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Ataques cibernéticos: Tucanos alertam para vulnerabilidade de sistemas e falta de investimentos

PSDB 148Após o Fantástico divulgar na última semana que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA), neste domingo (8), o programa revelou que a Petrobras também foi vítima do órgão americano. Apesar de a petista mostrar indignação com o fato, o problema vai além: falta investimento em tecnologia e treinamento de funcionário, o que coloca em risco a segurança digital do país.

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), e o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) alertaram para a falta de atenção do governo brasileiro com a questão. Segundo Abi-Ackel, houve pouca preocupação do Executivo federal nos últimos dez anos com a proteção das informações.

“Temos acompanhado na Comissão de Ciência e Tecnologia especialistas falarem sobre o tema e é inevitável chegar a essa conclusão. Houve ainda pouca preocupação com a política externa no que diz respeito ao diálogo com as grandes potências em relação ao tema”, apontou nesta segunda-feira (9). De acordo com o tucano, países que estão na mesma dimensão do Brasil têm investimentos muito maiores no setor.

Na avaliação de Azeredo, as revelações mostram com clareza que o Brasil precisa investir mais na sua defesa, na contraespionagem e na proteção da própria Petrobras. “É necessário que tenhamos uma relação efetiva e objetiva, que pode ser feita com novos investimentos tecnológicos, que desenvolvem o Brasil e, ao mesmo tempo, protegem os brasileiros”, defendeu.

A reportagem exibida nesse domingo (8) aponta que a rede privada de computadores da estatal brasileira foi invadida pela NSA, informação que contradiz a posição oficial da agência, dada ao jornal “The Washington Post”, em que afirmou não fazer espionagem econômica de nenhum tipo, incluindo o cibernético.

Apesar da revelação do Fantástico, o que ameaça mesmo a segurança das informações confidenciais brasileiras são os sistemas desatualizados, a falta de funcionários e de investimento em novas tecnologias, conforme revelou a revista “Veja” desta semana.

Além disso, está parado no Planalto desde novembro de 2010 o texto que cria a Política Nacional de Inteligência, marco legal que deve orientar a atuação dos órgãos de inteligência do governo. Em janeiro de 2011, a proposta foi enviada ao Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela área de inteligência no Palácio do Planalto. Desde essa época, o material continua engavetado. Para Azeredo, a paralisação apenas reforça que a maior falha no setor vem do próprio governo.

“O governo tem sido omisso. Por várias vezes alertei sobre a questão dos crimes cibernéticos. É um novo modelo de espionagem, baseada em tecnologias digitais. O governo brasileiro nunca deu importância a essa nova tecnologia, e tem, sim, sua parcela de culpa. Espero que acorde e tome as providências necessárias”, cobrou.

Azeredo lembrou que desde as primeiras revelações sobre o assunto, o PSDB tem se posicionado em defesa das instituições brasileiras, mas foi enfático: “não há como deixar de apontar que o caso mostra a fragilidade do governo brasileiro.”

Por fim, Abi-Ackel apontou que o Brasil está vulnerável nas suas comunicações, não só o governo, como também as empresas vinculadas a setores como o petróleo, energia, exportações, entre outros. E alertou: “o que está mais vulnerável mesmo são os brasileiros, que não têm privacidade na internet”.

Do portal do PSDB na Câmara

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