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Graça Foster seguiu roteiro do PT em CPI da Petrobras, Aloysio Nunes pede investigação de servidores e parlamentares

Graça Foster2Levantamento feito pela Liderança do PSDB no Senado constatou que, em duas participações recentes nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Petrobras – a Mista e a do Senado -, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, seguiu um roteiro idêntico e possivelmente negociado com ela por integrantes do PT. O estudo mostra ainda que até as interrupções na fala de Foster foram programadas.

“A presidente tem pelo menos responsabilidade moral neste caso. É impossível que a presidente não soubesse que se estava armando esse crime contra uma instituição da República”, afirmou o candidato pela Coligação Muda Brasil à Vice-Presidência da República, Aloysio Nunes, que também é líder do PSDB no Senado.

Graça Foster esteve no Congresso nos dias 27 de maio e 11 de junho deste ano participando de audiências públicas nas CPIs. Nas duas oportunidades, ela respondeu a mais de 25 perguntas que continham semelhanças entre si.

De acordo com a Revista Veja, em 27 de maio, o relator da CPI do Senado, José Pimentel (PT-CE), seguiu um roteiro combinado entre depoentes e investigadores. Na CPI do Senado, por três horas e meia Graça Foster respondeu a perguntas feitas em blocos. Situação semelhante repetiu-se na CPMI da Petrobras, relatada pelo petista Marco Maia (RS).

Coincidências

Em junho, duas semanas depois, na CPMI da Petrobras, Graça Foster recebeu do relator, o deputado Marco Maia (PT-RS), outra lista de perguntas. Porém, as perguntas já eram por ela conhecidas.

Em dez das 25 perguntas, Maia repetiu os mesmos pontos abordados por Pimentel anteriormente. Foram suprimidas algumas palavras e acrescentadas expressões também. Mas o conteúdo no geral foi preservado. Segundo o levantamento, as mesmas “dúvidas” foram mantidas. O roteiro de perguntas seguiu fielmente o mesmo esquema organizado por Pimentel anteriormente.

Suspeita

A sessão da CPMI em junho durou mais de oito horas. Os oposicionistas presentes ao encontro precisaram esperar até a noite para fazer perguntas que fugissem do roteiro do governo.Na ocasião, deputados e senadores de oposição criticaram a sessão classificando-a como uma “exposição institucional elogiosa” à Petrobras.

Em reportagem, o jornal Estado de S. Paulo desta segunda-feira (04/08) informa que as negociações para o esquema orquestrado entre interrogantes e interrogados ocorreram em uma sala anexa à do gabinete da presidente da Petrobras, em Brasília. O espaço é usado normalmente por Graça Foster para receber autoridades e fazer reuniões com assessores.

O senador José Pimentel reconheceu que as perguntas reveladas pela Veja na denúncia são as mesmas do plano de trabalho da CPI da Petrobras no Senado. Mas o petista negou que tenha orientado qualquer dos investigados pelos trabalhos e assegurou que não deixará a relatoria.

 

Aloysio Nunes pede que ministro da Justiça investigue atuação de servidores e parlamentares na CPI da Petrobras

 

O candidato da Coligação Muda Brasil à Vice-Presidência da República, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), encaminhou nesta terça-feira (05/08) ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que investigue o envolvimento de servidores públicos e parlamentares no esquema de perguntas previamente definidas para os depoentes com apoio de aliados do governo na CPI da Petrobras no Senado.

Preocupado com a imagem da estatal, Aloysio quer ainda a instauração de uma sindicância interna na Petrobras para apurar se houve irregularidades por parte de seus funcionários.

O candidato classifica as denúncias, publicadas na revista Veja, como “graves”. Segundo ele, está o que “em xeque não é apenas a credibilidade do Poder Legislativo, mas o equilíbrio e a harmonia entre os Poderes”.

A reportagem diz que integrantes da Petrobras que deram depoimentos à CPI receberam previamente as perguntas que seriam feitas, assim como as sugestões de respostas. De acordo com a revista, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, e o então diretor da área internacional, Nestor Cerveró, tiveram acesso às perguntas antes de serem sabatinados.

Aloysio também pediu ao presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, a abertura de processos disciplinares para investigar a conduta dos advogados públicos Leonan Calderaro Filho e Bruno Henrique de Oliveira Ferreira acusados de participarem das negociações.

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