O aumento do desemprego já pode ser sentido nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os saques cresceram 16,2% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014. Foram retirados R$ 48 bilhões em 2015 contra R$ 41 bilhões no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (24).
A principal causa para esse avanço é a demissão sem justa causa, que somou R$ 31 bilhões, ou seja, 65% do total. Segundo a reportagem, desde 2003 o dinheiro acumulado ao longo da carreira profissional não era tão corroído pela alta generalizada de preços.
De acordo com especialistas, a recomendação é aproveitar qualquer oportunidade de resgate do FGTS, já que o trabalhador só pode usá-lo em poucas situações, como demissão, aposentadoria e na compra da casa própria.
Projeto
O projeto de lei que altera a regra de correção do FGTS foi aprovado na Câmara na semana passada e segue para avaliação do Senado. A proposta é igualar o rendimento do fundo ao da poupança, que rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial.
Para o consultor financeiro Conrado Navarro, apesar da perspectiva de melhoria do rendimento do FGTS, a equiparação à poupança não é suficiente para cobrir a inflação atual, que, no acumulado em 12 meses, já está em 9,56%. “Quando falamos de investimento, sempre temos de pensar em ganho real. Render menos que a inflação significa perder poder de compra ao longo do tempo”, afirmou.