Brasília – Apesar da pequena alta do Produto Interno Bruto (PIB) ante o pífio resultado dos primeiros três meses do ano, permanece a avaliação de que não houve mudanças fundamentais na condução da política econômica que possam sustentar um ciclo de recuperação mais duradouro. Essa é a avaliação de economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), publicada na edição de setembro do Boletim Macro. As informações são do jornal Valor Econômico (16).
Segundo a publicação, os pesquisadores projetaram uma queda de 0,4% do PIB para o terceiro trimestre deste ano, estimulada por conta da baixa atividade industrial, incertezas no ambiente econômico e postura intervencionista do governo no setor.
Para o deputado federal Carlos Roberto (PSDB-SP), titular da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, o país necessita com urgência de uma política de industrialização eficaz.
“O ritmo da indústria não se sustenta por factoides ou pequenas ações do governo. É preciso uma política de industrialização para que possamos recuperar o que perdemos: espaço no mundo, possibilidade de avançarmos na tecnologia, tempo para a formação para novos técnicos e engenheiros”, afirma.
“Perdemos muito mais que dinheiro. Perdemos uma coisa fundamental para a economia, que é capital intelectual”.
E completa: “Precisamos de uma verdadeira política de governo para que possamos avançar um pouco mais no quesito economia. O governo não viu ainda que a indústria e o comércio não são atividades locais, são mundiais, e devem ser pensadas como tal”.