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Aécio Neves diz que criará política nacional para o café

Aécio VarginhaReunido na tarde deste sábado (27/09) com cafeicultores em Varginha (MG), o candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, assumiu o compromisso de criar uma política nacional para o café. “O Brasil não tem uma política séria de médio e longo prazo para o café. Eu mesmo conduzirei isso como presidente da República.”

Segundo Aécio, com uma política direcionada ao setor cafeeiro será possível atrair investimentos para a industrialização, o que implicará agregar valor ao café produzido no país.

“Não existe nenhuma outra cultura cuja importância econômica possa se equivaler à importância social como o café. Costuma-se dizer aqui que café no pé é sapato no pé, exatamente porque, se o café vai bem, as pessoas vão bem”, comparou ele.

Aécio afirmou que reativará o “sucateado e desprezado Conselho Deliberativo da Política do Café”, que passará a ter voz ativa no estabelecimento de diretrizes para a cafeicultura, na definição de questões como preço mínimo e crédito.

O candidato à Presidência lembrou que é o único, na disputa presidencial, a apresentar uma proposta concreta para o setor. “Nenhuma das outras candidaturas sequer tem noção da importância econômica e social do café, e não é apenas para Minas”, afirmou.

“O meu compromisso, em parceria com o Estado, que já tem aqui um Fundo Estadual do Café, é criar condições de crédito, de segurança para a produção e, sobretudo, na ampliação dos novos mercados para o café”, ressaltou Aécio. “Nós não podemos assistir passivamente a Alemanha ser o país que mais comercializa café no mundo sem ter lá um pé de café plantado.”

O candidato recebeu de Breno Mesquita, representante da Confederação Nacional da Agricultura, um documento com reivindicações do setor, e afirmou que irá se empenhar para atendê-las. Em nome dos cafeicultores, Arquimedes Coli lamentou a falta de uma política para o setor, o que teria provocado um prejuízo de R$ 5 bilhões no período de 2012 a 2013. “O governo do PT não liga para o café.”

Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves 

Assuntos: Fim do ciclo de recessão; eleições; rejeição de Dilma e as pesquisas de opinião; aliança entre partidos; o setor cafeeiro no Sul de Minas

Fim do ciclo de recessão e incentivo à produção de café

Mais uma vez estou feliz na minha terra, Minas Gerais, hoje em Varginha, e dizendo para os mineiros, e através dos mineiros a todos os brasileiros, que eu estou pronto para encerrar esse ciclo de governo do PT, que nos levou a um quadro de recessão, de retorno da inflação e de escândalos que se sucedem para iniciarmos um outro: um ciclo de retomada de crescimento e de recuperação dos valores, dos valores da família que PT tem jogado pela janela. Tenho andado por todo o Brasil e percebo de forma muito clara o crescimento da nossa candidatura. Aqui, em Minas Gerais, a eleição de Pimenta da Veiga é, absolutamente, fundamental para o projeto de Minas Gerais. Serei o grande parceiro, como presidente da República, de Pimenta da Veiga, para que juntos possamos fazer com que as promessas do governo federal, sucessivamente adiadas ao longo dos últimos 12 anos possam se transformar em benefícios que melhorem também a vida dos mineiros.  Não existe nenhuma outra cultura que onde a importância econômica possa se equivaler à importância social como o café. Costuma-se dizer aqui que café no pé é sapato no pé. Exatamente, porque se o café vai bem as pessoas vão bem.

E o Brasil não tem uma política séria de médio e de longo prazo para o café. Eu conduzirei isso como presidente da República. Como fiz, inclusive, quando era presidente da Câmara ao lado do presidente Fernando Henrique. A última grande intervenção que nos garantiu um planejamento para o setor com preços e com garantias. Conduzirei essa política que estimule o produtor a produzir. Que traga para o nosso país investimentos que permitam a industrialização e, portanto, agregação de valor ao nosso café.

Tenho uma confiança enorme de que estamos a poucos dias de irmos para o segundo turno ao lado de Pimenta da Veiga para darmos ao Brasil o que o Brasil merece. Uma mudança real, uma mudança consistente, uma mudança de valores, uma mudança de visão de mundo. E aí, eu volto a falar em relação ao agronegócio. Falava sobre o agronegócio – de forma mais genérica, agora cedo em São Paulo numa entrevista que dei – e é absolutamente fundamental que nós superemos essa política externa anacrônica, atrasada, esse alinhamento ideológico que não nos levou a lugar algum para termos uma política externa pragmática que busque a abertura de novos mercados para aquilo que nós produzimos aqui de forma competitiva.

O Brasil não aguenta mais esse “eu não sabia de nada” e a ineficiência e a incompetência em todas as áreas. Cada vez mais eu percebo que a população começa a compreender que a nossa candidatura é aquela que, além das condições que mostra de vencer o PT, tem as condições de colocar no lugar no lugar um governo com gente experimentada, preparada, qualificada. E é isso que me move e é isso que me tem feito andar por todo o Brasil e tenho certeza que nós nos encontremos no dia cinco de outubro, chegando ao segundo turno e nos preparando para a vitória.

Sobre o segundo turno

Estamos crescendo em todas as pesquisas. Essa publicada hoje no Datafolha mostra, por exemplo, que nós crescemos seis pontos em São Paulo em seis dias, quatro aqui em Minas Gerais. Uma outra [pesquisa] publicada na revista ISTOÉ dá empate técnico. Uma outra [pesquisa de] anteontem na Vox Populi mostra também empate técnico. Eu vou para o segundo turno por uma razão objetiva. 70% da população, ou um pouco mais, querem mudanças no Brasil e a mudança somos nós. O PT que está aí fracassou. Fracassou na condução da economia, fracassou na gestão do Estado, fracassou na questão moral. Nós não queremos um outro PT recomeçando, aprendendo no governo, nós temos a oferecer ao Brasil experiência, honradez, um enorme amor a esse país. Tenho certeza de que Minas Gerais está se levantando. Minas vai se levantar para dizer ao Brasil: “chega de tanta corrupção”. E que nós não queremos aqui no nosso território, na nossa Minas de tantas histórias, aquilo que o Brasil já não quer mais. A eleição de Pimenta da Veiga é tão relevante, é tão importante quanto a minha própria eleição. E nós dois vamos chegar juntos à vitória pelo bem de Minas e pelo bem do Brasil.

Sobre a aliança entre partidos

Achei que ele tinha um candidato a governador. Alguns membros dele eu gostaria até que fosse aliado, mas infelizmente não é porque lançou uma candidatura própria. Nós somos oposição ao PT desde sempre. Nós somos oposição ao PT desde que estávamos querendo o fim da inflação no Brasil, lutávamos pelo Plano Real. O PT estava aonde? No outro campo, pensando no seu projeto, não se importando de que a inflação penalizava a grande maioria dos brasileiros mais pobres. Onde estavam as nossas duas adversárias quando nós acabamos com a inflação no Brasil? Repito: que tirou das costas do trabalhador o mais perverso dos impostos, que era o imposto inflacionário? Ambas no PT contra a estabilização da moeda.  Quando nós votamos a Lei de Responsabilidade Fiscal para acabar com a farra das administrações públicas, com a irresponsabilidade das administrações públicas. Onde estavam as nossas adversárias? No PT. Uma delas no Senado votando contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. É isso que eu tenho dito. É preciso que as pessoas digam com clareza aquilo que pensam e aquilo que pretendem fazer. Eu falo em apoiar o agronegócio. Falo em segurança jurídica no campo, em botar ordem no país porque é o que vou fazer. Não mudo as minhas posições em véspera de eleição para atender às conveniências.

Uma candidata hoje acena para o agronegócio, mas, se dependesse das suas posições há poucos anos, teria inviabilizado grande parte do sucesso do agronegócio brasileiro com a proibição, por exemplo, de transgênicos. A minha candidatura é cristalina. As pessoas olham pra nós e sabem que nós temos projetos pro país, nós temos experiência acumulada, quadros altamente qualificados, que é fundamental, e sabemos o quê fazer.

As outras candidaturas, de um lado, a atual presidente da República perdeu, a meu ver, as condições até mesmo de pleitear um segundo mandato, na minha avaliação, pelo conjunto da obra: fracasso na economia, na gestão do Estado, nos indicadores sociais. A outra candidata não adquiriu essas condições porque não consegue superar as enormes contradições que, na verdade, conduzem a sua candidatura.

Mais uma vez, quero aqui de Varginha, de tanta historia e de tanta importância pro desenvolvimento econômico e cultural de Minas Gerais, fazer um chamamento aos homens e mulheres de bem. Aos mineiros e às mineiras para que nós nos levantemos e junto mostremos ao Brasil que política e decência podem caminhar juntas. E peço a todos apoio a Pimenta da Veiga e a Anastasia.

Sobre segurança pública e redução da maioridade penal para 16 anos

Fui o único candidato que apresentou uma proposta pra segurança pública corajosa, elaborada numa ampla discussão em todo Brasil. Eu transformarei o Ministério da Justiça em Ministério da Segurança Pública e da Justiça, com a proibição do contingenciamento, que é o represamento dos recursos aprovados pra área. Pra se ter apenas uma ideia, do Fundo Penitenciário – aprovado pelo Congresso, que já não é tanto valor assim, mas o aprovado pelo Congresso no governo da presidente Dilma -, 10.9% apenas foram executados. O resto ficou lá pra fazer superávit. Do Fundo Nacional de Segurança, que deveria estar sendo compartilhado com os Estados, pra investimento em aumento de efetivo, em viaturas, em inteligência, menos de 40% foi executado.

Tenho um projeto que não é de hoje, que tramita desde 2011 no Senado, que proíbe o contingenciamento. Isso significa: o que for aprovado no orçamento vai ser transferido para os Estados para investimento em segurança pública. Vou reequipar a Polícia Federal sucateada nesse governo e as Forças Armadas para que, conjuntamente, controlem as nossas fronteiras, por onde entram as drogas e as armas que vêm matar gente no Brasil. Foram 56 mil assassinatos apenas no ano passado, 30 mil deles de jovens, jovens negros da periferia das grandes cidades, principalmente.

Terei uma relação com os países produtores de drogas diferente dessa relação que o governo brasileiro estabeleceu para ser gostado por esses países. Eu terei uma política externa para ser respeitado. E nós vamos ter uma relação que impeça financiamentos ou determinadas parcerias se esses países não fizerem o dever de casa, porque eles fazem vista grossa pra droga que é produzida em seu território. A Bolívia produz hoje quatro vezes mais folhas de cocaína, folhas de coca, do que consome nos seus altiplanos, porque essa é uma tradição da Bolívia. Onde é que vem os três quartos dessa produção? Para o Brasil. Exatamente pra fazer a droga, pra fazer o crack e para matar vidas aqui.

Em relação ao Código Penal, eu defendo que no caso de crimes graves, crimes violentos, chamados crimes hediondos cometidos por jovens acima de 16 anos, ouvir do Ministério Público, o juiz possa definir ou processá-los com base no Código Penal. Por quê? Porque eu quero acabar com essa sensação de impunidade que hoje se alastrou por todo Brasil. Nós temos casos hoje, comprovados cientificamente por pesquisas, de quadrilhas que utilizam jovens já de forma planejada – para cometimento de crimes. Porque assalta-se um banco, uma padaria, uma farmácia, não importa o quê; morreu alguém – o jovem assume o crime mais grave e os outros pegam a pena mais leve. Nós temos que enfrentar essa questão da criminalidade com coragem. Eu serei, eu, Aécio Neves, presidente da República, serei o coordenador, pessoalmente, da Política Nacional de Segurança do meu governo.

Sobre o setor cafeeiro no Sul de Minas

Fizemos, quando eu tive a oportunidade no ano de 2002, uma grande ação. Deputado Neves se lembra disso, tá aqui o governador Alberto Pinto Coelho. Onde nós garantimos preços que era coisa absolutamente essencial, trabalhamos na ampliação de novos mercados, renegociamos dívidas. Esse é o caminho que nós fizemos em 2002. As lideranças do café que estão aqui se lembrarão disso. É um caminho para nós termos uma política de médio e de longo prazo. Nenhuma das outras candidaturas sequer tem noção da importância econômica e social do café. E não é apenas pra Minas. É principalmente para Minas Gerais.  Vamos ouvir hoje alguns pleitos do setor e o meu compromisso, em parceria com o Estado, que já tem aqui um Fundo Estadual do Café, é criar condições de crédito, de segurança para a produção e, sobretudo na ampliação dos novos mercados pro café. E um estímulo muito grande, que eu darei pessoalmente, para agregação de valor aquilo que é produzido aqui. Nós não podemos assistir passivamente a Alemanha ser o país que mais comercializa café no mundo sem ter lá um pé de café plantado. Então, é nessa região, no coração da cafeicultura mineira, que eu venho aqui reafirmar esse compromisso e fazer essa convocação aos mineiros. O Brasil aguarda uma posição clara de Minas. E a posição em favor de Minas, em favor dos nossos valores, da nossa história, é a posição em favor de Pimenta da Veiga e de Aécio Neves.

Sobre a elevada rejeição de Dilma e as pesquisas de opinião

É uma contradição. Ela tem uma propaganda maciça, com muito pouco compromisso com a verdade. Eu disse recentemente e posso repetir aqui: nós temos uma candidata a presidente da República que mente. Mentiu há poucos dias ao dizer que os seus adversários acabariam com os programas sociais, o que não é verdade. No nosso caso, até porque nós os iniciamos. E uma outra que se desmente a todo tempo. Agora, se você observar nas pesquisas, a candidata Dilma, ela tem uma variação muito pequena entre o primeiro e o segundo turno. E o que vem ficando claro ao longo dessas últimas duas semanas é que a nossa candidatura, pela consistência do nosso projeto, pela estrutura que ela tem em todo Brasil, é que tem condições reais de vencer o PT. Eu tenho condições de ganhar do PT no segundo turno e tenho condições de governar o Brasil do que vem governando o PT. Obrigado.

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