Brasília – A economia brasileira poderá ter crescimento inferior a 2% em 2014. O mercado reviu para baixo suas previsões para o ano que vem após a retração de 0,5% registrada no terceiro trimestre de 2013, divulgada pelo governo federal essa semana. Expectativas mais pessimistas destacam que a evolução em 2014 pode ser até mesmo menor, na faixa de 1,5%.
Economistas ouvidos pelo jornal O Globo acreditam que o baixo crescimento deverá acontecer em função de uma tentativa do governo federal de conter a inflação – e, por isso, precisar segurar renda e crédito.
O deputado federal Luiz Pitiman (PSDB-DF) afirmou que considera “frustrante” a possibilidade de crescimento em torno de 1,5%. “É mais um ‘pibinho’, assim como foi o de 2012 e deve ser o de 2013”, criticou. O parlamentar, porém, fez uma ressalva: “de certo modo, os números acabam sendo até superiores ao que a incompetência do governo nos faz crer”, disse.
Para o deputado federal Izalci (PSDB-DF), o declínio da industrialização brasileira é um dos fatores decisivos para o fraco desempenho.
“A indústria, que já correspondeu a 29% do PIB nacional, hoje pode se aproximar de apenas 6%. Quem segura nossa economia é o agronegócio – e isso mesmo com o governo jogando contra, já que não consegue oferecer a infraestrutura que o segmento precisa”, afirmou.
Credibilidade – A matéria do jornal O Globo sobre o tema menciona o depoimento de um técnico do Ministério da Fazenda que menciona a onda de manifestações no Brasil como um fator que poderia afastar investidores internacionais. A hipótese é contestada pelos tucanos.
“O que traz insegurança na economia é o excesso de intervencionismo por parte do governo, e sua incapacidade de fazer parcerias de forma adequada”, declarou Izalci.
O deputado Pitiman acrescentou que o governo se especializou em “produzir ilusões” que são desmentidas pela realidade do mercado.