Sobre declarações de Agripino Maia.
Não tem qualquer sentido essa declaração com aquilo que pensam todos os que estão envolvidos na campanha. Talvez uma forma equivocada de se expressar, me ligou para dizer não é nada daquilo, mas não importa. O importante é o que estamos dizendo aqui. A nossa candidatura não é para dar vitória a um partido político, para homenagear quem quer que seja.
A nossa candidatura é para permitir ao Brasil não apenas superar esse ciclo do PT, mas iniciar um outro virtuoso, vigoroso. Com lideranças políticas com capacidade de impor ao Congresso uma agenda negociada, mas uma agenda que seja da sociedade brasileira. O meu sentimento claro é que, em um primeiro momento, prevalece o sentimento de mudança.
Agora, precisamos escolher: qual é a mudança que queremos? Uma mudança segura ou uma mudança permeada de contradições? Não se sabe se amanhã já não é o pensamento de hoje, é o de anteontem que prevalece. Tenho muita confiança de que estamos no caminho certo. O ânimo na nossa campanha é total.
Compreendo que tivemos duas campanhas eleitorais até aqui. Uma até o falecimento do Eduardo. Outras circunstâncias, com uma outra dinâmica Brasil afora. Infelizmente, houve a fatalidade do acidente que todos lamentamos profundamente. E [agora é] uma nova campanha. E nessa campanha vamos sair sim desse patamar, as pesquisas mostram que estamos em terceiro lugar, isso não me preocupa. O que me preocupa é trabalhar muito para, no momento da eleição, em 5 de outubro, chegarmos nos dois primeiros lugares e, depois, vencermos as eleições.
Pela fragilidade da candidatura oficial e pela inconsistência da segunda candidatura, que agora se coloca no campo oposicionista, não tenho hoje segurança de saber com qual das duas disputarei o segundo turno. Mas eu vou estar no segundo turno, porque aqui não tem improviso. Aqui tem uma equipe política que é nível de seleção. O Brasil, se tem à sua disposição uma seleção para governar o Brasil, não vai se contentar em governar com um time da segunda ou terceira divisão.
Sobre possibilidade de renúncia.
Da presidente? Espero que a presidente não renuncie. Eu gostaria muito de enfrentá-la no segundo turno. Isso é uma coluna de jornal. Eu espero que a presidente da República, porque também ouvi esses rumores na internet, não renuncie, que ela mantenha a sua candidatura, apesar de claramente apontar para a sua derrota, e seu entorno sabe disse. Eu gostaria de derrotá-la no segundo turno. Mas se não for ela a estar comigo no segundo turno, derrotaremos quem estiver lá.
Sobre a cobrança de posicionamentos por parte da candidata do PSB.
O líder político tem que ter posições, não apenas circunstancias, às vésperas das eleições. Repito. O Brasil precisa saber em qual Marina vai votar. Eu acompanhei com muita decepção no final da eleição de 2010, no momento do segundo turno, a omissão da candidata. Hoje, ela condena violentamente o governo do PT. Ela poderia ter nos ajudado lá atrás a impedir o governo do PT, se tivesse tomado uma posição no segundo turno.
Para o líder político, a omissão é o pior caminho. Pode atender a seus interesses pessoais, à sua lógica pessoal, mas não ao interesse do país. Ela poderia ter nos ajudado lá atrás. Porque a sua omissão certamente ajudou a vitória do PT que ela hoje combate, nesses quatros onde o Brasil perdeu a capacidade de crescer, de gerar empregos de boa qualidade, de melhorar os seus indicadores sociais. Então, acho que aí também cabe um mea culpa de alguém que critica de forma tão dura hoje o governo que está aí. Nós não mudamos nossas posições. Nós, lá atrás, acreditávamos que a estabilidade econômica era essencial para o Brasil entrar num ritmo de crescimento sustentável ao longo do tempo e foi essencial.
Eu me lembro o quanto, como líder do presidente Fernando Henrique na Câmara dos Deputados, líder do partido, ao lado do Arnaldo Madeira, que está aqui, que era líder do governo, o nosso esforço para aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi um marco definitivo na vida do país. Deixamos para trás a farra das administrações públicas, com as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. A briga com o PT era quase que física no plenário da Câmara e do Senado. A candidata Marina estava lá no Senado e votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Estou acentuando alguns temas porque acho que cada candidato, ter errado não é equivocado, mas não reconhecer o erro é, sim, grave equívoco.
Eu vi, ontem, a candidata Marina cobrando da presidente por não reconhecer seus erros. Eu também cobro. Lamentavelmente, a presidente acha que não tem inflação, acha que não tem recessão, acha que a saúde está muito boa, pela sua propaganda. Disse recentemente, quero repetir, o sonho de cada brasileiro hoje é morar na propaganda do PT, não tem outro cenário melhor. Mas é preciso que a candidato do PSB faça o seu mea culpa, porque, durante seus mais de 20 anos de militância, da política tradicional, ao lado de um grupo político, o mais robusto no Estado do Acre, ao lado do PT, ela hoje não reconheça que tomou atitudes que não ajudaram o Brasil a avançar.
Acreditem no que estou dizendo. Tenho tanta confiança de que temos as melhores propostas, de que temos os melhores quadros, que o Brasil precisa da mudança sim, mas precisa da mudança segura. Vou repetir o que disse aqui para não passar despercebido. A mudança não se dará no dia da eleição, a mudança começará a partir de 1º de janeiro. Eu vou lutar até o último instante – claro que a decisão cabe a cada brasileiro e a cada brasileira -, mas eu vou lutar muito para que não estejamos daqui a quatro anos lamentando mais uma vez uma decisão equivocada.
Sobre projeto e trajetória política.
Temos um projeto para o Brasil. Esse é o nosso grande diferencial. Um programa econômico amplamente debatido, estamos inclusive divulgando nos próximos dias o nosso programa, as diretrizes já foram anunciadas. Apresentamos nossos programas para a área social, que vão muito além da administração da pobreza. Falamos em resgatar as parceiras com o setor privado, para os investimentos em infraestrutura que deixaram de acontecer ao longo desse período. E os apoios que pudermos obter para esse programa são bem-vindos.
Eu não comecei ontem minha caminhada. Fui presidente da Câmara, inclusive antes de ser governador de Estado. Fui líder por quatro anos do PSDB no governo do presidente Fernando Henrique. Lideramos reformas no Congresso Nacional, inclusive interna corporis, como o fim da imunidade parlamentar para crimes comuns. Negociei com o presidente Fernando Henrique, do meu partido, a limitação da edição de medidas provisórias, mostrando capacidade de articulação. Não adianta alguém achar que se impõe pela sua vontade absoluta, de forma messiânica, suas vontades ao Congresso Nacional. É preciso termos uma pauta e é preciso ter força política para negociar essa pauta.
Eu acredito que eu estou em condições, hoje, melhores do que quaisquer outros candidatos. Até porque a atual presidente mostrou que não tem vocação e capacidade para isso, atravessou o seu mandato com a maior base de apoio de qualquer governo na nossa era democrática, e não aprovou uma reforma estruturante sequer. É o caso de perguntar à presidente Dilma, para não esquecê-la também, para que uma base tão grande? Para distribuir ministérios, para usufruir das benesses do poder? Nada estruturante foi votado no Brasil. E vejo no nosso grupo político as condições, a experiência necessária para fazer o Brasil avançar.
Repito: não basta mudar, é preciso que mudemos na direção correta, e o Brasil não está pronto para novos aprendizados no exercício do poder, como costuma dizer a presidente, quando diz que não estavam preparados para obras dessa magnitude, que não tinham a experiência necessária para conduzi-las. Eu tenho a experiência necessária para acabar com o desperdício, para inibir a corrupção, para resgatar a confiança dos mercados no Brasil, mas, principalmente, para resgatar a confiança dos brasileiros no seu próprio futuro. Estou muito determinado e vou chegar lá.
Sobre direitos LGBT.
Esses temas vão estar todos no nosso programa de governo. Já citamos as minhas diretrizes gerais, já disse que a união entre pessoas de mesmo sexo já é uma definição, uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Não há que se fazer qualquer questionamento em relação a isso, e vamos incluir em nosso programa de governo, até o limite que é consensual nas nossas forças políticas que nos apoiam, esses dois temas. Não vamos fugir a esse, como não fugimos até aqui.
A meu ver, a homofobia deve ser tratada, sim, como crime. Vamos avaliar se é esse, exatamente, o projeto a ser votado.
Sobre improviso.
O improviso não é o melhor conselheiro. Estamos vendo, de um lado, um governo que reage aos índices das pesquisas, alterando as suas convicções, age até com um certo desespero, porque percebe que vai perder as eleições. E, no outro lado, o que eu vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera as suas convicções ao sabor das circunstâncias. Temos um projeto para o Brasil, que é o melhor para o Brasil e, por isso que, ao lado do presidente Fernando Henrique e de todos os companheiros, eu agradeço a presença de vocês. Vamos vencer as eleições.