Em Aparecida, o candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, falou sobre Nossa Senhora Aparecida; apoio de Marina Silva e do PSB; ações de governo
(Seguem trechos)
Fala inicial
Quero, em primeiro lugar, dizer da minha alegria de estar aqui na casa da mãe do Brasil, a nossa padroeira Nossa Senhora de Aparecida. Tive um problema com o tempo e não consegui chegar para a missa, mas me sinto realizado poder estar aqui pedindo as bênçãos para Nossa senhora, nessa travessia que nos levará a um Brasil mais justo, mais solidário, onde não prevaleça a tentativa da divisão entre irmãos. Ao contrário, leve a um país cada vez mais próspero, mais unido, com menos diferenças entre as classes sociais, entre as regiões. Para mim é uma alegria poder mais uma vez estar aqui recebendo as bênçãos da nossa padroeira. Devo iniciar essas minhas palavras, agradecendo de forma muito sincera a manifestação que acaba de ocorrer em São Paulo da candidata Marina Silva de apoio a nossa candidatura e declaração do seu voto pessoal. Marina representa o sentimento de uma parcela muito expressiva da sociedade brasileira que quer voltar acreditar na política como um instrumento de transformação da vida das pessoas. E agora no segundo turno, já que esta foi a vontade de uma parcela importante da população brasileira, no momento que lá chego, venho recebendo apoios sucessivos de forças políticas que se somam a nós nessa caminhada e a chegada de Marina. A meu ver, constrói aquilo que é essencial. Constrói o novo momento da nossa candidatura, de forma definitiva. Com a chegada de Marina Silva, dos seus valores, do seu imenso amor ao Brasil, da sua história de vida, a minha candidatura não é mais a candidatura de um partido político, não é a candidatura sequer de uma aliança partidária. É uma candidatura que representa o profundo sentimento de mudança que hoje se alastra pela sociedade brasileira. Saberei conduzir esta bandeira. Com dignidade, retidão e com coragem porque o que está em jogo não são a eleição de um candidato, a derrota de uma candidata ou vice- versa. O que está em jogo é algo muito mais valioso. É a possibilidade de o Brasil reencontrar-se com seu próprio futuro. É a possibilidade de o Brasil encerrar este ciclo perverso de governo que aí está, que fracassou na economia, na gestão do estado, na busca pela melhora dos nossos indicadores sociais e o que é mais grave, nos exemplos éticos e morais que deveria dar aos brasileiros para podermos iniciar um novo e virtuoso ciclo, onde a decência e a eficiência possam caminhar juntas. Hoje sob as bênçãos da nossa padroeira. É um dia glorioso para nossa caminhada. Recebo com muita emoção e com enorme responsabilidade a manifestação da companheira Marina Silva. A partir de agora somos um só corpo, um só projeto em favor do Brasil e em favor dos brasileiros.
Conversas com Marina Silva
Recebo com enorme alegria a manifestação que houve [hoje]. Ontem [11/10] à noite conversei por telefone com a candidata Marina que antecipava a sua decisão. Obviamente não cabia a mim anunciá-la antes dela própria. Pelo contrário, respeitar o seu tempo. Ela é representante de um segmento de pensamento na sociedade brasileira e, obviamente ela teve as etapas de conversas com aqueles que acompanham, que acompanharam. Teve uma votação extremamente expressiva e, obviamente, quis como é da sua natureza dar satisfação ouvir aqueles que a seguem e eu fico muito feliz de que sem qualquer tipo de pressão ela tenha tomado a decisão no tempo certo. É uma decisão que engrandece a boa política brasileira e acredito que nós iniciamos já essa reta final e decisiva do segundo turno demonstrando que o Brasil tem possibilidades não apenas de vencer o atual governo que ai está, que demonstra desespero em todas as suas ultimas ações para se manter no poder como temos as melhores condições para governar juntos o Brasil.
Convergências entre os programas de governo de Aécio e Marina
O nosso plano de governo é absolutamente convergente. Na verdade, um plano de governo, sabem disso os mais experientes que eu aqui, mas não mais velhos também um pouco, mas mais experientes, com certeza, Serra e Geraldo Alckmin, que um plano de governo é uma obra em permanente construção. Ninguém pode ter um plano de governo pronto e acabado para demandas que também não cessam que são crescentes e se renovam. Então houve uma convergência muito natural à valorização das ações sociais, nosso compromisso com a manutenção das políticas sociais, a nossa luta permanente pelo desenvolvimento sustentável e emoldurar isso mais uma vez o nosso absoluto e definitivo compromisso com a democracia, com as liberdades coletivas com as liberdades individuais e com a liberdade de imprensa. Tudo isso nos aproximou. Foi algo feito com absoluta tranquilidade. O documento que ontem anunciei em Recife e aqui uma palavra também pública de agradecimento à manifestação, não apenas do PSB nacional e local que eu já havia feito, mas à Renata Campos, viúva do meu amigo e do nosso amigo Eduardo Campos, e de toda a sua família foram pra mim um momento extremamente marcante. Portanto, essa construção foi feita com muita naturalidade e o programa de governo que eu defendo é muito próximo daquilo que Marina sempre defendeu. Hoje é um dia glorioso para a nossa caminhada rumo à Presidência da República.
Participação de Marina Silva na campanha
Acabo de receber uma manifestação dessa dimensão, dessa grandeza, não cabe a mim manifestar absolutamente mais nada. Estou extremamente feliz com esse apoio e que tocará fundo no coração de milhões de brasileiros, eu tenho absoluta certeza disso.
Fim da reeleição e mandato de cinco anos.
Eu defendo há muito tempo o mandato de cinco anos coincidentes sem a reeleição. Portanto, essa proposta que consta desde as diretrizes do nosso programa de governo e permanece. E é convergente também com o que propunha Eduardo Campos e o que propõe hoje Marina Silva. Não houve mudança de absolutamente nada. O que houve foi uma valorização de determinados aspectos, de determinados temas, demos a eles uma luz maior nesse momento da caminhada, e foi um acordo programático em favor do Brasil. Essa realmente é a boa política que se pratica no Brasil hoje, não posso dizer a mesma coisa no outro campo.
Apoio dos católicos a Aécio Neves
Tenho dito sempre que o Estado é e deve ser sempre laico. Cabe a cada um de nós manifestarmos a nossa fé da forma que acharmos adequado. Certamente a presidente deve ter tido outros compromissos. Mas, eu pessoalmente estou muito, mas muito, honrado de estar aqui hoje e podem ter certeza, para mim, pro meu coração é algo muito confortante. Eu vou continuar essa minha caminhada sempre tendo como companheira de viagem a minha fé cristã, meus valores que sempre preguei e sempre pratiquei os valores da família e fiz questão de vir com a minha esposa Letícia aqui hoje. E o que posso dizer para vocês é que saio daqui revigorado. Cada vez que saio daqui dessa catedral, dessa basílica. Já recebi as primeiras bênçãos [referindo-se ao apoio de Marina Silva e do PSB]
Ataques do PT
Estamos vendo uma candidata desesperada, à beira de um ataque de nervos. Os ataques que ela tem a me fazer, na verdade, estão no meu currículo. Eu ocupei todos os cargos públicos com extrema dignidade, aqueles os quais fui nomeado, e aqueles que, durante trinta anos, eu ocupei pelo voto popular. Uma trajetória muito diferente, poderíamos dizer até opostos à dela, que construiu toda a sua vida pública por indicações. Não considero isso um demérito, talvez a grande diferença seja que, em todos os cargos que ocupei, seja eles eleitos ou por indicação, eu os honrei, agi com dignidade e com decência. Não podemos dizer a mesma coisa dos indicados da presidente da República, que podem escolher a área. Se não tiver te ocorrendo nenhuma, podemos escolher a Petrobras mesmo.
Primeiras ações de seu governo.
[Quero] resgatar a confiança dos brasileiros na política e nos seus governantes. Nós temos um conjunto de desafios a enfrentar na economia. O principal deles é resgatar a credibilidade perdida do Brasil para que ela nos ajude a recuperar investimentos, a controlar a inflação e a recuperar o crescimento da nossa economia. Uma simplificação do sistema tributário é absolutamente urgente no país, e o início da discussão para a votação de uma Reforma Política me parece também absolutamente necessárias, até para facilitar a discussão de outras questões relevantes. Vamos reorganizar o Estado brasileiro, substituir esse absurdo e nefasto aparelhamento da máquina pública, que gera ineficiência e desvios sucessivos, pela meritocracia, pela qualificação das pessoas. Nós vamos fazer com que o Estado volte a apresentar resultados, nós vamos permitir que a previsibilidade possa nos aproximar de um horizonte mais tranquilo em relação aos indicadores econômicos. Tenho absoluta certeza que nós vamos trabalhar muito – e eu farei isso ao lado de Geraldo Alckmin, ao lado de José Serra, no Senado, nossos parlamentares -, para reconstruir a federação no Brasil. O Brasil se transformou, ao longo dos últimos anos, em um Estado unitário, em que apenas a União tudo pode, tudo tem e tudo decide, e um país das dimensões do Brasil não pode ser governado de uma forma tão centralizada.
Ruy Barbosa, Serra, dizia quando a Proclamação da República, que o Império ruíra não por ser Império, mas por não ter uma visão federalista do Brasil, ele se dizia, inclusive, federalista antes até de ser republicano. Precisamos reorganizar, governador Geraldo, e isso faremos isso em parceria com a sua experiência, com sua inspiração, a federação para que os Estados e municípios readquiram as condições deles próprios enfrentarem suas demandas crescentes. Equilibrar a federação será também uma das nossas principais prioridades.
Aécio Neves se compromete a reorganizar o Estado
Em visita à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), o candidato ressaltou que o Estado voltará a apresentar resultados
O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, neste domingo (12/10), em Aparecida (SP), que trabalhará para que os brasileiros retomem a confiança na política e nos governantes. Ao visitar a Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Aécio destacou seus compromissos com o fim do aparelhamento do Estado e a consolidação da Federação.
“Nós vamos reorganizar o Estado brasileiro, substituir esse absurdo e nefasto aparelhamento da máquina pública, que gera ineficiência e desvios sucessivos, pela meritocracia, pela qualificação das pessoas”, afirmou Aécio ao celebrar o dia da padroeira do Brasil.
O candidato acrescentou que: “Vamos fazer com que o Estado volte a apresentar resultados, nós vamos permitir que a previsibilidade possa nos aproximar de um horizonte mais tranquilo em relação aos indicadores econômicos”.
Para alcançar esses objetivos, Aécio considera como ponto de partida o resgate da credibilidade do país, que ajudará a controlar a inflação, trazer de volta os investimentos e a retomar o crescimento.
“Uma simplificação do sistema tributário é absolutamente urgente no país, e o início da discussão para a votação de uma Reforma Política me parece também absolutamente necessária, até para facilitar a discussão de outras questões relevantes”, avaliou Aécio.
Aécio estava acompanhado da mulher, Letícia Weber, do governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, da primeira-dama do Estado paulista, Maria Lúcia, e do senador eleito de São Paulo, José Serra.
Federalismo
O candidato destacou a importância de manter uma visão federalista e a parceria da União com Estados e municípios. “Nós precisamos reorganizar a federação para que os Estados e municípios readquiram as condições deles próprios enfrentarem suas demandas crescentes. Equilibrar a federação será também uma das nossas principais prioridades”, ressaltou.
Aécio reagiu ao discursou do governo que insiste em dividir o Brasil em dois – Norte e Sul, como se houvesse uma disputa entre as regiões e os cidadãos.
“[Eu] me sinto realizado por poder estar aqui pedindo bênçãos para Nossa senhora nessa travessia que nos levará a um Brasil mais justo, mais solidário, onde não prevaleça a tentativa da divisão entre irmãos. Ao contrário, leve a um país cada vez mais próspero, mais unido, com menos diferenças entre as classes sociais, entre as regiões”, afirmou Aécio.
Marina diz que “Dilma não honrou compromissos com a população”
Em entrevista logo após anunciar, neste domingo (12/10), seu apoio ao candidato da Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou que a verdadeira mudança não significa apenas trocar partidos ou governantes, mas honrar os compromissos assumidos com a população brasileira.
“A presidente Dilma, que assinou compromissos inclusive com o Código Florestal, não cumpriu esses compromissos assumidos nos últimos quatro anos. Tivemos um imenso retrocesso na agenda ambiental, socioambiental do Brasil e na questão indígena, só para citar alguns, sem falar na reforma econômica, reforma agrária e tantos outros aspectos que são de conhecimento público”, apontou ela.
Marina Silva acrescentou: “A presidente Dilma teve a chance, durante quatro anos, de encaminhar as propostas com as quais ela se comprometeu. Nesse segundo turno, nós programaticamente as entregamos ao candidato [Aécio], que fez a sinalização e foi identificado com a mudança”.
Em seguida, a ex-senadora afirmou: “A mudança não é simplesmente, no meu entendimento, para tirar um partido e botar outro, uma pessoa e botar outra. A sociedade brasileira sinaliza que quer cada vez mais uma mudança de qualidade, manter as conquistas, aperfeiçoá-las, corrigir os erros, encarar novos desafios”.
Para Marina Silva, há um acordo com esse compromisso assumido, que ela e Aécio estão “inteiramente coerentes com essa renovação da política”.
‘Velhos rumos’
Vice na chapa de Marina Silva, Beto Albuquerque destacou que seu partido, o PSB, está ao lado de Aécio por almejar uma mudança consistente e por não compactuar com os “velhos rumos e acordos” tomados pela gestão PT.
“Se o PSB quisesse apoiar a Dilma Rousseff, não precisava ter saído do governo de dois anos atrás. Não precisava ter perdido Eduardo Campos a trabalho dessa mudança. Poderíamos estar hoje confortavelmente dentro do governo. Quando tomamos a decisão de sair e ter candidatura própria, já dissemos o que pensávamos sobre esse governo. Saímos porque não concordamos com os rumos, os velhos acordos, com a ineficácia, com o descontrole fiscal que está acontecendo no país”, avaliou.