Brasília – Com uma carga tributária que figura entre as mais altas do mundo, os brasileiros pagam uma série de impostos que incidem sobre a venda de mercadorias e serviços, fazendo com que 15% do Produto Interno Bruto (PIB) vão para os cofres do governo federal, estados e municípios.
O problema é que, em contrapartida, a população recebe apenas 9% desses valores, aplicados em benefícios sociais pagos diretamente às famílias, como seguro-desemprego, assistência a idosos e deficientes, e o Bolsa Família. As informações são do jornal Folha de S. Paulo (2).
Segundo a publicação, essa conjuntura forma um paradoxo: enquanto as despesas públicas no Brasil têm a finalidade de distribuir renda e reduzir a desigualdade, as principais receitas subtraem mais a renda dos pobres que dos ricos.
Isso porque, como os impostos estão embutidos nos preços dos produtos, que são os mesmos para todos, os mais pobres gastam uma parcela maior de sua renda para o pagamento desses tributos.
Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), líder da Minoria na Câmara, o governo petista dá com uma mão e tira com a outra.
“Isso tudo é a realidade de um governo que lança programas que são muito mais para agradar uma eleição e ter mote de campanha. Não houve nada planejado de fato para melhorar a gestão. A consequência disso é que os resultados são pífios e criam-se novos programas para encobrir as falhas dos anteriores”, afirma.
O tucano avalia que a incidência de impostos sobre o consumo ainda é um peso obscuro no orçamento de boa parte dos contribuintes, já que eles podem ser facilmente criados e elevados pelo governo.
“O que é fato latente e palpável são os tributos excessivos que o brasileiro paga. De janeiro até maio, trabalha-se exclusivamente para pagar imposto, esse é o grande problema. Essa questão se alia a uma gestão pífia, irresponsável e populista, que é voltada ao benefício próprio”, diz.
E completa: “Isso é a cara do Brasil. No afã de se manter no poder, o governo não dá oportunidade das empresas reduzirem a carga tributária e acaba minando o próprio eleitorado. Pior que uma ditadura armada, é uma ditadura intelectual”.