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Aécio concede em São Paulo entrevista e fala sobre mortes de adolescentes, eleições, encontro com Marina Silva e mentiras lançadas pelo PT

Aécio Coletiva SP4

Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves

São Paulo (SP) – 16-10-14

Assuntos: Mortes de adolescentes; eleições; encontro com Marina Silva; mentiras lançadas pelo PT

(Seguem trechos)

Fala inicial

Eu recebi ontem um relatório da Unicef e tem um número avassalador: o Brasil vê morrer assassinados um adolescente por hora. São 24 adolescentes que morrem assassinados no Brasil a cada dia. Este, sim, é um tema que deveríamos estar tratando nesta campanha eleitoral. Apenas a Nigéria vê morrer assassinados mais jovens que o Brasil. Para isso, o primeiro passo fundamental é garantir que estes jovens estejam na escola. Isso é decisivo. Por isso nós estamos propondo a fundação da Nova Escola Brasileira. Uma escola com currículo que estimule o jovem a ganhar destaque. [Serão escolas que] sejam adaptadas às realidades de cada uma das nossas regiões. Vamos implementar o Poupança Jovem, que dá uma bolsa de estudos para que o jovem possa completar o ensino médio, principalmente nas áreas de maior vulnerabilidade social. Vamos implementar o Fica Vivo, é um projeto que fizemos em Minas Gerais que reduziu pela metade, em algumas regiões, o número de assassinatos de jovens. É um projeto que abre espaços públicos para que os jovens, após as suas aulas normais, possam ali exercer as mais variadas atividades e, portanto, estarão se protegendo das drogas. E precisamos acima de tudo fazer com que o Brasil volte a crescer para dar oportunidade a esses jovens.

É um número, repito, avassalador. Fiquei chocado com o detalhamento do relatório que recebi ontem da Unicef e essa será uma prioridade absoluta do nosso governo: manter os jovens nas escolas a partir da Nova Escola Brasileira, uma escola qualificada com professores bem remunerados, e vamos resgatar –e essa é uma questão fundamental-, resgatar aqueles 20 milhões de jovens que não concluíram o ensino fundamental ou o ensino médio no Brasil: 11 milhões de jovens não concluíram o ensino fundamental e 9 milhões não concluíram o ensino médio. Eles receberão um salário mínimo para que possam completar o seu curso e aí se qualificarem no curso técnico, por exemplo, para enfrentar o mercado de trabalho. Esse será um grande desafio a ser enfrentado para o próximo governo, se nós vencermos as eleições.

Sobre os resultados das pesquisas

Estou extremamente feliz com esse resultado. Há pouquíssimos dias, quando veio o resultado das eleições, eu tinha acima de todas as expectativas 30 e poucos por cento das intenções de voto. Tenho 51 e significam um crescimento mais de 17 pontos percentuais na nossa candidatura em 15 dias. Eu nunca achei que seria uma eleição fácil. Talvez os meus adversários achassem que seria uma eleição fácil. Nós vamos disputá-la, como eu disse aqui, falando a verdade combatendo a mentira. Essa é a eleição mais vergonhosa da história da democracia brasileira. A nossa adversária, ela perdeu totalmente a condição de debater os temas que interessam os brasileiros porque a campanha dela é uma fraude permanente. São notícias pela metade, inverdades em relação a dados, é uma tentativa criminosa de desconstrução dos seus adversários porque fez isso, tentou fazer isso, com Eduardo e depois com Marina, mas comigo não. A reação será à mesma altura.

Eu quero debater o Brasil. E esse governo, na defensiva, nas cordas pelos sucessivos casos de corrupção que não cessam nunca, hoje você abre os jornais, de novo, novas e gravíssimas denúncias de corrupção, agora em relação ao Coperj, no Rio de Janeiro, envolvendo a mesma Petrobras, outras denúncias envolvendo o tesoureiro do partido. Para que ela possa tentar nivelar o debate, ela quer que todos estejam no mesmo nível, mas nós não estamos. O governo do PT tem que encerrar o seu ciclo porque fracassou na condução da economia, na gestão do Estado, na melhoria dos nossos indicadores sociais. E fracassou no respeito à ética, aos valores.

Eu estou pronto e – olha, acreditem em mim- cada vez mais determinado a disputar e a vencer essas eleições. As pesquisas, acredito, não têm acertado muito ultimamente, mostram, pelo menos, uma campanha em que nossa candidatura cresceu, pelo menos três vezes mais do que a candidatura da nossa adversária. Eu vou continuar falando a verdade e combatendo a mentira.

A influência dos apoios nos resultados das pesquisas

Vou repetir o que eu disse: nós tínhamos 33% no dia da eleição – no dia 5 de outubro – hoje estamos com 51% de intenção de votos. Então, não sei se em outra campanha da história da democracia brasileira houve um crescimento tão grande de uma candidatura em tão pouco tempo. O governo tem uma base de sustentação sólida e, obviamente, atua no mesmo caminho que fez com Marina [Silva], que fez com Eduardo [Campos], que é a tentativa da desconstrução. Mas nada é mais valioso e nada será mais imperativo na decisão do eleitor do que a verdade. Eu quero é ir para os debates. Quero, daqui a pouco, olhar nos olhos da presidente, chamá-la para debater o Brasil, cobrar dela as sucessivas mentiras que a sua campanha tem divulgado para todo o Brasil.

Essa é uma campanha perdedora. Eu acho que a candidata oficial, na verdade, já demonstra um enorme receio de perder as eleições. Essa é a grande realidade. O PT, depois de 12 anos, dessa vez, pela primeira vez trabalha e trabalha pra valer com a possibilidade de perder as eleições. E aí é o vale-tudo, é o fazer o diabo que a presidente dizia, é o vale-tudo que alguns ministros falavam que em uma eleição é aceitável. Não é. O Brasil é uma democracia, e as pessoas têm que ser respeitadas. A presidente, ao distorcer tanto esses números de Minas Gerais, quem vê até parece que quer disputar o governo de Minas e não a Presidência da República, ela desrespeita os mineiros. A grande verdade é essa. Temos que agora nos preparar para debater os temas que interessam aos brasileiros: vamos debater inflação, vamos debater corrupção, sim, vamos falar de crescimento da economia, vamos falar de segurança e vamos falar desse tema que eu trouxe aqui hoje.

Apenas hoje, nesta quinta-feira (16/10), 24 mães vão estar chorando a morte dos seus filhos. Acho que nós precisamos ter isso na cabeça. Qual é o sentido que tem estar aqui disputando a eleição presidencial, se não for pra enfrentar questões como esta? Hoje nesta quinta-feira, até à meia-noite, 24 mães estarão chorando a morte por assassinato dos seus filhos. E o governo faz o quê? Contingencia os recursos de segurança, diz que a responsabilidade constitucional é apenas dos Estados. Não é. É da União.  No meu governo, o governo federal vai cuidar das nossas fronteiras, vai coibir o tráfico de drogas,  vai mexer no código penal pra acabar com a impunidade e vai criar políticas de integração e de ressocialização dos jovens num volume muito maior do que aquelas que existem aqui hoje.

Encontro com Marina Silva

Vamos conversar um pouco sobre a convergência das nossas propostas. Fiz questão de enfatizar, sem alterar aquilo que havíamos proposto no primeiro turno, mas enfatizar o nosso compromisso com a democracia, com as liberdades de expressão – sejam elas coletivas ou individuais. Fiz questão de reiterar o nosso compromisso com os avanços sociais, com a manutenção das políticas de transferência de renda e com o seu aprimoramento e também com desenvolvimento sustentável. Essas são as questões, vamos dizer, básicas, mais relevantes que nos aproximaram. Vamos conversar amanhã sobre essas questões. Repito mais uma vez: estou muito feliz com a companhia de Marina Silva.

Sobre mudanças no site do TCE após o debate

Não tenho a menor informação em relação a isso. O que eu posso dizer é o seguinte: a informação da presidente da República de que não foram investidos R$ 7 bilhões na saúde é mentirosa. Nós cumprimos o que definia o TCE de Minas Gerais, como vários outros Estados da Federação fizeram antes da aprovação da Emenda 29. Nós cumprimos a lei em tudo.

Mentiras lançadas pelo PT

A presidente pode fazer todo o esforço que quiser. Ela pode seguir seu marqueteiro – que na verdade me parece discípulo de [Joseph] Goebbels, o ministro da informação nazista, de Hitler, que dizia que “uma mentira repetida mil vezes se transforma numa verdade”. Mas aqui eu não vou deixar que isso aconteça.

O meu governo em Minas foi um governo honrado, do começo ao fim. Por isso eu saí de lá com 92% de aprovação. E a atual presidente da República terá como uma das principais marcas do seu governo, além da incompetência, os desvios e a falta de capacidade de enfrentar esses desvios.

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