e a Alemanha estava atrás de países como Noruega, Espanha, Islândia e França, já detentoras de sistemas de cotas semelhantes.

E no Brasil, como anda a questão da participação feminina no mundo corporativo? Uma breve busca no Google mostra que, previsivelmente, não temos nada remotamente parecido.

Pesquisados, os sites da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, mostram que não há, projeto de lei algum em tramitação sobre cotas de participação feminina no mundo empresarial. O que pode haver, se houver, é alguma proposição abandonada entre uma legislatura e outra, convenientemente esquecida pela esmagadora maioria parlamentar masculina, esperando ser reativada.

Até quando precisaremos esperar por um Brasil mais justo em questões de gênero? Lutamos desde o século XIX para conseguir muito pouco, se observarmos as conquistas de nossas irmãs da Europa, dos Estados Unidos, ou mesmo na América do Sul. Estamos em um dos últimos lugares, em nosso próprio continente.

Nosso país caminha por veredas tortuosas. Mira destinos estranhos. Não se preocupa com suas mulheres, mesmo sabendo que somos 51,5% da população brasileira, chefiamos famílias, estudamos mais e trabalhamos tanto quanto os homens.

A atual elite que governa o Brasil banaliza a corrupção e dilapida nosso patrimônio. Pior, desvia dinheiro que poderia usar para construir as creches onde nossas mulheres precisam deixar seus filhos, a caminho do trabalho; hospitais e postos de saúde onde possam ter e tratar seus filhos com segurança; escolas, em que devem se aprimorar, se quiserem empregos melhores.

Pensando bem, não basta ser governado por uma mulher, para que um país adote uma legislação mais justa para com o gênero feminino. É preciso que essa mulher, antes de tudo, seja uma estadista; uma verdadeira governante, conectada com seu país, seu povo e seu tempo. Uma líder conectada com a realidade, e isso, infelizmente, a presidente Dilma não é.

Olhando para as conquistas que alcançamos desde o início de nossa luta por maior igualdade de gênero no Brasil, é fácil ver que tudo o que as brasileiras conquistaram se deve ao empenho e dedicação de cada uma de nós!

*Thelma de Oliveira, vice-presidente do Secretariado Nacional da Mulher

“A História é implacável com os mistificadores”, por Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB-4-300x117Três coisas distinguem o animal homem dos demais: os polegares opositores, que usa para construir naves espaciais, hospitais e bombas nucleares, entre outros artefatos; a percepção da própria morte e a capacidade de se comunicar através da fala, que alguns políticos inescrupulosos usam para agredir a realidade sem pudor e reinventar a História.

Cedo ou tarde o tempo resgata a verdade, rasga os véus da mistificação ideológica e as crianças voltam a aprender o que realmente ocorreu.  A realidade histórica prevalece, os muros e estátuas são derrubados, vão-se os mitos de pés de barro, fica o povo.

No dia 5 de novembro, oito dias após o segundo turno eleitoral, a presidente que, nos debates fez questão de destacar que o Brasil havia saído do Mapa da Fome elaborado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), recebeu impassível a informação divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado à Presidência da República, de que havia aumentado o número de miseráveis em seu governo.

O Ipea adiou o anúncio das estatísticas, alegando querer evitar favorecer este ou aquele candidato. Não é difícil perceber que, na realidade, o instituto queria, sim, privilegiar a candidatura oficial, omitindo o ingresso de mais de 371.000 pessoas no grupo dos que não conseguem ganhar sequer R$ 70 por mês.

Escalada pelo Planalto para falar sobre o assunto, Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social, explicou, segundo matéria publicada no site Exame, que o governo atribui o aumento a uma flutuação estatística, dentro da margem de erro do levantamento.

Não para nós! Para o PSDB-Mulher Nacional, 371.000 pessoas a mais sobrevivendo com menos de R$ 70 mensais jamais serão uma estatística, muito menos mera margem de erro. Sabemos que são idosos, morrendo em corredores de hospitais lotados – se tiverem a sorte de ter o dinheiro da passagem de ônibus para chegar até lá -, são mulheres grávidas, subnutridas, porque o governo federal não as alcança, com serviços sociais que só funcionam nas propagandas eleitorais. Sabemos que são crianças quase nuas, brincando ao lado de esgotos correndo a céu aberto, alguns bem próximos do palácio em que dorme – se é que consegue dormir – a “represidenta”.

Não vamos discutir os critérios que o governo federal usa para definir quem está na linha de pobreza ou na linha de miséria. Basta apenas lembrar que, enquanto para Dilma, pobre é quem sobrevive com R$ 70 mensais, e miserável, quem está abaixo disso, o Banco Mundial utiliza a faixa de US$ 1 dólar/dia por pessoa como linha de indigência –  algo em torno de R$ 76,14 mês – e de US$ 2 dólares/dia por pessoa como linha de pobreza – o equivalente a R$ 152,28 mensais, pela cotação de 11 de novembro, segundo dados da Wikipédia Portugal.

Se para os miseráveis, a presidente acha que R$ 70 mensais são suficientes; para sua equipe, o céu é o limite. Segundo notícia publicada na Folha de S.Paulo do dia 11 de novembro, a dois meses do fim de 2014, ano eleitoral, os gastos secretos com cartões corporativos da Presidência da República bateram o recorde do governo Dilma Rousseff. Quem paga essa conta, já sabemos.

Thelma de Oliveira, vice-presidente nacional do PSDB-Mulher

“Política de Estado, não de governo”, por Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB--300x199Reza a boa prática política e social que autoridades públicas sejam respeitadas, sigam as regras básicas de civilidade e respeitem o cargo que ocupam, especialmente um relevante, como o de ministra de Estado.

Infelizmente, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campelo, não cumpre esses preceitos e, esquecendo sua posição, ataca duramente, com adjetivos toscos, a proposta do senador Aécio Neves de aprimorar o Bolsa Família, aprovada na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, esta semana, após duro embate com o PT, que era contra.

Definir a proposta como “leviana”, “eleitoreira” e afirmar que ela “distorce” e “deforma” o Bolsa Família é um gesto autoritário e prepotente, vindo de alguém que deveria respeitar o cargo que momentaneamente ocupa.

Há de se ter postura, se respeitar a liturgia do cargo e a trajetória de um político do porte de um senador da República, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente da Câmara dos Deputados.

A pergunta que cabe, senhora ministra, com todo respeito, é aonde a senhora estava enquanto Aécio Neves trabalhava por Minas e pelo Brasil?

O povo mineiro sabe que ele, nesse período, estava levando aos mineiros mais necessitados a indispensável rede de proteção social que os retirasse – em vez de tentar mantê-los nela
– da situação de carência social em que se encontravam.

A preocupação e a adoção de políticas públicas voltadas para os mais necessitados não é, senhora ministra, uma exclusividade do PT e de seus governos e nem seus dirigentes tornaram-se o “o pai” ou a “mãe” dessas politicas sociais. Até porque não são eles os inovadores nessa área. Diversos governos tucanos, nos três níveis, criaram novos e bem sucedidos programas dirigidos ao povo carente.

Portanto, já passou da hora de entender que um programa como o Bolsa Família não é “propriedade” dessa ou daquela administração, como o PT e seus governos querem fazer crer à população.

O Bolsa Família é uma conquista do povo brasileiro, resultado de ações de governos anteriores, da sociedade civil, como o “Fome Zero” do presidente Itamar Franco e do Betinho, e a unificação dos programas assistenciais promovidos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Como bem propôs o nosso presidente tucano Aécio Neves, exatamente para evitar distorções de pensamento como a que o PT demonstra agora, é que o Bolsa Família deve ser uma permanente política de Estado e não de governo.

O projeto de Aécio retira de governos futuros a chance de usar o Bolsa Família como moeda de troca, assustando a população carente com boatos infundados. Os governos mudam, o programa permanece.

É assim que se faz Política; com “P” maiúsculo.

Vice-presidente nacional do PSDB Mulher defende participação feminina na política

Thelma de Oliveira veio a MS no fim de semana para curso de capacitação em redes sociais

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Thelma executa o “selfie” com participantes do curso de capacitação em redes sociais

Em visita a Campo Grande, no fim de semana, a vice-presidente nacional do PSDB Mulher, Thelma de Oliveira, defendeu maior participação feminina na política. Thelma nasceu e vive em Mato Grosso e veio à Capital sul-mato-grossense para a realização de curso de capacitação de militantes tucanos em mídias sociais. Entretanto, aproveitou a ocasião para defender as bandeiras do secretariado da Mulher.

Para ela, garantir a participação da mulher na política é uma questão de justiça e de democracia. “Hoje no Brasil todos os dados, todos os indicadores colocam a mulher numa posição mais elevada em algumas situações em relação ao homem”, disse ela, enumerando as circunstâncias: “nós somos a maioria da população, somos a maioria do eleitorado, nós somos a maior parcela em cursos superiores etc”.

Porém, acrescentou Thelma, a participação da mulher na política está aquém. Segundo ela, nas duas Casas Legislativas do Congresso as mulheres não chegam a ocupar 10% dos cargos eletivos.

Ela defende ainda que a mulher na política não pode servir apenas para levar as bandeiras relacionadas às mulheres, “mas para que se tenha de fato igualdade e que a gente possa dar nossa contribuição para construir uma sociedade melhor e mais justa”.

Thelma atribuiu a pequena participação feminina às questões culturais, já que segunda ela, as mulheres foram educadas para ficar em casa, cuidar da família. “Houve uma demora para a mulher sair de dentro de casa e participar da vida pública da sua cidade, do seu país”, disse.

Outra razão para a pequena participação feminina é o machismo dos partidos, analisa Thelma. “Depois nós temos partidos muito difíceis. Todos os partidos hoje são machistas, inclusive o meu, eu posso falar porque sou PSDB. Os partidos dificultam o acesso às mulheres, não dão o apoio que a mulher precisa no momento em que ela vai ser candidata.

Além de Thelma, o secretariado da Mulher contou ainda com a participação das presidentes nos níveis estadual de MS, com Eliana Rodrigues, e municipal de Campo Grande, com Luz Cáthia Ramos.

Perfil – Natural de Cuiabá (MT), Thelma já foi deputada federal por Mato Grosso em duas ocasiões: de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Neste período, ocupou a Secretaria do diretório do PSDB Cuiabá, a Secretaria-Geral do diretório estadual, a Presidência do PSDB-MT e a Presidência do Instituto Teotônio Vilela no Estado.

“Medo de privatizar ou de perder discurso eleitoral?”, por Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB-300x199O governo Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores insistem em negar o que todo mundo já sabe: depois de anos de atraso, o PT e seus governantes optaram claramente pela privatização de bens e serviços públicos.

Eles tentam negar o óbvio por uma única razão, a perda de discurso para campanha eleitoral presidencial em 2014. Eles não poderão mais mentir para a opinião pública como fizeram nas eleições de 2002, 2006 e 2010, acusando injustamente os tucanos de querer privatizar a Petrobras e o Banco do Brasil.

A mentira deles não se sustentou diante da realidade econômica do país no cenário internacional e das contas públicas do Estado brasileiro, incapaz para investir, por exemplo, 160 bilhões de reais na exploração do pré-sal.

Por decreto presidencial, assinado de próprio punho por aquela candidata que definia privatização como “crime”, o governo decidiu ampliar de 20% para 30% a participação acionária de estrangeiros no Banco do Brasil. Ou seja, agora, no governo petista, o investidor estrangeiro poderá deter quase um terço das ações ordinárias do Banco do Brasil!

Registre-se, para que não se esqueça nos futuros embates eleitorais, para que a mentira não prevaleça, que nos governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso, essa participação máxima foi de 12,5%, mesmo assim sob fortíssimo ataque oposicionista de que nós, tucanos, estávamos “vendendo” o Bando Brasil!

A presidente Dilma e o PT precisam desistir desse faz de conta de que não privatiza. Internamente, as próprias facções já reconhecem que o atual governo petista privatizou rodovias, portos, aeroportos, o pré-sal, a Petrobras e o Banco do Brasil.

A verdade cristalina é que quem privatizou duas das maiores instituições públicas do país, a Petrobras e o Banco do Brasil,  foram o PT e seus governos Dilma Rousseff e Lula.

A suposta vergonha em admitir isso publicamente, numa incessante busca de sofismas para tentar esconder o sol com a peneira, tem uma única razão: a de querer ludibriar e continuar enganando a população e o eleitor brasileiro em 2014.

O medo de privatizar, eles já perderam.

Falta admitir que perderam o falso discurso eleitoral.

Primeira vice-presidente do PSDB Mulher

“Aplicar mais a lei e apoiar quem precisa”, por Thelma de Oliveira

Artigo da vice-presidente do PSDB-Mulher, Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni--300x199Ninguém pode duvidar que a Lei Maria da Penha em seus sete anos de existência trouxe inúmeros e incontáveis progressos na luta das mulheres contra a violência que elas sofrem, especialmente de companheiro, ex-companheiro, namorado ou ex-namorado. A pesquisa do Data Popular/Instituto Patrícia Galvão informa que nada menos do que 86% das pessoas acreditam que as mulheres passaram a denunciar seus cônjuges ou ex-cônjuges depois da lei Maria da Penha.

Pela primeira vez na história do país se promulgou uma lei específica para combater e inibir a violência masculina contra as mulheres, sistematizando-se normas e procedimentos jurídicos para enquadrar os agressores. É um avanço institucional que ainda precisa de outros instrumentos legais para se fechar o cerco aos agressores e de uma ação mais efetiva do Poder Público.

Com o decorrer dos anos, o novo instrumento legal obrigou o Poder Público a começar a se aparelhar para permitir que as mulheres pudessem, pelo menos, registrar as agressões sofridas – ainda que nos dias de hoje existam poucas delegacias especializadas no atendimento e mulher, menos de 600 em nosso imenso território nacional.

A lei Maria da Penha já é conhecida por 98% da população, segundo recentes pesquisa, mas o Estado brasileiro não consegue acompanhar a crescente demanda de denuncias e denuncias que diariamente se reproduzem no país, apesar de 56% da população ter a percepção de que as ocorrências de agressões contra as mulheres são um dos crimes mais frequentes no país.

Ainda falta mais consciência da população no sentido de denunciar os agressores domésticos. Essa mesma pesquisa aponta as razões das mulheres não denunciarem seus agressores: vergonha e medo de sofrerem represálias – há a crença, em 85% das pessoas entrevistadas, de que quem denuncia corre mais riscos de ser assassinada. O que, infelizmente, encontra respaldo na realidade.

Há demora, em muitos casos, em se cumprir uma decisão judicial, por exemplo, de que o homem ameaçador fique afastado de sua mulher ou ex-mulher – às vezes, quando chega a denunciada já está morta.

Para que essa consciência seja ampliada e as mulheres percam o medo e a vergonha e denunciem seus agressores, o aparelho estatal brasileiro precisa dar mais segurança e garantias às mulheres.

A lei que obriga a rede do SUS a dar atendimento emergencial as vítimas de violência sexual é mais um passo nesse sentido, mas ainda falta muito – no Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é estuprada, um absurdo inaceitável.

É preciso que haja uma mudança rápida e substantiva de toda a nossa cultura machista de ver a relação conjugal, bem como do Poder Público em como intervir num eventual conflito conjugal. Há, ainda, muito preconceito do tipo “briga entre marido e mulher ninguém mete a colher”. Esse ditado popular não é verdadeiro, é arcaico e extremamente lesivo às mulheres.

É dever, sim, do Estado, interferir nas relações conjugais deterioradas, em que a mulher é seguidamente espancada, sofrendo agressões físicas, morais e psicológicas. Assim como é obrigação do Estado dispor dos meios e dos serviços necessários para dar maior efetividade à lei Maria da Penha.Ninguém pode duvidar que a Lei Maria da Penha em seus sete anos de existência trouxe inúmeros e incontáveis progressos na luta das mulheres contra a violência que elas sofrem, especialmente de companheiro, ex-companheiro, namorado ou ex-namorado. A pesquisa do Data Popular/Instituto Patrícia Galvão informa que nada menos do que 86% das pessoas acreditam que as mulheres passaram a denunciar seus cônjuges ou ex-cônjuges depois da lei Maria da Penha.

Pela primeira vez na história do país se promulgou uma lei específica para combater e inibir a violência masculina contra as mulheres, sistematizando-se normas e procedimentos jurídicos para enquadrar os agressores. É um avanço institucional que ainda precisa de outros instrumentos legais para se fechar o cerco aos agressores e de uma ação mais efetiva do Poder Público.

Com o decorrer dos anos, o novo instrumento legal obrigou o Poder Público a começar a se aparelhar para permitir que as mulheres pudessem, pelo menos, registrar as agressões sofridas – ainda que nos dias de hoje existam poucas delegacias especializadas no atendimento e mulher, menos de 600 em nosso imenso território nacional.

A lei Maria da Penha já é conhecida por 98% da população, segundo recentes pesquisa, mas o Estado brasileiro não consegue acompanhar a crescente demanda de denuncias e denuncias que diariamente se reproduzem no país, apesar de 56% da população ter a percepção de que as ocorrências de agressões contra as mulheres são um dos crimes mais frequentes no país.

Ainda falta mais consciência da população no sentido de denunciar os agressores domésticos. Essa mesma pesquisa aponta as razões das mulheres não denunciarem seus agressores: vergonha e medo de sofrerem represálias – há a crença, em 85% das pessoas entrevistadas, de que quem denuncia corre mais riscos de ser assassinada. O que, infelizmente, encontra respaldo na realidade.

Há demora, em muitos casos, em se cumprir uma decisão judicial, por exemplo, de que o homem ameaçador fique afastado de sua mulher ou ex-mulher – às vezes, quando chega a denunciada já está morta.

Para que essa consciência seja ampliada e as mulheres percam o medo e a vergonha e denunciem seus agressores, o aparelho estatal brasileiro precisa dar mais segurança e garantias às mulheres.

A lei que obriga a rede do SUS a dar atendimento emergencial as vítimas de violência sexual é mais um passo nesse sentido, mas ainda falta muito – no Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é estuprada, um absurdo inaceitável.

É preciso que haja uma mudança rápida e substantiva de toda a nossa cultura machista de ver a relação conjugal, bem como do Poder Público em como intervir num eventual conflito conjugal. Há, ainda, muito preconceito do tipo “briga entre marido e mulher ninguém mete a colher”. Esse ditado popular não é verdadeiro, é arcaico e extremamente lesivo às mulheres.

É dever, sim, do Estado, interferir nas relações conjugais deterioradas, em que a mulher é seguidamente espancada, sofrendo agressões físicas, morais e psicológicas. Assim como é obrigação do Estado dispor dos meios e dos serviços necessários para dar maior efetividade à lei Maria da Penha.

Propostas para a reforma política reforçam compromisso com a democracia, afirma Thelma

Artigo da vice-presidente nacional do PSDB-Mulher, Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-1-300x199O PSDB surgiu das ruas, surgiu no Parlamento, na Constituinte de 88, como uma nova força política que queria acabar com antigas e velhas práticas político-partidárias ainda existentes no reinício da redemocratização do Brasil.

Passados 25 anos, conquistamos muito para o país, para a boa pratica política e administrativa, combatemos a corrupção, modernizamos o Estado brasileiro, estabilizamos a economia e não nos furtamos – no governo ou na oposição – a enfrentar os graves problemas nacionais.

Nesse momento em que o país e suas principais lideranças ainda refletem sobre as manifestações de milhões de brasileiros, a maioria jovens, o PSDB mais uma vez não fugiu à responsabilidade, a seus compromissos com a Nação e encaminhou uma proposta de reforma política, apresentada pelo nosso presidente Aécio Neves.

O PSDB quer uma mudança real nos hábitos e costumes políticos do país e que promova uma maior participação da sociedade no destino do Brasil e de seus cidadãos.

Queremos ampliar a participação popular, a ligação entre o povo e seu representante nos executivos e legislativos das três esferas.

Queremos reavivar o sentimento de que a população e seus representantes estão unidos e coesos em torno do Brasil, como nas memoráveis campanhas da “Diretas Já!” do inesquecível Dante de Oliveira, e do impeachment de um Presidente da República.

As ruas perderam o medo, perderam a vergonha de dizer que estão incomodados e, mais do que isso, fartos do que alguns políticos fazem com seu dinheiro público, exauridos de serem mal atendidos nos transportes coletivos, nos hospitais, nas escolas.

A proposta do PSDB vai ao encontro dessa sintonia com as ruas. Propomos o fim da reeleição para os chefes dos executivos, com a definição de um mandato de cinco anos para eles e para os parlamentares.

Queremos um sistema eleitoral com voto distrital misto, o que permitirá que a população eleja homens e mulheres mais próximos do seu cotidiano, do seu dia a dia, compartilhando problemas e soluções. Ao mesmo tempo, uma lista partidária oferecerá nomes para serem escolhidos pela população.

Queremos o fim das coligações proporcionais que tanto distorcem as eleições para deputados e vereadores, criando situações esdrúxulas de termos parlamentares de 300 votos em um colégio eleitoral de mais de 10 milhões de pessoas porque um companheiro de nominata o elegeu.

A situação atual afasta ainda mais o povo de seus representantes porque por vezes candidatos de maior expressão popular e de maior votação ficam de fora da lista dos eleitos.

Do mesmo modo, não faz mais sentido escolher dois suplentes para a vaga de Senador ou permitir que familiares do titular sejam incluídos na chapa para perpetuar um modo quase feudal de se fazer política em pleno século 21. Não queremos mais isso, o povo nas ruas não quer mais isso na vida política do país.

Defendemos o retorno da inclusão de uma cláusula de desempenho que acabe com a proliferação de siglas que, em sua maioria, buscam obter recursos do fundo partidário e meios para se beneficiar de eventuais cargos nesse ou naquele governo.

Hoje, no Brasil, existem mais de três dezenas de partidos, alguns com desempenho localizado, sem dimensão nacional, e às vezes sem um claro programa partidário – a continuidade desse quadro não faz bem para a consolidação da democracia em nosso país. Também distancia o povo de seus representantes, que ficam diluídos numa verdadeira sopa de letrinhas sem significação maior para a população.

A redução do uso do tempo de televisão e rádio para propaganda eleitoral – apenas com a soma dos tempos dos candidatos a titular e vice da chapa majoritária – tornaria o pleito mais democrático e igualitário, dispensando-se a necessidade uma busca oportunista e eleitoreira para se ganhar mais tempo de propaganda.

É claro que essa proposta não é única a ser aprovada pelo Congresso Nacional e não consertará de uma vez só, de uma penada só, os graves e profundos problemas da representação política no Brasil. Mas é o caminho nessa direção.

Caberá à população, no prazo certo, dar a sua opinião final, na forma de um referendo, sobre as propostas que o Congresso Nacional aprovar. Assim é a democracia e é assim que se constrói uma relação direta e de confiança entre o povo e seus representantes.

O PSDB quer isso, luta por isso desde a sua fundação e sempre estará ao lado e na defesa dos verdadeiros interesses do povo brasileiro.