Após promover um verdadeiro desarranjo nas contas públicas, a ponto de enviar projeto que maquia o superávit primário em 2014, o governo prepara mais um capítulo do seu saco de maldades pós-eleições ao estudar mecanismos para aumentar a arrecadação. O caos na economia é tão grande que, para ajustar as contas, o Planalto terá que aumentar impostos. A volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) nos combustíveis já é dada como certa e o retorno da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), ou imposto do cheque, também é cogitada.
Ampliar a já elevada carga tributária tornaria ainda mais pesado o saco de maldades pós-eleição
O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Antonio Imbassahy (BA), avisou que a oposição tentará impedir qualquer tentativa de onerar ainda mais o contribuinte. “Era só o que faltava. A carga tributária já é uma das maiores do mundo. Vamos resistir e nos opor a tanta irresponsabilidade”, alertou, ao ressaltar que “queimaram dinheiro nas eleições”.
O rombo nas contas públicas devido à gastança desenfreada do governo é tão grande que, de cada R$ 10 arrecadados, R$ 9 estão comprometidos com gastos quase impossíveis de cortar, como salários, aposentadorias e juros da dívida. O R$ 1 restante é destinado a investimentos, muito pouco frente às necessidades do país, que sofre com a economia desaquecida.
Imbassahy avalia que a falta de uma solução por parte da petista é tão latente que ela sequer consegue encontrar substituto para o ministro demissionário da Fazenda, Guido Mantega. “Pelo visto, Dilma não tem peça de reposição e tampouco sabe o que fazer para estancar a inflação e estimular o crescimento”, destaca o líder.
“A população não aguenta mais aumento da carta tributária”, avalia Raimundo Matos. Para tucano, fórmula usada pelos petistas na economia levou está afundando o país.
Rumo à bancarrota
Para o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), o momento caótico vivido pela economia se deve a fatores como inchaço da máquina pública, corrupção e insistência em um modelo econômico de incentivo ao consumo. A falta de credibilidade de Mantega, segundo ele, se estende a Dilma “A presidente levou o país a uma bancarrota sem apresentar os dados reais. A máscara caiu e gerou essa instabilidade”, afirma, ao destacar que a petista não deixa claro como pretende agir para retomar a credibilidade.
Como mostra o jornal O Estado de S. Paulo, especialistas avaliam que incluindo os gastos com juros, o saldo negativo nas contas públicas esse ano chegará perto dos 5% do PIB, pior patamar desde 2003. Mesmo elevando impostos e contendo gastos, os economistas acham que será difícil alcançar uma economia para pagamento de juros (superávit primário) equivalente a 2% do PIB, como consta do projeto de lei do Orçamento de 2015, em análise no Congresso. Esse é o nível considerado o adequado para interromper a rota de crescimento da dívida pública em proporção do PIB. As despesas crescem mais que as receitas desde julho de 2012. Para fechar o buraco, só com mais crescimento.
Ao analisar a situação, Gomes de Matos avalia que a presidente Dilma está em uma encruzilhada por causa da ineficiência de seu próprio governo. Ele avalia que a sociedade não vai aceitar mais impostos e avisa que a oposição irá fazer o possível para impedir. “Considero imoral essa proposta envolvendo a CIDE ou CPMF. A população não suporta mais aumento de carga, ainda mais sabendo que isso vai só para abastecer a corrupção e a máquina”, disse.
*Do portal do PSDB na Câmara