Brasília – O governo federal lançará, a partir de 2015, a bandeira tarifária para as contas de energia – uma medida que aumentará o preço pago pelo consumidor. Para o economista Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), a ideia de anunciar a novidade apenas após a conclusão das eleições revela mais um estelionato por parte da presidente Dilma Rousseff.
“A bandeira tarifária é algo que deveria ter sido implantado a partir de 2013, já que ajudaria a equilibrar as contas do setor, que tem dívida muito alta. Mas o governo Dilma preferiu jogar para depois das eleições, para fazer populismo tarifário”, disse Pires.
O rombo no setor energético é de cerca de R$ 3 bilhões, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira (10) pela Folha de S. Paulo.
Para o economista, a medida se equipara a outras decisões controversas tomadas pela presidente Dilma após o período eleitoral, como o aumento da taxa de juros e a nomeação de um ministro da Fazenda (Joaquim Levy) ligado ao setor bancário, entre outras. “São exemplos do estelionato eleitoral que é praticado”, disse.
Aumento
A bandeira tarifária corresponde a uma sinalização, ao consumidor, do percentual de energia elétrica que é proveniente de usinas térmicas. As contas virão acompanhadas de uma sinalização verde, vermelha ou amarela, dependendo do grau empregado. Como a energia produzida pelas térmicas é mais cara, quanto mais se consumir dessa matriz, mais elevado será o preço pago pelo consumidor final.
A decisão, segundo Pires, trará grande impacto aos brasileiros. “É provável que, no Rio de Janeiro, haja bandeira vermelha por todo o ano de 2015”, explicou o economista. Ele explicou que a falta de planejamento para o setor, além de outras ocorrências, motivou a necessidade de se apelar bastante para as usinas térmicas no estado.