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Condenação de Vaccari confirma que PT institucionalizou a corrupção, afirma Aécio Neves

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, afirmou, nesta segunda-feira (21/09), no Senado, que a primeira condenação pela Justiça Federal do Paraná do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, confirma que o partido institucionalizou a corrupção para se manter no poder. Vaccari foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos e quatro meses de prisão por ter intermediado o recebimento de R$ 4,3 milhões pagos ao PT em um dos contratos da Petrobras investigados na Operação Lava Jato.

“Com a condenação hoje do primeiro agente político de todo esse processo que estabeleceu-se chamar de Petrolão, assistimos à condenação de todo um esquema institucionalizado de corrupção que o PT estabeleceu no país para se manter no poder”, afirmou Aécio Neves, em entrevista no Senado.

O presidente do PSDB ressaltou que o ex-tesoureiro petista foi apenas um dos integrantes de uma organização criminosa e que a sentença do juiz Moro aponta a relação direta entre os desvios ocorridos em dezenas de contratos da Petrobras e o financiamento de recursos para o Partido dos Trabalhadores.

“Vejo no senhor João Vaccari apenas um elemento, uma peça de uma enorme engrenagem que se construiu e se institucionalizou no Brasil ao longo desses últimos anos”, disse Aécio.

O senador acrescentou que mais grave que o dinheiro desviado da Petrobras foram os prejuízos causados pela corrupção no processo democrático, com a contaminação das eleições passadas disputadas por ele, pela presidente Dilma Rousseff, a ex-ministra Marina Silva, o ex-governador Eduardo Campos e outros candidatos.

“Acho extremamente relevante um trecho da sentença do juiz Sérgio Moro quando ele diz que mais do que o enriquecimento pessoal – já comprovado de inúmeros desses agentes que participaram desse processo – a gravidade é maior quando o dinheiro da propina interfere no processo político e no processo democrático, como atestam os fatos que levaram a essa condenação”, afirmou o senador.

Presidente Dilma e Vaccari

Na coletiva, Aécio Neves destacou que a lei vale para todos e lembrou as eleições, quando, em um debate, ele, como candidato do PSDB, perguntou à presidente Dilma, candidata do PT, se ela confiava em Vaccari, e Dilma não respondeu.

“Cabe agora à presidente da República dizer aos brasileiros se continua confiando no senhor João Vaccari Neto, responsável pela arrecadação de parte importante dos recursos que irrigaram a sua campanha, ou se o juiz Moro e a Justiça Federal cometeram com ele uma grande injustiça. Com a palavra a senhora presidente da República”, disse Aécio Neves.

TCU e TSE

Aécio Neves também chamou a atenção para as investigações em curso no Tribunal de Contas da União (TCU), no caso das pedaladas fiscais praticadas no governo Dilma, e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde foi aberto um processo investigatório por suspeita de uso de propina da Petrobras na campanha à reeleição da presidente.

“Felizmente, no Brasil hoje, temos instituições que funcionam apesar de tudo, e é hora de termos muita atenção para que o Tribunal de Contas cumpra com o seu dever e o TSE da mesma forma. No Brasil é muito importante, nesse momento em que esperamos virar uma página definitiva na nossa história, que os brasileiros, principalmente os mais jovens, saibam que a lei vale para todos. Desde o mais humilde cidadão, e no caso dos agentes públicos, desde o vereador da menor cidade do país até o presidente da República, todos eles têm que respeitar a legislação e não podem se eleger financiados por dinheiro da corrupção”, afirmou Aécio.

“Roubaram a alma dos brasileiros”

O senador destacou que, além de bilhões de reais desviados dos cofres da Petrobras, o esquema de corrupção liderado pelo PT retirou dos brasileiros a crença de que a política pode ser um instrumento de transformação, onde a honestidade seja uma regra, e não uma exceção.

“Se apoderaram do Estado nacional com um objetivo: se manter no poder. A utopia foi jogada fora. E o mais grave é que roubaram a alma dos brasileiros, a crença das novas gerações na atividade política. Não existe futuro para uma sociedade sem democracia, sem que os cidadãos façam suas opções com liberdade. No momento em que se apodera das empresas públicas para influenciar no processo eleitoral, tira-se dos brasileiros essa liberdade para escolher o seu próprio destino”, criticou Aécio Neves.

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