O caos no trânsito é um problema que afeta centenas de capitais no Brasil e no mundo, e Belém não foge a esta realidade. Segundo levantamento feito pelo Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA) a frota de automóveis do estado será quase o triplo da atual até 2022. Somente em Belém, em 2020, haverá um total de 343.567 automóveis, ou seja, uma média de 25 veículos automotores para cada 100 habitantes. Para acompanhar este crescimento o governo do Estado, vem implantando importantes projetos que facilitam a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Belém, entre eles os de prolongamento das Avenidas João Paulo II e Independência; o de implantação do Bus Rapid Transit (BRT) Metropolitano; de readequação das Avenidas Júlio César e Pedro Álvares Cabral; e o projeto de readequação das rodovias do Tapanã e Yamada.
O prolongamento da Avenida João Paulo II, iniciado no mês de julho e com previsão de término para novembro de 2014, já constitui uma intervenção urbana grandiosa. Além de contribuir decisivamente para a melhoria da mobilidade urbana, um dos principais objetivos do projeto, a obra também resolverá problemas relacionados a questões ambientais, paisagísticas e sociais da população do entorno, espalhada por bairros densamente habitados como Castanheira, Curió-Utinga e Guanabara.
A nova via em construção terá investimento total de R$ 300 milhões, em recursos dos governos estadual e federal. A obra abrangerá o trecho compreendido entre a Passagem Mariano, no bairro Castanheira, em Belém, e a Rodovia Mário Covas, em Ananindeua, numa extensão de quase cinco quilômetros. Nesse perímetro, será implantada uma via metropolitana, com duas pistas para tráfego geral, cada uma com 10,5 metros de largura, dividida em três faixas com 3,5 metros cada. Terá, ainda, 2,5 metros de acostamento; 2,5 metros para ciclovia bidirecional; dois metros de calçada do lado esquerdo, e 1,2 m do lado direito. Tudo será separado por um canteiro central, com sistema de drenagem. A avenida também terá pontos de iluminação pública, câmeras de monitoramento de segurança, passarelas para pedestres e pontos de ônibus. O projeto prevê, ainda, a instalação de duas pontes metálicas, uma com 220 metros de extensão sobre a ponta do Lago Bolonha, e outra com 232 metros, transpondo a ponta do Lago Água Preta. Ambas foram projetadas pelo arquiteto Paulo Chaves.
A obra dará suporte à implantação do Bus Rapid Transit – o BRT Metropolitano, que abrangerá o trecho entre a Rodovia BR-316 até o município de Marituba (na Região Metropolitana). Para isso, o prolongamento se interligará com o elevado do Coqueiro e, a partir deste, com a Rodovia Mário Covas.Essa interligação se dará com a construção da quarta pétala do elevado. Segundo a diretora executiva do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), arquiteta Marilena Mácola, a obra é de grande complexidade, pois, além da questão viária, muitos outros desafios precisaram ser enfrentados na fase de implantação do projeto. O BRT Metropolitano será integrado ao BRT da Prefeitura, e será totalmente finalizado até setembro de 2016. O projeto beneficiará 2,1 milhões de habitantes da RMB.
Outra importante obra que terá início em janeiro de 2014 e ajudará a aliviar o trânsito de Belém será a readequação da rodovias do Tapanã e da rua Yamada. Esta última será duplicada em uma extensão de 4,14 quilômetros. A obra contará com terraplenagem, restauração da pavimentação asfáltica e implantação de um sistema de drenagem. Além disso, inclui serviços de sinalização, iluminação pública, paisagismo e urbanização com definição de calçadas de passeios e ciclovias, em ambos os lados. O projeto também contempla uma rotatória, solução geométrica para a interseção existente da Avenida Centenário Assembléia de Deus coma Rua Yamada, onde são identificados diversos problemas de congestionamento e acidentes envolvendo veículos e pedestres, por ser uma área bastante povoada, mas sem ordenamento urbano.
Já a Rodovia do Tapanã, com extensão de 5,09 quilômetros, passará por uma readequação viária com serviços de terraplenagem, nova pavimentação em asfalto e a implantação de um sistema de drenagem, além de serviços de sinalização, iluminação pública, paisagismo e urbanização com a definição de calçadas de passeios e ciclovias em ambos os lados, como forma de preservar ao máximo a faixa de domínio da via, com vistas à duplicação.
Duas importantes avenidas que já passaram por readequação e contribuíram para desafogar o trânsito na cidade foram Júlio César e Pedro Álvares Cabral. Ambas receberam inúmeras melhorias, entre elas a eliminação do canteiro central para acréscimo de uma faixa de rolamento por sentido, implantação de barreira de concreto tipo “New Jersey”, com grade, como elemento separador de tráfego e direcionador do fluxo para a travessia de pedestres na passarela, adequação de geometria paisagismo, adequação de ciclovia, recuperação, alargamento, recapeamento asfáltico, adequação de sinalização horizontal e vertical e adequação da iluminação pública.
Na opinião do coordenador de planejamento do Detran, Carlos Valente, essas são obras de intervenção fundamentais para minimizar os problemas do trânsito em Belém e na Região Metropolitana. “Nós já tínhamos realizados vários estudos que comprovaram a urgente necessidade de implantar novas vias, principalmente no que diz respeito a entrada e saída de Belém, já que até então só temos um único acesso que é a BR-316. Todas essas obras trarão melhor fluidez, melhor acessibilidade e, com certeza, melhorias na vida de muitas pessoas”, afirmou.
Entre os moradores das áreas que serão diretamente atingidas por essas obras, as expectativas são as melhores. A dona de casa Socorro Cardoso, moradora da Rua Yamada, aguarda ansiosamente pelas melhorias. “Tenho certeza que depois dessas obras tudo vai mudar para melhor. O fluxo de carros aumentou muito aqui na rua e nós, pedestres, temos que nos arriscar para atravessar. Mas depois de tudo pronto, sei que as coisas ficarão mais tranqüilas”, disse.
Independência – Orçado em cerca de R$ 120 milhões, o projeto prevê a continuação da avenida Independência, a partir da rotatória da Estrada do 40 Horas até a BR-316, interligando os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba. O novo corredor segue nas áreas de domínio das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), acompanhando as linhas de transmissão de energia que atravessam os bairros do Icuí, Maguari e Distrito Industrial. A obra é considerada fundamental para viabilizar o trânsito na Região Metropolitana e se constitui em importante corredor de tráfego alternativo para entrada e saída da capital paraense. De acordo com a Secretaria de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Seidurb), mais da metade da nova avenida já está concluída. Diretamente, cerca de 300 mil moradores da área serão beneficiados com o novo corredor.
Malha viária – A malha rodoviária do Estado também está recebendo melhorias na sua infraestrutura. Aproximadamente 1.267 quilômetros já foram beneficiados com obras de implantação, restauração, pavimentação e conservação, além da construção de aproximadamente 2.563 metros de pontes em concreto armado. Dentre as obras concluídas, destacam-se: Alça Viária; Perna Sul; PA -150 (trecho Goianésia/Vila Bom Jesus); PA-275; PA-127; PA-424; PA-238; PA-443; PA-431 e a PA-279 (em fase de conclusão), beneficiando as regiões Metropolitana, Tocantins, Lago de Tucuruí, Carajás e Araguaia.
Em algumas intervenções rodoviárias, a Setran realizou o serviço de substituição de 29 pontes de madeira por pontes de concreto armado, substituição de bueiros e duplicação da pista de rolamento. Encontram-se em fase de construção duas pontes em substituição a travessias de balsas rebocáveis. A primeira, sobre o rio Igarapé-Miri, numa extensão de 560 metros, localizada na rodovia PA-151, e a segunda sobre o rio Capim, numa extensão de 560 metros, localizada na PA-252. Depois de concluídas, estas obras vão proporcionar às comunidades melhor acessibilidade e segurança.
Frota – Atualmente existem no Pará 461.328 automóveis e, segundo o Detran, em 2022 esse número chegará a mais de um milhão. Os dados da pesquisa revelam também que o número de motocicletas ultrapassará o crescimento de automóveis e chegará, em 2020, a um total de 3.202.877 em todo o estado.
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Bruna Campos
Secretaria de Estado de Comunicação