O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, reafirmou, nesta quarta-feira (24/09), seu compromisso com o agronegócio brasileiro e com a adoção de uma política voltada para o setor. Durante visita a Uberaba (MG), pólo agrícola do Triângulo Mineiro e da criação do gado zebu, ele destacou que a valorização do homem do campo será uma das marcas de seu governo no Palácio do Planalto.
“Nós teremos uma política agrícola responsável, que será estruturada no tripé: ‘crédito, segurança jurídica e seguro'”, afirmou ele. “Estaremos investindo cada vez mais em novas tecnologias, em inovação e abrindo novas fronteiras para aqueles que produzem no Brasil.”
Segundo o candidato, o país deve muito ao esforço do homem do campo pelo pouco crescimento registrado na economia. “Como nós vamos recuperar a capacidade do Brasil de crescer, tenho absoluta convicção de que é exatamente onde nós já demonstramos enorme capacidade competitiva, que é no agronegócio, que nós podemos avançar mais do que qualquer outro setor”, disse.
Em seguida, Aécio acrescentou: “Portanto, valorizar o homem do campo, garantir uma política agrícola com previsibilidade e garantir aquilo que é essencial – paz no campo e segurança jurídica para quem produz – serão as marcas do nosso compromisso com o setor agropecuário”.
Desabastecimento de água
Ao ser questionado sobre o problema de falta d’água que atinge Uberaba e várias cidades brasileiras, Aécio afirmou que seu governo prevê um amplo projeto de barragens, que vai fortalecer a agricultura familiar e o abastecimento humano.
“Nós vamos investir de forma planejada, aquilo que o atual governo não fez. E, mais do que isso, vamos resgatar a condição de os municípios avançarem também com novas receitas. O governo federal transformou o Brasil em um Estado unitário, onde apenas o governo federal tudo tem, o governo federal tudo pode e tudo decide”, afirmou.
O candidato à Presidência lembrou que, em 2010, a então candidata petista Dilma Rousseff e atual presidente da República disse que iria, por exemplo, desonerar as empresas de saneamento básico do PIS e do Confins, mas nada fez durante a gestão. “Isso significa que essas empresas pagam hoje mais em tributos do que investem em saneamento, outra carência grande em vastas regiões do Brasil. O nosso será o governo do planejamento e do fortalecimento dos municípios”, ressaltou.
Carreata e caminhada
Na visita a Uberaba, Aécio participou de carreata pelas ruas e avenidas centrais do município. Aécio estava acompanhado pelo candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, e do ex-governador Antonio Anastasia, que concorre ao Senado pelo partido. Foram saudados por moradores, comerciantes e pedestres.
A fila de carros saiu da Praça Jorge Frange ao som de jingles das campanhas de Aécio e de Pimenta da Veiga, escoltada por bandeiras e homenageada nos cantos e palavras de ordem da multidão. Ao chegar à Praça Rui Barbosa, Aécio desceu do carro de som e fez uma caminhada pelo calçadão da Rua Artur Machado, parando várias vezes para receber abraços e cumprimentos.
Pesquisas
Aécio destacou que a pesquisa Ibope divulgada na terça-feira (23/9) mostrou que sua candidatura é a única que cresce nos três Estados com os maiores colégios eleitorais do país – Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro – e também vem registrando crescimento nas regiões Sul e no Centro-Oeste.
“Não importa qual é a diferença [em relação a outras candidaturas]. O que é essencial é que a nossa é a única candidatura que está crescendo e acredito que nós vamos recuperar aqueles votos que querem derrotar o PT, que hoje têm a compreensão mais clara de que nós temos as melhores condições de vencer e, mais do que isso, só nós temos as condições adequadas para colocar no lugar desse governo um governo experimentado, com gente altamente qualificada”, afirmou.
Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves
Uberaba (MG) – 24-09-14
Assuntos: saneamento básico; gasoduto; fator previdenciário
(seguem trechos)
Projeto de Brasil
Se você está satisfeito com a forma com que o PT vem administrando as nossas empresas públicas, é uma opção. Eu não. Eu estou como a grande maioria dos brasileiros, indignado com a irresponsabilidade do governo do PT. E quem denuncia isso não somos nós. É a Polícia Federal. É um diretor da empresa indicado por esse governo. Nós temos que encerrar esse ciclo de governo do PT porque, em primeiro lugar, perdeu a capacidade de gerir a nossa economia. O Brasil é um dos países que menos crescem na nossa região, a inflação está aí de volta, fracassou também na melhoria dos nossos indicadores sociais, a criminalidade cresce por toda parte, os indicadores de saúde só pioram, e a educação é de péssima qualidade. E fracassou naquilo que é essencial: compromisso com a ética, com a decência e com a moralidade. Quem tem condições efetivas de vencer o PT nessas eleições somos nós. E chama atenção, inclusive, para uma pesquisa divulgada hoje, ontem na verdade foram divulgadas várias pesquisas e mesmo a do Ibope mostra que nos três maiores colégios eleitorais a nossa candidatura é a única que cresce. Cresce em Minas Gerais, cresce em São Paulo, cresce no Rio de Janeiro como vem crescendo já no Sul e no Centro-Oeste. Portanto, eu tenho muita convicção de que, tanto Pimenta da Veiga, que também volta a crescer nessas pesquisas, quanto a nossa candidatura, são aquelas que vão encerrar esse ciclo perverso de governo do PT. No Brasil inteiro, nós estamos vendo onde o PT governou, o PT está perdendo as eleições. E nós não queremos aquilo que o Brasil não quer mais aqui em Minas Gerais. E quero fazer aqui uma convocação. Uma convocação aos mineiros e mineiras, que nos ouvem através dos veículos que aqui estão: o que está em jogo não é apenas uma eleição, o que está em jogo não é vitória de um partido político e a derrota de outro. É um projeto de Brasil. Nós temos as nossas mãos a possibilidade de depois de sessenta anos termos um presidente da República mineiro, eleito pelo voto popular, em condições de permitir que todo o processo de desenvolvimento de Minas Gerais possa ser alavancado, assim como também no Brasil. Vamos garantir as posições para que rapidamente a Petrobras cumpra o seu cronograma e permita que a fábrica de amônia seja aqui instalada com o gasoduto que é responsabilidade do governo federal e cujas tratativas foram iniciadas por mim. O que está acontecendo com a Petrobras é que esse conjunto de desvios está levando a também atrasar o cronograma de investimentos em várias partes. No meu governo, vou devolver a Petrobras aos brasileiros. E faço uma convocação aos mineiros. Se em Minas Gerais, nós continuarmos avançando como já começamos a alcançar, nós vamos para o segundo turno. Vamos vencer as eleições. Os mineiros vão se orgulhar muito do governo que vamos fazer.
Sobre as pesquisas
Ontem foram divulgadas três pesquisas por três órgãos diferentes. Em uma delas, que você cita uma diferença de dez pontos e é essa que mostra o nosso crescimento em todos os principais colégios eleitorais. Uma outra divulgada por uma outra emissora de televisão, mostra que essa diferença é de cinco pontos e uma outra mostra que essa diferença é em torno de cinco pontos.
Não importa qual é a diferença. O que importa é que a nossa é a única candidatura que está crescendo e acredito que nós vamos recuperar aquele voto que quer derrotar o PT. Que hoje tem a compreensão mais clara de que nós temos condições de vencer e mais que isso: só nós temos as condições adequadas para colocar no lugar desse governo um governo experimentado, com gente altamente qualificada, com êxitos em várias gestões que foram empreendidas por nós em todo o Brasil. Ninguém governa sozinho. Governar é time. Nós temos uma seleção brasileira à disposição do Brasil em todas as áreas, para cuidar do agronegócio, para cuidar da economia, para cuidar da nossa infraestrutura e é isso que nós estamos oferecendo ao Brasil. E se nós temos uma seleção brasileira pronta para entrar em campo, o brasileiro não vai optar para entrar em campo com o segundo time.
Sobre a posição do governo em não aderir ao documento do não desmatamento na ONU
Olha, é uma preocupação que nós temos. Para mim, foi surpreendente. Acho que o Brasil poderia estar, inclusive, com outras ações liderando uma posição mundial. Até porque, ao longo dos últimos anos, nós temos avançado, inclusive, com participação dos Estados na inibição do desmatamento. Eu lamento a decisão da presidente da República.
Sobre o fator previdenciário
Quero aqui reiterar assumi e reassumo o compromisso com os trabalhadores brasileiros de buscarmos uma alternativa ao fator previdenciário, que pune de forma muito violenta a remuneração dos aposentados brasileiros. Nós vamos buscar, em um diálogo franco com as centrais sindicais, uma alternativa que permita a sobrevivência, obviamente, mas que tire o fator previdenciário ou ônus do fator previdenciário das costas dos aposentados brasileiros. Faremos isso como nós sempre fizemos: em um diálogo permanente com a classe trabalhadora. Da mesma forma que assumi o compromisso de garantir a continuidade do reajuste real do salário, da mesma forma que garantimos a correção da tabela do imposto de renda pela inflação, vamos trabalhar para que os aposentados possam ter a dignidade da sua remuneração garantida.
Sobre a campanha em Minas Gerais
Houve um trauma grande nessa eleição que afetou Minas Gerais também, com a morte do meu amigo Eduardo Campos. Estamos tendo duas eleições. O fato consistente dessa pesquisa à qual você se refere, porque nós já temos outras que nós estamos na frente, é que nós estamos crescendo. Vamos chegar na frente em Minas Gerais, porque a nossa candidatura, a minha candidatura, ela traz o sentimento, a história, os valores de Minas Gerais e vamos chegar também com Pimenta da Veiga. Estou plenamente confiante. Com Anastasia no Senado, com Pimenta da Veiga e com a minha eleição. É uma oportunidade que Minas não pode perder. Ela está aqui a poucos passos de ser alcançada. Tenho muita confiança de que em mais essa visita aqui ao Triângulo, a essa Uberaba – onde eu tenho algumas das minhas maiores amizades, uma cidade que faz parte da minha vida, da minha formação pessoal – vim buscar aqui a inspiração e a força para fazer um grande chamamento a Minas Gerais. Minas de pé, em favor do Brasil, em favor da ética, da eficiência na vida pública.