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“A eleição do vale tudo”, por Juvenal Araújo

Juvenal AraújoCom o projeto de lei n° 448, de 2013, Aécio quis incorporar o Bolsa Família ao conjunto de ações sociais do Estado garantidos pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). Em poucas palavras, seria a garantia de que os direitos estariam assegurados às famílias carentes, independentemente da vontade do governo, como os benefícios já garantidos de assistência à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice.

Aécio quis tirar o programa da agenda eleitoral, fazendo com que o Estado reconhecesse a legitimidade da ação social e, então, fizesse uso do benefício sem fins eleitoreiros. A medida é totalmente justa, afinal, o próprio José Dirceu disse que o Bolsa Família garantia 40 milhões de votos ao PT, o que nos faz entender a afirmativa do Aécio de que “para o PT basta a administração da pobreza”.

Com a força política do grupo ‘Dilmista’ que comanda o país há 12 anos, Aécio, então, não alcançou seu objetivo. Ele já previa que o terrorismo e as chantagens iriam ocorrer e iam se aproveitar da máquina pública para se perpetuarem no poder. Como nós iríamos acabar com o programa sendo que ele teve origem conosco, lá atrás, com o bolsa escola, o vale gás e o bolsa alimentação?

A mentira venceu. Só que o clima criado no país com tanto jogo sujo não é nada bom e as manifestações do último sábado mostram isso. Não se constrói nada sólido usando bases tão sórdidas e, por isso, temo o nosso futuro. Como Dilma disse, em abril de 2013, poderiam fazer o “diabo quando é hora de eleição”. E assim foi. Lula disse, em junho deste ano, que nós não sabíamos do que eles seriam capazes de fazer para que Dilma ficasse mais quatro anos. Confesso que nunca esperei muita coisa, mas o que fizeram realmente foi surpreendente.

Essa foi a eleição do vale tudo. Valeu tudo para o PT, mas não para os adversários. No primeiro turno em que Dilma usou a tática da desconstrução contra Marina, o TSE deixou correr. Já no segundo, após a imensa artilharia dos petistas a Aécio – que até então estava à frente em todas as pesquisas – a campanha tucana começou os revides. O que aconteceu? Dali em diante, só mensagens propositivas, conforme ordem do Tribunal.

Mais que isso, milhões de mensagens chegaram em celulares com injúrias, mentiras e chantagens com o objetivo de prejudicar a nossa candidatura. Atrasaram a divulgação de dados importantes do governo que iriam mostrar ao brasileiro que o país parou com Dilma.

Ficou provado que a ânsia pela manutenção do poder passou todos os limites, este é o motivo da insatisfação que paira no ar. Tudo isso aliado ao maior escândalo de corrupção de nossa história, que desvalorizou a nossa maior empresa e tirou ainda mais crédito do governo, desmotivou os brasileiros que entenderam o que estava acontecendo e queriam mudança. Só que nós não vamos desistir, muito menos nos dispersar. A calorosa recepção que Aécio teve na volta ao senado é um sinal claro disso. Muda Brasil!

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