Um componente decisivo para a “bomba fiscal” é uma Medida Provisória (MP) que reajusta o salário de auditores da Receita Federal, que deve ser publicada nos próximos dias, e cujo teor foi revelado pela reportagem do Broadcast. A MP aumenta os gastos com este item em R$ 400 milhões em 2016 e em R$ 1,5 bilhão em 2017, o que faria as despesas totais a serem pagas pelo futuro governo chegarem a cerca de R$ 10 bilhões. A medida derruba o argumento amplamente utilizado por Dilma e seus defensores de que o aumento de gastos de seu governo tem como único foco os programas destinados à população mais pobre.
Além dos efeitos da MP, Dilma deve deixar para seu sucessor um pacote oneroso composto por reajustes no Bolsa Família (R$ 1 bi) e na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (R$ 5 bi), além de um aumento nas despesas com subsídios do Plano Safra e no Programa Minha Casa Minha Vida, ambos com custo de R$ 1 bilhão.
O eventual governo Temer enfrentaria grandes dificuldades para retirar o “pacote de bondades” anunciados por Dilma por conta da rejeição popular que tal decisão implicaria. Segundo a reportagem do Broadcast, aliados do peemedebista consideram as medidas “irresponsáveis” e uma “ação de vingança” da presidente.