Governo federal cancela edital para obra em hidrovia e prejudica economia do Pará
Brasília – O governo federal suspendeu na última terça-feira (17), quatro meses após o lançamento, o edital para as obras do Pedral do Lourenço, no Pará. O projeto – que consiste na remoção das pedras do leito do rio e o aumento da profundidade – é essencial para garantir a navegabilidade da Hidrovia Araguaia-Tocantins e, apesar de ter sido prometido em 2010, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está parado desde 2011.
“Não é nenhuma novidade, é algo que não nos traz nenhuma surpresa. O que acontece com o Pedral do Lourenço é mais um exemplo das obras inacabadas e das promessas não-cumpridas do governo federal para o Pará”, afirmou o senador Mário Couto (PSDB-PA).
O tucano conta que participou, em março, da solenidade do lançamento do edital para o Pedral do Lourenço. “A presidente Dilma Rousseff fez um grande discurso, disse que no dia seguinte as obras já estariam em ação. Foi feita uma grande campanha, muito marketing, reuniram prefeitos e lideranças. A verdade é que todos nós fomos feitos de bobos”, declarou o senador.
Histórico
O episódio atual é apenas o mais recente da ineficiência nas obras na Hidrovia Araguaia-Tocantins. O sistema depende do Pedral para ter seu funcionamento efetivo – sem a obra, a navegabilidade do rio é impossibilitada em todo o ano, devido ao baixo nível das águas.
A inexistência do Pedral faz com que a hidrovia ostente um dos maiores elefantes brancos do Brasil: as eclusas do rio Tucuruí. Construídas sob o custo de R$ 1,6 bilhão, as instalações permanecem subutilizadas, já que não há como os barcos chegarem às regiões.
Na avaliação do senador Mário Couto, os equívocos nas obras da hidrovia trazem reflexos significativos para a economia do Pará.
“Estamos falando de um projeto que poderia dinamizar as exportações do estado. Facilitar o escoamento do minério que é extraído no sul do Pará. Com os problemas, diminui-se a oferta de empregos, o PIB do estado, as alternativas para os paraenses”, afirmou.
Credibilidade
O tucano acrescentou que as promessas não-concluídas derrubaram a credibilidade do PT no estado.
“O povo do Pará não acredita mais no PT, e a prova disso é algo que colhemos nas ruas todos os dias, nas conversas com os cidadãos. As pesquisas também confirmam que a aprovação do governo federal é cada vez menor no estado”, disse Couto.