Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves
Belém (PA)
Assuntos: eleições; apoio aos Estados; investimentos; agressões na campanha
(Seguem trechos)
Fala inicial
Um dos mais qualificados e completos homens públicos que eu conheço é o [Simão] Jatene [governador do Pará e candidato à reeleição]. Nessa reta final da campanha, quando o eleitor faz realmente a comparação definitiva entre propostas, entre histórias e entre vidas, eu tenho muita convicção de que o Pará vai dar a Simão Jatene mais um mandato porque isso não é importante para o PSDB, para o Jatene, para os nossos aliados, isso é fundamental para o Pará. Eu acredito, e acredito muito Jatene, que você que já fez muito como governador, mesmo tendo no governo federal um partido de oposição a governar o Brasil, junto conosco, e estou confiante de que vamos também vencer as eleições, vamos fazer uma extraordinária parceria em favor do desenvolvimento sustentável dessa região. Você me ensina muito sobre a Amazônia.
Estou tendo o privilégio de, ao lado de Fabio Feldman, coordenador da área ambiental e da área de sustentabilidade do nosso programa, receber também alguns documentos que serão certamente incorporados ao nosso programa de governo para que nós possamos permitir que toda a riqueza dessa região também seja, se transforme em riqueza para aqueles que vivem nessa região, obviamente, além de garantir um futuro de sustentabilidade pata todo o país. Fiz questão mesmo nessa reta final de campanha, vocês imaginam todos nós muito assoberbados com nossa agenda, fiz questão de vir trazer mais essa palavra de solidariedade, de apoio, de compromisso, Jatene, de sermos parceiros em um grande projeto de Brasil. Estou muito feliz de estar aqui sendo recebido pela minha querida amiga Fafá, que esteve comigo no Rio nesse domingo [19/10], amiga querida que o Brasil respeita e admira e que me traz de volta momentos muito marcantes da minha própria vida e da vida do Brasil, ao lado de Tancredo no momento das Diretas e depois na eleição do meu avô.
[Também] me acompanha hoje o Ronaldo, que tem sido um parceiro importante também nessa caminhada, pelo que ele representa, pela sua história de vida, de sucesso. Nós estamos fazendo aqui, na verdade, ao lado do Paulinho [deputado federal Paulo Pereira da Silva] nosso presidente nacional da Força, os nossos companheiros locais, senador Mario Couto, senador Flexa [Ribeiro] estamos fazendo uma grande construção política, uma construção do bem, uma construção que resgata valores, que garanta a eficiência na máquina pública e que vai consolidar parcerias em favor do Pará e tenho certeza em especial favor da população do Pará.
Quero saudar Zenaldo [Coutinho prefeito de Belém], meu grande companheiro, pioneiro. Enfim, aqui é sempre uma alegria estar ao lado das pessoas que sempre me acompanharam e agora muito confiante de que podemos vencer as eleições juntos. E aí o Pará vai ter um governo que não teve até hoje. Pois eu serei o grande parceiro do Estado do Pará, seja pela familiaridade que tenho com as questões econômicas do Estado. Minas e o Pará são Estados irmãos na sua matriz econômica. E com os aliados que temos agora também que nos garantirão uma visão cada vez mais contemporânea da questão da sustentabilidade, eu tenho certeza que faremos um governo juntos, Jatene, à altura dos desafios do Brasil contemporâneo. Eu encerro dizendo que este meu telefonema ontem da Marina, que me disse que esteve com você, e ela me dizia, disse até para a imprensa, mas me dizia pessoalmente que você foi um dos governadores ou senão o governador que mais a apoiou no momento em que ela precisava do apoio dos governos estaduais, a sua política de sustentabilidade. Isso é uma demonstração clara de que sua eleição, repito: não é uma eleição para o PSDB apenas – é uma eleição para o Pará, uma eleição para o Brasil.
Sobre investimentos em infraestrutura de hidrovias
Na outra visita que aqui tivemos, [tive a oportunidade de] dizer que precisamos no Brasil de um choque de infraestrutura, que faltou neste governo. Este governo é um governo das obras anunciadas e das obras permanentemente adiadas. Tive a oportunidade de elencar um conjunto de obras, que na verdade são solicitações do governador Simon Jatene, da população do Pará que permitirão, a partir das hidrovias – e nós falamos sobre a questão do Pedral do Lourenço , na última vez que estive aqui que talvez seja de todas. Não digo que é a maior prioridade, mas talvez a mais urgente pelo impacto econômico que ela traz para o Pará. Falamos da verticalização da questão mineral, que é uma necessidade absolutamente urgente para esta região. A riqueza está aí, mas ela tem que se transformar em riqueza para quem vive aqui no Estado do Pará. Posso dizer que eu vou ser o grande parceiro do governador Simão Jatene, para que nós possamos fazer um choque de infraestrutura em toda a região.
Sobre Belo Monte e outras usinas da região.
As obras que estão em andamento precisarão ser concluídas. Precisamos fazer um planejamento de médio e longo prazo para toda essa região. Eu defendo, inclusive, que o Brasil diversifique a sua matriz energética. Infelizmente não fizemos isso ao longo dos últimos doze anos. O Brasil tem potencial enorme de energia eólica que não tem sido explorada de forma adequada, infelizmente uma outra matriz energética importante foi abandonada por esse governo, que é a biomassa, porque esse governo desprezou o setor do etanol, apenas o Estado de São Paulo produziria ou geraria em energia o equivalente a uma Belo Monte anualmente se nós tivéssemos tido o projeto do etanol caminhando adequadamente, vamos resgatá-lo. Obviamente obras em andamento têm que ser concluídas, mas nós vamos fazer isso sempre dialogando com as organizações não governamentais, dialogando com todos os setores da sociedade que têm contribuição a dar também nessa questão.
Sobre os ataques durante a campanha eleitoral
Eu vou lhe dar só um dado: no segundo turno, o programa da candidata Dilma produziu 29 inserções de 30 segundos. Aliás, desculpa, segundo matéria na Folha de S. Paulo, produziu 22 novas inserções, 22 novas propagandas de 30 segundos, 19 me atacando, 03 falando do seu governo. Acho que isso responde muito bem à sua pergunta. Quero discutir propostas, eu estou andando pelo Brasil, olhando para o futuro. Quero apresentar um projeto de desenvolvimento sustentável para o Brasil, de resgate da nossa credibilidade para o país voltar a crescer, de melhoria dos nossos indicadores sociais. O meu olhar será sempre colocado no futuro.
A nossa adversária prefere sempre uma comparação com o passado, esquecendo-se de que o passado são eles, que durante 12 anos, infelizmente, jogaram fora algumas das nossas principais conquistas. Talvez, por isso, prefira fazer a campanha da desconstrução, dos ataques vis a seus adversários. Como fizeram com Eduardo Campos, como tentaram fazer com a Marina. Agora, comigo. Só que comigo, não. Eu vou enfrentar e vou responder a todas as infâmias, a todas as calúnias lançadas sobre nós. E vou continuar defendendo propostas para o Brasil.
Sobre a atenção ao no Pará
Na verdade esse é o governo dos anúncios. Infelizmente, 13% apenas do PAC foram executados efetivamente. Esse é um governo que, se você olhar nessa campanha especificamente, voltar quatro anos, você vai encontrar 80% dos mesmos compromissos que foram anunciados lá e não foram realizados até agora. Primeiro: porque esse governo demonizou durante dez anos as parcerias com o setor privado, isso atrasou obra em todo o país, não só aqui. E é um governo que não mostra capacidade gerencial. As obras desse governo, elas começam por um preço, os preços vão crescendo, e as obras não são concluídas. Tenho uma característica diferente desse governo. Eu prefiro fazer do que apenas prometer.
O que eu posso dizer é que Zenaldo e Simão terão um grande parceiro em Brasília. Um parceiro no Palácio do Planalto para enfrentarmos a questão da mobilidade. Eu tive oportunidade sobre isso, da questão do BRT abandonada, dificuldade de mobilidade da cidade, falarmos da questão da saúde, uma questão grave também onde não há uma solidariedade efetiva do governo federal, que diminuiu ao longo de 11 anos a sua participação no financiamento da saúde pública de 56% para 45%. Nós temos que resgatar a participação do governo federal no financiamento da saúde. Eu sei que esse é um drama aqui em Belém e em outras regiões do Estado, mas em Belém em especial, talvez em Ananindeua também, é muito grave.
O que eu estou oferecendo ao Pará é uma grande parceria. Uma parceria generosa, uma parceria de braços abertos porque, repito: Simão Jatene é um candidato que qualquer Estado do Brasil se orgulharia em ter como governador. Eu não posso crer que o Pará perderá a oportunidade de ter um candidato com a sua qualidade, com a sua integridade, com a sua experiência, a governar o Pará pelos próximos quatro anos.
Simão, eu encerro pra dizer o seguinte: estou preparado para vencer essas eleições. E quero ter a alegria de poder, em 1º de janeiro do ano que vem, olhar pro lado, subindo a rampa do Palácio do Planalto e enxergá-lo ao meu lado para juntos a gente começar a trabalhar pelo Pará