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O sacrifício do emprego

EmpregoSão preocupantes os últimos dados oficiais sobre o emprego no Brasil. Afinal, havia a expectativa de que os efeitos do péssimo desempenho da economia em 2014 poupassem os níveis de emprego que, desde 2010, foram responsáveis pela razoável pulsação da atividade econômica no país. Não teve jeito.

Na semana passada, os dois mais conhecidos indicadores de emprego e desemprego no país afastaram essas esperanças. A tradicional Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou um aumento no desemprego que, apesar de muito leve, tem a importância de quebrar uma sequência de boas notícias. Ele revelou que o desemprego passou de 4,7% em outubro para 4,8% em novembro.

A PME está com seus dias contados. Ela coleta dados em apenas seis regiões metropolitanas brasileiras e será substituída no ano que vem por uma pesquisa muito mais abrangente. A nova será feita com base no fluxo de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Terá informações sobre emprego e desemprego de praticamente todas as regiões do país, uma radiografia bem mais próxima da realidade.

As primeiras divulgações ocorreram experimentalmente este ano e, com o peso do interior do país, mostraram o desemprego em patamar mais elevado do que os da PME. Esses foram os primeiros sinais de que a perda de dinamismo da economia, processo que vem se agravando, vinha ameaçando a geração de empregos em áreas menos desenvolvidas.

A festa do consumo, regada a incentivos fiscais e a crédito facilitado, parece ter tornado menos evidente a perda de competitividade da indústria nacional ante a importação crescente.Mas como não existe mágica na economia, a verdade acaba aparecendo.

Nesse sentido, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) parecem ter sido inventados para desmentir marqueteiros: são o retrato fiel e matemático do que ocorre com o emprego formal.O Caged não é feito por consultas às pessoas. É o resultado da contratação e da dispensa de trabalhadores com carteira assinada, obrigatoriamente informadas ao MTE.

Em novembro, as contratações superaram as demissões em apenas 8.381 postos de trabalho. Foi o pior resultado para os meses de novembro desde 2008, quando começou a crise financeira internacional.

A deterioração do mercado de trabalho no Brasil é claramente retratada nos dados do Caged. Em novembro de 2010, tinham sido criados 138,2 mil empregos no país. A seguir, houve uma forte queda para 42,7 mil em 2011, permanecendo nesse patamar até o ano passado.

As empresas seguraram seu pessoal, na expectativa de medidas que animassem a economia. Elas não vieram e novembro de 2014 registrou a assustadora queda de 87,9% na geração de empregos em relação a igual mês do ano passado.

Pior é a percepção de que as medidas para recolocar o Brasil no caminho da razão e da eficiência não farão efeito antes de 2016. Até lá, todos sabemos quem pagará a conta dos erros do governo na condução da política econômica.

A informação é do Correio Braziliense

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