Em uma de suas caminhadas de campanha pela candidatura de seu poste derrotado, Alexandre Padilha, Lula disse: “Imagino se fosse o PT governando São Paulo, como a imprensa ia tratar a questão da água aqui”, disse Lula em São José dos Campos, sobre a crise no abastecimento no Estado e a responsabilidade do governador. O lero-lero está no site do Instituto Lula
O que Lula não diz é que a crise de abastecimento é responsabilidade dele, sim, e de Dilma Roussef também.
Se ele não sabe (e não deve saber pois se estudasse mais ficaria calado), é que a falta d’água nas cidades do Sul/Sudeste tem relação com a devastação desenfreada na Amazônia, pois as chuvas que carregam os reservatórios da região são oriundas da Amazônia!
Em recente matéria publicada pelo G1, a derrubada de árvores na Amazônia chegou a 20% da floresta original, e isso vem acontecendo há anos, principalmente nas gestões petistas que incentivam as mineradoras, as hidrelétricas e o agronegócio na região sem qualquer critério, incentivando um modelo econômico falido, concentrador, ausente de planejamento e passando por cima do Governo do Estado do Pará, onde federaliza suas terras (66% das terras do Pará são federalizadas, o que permite ao Planalto tripudiar à vontade sobre o povo paraense). Segundo a matéria, as clareiras de desmatamento chegam a somar uma área maior que França e Alemanha juntas.
Seguindo o artigo: “Mas o que a falta de água nesta região do país (Sul/Sudeste) tem a ver com a Amazônia que fica a mais de 2 mil quilômetros de distância? Tudo, absolutamente tudo, segundo cientistas que estudam as funções da floresta e as variações climáticas na América do Sul.
Essas chuvas que ocorrem principalmente durante o verão, a umidade é oriunda da Amazônia. E essa chuva que fica vários dias é que recarrega os principais reservatórios da Região Sudeste.” explica Gilvan Sampaio, climatologista do Inpe.
Se o ex-presidente Lula se desse um pouco mais à leitura – ou ainda que continuasse sendo adepto da ignorância, tivesse assessoria decente e comprometida com o país -, saberia pelo INPE, através do Sistema DETER, mapeamento mensal das áreas de corte raso e em processo de desmatamento, mantido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, que a “fantástica máquina biológica que faz chover”, cabe às árvores.
“Fincadas a até 20 ou 30 metros de profundidade, as raízes sugam a água da terra. Os troncos funcionam como tubos. E, pela transpiração, as folhas se encarregam de espalhar a umidade na atmosfera.
Diariamente, cada árvore amazônica bombeia em média 500 litros de água.
A Amazônia inteira é responsável por levar 20 bilhões de toneladas de água por dia do solo até a atmosfera, 3 bilhões de toneladas a mais do que a vazão diária do Amazonas, o maior rio do mundo.”
Para os cientistas, uma prova irrefutável do papel dos Andes e da Floresta Amazônica no ecossistema do cone-sul é a inexistência de um deserto nessa região. Basta olhar o globo para constatar que na mesma latitude em volta do planeta tudo é deserto. Menos na América do Sul.
Os pesquisadores não têm dúvida: sem a Amazônia, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul fatalmente seriam desertos também.
Vamos à cereja do bolo, os dados do Sistema DETER com o mapa que mostra os focos de alerta de desmatamento, acumulados nos últimos 9 meses:
Estão visualizando os pontos vermelhos, focos de alerta de desmatamento? Então observem que a maior parte deles estão localizados exatamente em terras federais!
Dentro destas regiões federalizadas estão mineradoras, gigantes do agronegócio e as tão questionadas hidrelétricas para dar suporte à matriz energética nacional, onde nem uma tomada de 110 volts fica para o Pará, dependente em boa parte de termoelétricas e dos leilões da ANEEL.
Leia: Sudeste rumo à desertificação.
Então, se vamos responsabilizar alguém pela falta de água no Sul/Sudeste do país, responsabilizemos Luiz Inácio e sua sucessora, Dilma Roussef em suas gestões. Querer responsabilizar a gestão do PSDB em São Paulo sobre o problema da Cantareira é somente balela política eleitoreira do PT. Por mais que se fizessem reservatórios e fossem ampliadas as capacidades represadas, sem a umidade e chuva que vem da Amazônia de nada adiantaria.
O PT é permissivo e obcecado pela obtenção de saldo positivo na balança comercial e capaz de qualquer negociata, até mesmo abrindo terras indígenas para a exploração minerária e do agronegócio.
O Governo Federal para conseguir seus objetivos sem ter de enfrentar o Governo do PSDB no Estado do Pará, vem sistematicamente promovendo mudanças na legislação e federalizando as terras paraenses, buscando alterar o código florestal e abrindo o uso de terras indígenas para exploração comercial. O modelo de desenvolvimento das gestões petistas é ilusório, insustentável e levará o país a um desastre econômico e ambiental sem precedentes, ou como gosta de dizer Lula, “nunca antes na história deste país…”
PSDB Pará – Redação