O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) confessou estar preocupado com os rumos tomados pelo governo Dilma, na condução da economia brasileira, em discurso proferido na noite desta quarta (09), na tribuna da Casa.
“É evidente que, como cidadão e parlamentar, tenho visto com muita preocupação o quadro econômico que se desenha para os próximos anos, com nítida e inequívoca tendência para a estagnação. Se o desejo for promover o desenvolvimento, será preciso reverter esse processo com a máxima urgência”, alertou.
Cyro Miranda afirmou que o governo federal faz “uma privatização pela metade”, ao exigir que instituições governamentais sejam sócias da iniciativa privada nos processos de privatização.
O parlamentar tucano citou como exemplo o leilão da BR 262, que liga Minas Gerais ao Espírito Santo. De acordo com ele, o trânsito intenso da rodovia permitiria prever uma alta rentabilidade para a privatização, mas não apareceu nenhum interessado na licitação.
Para o senador, a principal razão do fracasso é que o governo exige que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) seja o responsável por executar parte da duplicação da estrada. Cyro afirmou que isso “significa ineficiência na execução do projeto e um provável superfaturamento, em razão dos escândalos de corrupção no órgão”. Aliás, escândalos de corrupção continuam a ser uma característica marcante do governo Dilma, assim como foram no do ex-presidente Lula, destacou o tucano.
Da mesma forma, o senador assinalou que o fracasso na privatização dos aeroportos se deve à obrigatoriedade de as empresas ganhadoras das licitações terem de se associar à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Afirmou ainda que o governo não vai encontrar parceiros sérios e competentes para a privatização dos portos, se mantiver o poder decisório na Secretaria dos Portos.
Cyro disse que é difícil compreender a que ponto a presidente Dilma chegou com a sua visão antiquada e ideológica de modelo econômico. O senador acredita que, se continuar nesse ritmo, ela vai causar um atraso medonho ao Brasil e prejudicar o futuro do país.
” Ninguém quer governo como sócio no programa de concessões na área de infraestrutura”, afirmou, lamentando que o PT “nunca tenha tido a humildade” de reconhecer a importância para Brasil das privatizações feitas no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A falta de reconhecimento de seus erros do passado, quando acusava o PSDB de privatizar o país, leva o governo da presidente Dilma à esta miscelânea ideológica que tenta sem sucesso distinguir concessão de privatização, acredita.
“Enquanto isso, o Brasil fica parado e com uma economia muito aquém do potencial dos setores produtivos. Enquanto isso, o emprego na indústria começa a cair e a balança comercial está quase no vermelho. Com Dilma, o Brasil não anda, empaca”, finalizou.
Da Liderança do PSDB no Senado/Com informações da Agência Senado