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Edital para derrocamento do Pedral do Lourenço é lançado

O governador Simão Jatene frisou que a retirada do pedral, abrindo a hidrovia Araguaia-Tocantins, vai beneficiar o Pará e outras regiões do Brasil
O governador Simão Jatene frisou que a retirada do pedral, abrindo a hidrovia Araguaia-Tocantins, vai beneficiar o Pará e outras regiões do Brasil

O anúncio oficial da abertura da licitação para as obras de derrocamento do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, para viabilizar a Hidrovia Araguaia-Tocantins, foi feito na tarde desta quinta-feira (20), no município de Marabá (sudeste paraense), pela presidente Dilma Rousseff, na presença do governador do Pará, Simão Jatene, de ministros e outras autoridades federais, estaduais e municipais, além de parlamentares. Na solenidade, a presidente entregou ainda 110 máquinas, entre caminhões e motoniveladoras, para 89 municípios paraenses, destinados à manutenção de estradas vicinais.

Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff destacou o respeito e o diálogo que vêm marcando as relações institucionais. “Na democracia, temos diferenças de visões políticas, mas todos nós devemos conviver de forma harmônica”, disse a presidente, ao afirmar que a determinação em trabalhar em favor do Pará, e do Brasil, é conjunta. “Esta licitação que hoje estamos lançando é fruto disso. Foram todas as lideranças que lutaram, que foram lutadores por essa questão do Pedral do Lourenço”, reiterou Dilma Rousseff.

Em 2011, as obras de derrocamento do Pedral do Lourenço foram suspensas e, desde então, o Governo do Pará, as bancadas federal e estadual, e lideranças dos trabalhadores e do setor produtivo vêm realizando reuniões e solicitando maior agilidade na retomada da obra. O derrocamento é um procedimento para retirada de um conjunto de pedras, que se estende por quase 43 quilômetros, ao longo do Rio Tocantins.

Por conta desse obstáculo natural, a navegação é impedida de ser realizada durante todo o ano, inviabilizando a hidrovia como modal de transporte para escoar a produção, principalmente de grãos, do Norte e do Centro-Oeste brasileiro.

Para a Hidrovia Araguaia-Tocantins ser utilizada plenamente, portanto, é preciso não apenas as Eclusas de Tucuruí, já inauguradas, mas também o derrocamento do Pedral do Lourenço.

Investimentos – Segundo Dilma Rousseff, com a hidrovia poderão, finalmente, ser viabilizados os investimentos privados previstos para a região. “A Vale (empresa responsável pela implantação de uma siderúrgica em Marabá) sempre disse assim: precisamos de logística. Pois bem, a logística que agora vamos ter com a hidrovia é a melhor possível”, ressaltou a presidente.

Dilma Rousseff disse, ainda, que a Hidrovia Araguaia-Tocantins é um símbolo, e deve iniciar uma série de medidas do governo brasileiro para estimular a logística em modais alternativos, desafogando as rodovias. Segundo ela, a intenção é justamente inverter o eixo e o fluxo de produtos para exportação. “A hidrovia tem um custo 50% menor que as rodovias. Apenas um comboio com quatro balsas e um rebocador pode transportar seis mil toneladas. Se esse volume de produto que vai ser exportado fosse embarcado em carretas, seriam 172, ou 26 quilômetros de caminhões. Está claro que a hidrovia é um excelente modal e vamos ter uma mudança do eixo, desafogando os portos de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no Paraná. Este é o século do Norte”, afirmou a presidente.

Compromisso mútuo – O governador Simão Jatene ressaltou a importância do momento, e enfatizou que as diferenças não poderiam, jamais, ser maiores que o compromisso mútuo de desenvolver o Estado e combater a pobreza e a desigualdade. “Defendemos causas, e não coisas. E vejo que neste momento estamos justamente trabalhando assim, por uma questão maior, e que é muito cara para o desenvolvimento da região, do Estado e também do País, uma vez que nossa logística vai beneficiar outras regiões também, além do nosso próprio Estado”, destacou o governador do Pará.

Ao defender o desenvolvimento do sudeste paraense, o governador lembrou que muitos dos que vieram para o Estado o fizeram incentivados por um sonho, que ainda precisa ser realizado. “Muitos dos que aqui estão sabem das dificuldades enfrentadas todos os dias, e sabem que o trabalho coletivo é que pode resolver os nossos desafios. A hidrovia certamente vai ajudar nesse sentido, mas também ressalto a entrega das máquinas que, com certeza, vão ajudar os trabalhadores rurais, aqueles que tanto se dedicam para que sua produção chegue à mesa das pessoas”, destacou Simão Jatene.

O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o Brasil está crescendo e produzindo, mas ressaltou que “não adianta nós crescermos e produzirmos mais se não tivermos logística para escoar nossa produção. Mais que isso: a logística incentiva os novos investimentos, e mais produção e emprego”.

O ministro também detalhou como serão as obras de retirada do pedral. “São 43 km de derrocamento, com um canal de 145 a 160 metros de largura, onde será assegurado um calado mínimo de 3 metros em qualquer dia do ano, para que flua a navegação por ali”, informou.

Com o derrocamento, a rota na hidrovia passará a ter capacidade nominal de transportes de até 20 milhões de toneladas/ano para 2025, em grãos, minérios e outros produtos. A obra será licitada por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que permite a contratação integrada. Pelo cronograma do Ministério dos Transportes, a conclusão das obras está prevista para 2018.

Equipamentos – A entrega das 110 máquinas integra a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) Equipamentos. Foram entregues as chaves de 80 caminhões-caçamba e 30 motoniveladoras, adquiridas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e repassadas a 89 municípios, com menos de 50 mil habitantes.

De acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, esse maquinário auxiliará a manutenção contínua das estradas vicinais, favorecendo o escoamento da produção e o melhoramento da mobilidade no meio rural.

“Com estas máquinas, os prefeitos vão poder construir estradas por onde circulam os ônibus escolares, as ambulâncias, as mercadorias e as pessoas, gerando mais desenvolvimento e qualidade de vida no campo”, destacou a presidente Dilma Rousseff.

Agência Pará de Notícias
Daniel Nardin
Secretaria de Estado de Comunicação
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