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No Paraná, Aécio diz que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governabilidade pelo conjunto da obra

Aécio ParanáNo Paraná, o candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, disse em entrevista que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governabilidade pelo conjunto da obra

Aécio falou sobre irregularidades na Petrobras; estratégia de segundo turno; Polícia Federal e segurança pública, seguem trechos:

Sobre pesquisas

Nesses últimos dias, todos os indicadores que nós temos são de crescimento da nossa candidatura em todas regiões. Nossa candidatura é a única que vem crescendo de forma sistemática ao longo dos últimos dez dias, portanto, isso me dá uma confiança muito grande de que nós venceremos e estaremos no segundo turno e, no segundo turno, prontos para encerrar esse ciclo de governo do PT, e iniciarmos um outro em que haja planejamento, em que haja uma nova visão em relação ao mundo, em que haja uma nova forma de gestão pública, e um outro compromisso diferente do desse governo, com ética, com valores, com princípios. Portanto, estou muito feliz em estar aqui, agradecendo o empenho de nossos companheiros de todo o Paraná, deputados, enfim, candidatos, em especial o governador Beto [Richa] e o senador Álvaro Dias. E tenho certeza de que em poucos dias vamos estar de volta iniciando nossa caminhada no segundo turno.

Sobre a Polícia Federal

Na verdade, a atual presidente da República mostra muito pouca compreensão em relação a quais são as instituições de Estado e quais as suas responsabilidades. Há poucos dias, a presidente dava a entender, em uma entrevista em rede nacional, que o Ministério Público investigava porque o seu governo assim determinava, ou que a Polícia Federal investigava porque era uma determinação do seu governo. Nada mais falso. O Ministério Público investiga porque nós, na Constituinte de 1988, aprovamos uma proposta que define as responsabilidades do Ministério Público, isso é uma atribuição constitucional. A Polícia Federal, ao contrário do que quer fazer crer a presidente, é um instrumento do Estado brasileiro, e tem que fazer o que vem fazendo, infelizmente sucateada, com o menor orçamento de investimentos desde 1998, se não estou enganado. Portanto, o que temos que fazer com nossa Polícia Federal é fortalecê-la, é equipá-la, dar, por exemplo,  atribuições de controle das nossas fronteiras em parceria com as Forças Armadas, para que ela cumpra com absoluta independência as suas funções de instrumento de Estado brasileiro, e não de um governo.

Sobre a campanha no Sul do Brasil

Estava na nossa programação voltarmos ao Sul nessa reta final, praticamente a uma semana das eleições, para agradecer o apoio dos companheiros que nos têm dado possibilidade de crescimento muito grande na região. Anunciei hoje no Rio Grande do Sul, onde todos os indicadores, inclusive pesquisas lá divulgadas ontem, são de crescimento da nossa candidatura, em Santa Catarina já lideramos a corrida, e aqui no Paraná as informações que temos é que estamos também na frente. E o que é mais relevante nesse momento? Em rota de crescimento. Agora, se eu puder pegar um pouco aqui do Álvaro e um pouco do Beto aqui pra crescer ainda mais, pode ter certeza que eu farei.

E olha, eu falo aqui de forma muito, mas muito franca. Política é solidariedade. Política é time e eu tenho um time muito qualificado pra governar o Brasil. Nós temos quadros experimentados, competentes, com convicções muito sólidas em relação aquilo que é necessário fazer no Brasil. Porque o quadro que, qualquer que seja o próximo presidente da República – e eu espero que sejamos nós -, vai enfrentar um quadro muito difícil, de enorme complexidade. Inflação saindo de controle, crescimento extremamente baixo, uma perda de credibilidade do Brasil crescente ao longo dos últimos anos e, sobretudo nos últimos meses que impacta nos investimentos. E, tudo isso, para ser enfrentado, é preciso que seja enfrentado por um time qualificado, experimentado.

Eu reuni os melhores brasileiros na economia, na educação, nas políticas sociais. Busquei exemplos no meu programa de governo inspirados aqui no Paraná em que eu chamo de Família Brasileira – o trabalho que a Fernanda Richa vem fazendo – e busquei em outras partes do Brasil projetos que possam ser executados em benefício dos brasileiros.

Portanto, estar no Paraná é estar numa administração amplamente e positivamente avaliada pela população do Paraná e aí estão os resultados das pesquisas. E tenho certeza que eu governarei com muitos dos paranaenses que estão aqui hoje ao meu lado. Portanto, estar aqui é muito bom e eu já estou marcando com o Beto o meu retorno dentro de poucos dias pra iniciarmos aqui o segundo turno.

Sobre a atenção ao estado do Paraná pelo governo Aécio

O governo da presidente Dilma tem muitas marcas ruins, na minha avaliação. Falei de algumas delas. Do ponto de vista econômico, nos deixará com inflação subindo, ultrapassando o teto da meta, quadro praticamente recessivo no país, um grande descompromisso com a ética, um cemitério de obras inacabadas por toda parte. Mas ela passará para a história como a presidente da República que permitiu, por questões políticas mesquinhas, que o Estado e o povo do Paraná fossem punidos ao longo desses últimos anos.

Portanto, houve uma ação deliberada de bloqueio de recursos, dificuldade para financiamentos para empréstimos para o Estado do Paraná, enquanto Estados amigos do rei ou da rainha, tinham facilidades ou para elas não foram criadas dificuldades.

Sobre irregularidades na Petrobras

O senador Alvaro Dias [PSDB-PR] e eu lideramos o processo de instalação da CPMI. Fomos, inclusive, ao Supremo Tribunal Federal, já que a mobilização da base do governo, orientada pelo Palácio do Planalto, aí agora estamos percebendo o porquê, impedia que essas investigações ocorressem. Os indícios eram muito fortes. O que tenho dito e repito aqui é que a presidente da República foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras, enquanto ministra de Minas e Energia, e continuou presidente, enquanto chefe da Casa Civil, e  quando assumiu a Presidência da República, ela fazia muita questão de mostrar quem mandava realmente. Realmente não acredito, não acredito sinceramente, que a presidente da República recebesse benefícios pecuniários dessa quadrilha que segundo a Polícia Federal se instaurou na Petrobras. Mas não é possível que ela não percebesse que o aparelhamento da Petrobras estava levando a este desfecho. Se ela não pode, ao longo desses 12 anos, controlar a nossa maior empresa pública, não está em condições de governar o Brasil. É isso que tenho dito. Mais um mandato do PT serão quatro anos extremamente difíceis para o Brasil, porque o governo perdeu a credibilidade, a capacidade de atração de investimentos e autoridade para conduzir o país. Quero que essas delações premiadas possam ir a fundo. Quero que isso possa limpar e limpar de forma profunda o país. As coisas não se encerram nesse diretor. Vamos ver o que esses outros diretores têm a falar. Infelizmente me parece que não teremos resultados disso antes das eleições. Mas afirmo hoje no Paraná: se eu vencer as eleições, eu vou a fundo para ver quem foram as pessoas e os grupos políticos que assaltaram as nossas empresas para que sejam punidos exemplarmente.

Estratégia para o segundo turno

Falar a verdade. Falar absolutamente a verdade. Mostrar aos brasileiros, como tenho feito no horário eleitoral, como estou fazendo aqui, como fiz hoje em todas as cidades pelas quais passei, que a verdadeira mudança, ela não se dará apenas na eleição, mas se iniciará em 1º de janeiro do próximo [ano]. É muito importante, para que essa mudança signifique melhores e maiores empregos no Brasil, mais saúde, melhor segurança, mais educação, que as pessoas estejam preparadas para fazer isso. Nós debatemos ao longo dos últimos anos, inclusive aqui várias vezes, as nossas propostas. Qualificamos a nossa equipe, recrutamos os brasileiros e as brasileiras mais talentosos para que o Brasil não viva daqui quatro anos uma nova frustração.

Eu respeito todas as candidaturas do ponto de vista pessoal. Vocês não vão me ver, como jamais me viram em 30 anos de carreira, dizendo que alguém é ladrão, que alguém é isso ou aquilo, não. Mas a crítica política é preciso que seja feita. A presidente da República, candidata Dilma Rousseff, perdeu as condições de governabilidade pelo conjunto da obra: economia em frangalhos, o Brasil é um cemitério de obras abandonadas e inacabadas com sobre poços, os nossos indicadores sociais todos eles piorando. E a candidata Marina, que respeito pessoalmente, não adquiriu essas condições de governabilidade. Não é possível você achar que possa governar como se vai a um supermercado e na prateleira busca: esse é bom esse é ruim, esse é biodegradável, esse hoje serve, esse não serve mais, esse aqui é produto transgênico, ontem não servia, mas hoje serve. Não é assim que se governa. Nós temos um projeto para o Brasil. É um projeto consistente. A nossa vitória não é boa para o PSDB ou para os nossos aliados. Ela é, nesse momento de imensa complexidade do quadro econômico brasileiro, fundamental para o Brasil. Eu vou até o ultimo instante dizendo a verdade e aquilo que acredito. E estou muito feliz de ver que em todas as pesquisas, em todas as regiões, hoje foi o dia – tem dia que é de más notícias – das boas notícias desde cedo, em várias regiões. No Centro-Oeste, o ACM Neto, na Bahia, o Tasso [Jereissati], no Ceará, em todos os Estados do Sul, o governador Geraldo Alckmin me ligou agora há pouco para dizer que no tracking em São Paulo nós crescemos em três dias cinco pontos. Há uma onda crescendo. É a Onda da Razão. E essa onda começa pelo Sul. E eu vim agradecer ao Rio Grande do Sul, a Santa Catarina e agora de forma especialíssima ao Paraná, porque essa onda que começa aqui vai tomar conta do Brasil e tenho certeza que os brasileiros e os paranaenses, em especial, vão se orgulhar muito do governo parceiro do Beto.

Sobre Maioridade Penal

Quero dizer que eu sou o único candidato que apresentou um programa de Segurança Pública corajoso e exequível entre todas as candidaturas, que começa pela transformação do Ministério da Justiça em Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Já anunciei que vou cortar pela metade o número de ministérios. Mas esse ministério vai ser encorpado. Vai ser fortalecido. Serão proibidos contingenciamentos, que é o represamento dos recursos da área de segurança pública que é como vem acontecendo até aqui. O governo da presidente Dilma executou pouco mais de 25% dos fundos de segurança pública, Penitenciário e Fundo Nacional de Segurança aprovados pelo Congresso Nacional, que é demonstração clara do descompromisso do atual governo com a questão da Segurança Pública. Hoje 87% do conjunto dos investimentos é feito pelos Estados, o Beto sabe muito bem disso, e uma parcela menor pelos municípios, apenas 13% pela União.

Eu terei uma política ousada de controle das nossas fronteiras. Com o fortalecimento da Polícia Federal, treinada e equipada para isso, em parceria com as Forças Armadas, que terão essa como uma atribuição fundamental no novo momento de profissionalização que elas vão viver no nosso governo. Além disso, estabelecerei – e isso é algo novo no Brasil – uma relação diferente com os nossos vizinhos que produzem drogas. Inclusive, a base para as drogas que vêm matar no Brasil. E no ano passado foram 56 mil assassinatos no Brasil, 30 mil de jovens, a grande maioria envolvendo drogas. Não teremos a complacência que o governo brasileiro vem tendo com esses governos que fazem vista grossa para a produção de cocaína em seus territórios.

A Bolívia, nesse último dado que eu tenho, ela produz quatro vezes mais folhas de coca do que o consumo em seus altiplanos, o restante é contrabandeado, quase tudo, para o Brasil, a partir da pasta de coca, para vir matar gente aqui. É a matriz, também, a matéria prima do crack. Nós vamos ter uma relação com esses países que condicionará qualquer nova parceria, qualquer novo investimento do BNDES, por exemplo, a que esses países, tenham uma política interna responsável de diminuição da produção dessas matérias primas ou da própria droga nos seus países.

Além disso, nós vamos interferir, sim, apoiei no Congresso Nacional, o que não fez o governo do PT, para a reforma do nosso código penal e do nosso código de processo penal. Uma das propostas, que o senador Aloysio [Nunes] apresentou, ela permite que, no caso daqueles chamados crimes hediondos, casos reincidentes, eu me lembro sempre do caso daquele jovem que, faltando três dias para completar dezoito anos, deu um tiro no rosto da namorada, filmou e postou as fotos da namorada, e foi assistir a um jogo de futebol do seu time, comemorando que ia ficar dali menos de três anos recluso.

Acho que acabar com a sensação de impunidade também é muito importante. Ouvindo esses casos, dos crimes hediondos cometidos por maiores de dezesseis anos e menores de dezoito, ouvindo o Ministério Público, o juiz está autorizado a processá-lo baseado no Código Penal. E eles cumprirão pena em um estabelecimento diferenciado do sistema prisional comum. Isso é para, na verdade, sinalizar, de forma clara, na direção da diminuição da sensação de impunidade que existe no Brasil.

Concluo dizendo que tenho um projeto de minha autoria, acoplado a este, que chega a duplicar as penas para as quadrilhas, para os criminosos, que utilizam menores de idade para o cometimento de crimes, porque isso virou quase uma indústria no Brasil. As quadrilhas levam um menor de idade, assaltam padarias e farmácias, assaltam um banco, roubam um carro, morre alguém, e o jovem assume o crime mais grave, e os outros criminosos ficam com as penas mais leves. Criminoso que utilizou um jovem, ou qualquer bando, qualquer quadrilha que tem menor de idade, qualquer que seja o crime, as penas vão ser duplicadas.

Portanto é hora de a gente enfrentar a questão da violência, do crescimento da criminalidade, de forma corajosa. O que eu fiz em Minas Gerais, o que o Beto [Richa] faz aqui, são inúmeros os programas que buscam dar aos jovens a qualificação, formação e novas expectativas de vida.

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