O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, recebeu os catadores do aterro sanitário do Aurá, na tarde desta segunda-feira, 21, no Palácio Antônio Lemos. O Prefeito convocou os catadores para que houvesse uma negociação entre as partes e pedir para que as entradas do aterro, interditadas desde a última sexta-feira, 18, sejam liberadas. Após longa conversa, os trabalhadores decidiram liberar as entradas.
Os catadores estavam preocupados com a mudança da administração direta do aterro sanitário. A prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), assumiu a administração, com o encerramento do contrato com a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos – CTR Guajará. O novo modelo de administração gerou insegurança nos trabalhadores, já acostumados com o modelo antigo de gerenciamento.
“A mudança, sem dúvida, trará benefícios e será muito positiva tanto para a administração pública quanto para os catadores. Diversas secretarias do município terão mais proximidade com os trabalhadores do Aurá, que receberão maior atenção nas áreas de saúde, de assistência social e politicas habitacionais.”, garantiu o secretário de Saneamento, Luiz Otávio Mota Pereira.
Outro ponto discutido no encontro foi sobre a Lei 12.305, que trata da política nacional de resíduos sólidos e que determina que todas as administrações públicas municipais, independente do seu porte e localização, devem construir aterros sanitários e encerrar as atividades dos lixões até o mês de agosto desse ano.
Zenaldo Coutinho informou que vai enviar um documento ao Ministério Público do Estado pedindo que esse prazo seja prorrogado, já que ainda não foi encontrado outro local com licença sanitária para funcionar como aterro sanitário, e para que os catadores não sejam prejudicados.
A preocupação da administração municipal é garantir que após o fechamento do Aurá, os catadores tenham opções de trabalho, seja em outras áreas de atuação, ou até mesmo na coleta e reaproveitamento de materiais recicláveis.
A Secretaria de Educação do Município (Semec) estuda formas de inclusão dos catadores e suas famílias e todos aqueles que serão atingidos pela desativação do aterro do Aurá, no sistema educacional do município. Na região já existe a escola municipal Parque Bolonha com 608 alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental; a Unidade Pedagógica Santana do Aurá com 114 alunos e a Verdejante IV com 149. Além disso, a partir do dia 04 de agosto funcionará na Associação Nova Vida, a nova creche, com capacidade para 70 crianças e na Verdejantes IX três salas serão destinadas à creche, com capacidade para 120 crianças.
“Eu estou tratando essa situação com muito cuidado, pois envolve questão sanitária e a vida das pessoas que vivem no local. Estamos nos preparando para quando o aterro precisar ser fechado, com Centro de Triagem que será construído em um terreno próximo do atual aterro sanitário, com capacidade de empregar 500 profissionais, além de disponibilizar cursos profissionalizantes. Vamos resolver da melhor forma possível”, declarou o prefeito Zenaldo Coutinho.
Vilma Souza, catadora há 20 anos, disse que está mais tranquila depois da reunião. “Foi muito importante o prefeito ter nos recebido, agradeço muito por isso. Confesso que estou mais segura e com esperança que o melhor nos aconteça, sei que o prefeito vai se esforçar para isso”.
Texto: Priscylla Gester
Foto: Alessandra Serrão – NID/Comus
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)