A ausência de uma rede hidroviária de qualidade impede que a região amazônica economize R$ 1,25 bilhões por ano, o que compromete a competitividade dos produtores legais e afeta também a logística nacional como um todo. Os dados estão no artigo “Hidrovias da Amazônia Legal pedem socorro”, publicado nesta segunda-feira (16) no jornal Valor Econômico.
Segundo o texto, o baixo investimento nas hidrovias mantém o transporte rodoviário como prioritário – o que influencia na poluição – e contribui para o congestionamento dos portos de Santos e Paranaguá, respectivamente no Sudeste e no Sul do país.
O artigo cita ainda que parte dos problemas deriva da inexistência de eclusas nos projetos de usinas hidrelétricas, cujas obras possibilitariam a navegabilidade.
O senador Mário Couto (PSDB-PA) avaliou que a precariedade da rede hidroviária é o reflexo de uma situação maior: “o governo do PT abandonou a Amazônia”.
Couto afirmou que as gestões petistas se caracterizaram, nos últimos 10 anos, pelo descumprimento de promessas anunciadas para a região. “A credibilidade da presidente Dilma Rousseff na Amazônia decai a cada ano, e por causa disso – realizações anunciadas com muito alarde, não concretizadas”, disse.
Para o senador, as áreas de transporte e infraestrutura traduzem com precisão a ausência de investimentos de qualidade.
“Havia muitos projetos iniciados pelo governo FHC no setor de transporte, que contemplavam, entre outros módulos, as hidrovias. Mas a gestão Dilma paralisou os programas. Deixou de investir e também de concluir trabalhos que já estavam em andamento. Mostrou uma grande falta de planejamento e de respeito à região”, reiterou.
O tucano acrescentou que a localização dos estados da região Norte torna ainda mais relevante uma rede de transportes de qualidade.
“Nós estamos isolados. Poderíamos ter ligação por rodovias, mas as estradas federais são péssimas. As hidrovias também seriam uma alternativa, mas o governo federal não investe como poderia. Sobra a nós apenas a via aérea, o que dificulta e muito a competitividade dos produtores locais”, declarou.