Brasília – O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) reiterou que o alerta feito pelo presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), sobre o recorde do déficit público, por meio de nota divulgada sexta-feira (1º), indica que existe uma “bomba relógio que vai explodir a médio prazo”.
“Já faz algum tempo que estamos todos do PSDB alertando sobre o descalabro que há no ajuste fiscal e uma contabilidade criativa de efeito duvidoso”, disse.
Para Alvaro, o governo federal deveria adotar de maneira urgente uma política de contenção de gastos.
E afirmou: “A presidente Dilma Rousseff faz reunião ministerial eleitoreira e não define o que tem ser feito com as contas públicas. É necessário enxugar a máquina e parar de gastar.”
O senador paranaense lembrou os gastos atingiram R$ 49 bilhões, enquanto os investimentos foram de R$ 330 milhões.
“É impossível equilibrar as contas públicas com a máquina agigantada como está. Há uma situação inversa: baixos investimentos e elevadas despesas. ”
Reversão – Para o presidente do PSDB de São Paulo, deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), não há indicações concretas, por parte do executivo federal, de reversão do quadro atual.
“O que existe é uma presidente da República preocupada com uma agenda política voltada para a reeleição. O governo continua perdulário, os gastos públicos aumentando e as contas públicas apresentando péssimos números”, observou.
Duarte considera que os bons fundamentos da economia passam pelo equilíbrio das contas: “Isso é o básico para tudo. Em casa, nas empresas ou no setor público”, comparou. “O governo tem relaxado e o resultado disso é o crescimento pífio da economia. Só não vamos ficar na lanterna porque esse lugar é da Venezuela.”
Em nota, Aécio Neves afirmou que a política atual é baseada no “relaxamento do tripé macroeconômico”.
O presidente nacional do PSDB lembrou que, nos primeiros nove meses deste ano, a despesa não financeira do governo federal, Previdência e Banco Central aumentou R$ 79,2 bilhões – um crescimento nominal de 13,5% ou um crescimento real de quase 7%, que é mais do que o dobro do crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB).
“Infelizmente, apesar desse forte crescimento da despesa, o investimento público do governo federal cresceu apenas R$ 1,3 bilhão (2,9%)”, lamentou Aécio.
“A despesa não financeira do governo federal cresceu este ano até setembro R$ 79 bilhões e o investimento público apenas R$ 1,3 bilhão. Em valores reais, houve uma queda do investimento público federal.”
“O governo está pagando o preço da má administração da economia que reduziu a economia fiscal, o crescimento e aumentou a dívida bruta. Se o governo estivesse terminando hoje, já deixaria para o próximo uma herança maldita nas contas fiscais”, concluiu o senador.