O deputado Nilson Leitão (PSDB/MT), vice-líder do PSDB na Câmara, recebeu na tarde desta quarta feira (27), junto com o líder Carlos Sampaio (PSDB/SP) e líderes de outros partidos, representantes de movimentos populares que vieram protocolar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Integrantes do Movimento Brasil Livre vieram para o congresso após uma marcha programada que saiu de São Paulo com destino ao Congresso Nacional onde tinham o objetivo de protocolar o pedido junto ao presidente, Eduardo Cunha. O documento entregue continha mais de mil páginas com pareceres jurídicos sobre as pedaladas fiscais e acordos de leniências, o que segundo representantes do movimento, legitimam o pedido de impeachment.
Para o deputado Nilson Leitão com uma iniciativa desse porte é possível impulsionar a solicitação que vem das ruas, que é o desejo do povo: impedir a continuidade da presidente no comando do país. “Nós já passamos por toda imoralidade, falta de ética, corrupção, mas somente o movimento das ruas pode incorporar esse anseio para que possamos alcançar o objetivo que é mudar o Brasil. Aqui nós somos representantes, mas temos que assumir que sem o povo não conseguiríamos e nem conseguiremos fazer essa diferença”.
Na terça-feira (26) lideranças do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade protocolaram junto à Procuradoria-Geral da República – PGR documento no qual pedem a abertura de investigação contra a presidente Dilma Rousseff pela prática de crimes contra as finanças públicas e falsidade ideológica.
Segundo Carlos Sampaio o pedido de ontem complementa a atuação de hoje em parceria com as representações populares e ajuda a impulsionar o impeachment. “Ontem o que o partido fez foi protocolar um pedido de afastamento da presidente Dilma junto a Procuradoria da República. Nós tivemos um caminho jurídico cuja finalidade é idêntica ao impeachment: o afastamento imediato da presidente Dilma. Essas medidas de ontem e de hoje se complementam e são únicas em sua finalidade: o afastamento da presidente”, esclarece.
O presidente da Câmara disse durante a reunião com os deputados e os representantes que a atuação dele diante do protocolo será de total seriedade e imparcialidade e que o documento será analisado por uma equipe técnica.
“Nós vamos estudar os documentos. Temos uma equipe técnica que analisará com seriedade. Eu ter opinião política é diferente do meu papel desempenhado aqui como presidente e eu vou tratar com o devido respeito e consideração esse pedido que estão trazendo. A secretaria geral da mesa vai providenciar uma leitura e o estudo e nós vamos nos embasar juridicamente para fazer todos os passos de modo que na hora que houver uma decisão, ela seja dada com embasamento técnico”, explana o presidente.
A marcha a Brasília teve início em 24 de abril onde os manifestantes saíram de São Paulo e passaram por Minas Gerais e Goiás até chegar ao Distrito Federal. Pelas cidades onde passavam representantes de vários movimentos foram participam da marcha. Em Brasília, a organização estimou em 500 o número participantes da manifestação enquanto a Polícia Militar estimou entre 300 e 400 pessoas no ato, que reuniu também o Movimento Brasil Limpo e Banda Louca.