Quando eu fui vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, no primeiro ano do governo Serra, visitei o superintendente da Infraero da região de São Paulo e perguntei quais os projetos em andamento para suprir a crescente demanda dos aeroportos do Estado. Ele me informou que naquele ano, 2007, iniciariam a construção do terminal 3 de Guarulhos que seria entregue em 2010. Chamei a sua atenção para o rápido aumento da demanda de passageiros e que mesmo o terceiro terminal já estaria com sua capacidade esgotada em 2010.
A resposta foi rápida: “Em seguida precisamos ampliar o aeroporto de Viracopos”. Pensavam em ampliar Viracopos como um terminal para atender também a região metropolitana de São Paulo. Lembrei-o, então, que Viracopos se situava a quase 100 km do centro da. cidade de São Paulo, distância superior àquelas existentes em qualquer parte do mundo entre as regiões metropolitanas e o aeroporto que as serve e que assim não haveria um lapso de tempo razoável e aceitável para o usuário do transporte aéreo ir da capital até Viracopos.
Aí veio a resposta surpreendente: “O acesso ao aeroporto não é problema nosso ( da Infraero ). É problema do governo do Estado.” Por via rodoviária, o tempo de acesso seria superior a uma hora, vindo da capital. Trem não havia, nem há. O sonhado trem bala, tão cantado e decantado por Lula e Dilma não passou de uma ilusão que se procurou vender à população do Rio e São Paulo. Não aconteceu, conforme eu tinha previsto.
Por aí se vê a situação caótica em que se encontrava esse setor da infra estrutura do país, nada diferente dos demais.
Enfim, estamos em 2014, e o terminal 3 foi entregue ainda em obras. O quadro até agora só não foi mais dramático porque a demanda não cresceu tão rapidamente esses últimos anos em razão do baixo crescimento econômico. De qualquer forma, mesmo com a ampliação de Viracopos, a situação não se resolve para os próximos anos.
Quando houve a tragédia com o avião da TAM, em 2007, em Congonhas, Lula e Dilma se apressaram a comunicar, formalmente, através de todos os meios de comunicação que, em 60 dias haveria a indicação do local de um novo aeroporto internacional na região metropolitana de São Paulo. Sete anos se passaram, e nada.
Assim são os nossos levianos dirigentes públicos.
*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional
**Artigo publicado no Blog do Goldman – 13-05-2014