
No artigo da semana passada discorremos sobre as belezas e cousas do Pará, e, como é natural, muitas foram as manifestações por e-mails e “facebook” sobre as dificuldades de acesso, transporte e hospedagem, para que as pessoas possam conhecer essas “belezas e cousas”.
É evidente que conhecer um estado com as dimensões do Pará, por si só já exige um espírito de aventura do nosso eventual turista, não só pelas distâncias, mas, principalmente, pelas peculiaridades das várias regiões deste estado continental. Mesmo assim vale a pena conhece-lo, até porque as dificuldades não são tão grandes, a ponto de desestimular aqueles que, de fato, queiram conhece-lo. E digamos que um eventual turista queira conhecer os rios Tocantins, Xingú e Tapajós. Neste caso, basta pegar um carro em Belém, e, no amanhecer, seguir pela “alça-viária” até a cidade do Mojú, e, de lá, seguir pela PA-150 até Goianésia do Pará, onde pega a PA-263 e segue até Tucuruí, onde deve pernoitar, conhecendo a majestosa hidrelétrica de Tucuruí e o seu fantástico lago artificial.
No dia seguinte, cedo, o nosso turista segue para Novo Repartimento pela BR-422, que é uma estrada de chão de 62 Km de extensão, onde adentra na Transamazônica (BR-230) até a cidade de Pacajá, que fica às margens do rio Pacajá, onde está a “pedra escrevida”.
De Pacajá, segue pela BR-230 rumo ao Oeste, e, após percorrer 60 Km, chega na cidade de Anapú, às margens do rio Anapú, onde, descendo o rio, está o anfiteatro com o trono talhado na pedra.
Do Anapú, continuando para Oeste na BR-230, após viajar 67 Km chega às margens do rio Xingú, na Vila de Belo Monte do Pontal, onde há um congestionamento de veículos a espera da balsa, para atravessar para outra margem, porque até hoje o DENIT não construiu a ponte de concreto de 600 metros de extensão sobre o rio Xingú, apesar das obras de Belo Monte. Já na outra margem, segue por mais 60 Km até Altamira, onde deve pernoitar.
No dia seguinte, cedo, o nosso turista segue de carro pela PA-415 (46 Km) até a cidade de Vitória do Xingú, onde embarca numa lancha, de linha regular, e desce o rio Xingú até a cidade de Porto de Moz, passando pelo tabuleiro das tartarugas, que fica em frente a cidade de Senador José Porfírio. De Porto de Moz segue de lancha pelo rio Aquiqui até o rio Amazonas, onde vai ver, in loco, a maior torre de transmissão de energia elétrica do mundo e que, em altura, perde para a torre Eiffel por apenas 5 metros.
De volta a Altamira, segue de carro pela BR-230 por 46 Km rumo ao Oeste até Brasil Novo, onde pode conhecer uma das maiores cavernas da região, inclusive com queda d´água. E depois de mais 46 Km chega a Medicilândia, onde, no passado, foi a sede do maior projeto canavieiro do Norte, o “Projeto Pacal”, que tinha, inclusive, uma usina de beneficiamento da cana de açúcar, hoje desativada.
Bom. Até aqui viajou-se por estradas relativamente boas e em grande parte pavimentadas. Daqui para frente, porém, o nosso turista vai conhecer a famosa “Transamargura”, como é chamada a Transamazônica na época do inverno, no trecho Medicilândia – Rurópolis (240 Km). De Rurópolis segue para Itaituba (150 Km) e conhece o médio Tapajós, o tabuleiro das tartarugas “Monte Cristo” e o porto de Miritituba, onde será embarcada a soja que vem de Mato Grosso. De volta à Rurópolis, o nosso turista pode seguir para Santarém pela BR-316 e conhecer o “Lago Verde” e o “Lago Azul” que ficam a 5 Km.
Em Santarém, o turista vai conhecer o baixo Tapajós e as suas praias, inclusive Alter do Chão, lembrando que bem em frente está a foz do rio Arapiúns, àquele que consideramos o rio mais belo do planeta. E de Santarém, viajando em lanchas, de linha regular, o turista chega a Monte Alegre, onde conhecerá as cavernas, o ninhal das garças e as águas termais sulfurosas; e do mesmo modo em Alenquer, onde está a “cidade dos deuses”. E na volta, como dizem os nossos caboclos, “é voltar de ré prá trás, pelo mesmo caminho”.
Sem dúvida é uma viagem… E na qual percorreu-se, ida e volta, quase 4.000 Km de estradas. E aqui cumprimentamos o Governador Simão Jatene (PSDB), pela restauração, integral, da “alça-viária” e da PA-150, o que nos permite chegar de carro a Tucuruí com tranquilidade, bem como a outros municípios.
Nicias Ribeiro